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Cartilha-APP-Floresta

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ÁREAS DE 
PRESERVAÇÃO 
PERMANENTE 
(APP) 
A cartilha de floresta 
apresenta curiosidades e 
explicações a respeito das 
Áreas de Preservação 
Permanente. 
 
 
 
Novembro de 2022 
Cartilha nº1 
 
 
Área de Preservação Permanente 
e sua importância 
As florestas são diretamente responsáveis pela 
preservação da biodiversidade, conservação do solo e 
também pela produção e qualidade da água, portanto é de 
extrema importância sua preservação a fim de garantir a 
manutenção da vida na Terra. 
No Brasil alguns mecanismos de proteção foram 
estabelecidos em legislação específica, sendo o caso da Lei 
Florestal (antigo “Código Florestal”), atual Lei Vigente 
12.651/2012. Essa lei define as Áreas de Preservação 
Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) para todas as 
propriedades, públicas e privadas no país. 
Segundo a Lei 12651/2012, APP são áreas “cobertas ou não 
por vegetação nativa, e possuem a função ambiental de preservar 
os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a 
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e 
assegurar o bem-estar das populações humanas”. 
 
 
 
 
 
A Lei Florestal Brasileira 
 
No Brasil, a percepção da necessidade de se proteger áreas 
específicas, que sejam representativas dos ecossistemas 
naturais surge desde a criação do primeiro Código Florestal em 
1934. O referido Código manifestava algumas características 
preservacionistas e se apresentava de forma bastante 
conservacionista na época. Embora dispostos na legislação, a 
proteção e conservação dessas áreas não ocorriam de forma 
satisfatória, e continuavam sendo entregues a exploração 
humana. 
Dessa forma ocorre a edição e aperfeiçoamento da lei, 
tornando vigente o Código Florestal de 1965. O mesmo 
passa a limitar a utilização da propriedade rural por seus 
proprietários e qualifica as florestas em território nacional 
como bens de interesse comum a todo o povo brasileiro. 
Na década de 1980 por meio de uma medida provisória, a 
extensão das áreas de preservação permanente hídricas 
foram alteradas, passando de 5 para 30 metros em cursos d 
´água com largura inferior a 10 metros. Tal atitude se baseou 
em estudos realizados após a ocorrência de grandes 
enchentes no estado de Santa Catarina, os levantamentos 
apontavam que os danos econômicos poderiam ser menores 
caso as faixas de APPs fossem maiores. 
 
 
Entre outros motivos, inclusive pela existência de 
ambiguidades de interpretação, o chamado Novo Código 
Florestal é publicado pela Lei nº 12.651 em 25 de maio de 
2012, revogando a lei de 1965 (Antigo Código Florestal). 
 
A Nova Lei Florestal dispõe sobre a proteção da 
vegetação nativa, tratando especificamente em seu capitulo 
II sobre as áreas de preservação permanente (APP). Logo 
determina que 
 
“a vegetação situada em Área de Preservação Permanente 
deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou 
ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica”. 
 
Assim sendo, a intervenção ou a supressão de vegetação 
nativa será permitida somente nas hipóteses de utilidade 
pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental 
previsto na Lei. Sendo permitido o acesso de pessoas e 
animais para obtenção de água e para realização de 
atividades de baixo impacto ambiental. 
 
 
 
 
 
Como são classificadas as Áreas de 
Preservação Permanente? 
De acordo com o Código Florestal considera-se como 
Áreas de Preservação Permanente, sejam em zonas rurais 
ou urbanas: 
I - "as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e 
intermitente, excluídos os efêmeros, conforme medidas descritas 
na imagem a seguir" 
 
Fonte: Instituto Eco Brasil 
 
II - "as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, conforme 
descrito a seguir" 
Fonte: Instituto Estadual do Ambiente (INEA) 
III - "as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, 
decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água 
naturais, na faixa definida na licença ambiental do 
empreendimento" 
 
IV - "as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, 
no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros" 
 
• Nascente: Afloramento Natural do lençal freático que apresenta 
perenidade e dá incício a um curso d’água 
• Olho d’água: Afloramento natural do lençol freático mesmo que 
intermitente. 
 
Fonte: Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) 
 
V - "as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, 
equivalente a 100% na linha de maior declive" 
 
VI - "as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de 
mangues" 
 
 
VII - "o topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura 
mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25º " 
 
 
Fonte: Eco Brasil 
 
 
VIII - "as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) 
metros, qualquer que seja a vegetação" 
 
Fonte: Eco Brasil 
 
 
IX - "a faixa marginal de veredas, com largura mínima de 50 
(cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e 
encharcado" 
 
Fonte: Eco Brasil 
As veredas são comunidades vegetais que ocorrem em 
áreas de nascentes na região do Brasil Central, tendo em 
sua periferia o cerrado (sentido amplo) (Eiten 1983, 
1994). Estes ambientes são caracterizados 
principalmente, pela presença da palmeira Mauritia 
flexuosa L.f. (buriti) que ocorre, em geral, na parte mais 
alagada da vereda. A maior parte dessa comunidade é 
ocupada por uma densa vegetação herbácea, 
principalmente por espécies das famílias Cyperaceae, 
Eriocaulaceae e Poaceae e por um estrato arbustivo e 
subarbustivo de Melastomataceae e Rubiaceae. 
 
Áreas Rurais Consolidadas em Áreas de 
Preservação Permanente 
Com objetivo de resolver conflitos diante da transição 
entre as legislações de 1965 e 2012, com a aprovação da nova 
Lei Florestal, foram definidas as Áreas Rurais Consolidadas, 
beneficiando principalmente as pequenas propriedades e 
aquelas em que a legislação da época permitia exploração. 
 
A Lei Florestal define Área Rural Consolidada como “área de 
imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 
2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, 
admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio”. 
 
Com isso, as APPs de uso consolidado, podem em alguns 
casos (propriedades até 4 módulos fiscais) manter atividades 
econômicas em parte da área, mas recomenda-se pela lei a 
necessidade de manejo e gestão diferenciados, tendo que 
obedecer a critérios técnicos de conservação de solo e água 
contidos nos Programas de Regularização Ambiental (PRA) 
de cada estado federativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importância das APPs para os 
recursos hídricos 
Desde a década de 30 e 60 com a criação das APPs, o 
conceito dessas áreas é intimamente ligado aos recursos 
hídricos. A vegetação presente em áreas ambientalmente 
importantes, como nas faixas marginais de rios e nascentes 
desempenha um importante papel na proteção e manutenção 
dos recursos hídricos, levando a melhoria da qualidade e do 
volume de água produzido pela bacia hidrográfica. 
A cobertura florestal possui grande influencia sobre 
diversos processos que afetam diretamente os recursos 
hídricos, entre eles a erosão do solo, o assoreamento e 
poluição dos cursos d’água. A vegetação é responsável pela 
interceptação das chuvas, proporcionando maiores taxas de 
infiltração de água no solo e menor escoamento superficial. 
Isso reduz o carreamento de partículas do solo e 
consequentemente a ocorrência e magnitude dos processos 
citados acima. A manutenção do regime de infiltração de água 
no solo contribui para a recarga dos aquíferos, assim como 
diminui a ocorrência de eventos extremos como inundações 
e enchentes. 
 
 
 
Referências bibliográficas 
(1) Anhaia, J. Preservar florestas é sinônimo de proteger a vida. 
EcoDebate, 26 de mar. de 2012. Disponível em: 
<https://www.ecodebate.com.br/2012/03/26/preservar-florestas-e-sinonimo-de-proteger-a-vida-artigo-de-julio-cesar-rech-anhaia/>. 
Acesso em 21 de jun. de 2020. 
 
(2) BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Disponível em:
 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 
2014/2012/lei/L12651compilado.htm>. Acesso em 17 jun. 2020. 
 
(3) BORGES, L. A. C. et al. Áreas de preservação permanente na 
legislação ambiental brasileira. Ciência Rural, v. 41, n.7, p. 1202-1210, 
2011. 
 
4) Ministério do Meio Ambiente. Áreas de Preservação Permanente e 
Unidades de Conservação X Áreas de Risco. Brasília: MMA, 2011. 96p. 
 
(5) Senado amplia pagamento por serviços ambientais. Disponível em: 
<https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/codigo- 
florestal/temas-polemicos-acordos-fechados-aprovacao-codigo- 
florestal/senado-amplia-pagamento-por-servicos-ambientais.aspx>. 
Acesso em 17 jun. 2020. 
 
(6) Mendes, P. Áreas consolidadas e mal compreendidas. Scot 
Consultoria, 8 de mar. de 2019. Disponível em: 
<https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/artigos/50234/areas- 
consolidadas-e-mal-compreendidas.htm>. Acesso em 23 de jun. de 2020. 
 
(7) EMBRAPA. Áreas Rurais consolidadas em APP. Disponível 
em: <https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo- 
florestal/area-de-preservacao-permanente/areas-rurais-consolidadas- 
em-app>. Acesso em 23 de jun. de 2020. 
 
(8) SKORUPA, L. A. Áreas de Preservação Permanente e 
Desenvolvimento Sustentável. Jaguariúna, dezembro de 2003. 
http://www.ecodebate.com.br/2012/03/26/preservar-florestas-e-
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http://www.scotconsultoria.com.br/noticias/artigos/50234/areas-
http://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-
(9) Pensamento Verde. A diferença entre área de preservação 
permanente (APP) e reserva legal. Pensamento Verde, 19 de jan. de 2014. 
Disponível em: < https://www.pensamentoverde.com.br/meio- 
ambiente/diferenca-area-preservacao-permanente-app-reserva-legal/>. 
Acesso em 17 de jun. de 2020. 
 
Imagens 
 
Canva. Título de pesquisa em galeria: Rios. 
 
Água do Rio das Flores. Disponível em: < 
http://www.inea.rj.gov.br/cs/idcplg? 
IdcService=SS_QD_GET_RENDITION&coreContentOnly=1&dDocNam 
e=INEA_INTER_DF_ABA_PROJ_RIO_FLO&dID=>. Acesso em 19 de jun. 
de 2020. 
 
O que são Áreas de Preservação Permanente? Disponível em: 
<https://www.ufsm.br/pro-reitorias/proinfra/uma/o-que-sao-areas-de- 
preservacao-permanente/>. Acesso em 19 de jun. de 2020. 
http://www.pensamentoverde.com.br/meio-
http://www.inea.rj.gov.br/cs/idcplg
http://www.ufsm.br/pro-reitorias/proinfra/uma/o-que-sao-areas-de-

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