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P5 Mt3 Pr3 - Arboviroses

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Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
1 
 
Flávio é agente comunitário de saúde e foi procurado 
por uma moradora da comunidade informando que várias pessoas 
da sua família estavam doentes, inclusive sua filha que está 
grávida. Ela estava muito preocupada e precisava que algum 
médico fosse à sua residência para atendê-los. Ao chegar ao posto 
de saúde, Flávio foi conversar com a médica (Dra. Ana) que 
prontamente foi até a residência. 
Ao chegarem ao domicílio, foram recebidos por Dona 
Carminha, que disse: Dra o negócio aqui em casa está sério, todos 
estão doentes. 
Eu fui atendida pela senhora na semana passada e fui 
diagnosticada com Dengue e graças a Deus já estou bem melhor. 
Minha filha, Roberta, está grávida de 4 meses, ela ficou 
“esquentadinha”, com dor de cabeça, manchas na pele com muita 
coceira. Esses sintomas todos começaram há 4 dias, a febre graças 
a Deus já foi embora. 
Ao exame físico a gestante (Roberta) apresentava: 
Bom estado geral, afebril (temperatura 36 graus), 
corada, hidratada, anictérica, eupnéica, conjuntivas hiperemiadas. 
Pele: presença de exantema maculopapular em tronco e membros 
superiores. PA: 100/80 mmHg. FC: 88 bpm. AR e ACV sem 
alterações. Abd: gravídico, com útero palpável, altura uterina 16 
cm, batimentos cardiofetais: 144 bpm. Prova do laço negativa. 
Roberta preocupada pergunta: Dra. meu bebê pode nascer com 
algum problema na cabeça? Pode ser aquela doença que o bebê 
nasce com a cabeça pequena? 
Dra. Ana informa que será necessário realizar exames 
específicos para confirmar o caso. Enquanto aguarda os 
resultados, a paciente deverá permanecer de repouso (relativo), 
com boa hidratação oral, usando sintomáticos (que foram 
prescritos pela médica) e uso de repelente. 
A médica pergunta quem mais na casa está doente e 
Dona Carminha diz que sua mãe (Zefinha, 72 anos) está há 3 dias 
com febre (sem ser aferida), dor no corpo e nas juntas, dor de 
cabeça e com manchas no corpo. As dores e inchaço das juntas 
são o que mais incomoda, ela mal consegue segurar um copo e 
tem formigamento nos pés. Dona Zefinha acha que deve ser 
dengue, já que a filha estava com essa doença há poucos dias, mas 
tem dúvidas, pois já teve dengue e dessa vez os sintomas estão 
um pouco diferentes. 
Pergunta então à Dra. Ana: Posso estar com Dengue de 
novo? Já tive Dengue no ano passado. 
Dra. Ana explica que já se conhecem pelo menos quatro 
sorotipos da Dengue, mas o seu caso não parece estar associado a 
esse tipo de arbovirose e pergunta: Em uma escala de zero a dez, 
como está sua dor?''. Dona Zefinha informa que daria oito a sua 
dor nas juntas. 
A médica explica a Carminha que sua mãe encontra-se 
na fase aguda da doença; deverá permanecer monitorada 
diariamente, pois faz parte do grupo de risco. A médica orientou 
que em caso de persistência da febre por mais de cinco dias, 
aparecimento de sinais de gravidade ou persistência dos sintomas 
articulares, a família deverá informar imediatamente a unidade 
básica de saúde. Suspendeu o uso de AAS que a paciente tomava 
para “afinar o sangue” e foram solicitados os exames da fase 
aguda da doença. 
Dra. Ana prescreveu analgésico compatível com a dor da 
paciente, hidratação oral e repouso. Quando já estava indo 
embora viu seu Luiz, marido de Carminha, deitado no sofá, 
prostrado e pergunta: O que houve com ele? Também está 
doente? 
Carminha responde: Ele começou com os mesmos 
sintomas que eu tive, febre alta, dor de cabeça e no corpo, mas 
depois do terceiro dia, queixou-se de muita dor na barriga, teve 
vômitos e quase não está urinando. Repare, Dra Ana, ele nem 
consegue ficar em pé, passa o dia todo deitado no sofá. Hoje 
quando foi escovar os dentes, disse que sangrou a gengiva e eu 
fiquei apavorada. 
A médica examina seu Luiz e verifica: EGR, prostrado, 
desidratado 2+/4+, anictérico, acianótico, taquipnéia leve, 
temperatura axilar: 37,8oC, extremidades frias e pulso rápido e 
fraco. AR: MV diminuído à ausculta, frêmito tóraco-vocal 
diminuído e submacicez à percussão em base direita, FR: 22 ipm 
Sat O2 93%; ACV: RCR em 2T, PA: 80x40 mmHg, FC:110 bpm; ABD: 
plano, simétrico, doloroso à palpação profunda difusamente, mas 
sem sinal de irritação peritoneal, hepatomegalia dolorosa (Fígado 
palpável 4 cm abaixo do RCD); Prova do laço: positiva; Pele: 
petéquias e sufusões hemorrágicas difusas em tronco e MMII. 
Dra. Ana informa que o seu Luiz precisará ser 
encaminhado imediatamente para o hospital. Precisará fazer 
vários exames e ficará internado, já que apresenta sintomas e 
alterações no exame físico que sugerem gravidade da doença. 
Chama então o SAMU. 
Enquanto aguarda a transferência do paciente, a médica 
diz á Flávio: Precisaremos mobilizar a comunidade, através de 
palestras na sala de espera da unidade e outros espaços, sobre 
medidas de combate ao mosquito transmissor das arboviroses, 
além de evitar água parada em qualquer local em que ela possa se 
acumular, em qualquer época do ano. Finaliza dizendo que será 
necessário informar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica, todos 
os casos atendidos hoje. 
 
 
 
Objetivos: 
1. Conhecer a dinâmica endêmica das 
arboviroses (zika, dengue e chikungunya): 
a. Epidemiologia e Vigilância Epidemiológica; 
b. Vetores; 
c. Transmissão; 
d. Reservatórios Naturais; 
e. Medidas de prevenção e controle. 
2. Entender Dengue: 
a. Fisiopatologia; 
b. Quadro Clínico (dengue não hemorrágica e 
dengue hemorrágica); 
c. Sinais e Sintomas 
d. Diagnóstico; 
e. Tratamento 
3. Entender Zika: 
a. Fisiopatologia; 
b. Quadro Clínico; 
c. Diagnóstico; 
d. Tratamento 
4. Entender Chikungunya; 
a. Fisiopatologia; 
b. Quadro Clínico; 
c. Diagnóstico; 
d. Tratamento 
 
 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
2 
 
1. Conhecer a dinâmica endêmica das arboviroses 
(zika, dengue e chikungunya): 
Estima-se que haja mais de 545 espécies de arbovírus, 
dentre as quais, mais de 150 relacionadas com 
doenças em seres humanos, sendo a maioria 
zoonótica. São mantidos em ciclo de transmissão 
entre artrópodes (vetores) e reservatórios 
vertebrados como principais hospedeiros 
amplificadores. 
 
Epidemiologia e Vigilância Epidemiológica: 
DENGUE: O vírus é endêmico em mais de 110 países, 
estima-se em 100 milhões de casos da dengue clássica 
e meio milhão de casos de doença hemorrágica, 
resultando em 25 mil mortes anualmente. 
ZIKA: No pico do surto de 2016 foram notificados mais 
de 200,000 casos no Brasil - o foco do surto - e mais 
de 8000 bebês nasceram com malformações 
relacionadas à infecção pelo vírus da Zika. O pico 
ocorreu em 2016, caiu consideravelmente desde 
então e agora considera-se que o surto acabou. 
Dados das semanas epidemiológicas 1 a 35 (2/1/2022 
a 5/9/2022) ↓ 
DENGUE: 1.337.413 casos prováveis de dengue no 
Brasil; Foram confirmados 1.304 casos de dengue 
grave (DG) e 16.114 casos de dengue com sinais de 
alarme (DSA). 854 óbitos por dengue, sendo 737 por 
critério laboratorial e 11 por critério clínico 
epidemiológico. 
 
No Brasil, concomitante ao aumento do número de 
casos, tem-se observado o aumento das formas 
graves da doença, principalmente em crianças, 
durante o período de 2007 e 2009. Além disso, 
manifestações não usuais da dengue (p. ex., 
complicações cardíacas, neurológicas, hepáticas e 
pulmonares) são cada vez mais diagnosticadas. Os 
números crescentes desses casos, assim como da 
FHD, culminaram em aumento no número de óbitos 
nos últimos 5 anos. 
 
CHIKUNGUNYA: 162.407 casos prováveis de 
Chikungunya no Brasil. Para o ano de 2022, a Região 
Nordeste apresentou a maior incidência (243,7 
casos/100 mil hab.). Até o momento foram 
confirmados 64 óbitos para chikungunya no Brasil, 
sendo que o Ceará concentra 46% (30) dos óbitos. 
 
 
ZIKA: 9.916 casos prováveis. Ressalta-se que não 
foram notificados óbitos por zika noPaís até a 
respectiva semana do ano de 2022. 
 
Detecção do sorotipo de DENV: 19.148 (87,4%) 
DENV1; 2.765 (12,6%) DENV2. Até a SE 26/2022 foi 
identificado apenas um DENV3, no estado do Rio 
Grande do Norte e nenhuma identificação do DENV4 
no Brasil. 
A notificação de casos suspeitos é obrigatória para 
todos os profissionais de saúde do sistema público ou 
privado, que prestam assistência ao paciente, 
conforme Portaria nº 1.061 de 17 de fevereiro de 
2020. 
As arboviroses são doenças de notificação 
compulsória, conforme estabelecido na Portaria nº 
1.061 de 18 de maio de 2020. 
Imprescindível notificação oportuna e qualificada dos 
casos suspeitos, pois a notificação incompleta 
prejudica a investigação. 
É essencial que a notificação esteja preenchida 
corretamente com todos os dados do caso suspeito, 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
3 
 
isso permite que as ações ambientais possam ser 
desencadeadas oportunamente. 
Febre Amarela, óbitos por Dengue, Chikungunya e 
Zika Vírus devem ter notificadas imediatas (em 24 
horas) ao Serviço de Vigilância Epidemiológica 
Municipal, à Regional de Saúde e ao Setor de 
Antropozoonoses/Centro Estadual de Vigilância em 
Saúde (CEVS). 
 
Vetores / Transmissão / Reservatórios naturais: 
DENGUE: Atualmente, o principal ciclo de transmissão 
do DENV envolve somente os seres humanos e 
mosquitos nos grandes centros urbanos tropicais. O 
principal vetor é o A. aegypti, mas A. albopictus e A. 
polynesiensis são incluídos como vetores secundários. 
A dengue atinge, predominantemente, regiões 
tropicais da Ásia, Oceania, Austrália, África e as 
Américas. Áreas subtropicais e temperadas são 
suscetíveis à introdução e propagação do vírus na 
época do verão. 
Os DENV pertencem à família Flaviviridae e ao gênero 
Flavivirus, e a maioria deles é transmitida por 
mosquitos e carrapatos, embora não se saiba o 
mecanismo de transmissão de alguns deles. Assim, a 
maioria dos membros desse gênero são arbovírus 
(arthropod-borne virus), vírus que necessitam de 
artrópodes hematófagos para completar o seu ciclo 
biológico de transmissão. 
O vírus da dengue é um arbovírus do gênero 
Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae. São 
conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4. 
Vetores Hospedeiros: Os vetores são mosquitos do 
gênero Aedes. Nas Américas, a espécie Aedes aegypti 
é a responsável pela transmissão da dengue. Outra 
espécie, Aedes albopictus, embora presente no Brasil, 
ainda não tem comprovada sua participação na 
transmissão, embora na Ásia seja um importante 
vetor. 
Modo de Transmissão: A transmissão se faz pela 
picada do Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes 
aegypti - homem. Após um repasto de sangue 
infectado, o mosquito fica apto a transmitir o vírus, 
depois de 8 a 12 dias de incubação. A transmissão 
mecânica também é possível, quando o repasto é 
interrompido e o mosquito, imediatamente, se 
alimenta num hospedeiro suscetível próximo. Não há 
transmissão por contato direto de um doente ou de 
suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes 
de água ou alimento. 
Período de Incubação: Varia de 3 a 15 dias, sendo, em 
média, de 5 a 6 dias. 
Período de Transmissibilidade: A transmissão ocorre 
enquanto houver presença de vírus no sangue do 
homem (período de viremia). Este período começa 
um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º 
dia da doença. 
 
ZIKA: O Zika é uma arbovirose causada por um vírus 
do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, transmitido 
principalmente, por fêmeas dos mosquitos do gênero 
Aedes, (A albopictus, que vive em regiões de clima 
temperado). No Brasil, o vetor comprovado até o 
momento é o mosquito Aedes aegypti (regiões 
tropicais). Até o momento, são conhecidas e descritas 
duas linhagens do ZIKV: uma africana e outra asiática 
(relatada nas américas). As formas de transmissão do 
vírus documentadas, além da vetorial, são elas: 
sexual, pós-transfusional e vertical (transplacentária). 
Primatas humanos e não humanos provavelmente são 
os principais reservatórios de vírus, e a transmissão 
antroponótica (humano/vetor/humano) ocorre 
durante os surtos. O período de incubação intrínseco, 
que ocorre no vetor, é de 2 a 7 dias, em média. O 
período de viremia estimado no homem é de até o 5º 
dia do início dos sintomas. Outras fontes mostram um 
período de incubação de 3 a 14 dias. 
CHIKUNGUNYA: 
O vírus chikungunya é transmitido por artrópodes 
(arbovírus) e pertence à família Togaviridae e ao 
gênero Alphavirus. O vírus está relacionado ao 
complexo antigênico Semliki Forest, um grupo de 
vírus que podem estar associados a sintomas 
articulares nos seres humanos. Várias espécies de 
mosquitos Aedes podem transmitir o vírus; no 
entanto, os vetores mais comuns são o Aedes aegypti 
e o Aedes albopictus. 
O vírus é mantido na natureza por 2 ciclos: silvático e 
urbano. No ciclo silvático, os mosquitos Aedes 
transmitem a doença para primatas, roedores e 
pássaros. Os humanos são infectados ao viajarem por 
áreas com florestas. No ciclo urbano, os mosquitos 
transmitem a doença entre os humanos. 
O vírus da chikungunya é um vírus de ácido 
ribonucleico (RNA) que inclui 3 linhas 
filogeneticamente separadas. O A aegypti, o mosquito 
responsável pela transmissão da febre amarela e da 
dengue, era o vetor principal do vírus antes de 2005. 
Desde então, o A albopictus (também conhecido 
como mosquito tigre asiático) passou a ser o vetor 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
4 
 
mais comum. Tanto o A aegypti quanto o A albopictus 
picam agressivamente, atacando durante o dia, com 
um pico ao entardecer. 
A forma mais comum de transmissão do vírus da 
chikungunya é por picadas de mosquito; menos 
comum, por transferência materno-fetal, e apenas 
teoricamente via transfusão sanguínea. 
É possível a coinfecção com os vírus da dengue e da 
Zika. 
Medidas de prevenção e controle: 
→ Realizar ações de promoção, educação em 
saúde e comunicação social; 
→ Realizar ações de monitoramento e controle 
vetorial; 
→ Analisar as notificações dos casos de 
arboviroses, identificando os bairros de maior 
índice de casos confirmados e/ou autóctones; 
→ Mobilização, fiscalização, combate e controle 
do Aedes; 
→ Integração entre assistência em saúde, 
vigilância ambiental e vigilância 
epidemiológica; 
→ Todas as unidades devem prestar primeiro 
atendimento aos casos suspeitos e realizar 
notificação; 
→ Informar sobre sinais e sintomas das doenças, 
como identificar criadouros, medidas de 
prevenção e fluxos de atendimento; 
→ Estimular a população a realizar a 
autoinspeção em seu imóvel, eliminando os 
possíveis criadouros de mosquitos; 
→ Higiene das mãos, uso de equipamento de 
proteção individual, higiene respiratória e 
etiqueta da tosse, práticas de injeção seguras, 
manuseio seguro de equipamentos ou 
superfícies potencialmente contaminados. 
2. Entender Dengue: 
O vírus Dengue (DENV) é representado por quatro 
sorotipos, a saber, DENV-1 a DENV-4 e sua 
transmissão é feita pelo mosquito Aedes aegypti. 
Fisiopatologia: 
As primeiras células infectadas após a inoculação viral 
pela picada do mosquito são, provavelmente, as 
células dendríticas da pele. Após a replicação inicial e 
migração para os linfonodos, os vírus aparecem na 
corrente sanguínea (viremia) durante a fase febril 
aguda, geralmente por três a cinco dias. A gênese dos 
sintomas da dengue ainda não é bem esclarecida, 
porém considera-se que a liberação de citocinas, 
como resultado da infecção das células dendríticas, 
macrófagos e a ativação de linfócitos TCD4+ e TCD8+, 
desempenha um papel importante. Além disso, a 
liberação de interferon pelos linfócitos T pode estar 
intimamente relacionada à queda na contagem de 
plaquetas, pela supressão da atividade da medula 
óssea, o que gera sintomas comoas petéquias 
espalhadas pelo corpo. Da corrente sanguínea, os 
vírus são disseminados a órgãos como fígado, baço, 
nódulos linfáticos, medula óssea, podendo atingir o 
pulmão, coração e trato gastrointestinal. 
A patogenia dos casos mais graves de dengue (dengue 
hemorrágica e síndrome do choque da dengue) ainda 
não é bem conhecida. Existem algumas hipóteses, tais 
como: reinfecção por um sorotipo diferente; aumento 
da permeabilidade vascular com extravasamento de 
plasma e coagulação intravascular, resultante da 
liberação de mediadores químicos pelos 
macrófagos/monócitos destruídos pela infecção; 
surgimentos de cepas mais virulentas após sucessivas 
passagens em mosquitos e seres humanos. Na 
reinfecção por um segundo sorotipo, a presença de 
vírus opsonizados pelos anticorpos pré-formados, 
porém não neutralizados, formam imunocomplexos 
que ativam o sistema complemento, levando a 
liberação dos mediadores químicos. 
A lesão hepática provocada pela replicação viral nos 
hepatócitos leva a um comprometimento dos fatores 
de coagulação, que associado à diminuição de 
plaquetas, pode ocasionar um quadro hemorrágico 
grave. 
O DENV-2 é o sorotipo mais relevante no mundo, 
seguido pelo DENV-3, DENV-1 e DENV-4. 
______________ ↓ _______________ 
Diversas hipóteses já foram propostas para explicar a 
patogênese da infecção por dengue, mas até hoje 
nenhuma é capaz de, isoladamente, esclarecer todos 
os mecanismos envolvidos. 
→ Teoria da facilitação dependente de 
anticorpos 
Define que a imunidade preexistente ao DENV é fator 
de risco para febre hemorrágica da dengue. Bebes 
que tinham adquirido anticorpos das mães 
apresentam infecção mais grave de dengue por volta 
dos 6 meses de idade. Formação de complexos vírus-
anticorpo que ao serem reconhecidos e internalizados 
por fagócitos mononucleares, através dos receptores 
dirigidos à porção Fc das imunoglobulinas – resulta 
numa maior carga viral e maior intensidade da 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
5 
 
resposta imune (maior liberação de citocinas e 
mediadores inflamatórios) 
→ Teoria da virulência viral 
Parece existir uma relação complexa entre as 
variantes genéticas do DENV e a resposta imune do 
hospedeiro, que determinaria o destino das infecções 
primárias e secundárias. 
→ Resposta imune e “tempestade de citocinas” 
Existem evidências de que há profundo desarranjo na 
homeostase das citocinas que governam a resposta 
imune induzida pela infecção pelos vírus dengue. 
Alguns estudos mostram que nas formas brandas da 
doença há resposta predominantemente do tipo Th1, 
e nos casos graves do padrão Th2, com níveis 
aumentados de interleucina (IL)-4, IL-6 e IL-10, e níveis 
reduzidos de IFN-γ e IL-12 nos pacientes graves. 
EXTRAVASAMENTO DE LÍQUIDO PARA O INTERSTÍCIO 
Quadro Clínico (dengue não hemorrágica e dengue 
hemorrágica): 
Os sinais e sintomas incluem febre, dor retro-orbital, 
dor de cabeça intensa, mialgia, artralgia e 
manifestações hemorrágicas menores, como 
petéquias, epistaxe e sangramento gengival. 
• Período de incubação variável de 4 a 8 dias; 
• Parcela considerável de infecções 
assintomáticas; 
• Quadros complicados são menos frequentes e 
mais associados a mortalidade; 
• Fase mais grave da doença acontece no 4 dia, 
quando o aumento na permeabilidade capilar, 
mensurada pelo aumento do hematócrito, 
pode resultar em choque hipovolêmico e 
consequentemente falência de múltiplos 
órgãos, acidose metabólica, coagulação 
intravascular disseminada e hemorragias de 
grande porte. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_
aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pd
f ABRIR FLUXOGRAMAS NA PAGINA 14 
Sinais e Sintomas: 
Dengue clássica: 
Tem início abrupto, apresentando temperaturas de 
39 a 40°C, cefaleia intensa, dor retro-ocular, mialgias, 
artralgias e manifestações gastrintestinais, como 
vômito e anorexia. Pode surgir exantema intenso no 
terceiro ou quarto dia de doença, no qual se 
salientam pequenas áreas de pele sã (para alguns 
autores, “ilhas brancas em um mar vermelho”). O 
aparecimento do exantema é geralmente 
acompanhado de prurido, muitas vezes de difícil 
controle, e alguns casos podem apresentar 
fenômenos hemorrágicos discretos (epistaxe, 
petéquias, gengivorragias), que não caracterizam 
caso de dengue hemorrágico. A febre costuma ceder 
em até 6 dias, iniciando-se a convalescença, que 
pode durar semanas, com astenia e depressão. 
Quanto ao exame hematológico, observa-se 
leucopenia com neutropenia após o segundo dia de 
doença. O número de plaquetas é normal ou, em 
alguns casos, diminuído. Há elevação discreta nos 
teores séricos de aminotransferases, geralmente em 
torno de duas a cinco vezes o limite superior da 
normalidade. 
Nas crianças, a dengue pode ser assintomática ou se 
manifestar como febre indiferenciada, comumente 
acompanhada de exantema maculopapular. 
Os sinais de alerta/alarme mais frequentemente 
observados na dengue são: dor abdominal, vômitos 
persistentes, evidência clínica de acúmulo de fluidos 
(p. ex., derrame pleural), letargia/irritabilidade, 
sangramento de mucosas, hepatomegalia maior do 
que 2 cm e aumento do hematócrito associado a 
trombocitopenia. 
Dengue hemorrágica: 
O quadro costuma iniciar-se abruptamente, similar à 
forma clássica da dengue, com febre alta, náuseas e 
vômitos, mialgias e artralgias. Fenômenos 
hemorrágicos surgem próximo ao período de 
defervescência da doença, por volta do quarto ou 
quinto dia, com petéquias na face, véu palatino, axilas 
e extremidades. Se inadequadamente tratado, o 
quadro pode evoluir para o aparecimento de púrpuras 
e grandes equimoses na pele, epistaxes, 
gengivorragias, metrorragias e hemorragias digestivas 
moderadas. Ao exame físico, observa-se fígado 
palpável e doloroso, 2 a 4 cm abaixo do rebordo 
costal, e, em alguns casos, esplenomegalia. 
Hepatomegalia, hematêmese e dor abdominal 
indicam mau prognóstico, com provável evolução 
para choque. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pdf
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
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Exame máculo-papular em todo o corpo. 
Diagnóstico: 
Exames Específicos: A comprovação laboratorial das 
infecções pelo vírus da dengue faz-se pelo isolamento 
do agente ou pelo emprego de métodos sorológicos - 
demonstração da presença de anticorpos da classe 
IgM em única amostra de soro ou aumento do título 
de anticorpos IgG em amostras pareadas (conversão 
sorológica). 
Isolamento: é o método mais específico para 
determinação do sorotipo responsável pela infecção. 
A coleta de sangue deverá ser feita em condições de 
assepsia, de preferência no terceiro ou quarto dia do 
ínicio dos sintomas. Após o término dos sintomas não 
se deve coletar sangue para isolamento viral. 
Sorologia: os testes sorológicos complementam o 
isolamento do vírus e a coleta de amostra de sangue 
deverá ser feita após o sexto dia do início da doença. 
Obs.: não congelar o sangue total, nem encostar o 
frasco diretamente no gelo para evitar hemólise. Os 
tubos ou frascos encaminhados ao laboratório 
deverão ter rótulo com nome completo do paciente e 
data da coleta da amostra, preenchido a lápis para 
evitar que se torne ilegível ao contato com a água. 
Dengue clássica: 
Hemograma: a leucopenia é achado usual, embora 
possa ocorrer leucocitose. Pode estar presente 
linfocitose com atipia linfocitária. A trombocitopenia é 
observada ocasionalmente 
Febre Hemorrágica da Dengue - FHD: 
Hemograma: a contagem de leucócitos é variável, 
podendo ocorrer desde leucopenia até leucocitose 
leve.A linfocitose com atipia linfocitária é um achado 
comum. Destacam-se a concentração de hematócrito 
e a trombocitopenia (contagem de plaquetas abaixo 
de 100.000/mm3). 
Hemoconcentração: aumento de hematócrito em 
20% do valor basal (valor do hematócrito anterior à 
doença) ou valores superiores a 38% em crianças, a 
40% em mulheres e a 45% em homens). 
Trombocitopenia: contagem de plaquetas abaixo de 
100.000/mm3. 
Coagulograma: aumento nos tempos de protrombina, 
tromboplastina parcial e trombina. Diminuição de 
fibrinogênio, protrombina, fator VIII, fator XII, 
antitrombina e α antiplasmina. 
Bioquímica: diminuição da albumina no sangue, 
albuminúria e discreto aumento dos testes de função 
hepática: aminotransferase aspartato sérica 
(conhecida anteriormente por transaminase 
glutâmico-oxalacética - TGO) e aminotransferase 
alanina sérica (conhecida anteriormente por 
transaminase glutâmico pirúvica - TGP). 
 
Tratamento: 
O tratamento da dengue consiste na hidratação 
precoce, da maneira mais agressiva possível, sempre 
levando em consideração a existência de cardiopatias 
e da capacidade dos pacientes de suportar a 
administração de grandes volumes de líquido. Como o 
aumento da permeabilidade capilar, com 
consequente extravasamento de plasma para o 
interstício e as cavidades, é o principal evento 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
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fisiopatológico da dengue, a hidratação é o único 
tratamento disponível, pois até o momento não há 
fármacos antivirais que tenham ação específica e 
efetiva contra os vírus dengue. 
Nos casos benignos de febre indiferenciada e da DC, 
além da hidratação, o tratamento sintomático de 
febre, cefaleia, mialgias e artralgias é suficiente. 
Entretanto, o uso de salicilatos deve ser evitado, pois 
esses fármacos podem causar hemorragias digestivas 
altas e acidose, além de atuarem sobre a agregação 
plaquetária, podendo agravar ainda mais os quadros 
graves da dengue. 
Prefere-se utilizar o paracetamol ou a dipirona, 
tomando-se o cuidado com doses elevadas de 
paracetamol (acima de 4 g/dia, no adulto), já que é 
hepatotóxico. A OMS também recomenda evitar o 
uso dos anti-inflamatórios não hormonais (AINH), 
especialmente o ibuprofeno (WHO, 2009). 
O tratamento das formas graves da dengue deve 
seguir as condutas usadas em pacientes que precisam 
de cuidados intensivos, muitas vezes sendo necessário 
recorrer a aminas vasoativas e medidas avançadas de 
suporte à vida. A existência de comorbidades deve ser 
sempre investigada e considerada de extrema 
importância no tratamento das formas graves da 
dengue. A administração de líquidos deve ser 
considerada caso a caso. O uso de corticosteroides 
não está indicado, visto que não há evidências de que 
eles tenham qualquer efeito benéfico no tratamento 
da dengue. 
A reposição de sangue e concentrado de plaquetas 
não é preconizada, exceto em casos de hemorragias 
de grandes proporções. 
O tratamento deverá ser suspenso ao se iniciar a 
reabsorção do plasma extravasado, sendo necessário 
cuidado com o possível estado hipervolêmico do 
paciente. A partir desse momento, as condições 
hemodinâmicas se normalizam, retorna o apetite do 
paciente e o hematócrito cai a níveis abaixo de 40%. É 
importante avaliar cuidadosamente pacientes em 
alguns grupos de risco para doença grave (p. ex., 
gestantes, idosos e crianças), já que é nessa fase de 
defervescência que ocorrem as complicações, em 
particular o choque hipovolêmico. Sabendo que as 
hemorragias acompanham o aparecimento do 
choque, evitar o choque circulatório muito 
provavelmente evitará o aparecimento do quadro 
hemorrágico. 
Estadiamento clínico da dengue: 
O atendimento inicial ao paciente com suspeita de 
dengue deve ser baseado na anamnese e história 
clínica. Deve-se classificar o paciente em 3 grupos 
para manejo adequado: 
• Grupo A: paciente com suspeita de dengue, 
sem sinais de alarme ou condições especiais; 
• Grupo B: paciente com suspeita de dengue, 
sem sinais de alarme mas com condições 
especiais; 
• Grupo C: paciente com diagnóstico de dengue 
e com sinais de alarme; 
• Grupo D: paciente com diagnóstico de dengue 
grave, apresentando choque, hemorragia ou 
disfunção orgânica. 
 
Entender Zika: 
Fisiopatologia: 
Acredita-se que os flavivírus em geral se repliquem 
inicialmente nas células dendríticas próximas ao local 
de inoculação, disseminando-se para o sangue e para 
os linfonodos. A viremia geralmente dura até uma 
semana em pacientes com afecção clínica. 
O vírus da Zika é um vírus neurotrópico que 
demonstra ter como alvo células neurais progenitoras, 
bem como células neuronais em diferentes estados de 
maturidade, mas em menor grau. 
IN VITRO: A infecção pelo vírus da Zika aumentou a 
morte celular e desregulou a progressão do ciclo 
celular, resultando em crescimento celular atenuado. 
Outro estudo revelou que o vírus infecta células 
corticais progenitoras humanas causando a morte da 
célula por apoptose e autofagia. 
Apesar dos sintomas clínicos leves, a infecção pelo 
vírus da Zika durante a gestação está associada a 
morte fetal, insuficiência placentária, restrição do 
crescimento fetal e lesões no sistema nervoso central 
(SNC). Maior risco de microcefalia está associado à 
infecção pelo vírus Zika durante o primeiro trimestre e 
no início do segundo trimestre da gravidez. Anomalias 
foram reportadas até 39 semanas. 
Estudos em camundongos fornecem evidências para 
uma ligação causal direta entre a infecção pelo vírus 
da Zika e a microcefalia causando parada no ciclo 
celular, apoptose e inibição das células precursoras 
neurais. 
Sugere-se que o vírus desencadeia comportamentos 
celulares que alteram a proliferação normal das 
células e a sobrevivência de células progenitoras 
neurais durante períodos críticos de desenvolvimento 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
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do cérebro. O papel da placenta na microcefalia fetal 
não está claro, mas existe a hipótese de que a 
placenta pode facilitar a transmissão viral ao feto ou 
contribuir de outra forma para uma resposta imune 
prejudicial. Uma hipótese é a de que o vírus obtém 
acesso ao compartimento fetal infectando 
diretamente as células placentárias, rompendo, assim, 
a barreira placentária. 
Um relato de caso de síndrome de Guillain-Barre, que 
se desenvolveu quando o vírus Zika ainda estava 
presente no soro, sugere que o vírus pode exercer os 
seus efeitos neurotrópicos quer por lesão neural 
direta, quer através de uma rápida resposta ao vírus 
mediada por células que resulta em reatividade 
cruzada contra os nervos periféricos. 
Estudos em modelos animais indicam que a presença 
de anticorpos contra outros flavivírus pode 
intensificar a infecção por Zika, resultando em uma 
infecção mais grave. 
Quadro Clínico: 
Na maioria das vezes (80%) a doença é assintomática, 
sintomáticos no geral a doença é leve e autolimitada, 
durando aproximadamente de 2 a 7 dias, podendo 
estar acompanhada das seguintes manifestações mais 
comuns: exantema maculopapular (em alguns casos 
morbiliforme), febre que costuma ser baixa (<38,5 °C), 
artralgia, conjuntivite não purulenta, cefaleia, mialgia 
e prurido. Sintomas menos comuns incluem 
vômitos/diarreia, dor abdominal, anorexia, edema nos 
membros inferiores e dor retro-orbital. Há relatos de 
casos de sepse e progressão rápida da doença em 
pacientes com comorbidades. 
Não foram descritas diferenças no quadro clínico 
entre pacientes gestantes e não gestantes ou entre 
adultos e crianças. Os sintomas geralmente se 
desenvolvem em até 1 semana após a infecção em 
50% dos pacientes e em até 2 semanas após a 
infecção em 99% dos pacientes. Doença grave que 
necessita de hospitalização é incomum e foi estimada 
em 11%, e a letalidade é baixa (mediana de 0.02%). 
 
Exantema maculopapularcaracterístico em gestante com infecção 
pelo vírus da Zika 
A síndrome congênita de Zika é um padrão 
reconhecido de anomalias congênitas em crianças 
(isto é, microcefalias, calcificações intracranianas ou 
outras anomalias cerebrais, ou anormalidades 
oculares, entre outras) associado à infecção pelo vírus 
Zika durante a gravidez. 
Os principais fatores diagnósticos para a síndrome de 
Guillain-Barré incluem parestesias (geralmente das 
mãos e dos pés), fraqueza muscular, dor (geralmente 
começa nas costas e nas pernas) e paralisia. Pode 
ocorrer também fraqueza orofaríngea, facial e 
extraocular. A OMS recomenda a utilização dos 
critérios de Brighton para a definição de casos de SGB. 
Os critérios de Brighton levam em consideração 
quantas articulações hipermóveis você tem, se você 
sente dor nessas articulações e também outros 
sintomas. Se você tiver 4 ou mais articulações com 
hipermobilidade e tiver tido dor por 3 meses ou mais, 
é provável que você tenha síndrome da 
hipermobilidade articular. 
A síndrome de Zika congênita é um padrão 
reconhecido de anomalias congênitas (ou seja, 
microcefalia, calcificações intracranianas ou outras 
anomalias cerebrais, ou anomalias oculares, entre 
outras) em lactentes associadas à infecção do vírus da 
Zika durante a gestação. Os bebês podem apresentar 
microcefalia ou outras manifestações, incluindo 
espasticidade, hipertonia, persistência anormal de 
reflexos primitivos, desenvolvimento cognitivo 
comprometido, desenvolvimento neuropsicomotor 
tardio, convulsões, desproporção craniofacial, 
retrognatia, disfunção do tronco encefálico, 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
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anormalidades oculares, perda auditiva, distúrbios da 
fala, desenvolvimento comprometido da linguagem, 
alteração do frênulo da língua, ausência de reflexos 
estapedianos, achados de neuroimagem (por 
exemplo, distúrbios corticais, calcificações, 
ventriculomegalia), artrogripose (por exemplo, 
contraturas articulares congênitas), baixo peso ao 
nascer para a idade gestacional, irritabilidade, disfagia 
e dificuldades de alimentação. 
Diagnóstico: 
O diagnóstico da infecção pelo vírus da Zika é baseado 
na suspeita clínica juntamente com testes moleculares 
e, em algumas circunstâncias, testes sorológicos. 
Suspeitar fortemente de pacientes que apresentem 
febre, exantema maculopapular (em alguns casos 
morbiliforme), artralgia/mialgia e conjuntivite no 
contexto epidemiológico correto (ou seja, residência 
em/retorno de uma área onde haja surto ou 
possibilidade de transmissão). A abordagem 
diagnóstica é diferente em mulheres gestantes e não 
gestantes. 
O diagnóstico pode ser confirmado com testes 
moleculares, que incluem reação em cadeia da 
polimerase via transcriptase reversa (RT-PCR) para 
RNA viral. Testes sorológicos, que incluem ensaio de 
imunoadsorção enzimática (ELISA) para 
imunoglobulina M (IgM) associado a teste de 
neutralização por redução de placa (PRNT) para 
anticorpos contra o vírus da Zika, podem ser 
recomendados em algumas circunstâncias. As 
amostras adequadas incluem soro, plasma, sangue 
total e urina. 
Exame Resultado 
RT-PCR Positivo para o acido 
ribonucleico (RNA) do 
vírus da Zika 
Sorologia Positiva para anticorpos 
contra o vírus da Zika; 
PRNT ≥10 
Ultrassonografia pré-
natal 
Pode mostrar 
microcefalia, 
calcificações 
intracranianas ou 
anormalidades no 
cérebro/olho 
Amniocentese Positivo para o RNA do 
vírus da Zika 
Testes para a síndrome 
de Guillain-Barré 
Lentificação das 
velocidades de condução 
nervosa; proteína do 
líquido cefalorraquidiano 
(LCR) elevada 
A ultrassonografia pré-natal e a amniocentese podem 
ser recomendadas em algumas gestantes. Medição 
do perímetro cefálico, tomografia 
computadorizada/ressonância nuclear magnética de 
crânio, ultrassonografia craniana, teste de audição, 
rastreamento oftalmológico e exame neurológico 
podem ser recomendados em lactentes com suspeita 
de síndrome congênita do vírus da Zika. 
Estudos de condução nervosa/eletromiografia e 
exames do líquido cefalorraquidiano (LCR) devem ser 
realizados nos pacientes com suspeita de síndrome de 
Guillain-Barré (SGB), se disponíveis. 
Fatores de riscos, fortes são: residência/retorno de 
viagem a área endêmica, picadas de mosquito em 
área endêmica, contato sexual desprotegido com um 
individuo infectado. 
OMS: 
Caso suspeito: Uma pessoa se apresenta com erupção 
cutânea e/ou febre e pelo menos um dos sinais ou 
sintomas a seguir: 
• Artralgia 
• Artrite 
• Conjuntivite (não purulenta/hiperêmica). 
Caso provável: Um caso suspeito com a presença de 
anticorpos IgM contra o vírus da Zika e sem evidência 
de infecção por outros flavivírus, associado a um 
vínculo epidemiológico (ou seja, contato com um caso 
confirmado ou história de residência/retorno de 
viagem a uma área com transmissão local do vírus da 
Zika nas 2 semanas anteriores ao início dos sintomas). 
Caso confirmado: Uma pessoa com confirmação 
laboratorial de infecção recente pelo vírus da Zika: 
• Presença do ácido ribonucleico (RNA) do vírus 
da Zika ou do antígeno no soro ou em outras 
amostras (como saliva, tecidos, urina, sangue 
total) 
• A pesquisa de anticorpos IgM contra o vírus 
da Zika é positiva e o teste de neutralização 
por redução de placas (PRNT) para vírus da 
Zika tem título ≥20 e razão de título de PRNT 
do vírus da Zika ≥4 em comparação com 
outros flavivírus. 
Tratamento: 
O tratamento da infecção sintomática geralmente é 
de suporte, pois não está disponível nenhum 
tratamento antiviral específico. 
Por conta da distribuição geográfica e dos sintomas 
semelhantes, pacientes com suspeita de infecção pelo 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
10 
 
vírus da Zika também devem ser avaliados e tratados 
quanto a uma possível infecção pelo vírus da dengue 
ou da chikungunya. 
Também é importante descartar outras infeções 
sérias, mas potencialmente tratáveis (por exemplo, 
malária, leptospirose, febre amarela, vírus do Nilo 
Ocidental). 
Terapias de suporte: Incluem repouso, reposição 
hídrica e uso de analgésicos e/ou antipiréticos (por 
exemplo, paracetamol). Aspirina e outros anti-
inflamatórios não esteroidais (AINEs) devem ser 
evitados até que a infecção pelo vírus da dengue seja 
descartada, a fim de reduzir o risco de hemorragia. 
Pode-se usar loção de calamina topicamente para 
tratar o prurido associado à erupção cutânea. 
Síndrome congênita do vírus Zika: Não há tratamento 
específico e o manejo depende do indivíduo e da 
presença de sintomas específicos e problemas do 
neurodesenvolvimento (como convulsões, deficiência 
intelectual, paralisia cerebral, problemas de 
audição/visão). Deve-se iniciar terapias de suporte. A 
criança deve iniciar a reabilitação o quanto antes. Esse 
processo de reabilitação deve incluir suporte 
multidisciplinar com fisioterapeuta, fonoaudiólogo e 
terapeuta ocupacional. Recomenda-se uma 
abordagem coordenada, com apoio psicossocial 
contínuo para famílias e cuidadores. 
A amamentação, de acordo com as diretrizes normais 
de alimentação infantil, ainda é recomendada em 
mulheres com infecção suspeita, provável ou 
confirmada, ou aquelas que residem ou viajaram para 
áreas de transmissão contínua. A transmissão através 
do leite materno é apenas uma preocupação teórica 
neste momento e os benefícios da amamentação 
superam o risco de transmissão. 
Síndrome de Guillain-Barré: Existem poucos dados 
relacionados ao tratamento da síndrome de Guillain-
Barré (SGB) no contexto de infecção pelo vírus da 
Zika. Todos os pacientes devem ser hospitalizados e 
monitorados rigorosamente durante pelo menos 5 
dias ou até estarem clinicamente estáveis. 
 
 
 
 
 
Entender Chikungunya; 
Fisiopatologia: 
Após um período de incubação de cerca de 2 a 4 dias 
(intervalo totalde 1-12 dias), os sintomas da fase 
aguda se seguem. As manifestações clínicas estão 
correlacionadas a uma alta carga viral que pode 
chegar a 10⁸ partículas virais/ mL de sangue e a uma 
alta concentração de interferonas do tipo I e outras 
citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias. 
O vírus infecta fibroblastos e outras células via 
endocitose. O ácido ribonucleico (RNA) de fita simples 
é liberado no citoplasma das células infectadas e 
transformado em RNA de fita dupla (dsRNA) usando 
uma replicase e uma RNA polimerase viral. Esse 
dsRNA tem a capacidade de interagir com vários 
receptores do tipo Toll (3, 7 e 8) moléculas de 
superfície, presentes nas células de defesa do 
hospedeiro, responsáveis pelo reconhecimento de 
estruturas microbianas e na geração de sinais que 
levam à produção de citocinas proinflamatórias 
essenciais para a ativação das respostas imunes 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
11 
 
inatas, estão presentes em células endoteliais, 
macrófagos, neutrófilos, linfócitos B, além de outros 
grupos celulares e o receptor do tipo gene I induzível 
por ácido retinóico (RIG-I). 
O inflamassoma resultante causa a liberação de 
interferonas do tipo I. A resposta inflamatória inata 
inicial é seguida, 1 semana mais tarde, por imunidade 
adaptativa com respostas mediadas por anticorpos e 
células T. Essa resposta coincide com a infiltração de 
células imunes nas articulações infectadas e nos 
tecidos adjacentes. 
A maioria dos casos remite após a fase inicial; no 
entanto, um subgrupo de pacientes pode desenvolver 
doença crônica com artrite e artralgias. Especula-se 
que seja consequência de infecção inicial maciça de 
monócitos/macrófagos que acabam migrando para os 
tecidos sinoviais e causam infecção viral crônica e 
desencadeamento contínuo da resposta inflamatória. 
Quadro Clínico: 
O período de incubação varia entre 1 e 12 dias, mas a 
maioria dos casos se apresenta 2 a 4 dias após a 
picada do mosquito. A apresentação geralmente é 
abrupta, com febre alta e calafrios. Às vezes, os 
pacientes não apresentam febre. Nesses casos, em 
geral relata-se artralgia proeminente. 
Junto com a febre alta (>38.5 °C), a poliartrite é a 
manifestação mais comum da infecção. Qualquer 
articulação pode ser afetada, mas as articulações 
periféricas distais são mais comumente afetadas que 
o esqueleto axial. As articulações distais são mais 
comumente afetadas: tornozelos, punhos, pés e 
mãos. O envolvimento em geral é simétrico e pode ser 
debilitante e impedir a deambulação. As articulações 
afetadas podem estar doloridas ou ter sinais 
proeminentes de inflamação, incluindo edema, calor e 
rubor. 
A dor pode estar associada a rigidez matinal e 
melhorar com atividades modestas, mas piorar com 
movimentos agressivos. Dorsalgia e cefaleia podem 
afetar até dois terços dos pacientes. Alguns pacientes 
podem apresentar dor neuropática. 
A maioria dos pacientes se recupera sem sequelas; no 
entanto, um subgrupo de pacientes desenvolve artrite 
ou artralgias recorrentes ou persistentes, muitas 
vezes associadas a rigidez matinal. Essas 
manifestações podem durar de meses a anos. Às 
vezes os pacientes atendem aos critérios do American 
College of Rheumatology para artrite reumatoide. 
Incluindo a presença de alterações erosivas nas 
articulações e fator reumatoide positivo. 
 
Poliartrite aguda com aspecto de dedos em salsicha durante a fase 
aguda, e após a resolução 
A erupção cutânea é maculopapular, não pruriginosa 
e de distribuição global, mas afeta com mais 
frequência os membros, e só ocasionalmente é 
pruriginosa. 
Descreve-se também eritodermia difusa. Outras 
apresentações, como lesões vesiculares e purpúreas, 
também são descritas, mas com menor frequência. 
Hiperpigmentação centro facial e úlceras nas dobras 
cutâneas também podem estar presentes. É comum 
haver prurido. Edema facial e dos membros também 
foram descritos. 
Lesões intertriginosas, perigenitais e perianais bem 
demarcadas, descamação cutânea, especialmente das 
palmas das mãos e solas dos pés, e úlceras aftosas 
orais também são frequentes. 
 
Erupção cutânea morbiliforme difusa durante a fase aguda da 
doença 
 
Hiperemia ou eritrodermia difusa durante a fase aguda da doença 
Diagnóstico: 
A suspeita clínica em um paciente com sintomas 
sugestivos e possível exposição a picadas do mosquito 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
12 
 
é essencial para o diagnóstico. A confirmação 
geralmente se baseia em testes sorológicos para 
detecção de anticorpos. É importante diferenciar da 
infecção pelos vírus da dengue e da Zika, pois a 
apresentação é semelhante, embora a coinfecção seja 
possível. 
Exames laboratoriais de rotina: Os pacientes podem 
desenvolver linfopenia, trombocitopenia, 
transaminite e hipocalcemia. Os exames iniciais 
podem incluir hemograma completo com diferencial, 
testes da função hepática, perfil metabólico básico, 
velocidade de hemossedimentação e proteína C-
reativa. No entanto, os resultados dos testes iniciais 
são inespecíficos e não ajudam a estreitar o 
diagnóstico diferencial. 
O diagnóstico laboratorial geralmente ocorre por 
detecção de anticorpos séricos; no entanto, detecção 
de ácido nucleico viral ou culturas também podem ser 
usadas. 
Nos EUA e na Europa, o método mais comum de 
diagnóstico confirmatório é por detecção de 
imunoglobulina M (IgM) por ensaio de imunoadsorção 
enzimática (ELISA) ou ensaios de imunofluorescência. 
Os anticorpos IgM são detectáveis após o quarto dia 
de infecção e desaparecem depois de cerca de 3 
meses. 
A reação em cadeia da polimerase via transcriptase 
reversa (RT-PCR) em tempo real pode detectar o vírus 
com mais rapidez que as amostras sorológicas (a 
viremia é muito proeminente quando aparecem os 
sintomas). O teste é confiável, totalmente 
automatizado e pode quantificar a carga viral; no 
entanto, é mais caro e menos comumente disponível. 
Exames Resultados 
Hemograma leucopenia, linfopenia, 
trombocitopenia 
Velocidade de 
hemossedimentação 
Elevado 
Proteína C-reativa Elevado 
Perfil metabólico básico - 
Avalia o volume e o 
estado eletrolítico 
Eletrólitos e/ou 
creatinina podem refletir 
a depleção de volume 
teste molecular detecção de material 
genético do vírus da 
Chikungunya 
 
Criterios para definição de caso: 
• Critérios clínicos: início agudo de febre >38.5 
°C e artralgia/artrite graves não explicadas por 
outras doenças. 
• Critérios epidemiológicos: residir ou visitar 
áreas epidêmicas, relatar transmissão nos 15 
dias anteriores ao início dos sintomas. 
• Critérios laboratoriais: pelo menos um dos 
testes a seguir na fase aguda: 
o Isolamento viral 
o Presença de ácido ribonucleico (RNA) 
viral por reação em cadeia da 
polimerase via transcriptase reversa 
(RT-PCR) 
o Presença de anticorpos IgM 
(imunoglobulina M) específicos contra 
o vírus em uma amostra única de soro 
coletada no estágio agudo ou 
convalescente 
• Aumento de quatro vezes nos valores de IgG 
em amostras coletadas com pelo menos 3 
semanas de intervalo. 
Possível caso: paciente que preenche os critérios 
clínicos. 
Caso provável: paciente que preenche os critérios 
clínicos e epidemiológicos. 
Caso confirmado: paciente que preenche os critérios 
laboratoriais, independentemente do quadro clínico. 
 
Tratamento: 
Não há tratamento antiviral específico. O manejo é 
basicamente de apoio. A maioria das pessoas pode ser 
tratada ambulatorialmente. 
 
Tratamento não farmacológico durante a fase aguda: 
Os pacientes terão demandas metabólicas mais 
elevadas durante a doença. É necessário garantir 
hidratação e nutrição adequadas. Os pacientes podem 
precisar afastar-se por um tempo do trabalho ou 
restringir-se a atividades menos vigorosas, 
dependendo das condições clínicas. Deve-se evitar 
movimentaçãoexcessiva das articulações 
agudamente inflamadas; no entanto, não se indica 
imobilização rigorosa. O repouso relativo com 
mobilização passiva das articulações e o incentivo de 
contrações musculares isométricas podem ser úteis. 
Fisioterapia e terapia ocupacional podem ser 
indicadas durante a fase de recuperação. A aplicação 
de compressas mornas ou frias e banhos com água 
morna ou fria podem proporcionar alívio dos sintomas 
articulares. 
 
Terapia farmacológica na fase aguda: Paracetamol é o 
tratamento de primeira escolha para manejo de febre 
Febre, Inflamação e Infecção | P5 Mt3 Pr2 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
13 
 
e dor na fase aguda. Deve-se ter cuidado com 
pacientes com doença hepática (inclusive usuários de 
álcool). Aspirina e anti-inflamatórios não esteroidais 
(AINEs) devem ser usados com cuidado nas semanas 
iniciais da doença, e somente após outras infecções 
terem sido descartadas. Esses medicamentos podem 
agravar manifestações hemorrágicas (incomuns em 
pacientes com infecção pelo vírus da chikungunya, 
mas preocupantes em pacientes que podem ter 
coinfecção com dengue). 
 
Nenhum AINE é especificamente recomendado. 
Sempre que um AINE for escolhido, sua eficácia 
deverá ser reavaliada em 7 a 10 dias e outro agente 
deverá ser tentado na ausência de resposta à escolha 
inicial. O tratamento não deve exceder 3 a 4 semanas. 
AINEs e aspirina não devem ser administrados a 
gestantes. 
 
Tramadol e analgésicos opioides (por exemplo, 
hidrocodona, oxicodona, morfina) podem ser 
considerados em determinados casos, quando a dor 
não responder aos AINEs. A morfina deve ser 
reservada para pacientes com dor muito intensa. Os 
opioides devem ser usados pelo menor período 
possível, reduzindo-se rapidamente, e substituídos 
por um AINE ou pelo paracetamol. Um componente 
neuropático, indica-se amitriptilina ou gabapentina. 
 
A única indicação de uso agudo de corticosteroides no 
início da evolução da infecção é comprometimento 
neurológico progressivo (por exemplo, encefalopatia, 
uveíte, neurite óptica encefalomielite desmielinizante 
aguda ou neuropatia). O uso de corticosteroides para 
o controle da artrite ou de outros sintomas 
reumatológicos no início da doença pode estar 
associado à recorrência dos sintomas. Em pacientes 
com manifestações poliarticulares que persistem por 
mais de 3 a 4 semanas e não reagem a AINEs, é 
razoável realizar uma tentativa com corticosteroides. 
 
Terapia farmacológica na fase crônica: Em pacientes 
que desenvolvem sintomas que lembram artrite 
reumatoide pelo menos 12 semanas após o início da 
doença, são indicados medicamentos antirreumáticos 
modificadores de doença (MARMDs), particularmente 
em pacientes com anticorpos antipeptídeos 
citrulinados cíclicos (anti-CCP) positivos são proteínas 
produzidas pelo sistema imune em resposta a uma 
ameaça percebida a partir da citrulina. O MARMD de 
escolha é a hidroxicloroquina. O metotrexato é uma 
opção de segunda linha. Opções alternativas incluem 
monoterapia com leflunomida e sulfassalazina. 
 
Pacientes com sintomas que lembram 
espondiloartropatia 12 ou mais semanas após o início 
da doença devem ser tratados preferencialmente com 
AINEs. 
 
Para pacientes com poliartrite indiferenciada 
(inflamação de múltiplas articulações que não se 
assemelha a artrite reumatoide nem 
espondiloartropatia) 12 ou mais semanas após o início 
da doença, AINEs também são a primeira opção de 
terapia, seguidos por corticosteroides. 
 
 
 
PROVA DE LAÇO: 
Exame rápido que auxilia a triagem de pacientes em 
casos de suspeita de arbovírus, como os da dengue, 
Zika Virus, chikungunya, a Prova do Laço é um dos 
métodos utilizados não apenas para se ter um 
indicativo (diagnóstico) dessas doenças, mas também 
para se avaliar as condições de saúde dos pacientes, 
orientando o melhor tipo de tratamento a ser 
realizado. O procedimento deve ser aplicado em 
pessoas com suspeita clínica das doenças e que 
apresentem sinais de fragilidade muscular. Também 
conhecido como Prova do Torniquete ou Teste de 
Fragilidade Capilar, a prova faz parte das 
recomendações da Organização Mundial da Saúde 
para o diagnóstico. 
De natureza simples, o exame consiste em se fazer a 
medição da pressão arterial insuflando o manguito do 
aferidor de pressão até ao valor médio entre a 
pressão máxima e a mínima. Em seguida, desenha-se 
um quadrado no antebraço da pessoa. O resultado do 
teste é considerado positivo se houver 20 ou mais 
petéquias (os pontinhos vermelhos) em adultos e 10 
ou mais em crianças, considerando assim suspeita de 
dengue. 
 
 
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Referências: 
 
Infectologia – Bases clínicas e tratamento. Reinaldo 
Salomão 
 
Dengue: Aspectos Epidemiológicos, Diagnóstico e 
Tratamento - Ministério da Saúde. 2002 
 
BMJ Best Practice – Infecção pelo vírus da Zika 
 
https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/prova-
do-laco-dengue/ 
 
https://ojs.iec.gov.br/index.php/rpas/article/view/59
0/417#toc 
 
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edic
oes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-
no34#:~:text=(Figura%204).-
,Quando%20comparado%20com%20o%20ano%20de
%202021%2C%20ocorreu%20um%20aumento,casos%
2F100%20mil%20hab.) 
 
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes
/1615/dengue.htm 
 
 
 
 
 
https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/prova-do-laco-dengue/
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https://ojs.iec.gov.br/index.php/rpas/article/view/590/417#toc
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https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no34#:~:text=(Figura%204).-,Quando%20comparado%20com%20o%20ano%20de%202021%2C%20ocorreu%20um%20aumento,casos%2F100%20mil%20hab
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no34#:~:text=(Figura%204).-,Quando%20comparado%20com%20o%20ano%20de%202021%2C%20ocorreu%20um%20aumento,casos%2F100%20mil%20hab
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no34#:~:text=(Figura%204).-,Quando%20comparado%20com%20o%20ano%20de%202021%2C%20ocorreu%20um%20aumento,casos%2F100%20mil%20hab
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https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1615/dengue.htm
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