Buscar

AULA 16 - PENAL III

Prévia do material em texto

AULA 16 – EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE (CONT.) E REABILITAÇÃO
1. A renúncia do direito de queixa:
Art. 107 – CP: Extingue-se a punibilidade:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
	RENÚNCIA DO DIREITO DE QUEIXA
	PERDÃO DO OFENDIDO
	Somente para crimes de ação penal privada.
O ofendido (vítima) abre mão do direito de ingressar com ação penal privada (“queixa-crime”) contra alguém. 
Ainda não existe ação penal. 
Ato unilateral: independe da vontade do ofensor.
Ato expresso ou tácito (prática de ato incompatível com a vontade condenatória).
	Somente para crimes de ação penal privada.
O ofendido (vítima) abre mão do direito de prosseguir com ação penal privada (“queixa-crime”) já ajuizada contra alguém. 
No curso da ação penal.
Ato bilateral: perdão aceito = depende da aceitação do querelado/processado. 
Ato expresso ou tácito (prática de ato incompatível com a vontade condenatória).
Art. 105 – CP: O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Somente em ação penal privada.
Art. 106 – CP: O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;   
Querelante é quem ajuíza a queixa (vítima) x querelado é quem foi acusado (réu).
Ex: A sofre difamação praticada por B e C. Ao ajuizar a queixa, A somente acusa B, mesmo conhecendo a coautoria. Portanto, significa que houve uma renúncia tácita ao direito de queixa contra C. Isso irá gerar um “perdão tácito” em favor também de B, pois não se pode escolher contra quem se ajuíza a queixa nas hipóteses de coautoria conhecida.
Ex: A sofre difamação praticada por B e C. Ajuíza queixa contra ambos, mas perdoa B ao longo da ação penal. Houve um perdão (expresso ou tácito) em favor de B, e tal fato importará um perdão tácito em favor de C, pois não se pode escolher contra quem se ajuíza a queixa nas hipóteses de coautoria conhecida. 
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;   
III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
Ofendidos recebem o nome de querelante.
Ex: A e B sofrem difamação praticada por C. A resolve renunciar ou perdoar em favor do agressor, C. Tal fato não irá impedir que B ajuíze uma queixa crime contra o agressor.
Consoante o inciso III, o perdão é um ato bilateral, dependendo da aceitação do querelado (ofensor). 
2. Suspensão condicional da pena: 
Previsão legal: art. 77 e ss. do CP.
Conceito: Medida de política criminal, constituindo forma alternativa de cumprimento da pena privativa de liberdade, que fica suspensa, durante determinado período (“período de prova = período no curso do qual haverá a suspensão da pena), enquanto o condenado cumpre as condições estabelecidas pelo juiz em liberdade (após cumpridas todas as condições e vencido todo o período de prova sem que ocorra a revogação do benefício, será declarada extinta a pena). 
Só caberá a SURSIS quando não for cabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena privativa de direitos, uma vez que essa substituição é mais benéfica em comparação ao SURSIS. 
	PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
	SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
	Condenação a pena privativa de liberdade por um tempo “x” substituição da pena “x” (privativa de liberdade) por tempo equivalente de pena restritiva de direitos.
O sujeito, aqui, cumpre pena. 
No caso de descumprimento injustificado, a PPD se converte em PPL (saldo mínimo de 30 dias). 
Cumprida toda a PPD, será declarada extinta a punibilidade. 
O tempo da restritiva jamais poderá ser maior que o da pena privativa de liberdade substituída. 
	Condenação à pena privativa de liberdade por tempo “x” A execução da pena ficará suspensa e, no curso da suspensão, o agente cumprirá as condições fixadas em lei (condições legais) ou pelo juiz (condições judiciais).
OBS: Não cabe substituição por restritiva, mas atende aos requisitos do SURSIS. 
No caso de descumprimento injustificado, toda a pena que estava suspensa será integralmente executada, sem abatimentos. 
Cumpridas as condições sem que haja revogação do benefício pelo descumprimento injustificado ou por motivo definido em lei (existem outras situações que ensejam revogação), ocorrerá a extinção da pena.
O período da suspensão condicional (“período de prova”) sempre será igual ou maior ao tempo da privativa de liberdade cuja execução se suspenderá. 
 
Art. 77 – CP: A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. 
§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 78 – CP: Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). 
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) proibição de freqüentar determinados lugares; 
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; 
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 
O parágrafo 2º se refere ao SURSIS especial devido à reparação do dano. 
Art. 82 – CP: Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
É importante ler o texto da lei pois é a forma pela qual esse assunto é cobrado. 
3. O livramento condicional da pena:
	SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
	LIVRAMENTO CONDICIONAL DA PENA
	Medida de política criminal como forma alternativa de cumprimento da pena privativa de liberdade, que fica suspensa durante determinado período, enquanto o condenado cumpre em liberdade as condições.
SURSIS: Aplicado após a execução da pena privativa de liberdade ser suspensa (isto é, a execução da pena sequer foi iniciada). 
Cumprida as condições, sem que tenha sido revogado o benefício, considera-se extinta a pena. 
	É uma medida de política criminal, proporcionando a antecipação da liberdade a quem esteja cumprindo pena privativa de liberdade, desde que preencha os requisitos legais. 
Livramento aplicado no curso da execução da pena privativa de liberdade, antecipando o momento da soltura. 
Cumprida as condições, sem que tenha sido revogado o benefício, considera-se extinta a pena. 
Art. 83 – CP: O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:          (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;         (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - comprovado:             (Redaçãodada pela Lei nº 13.964, de 2019)
        a) bom comportamento durante a execução da pena;             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
        b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
        c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;            (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.             (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.
Soma de penas
Art. 84 – CP: As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento.         (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Especificações das condições
Art. 85 – CP: A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.         (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Revogação do livramento
Art. 86 – CP: Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Revogação facultativa
Art. 87 – CP: O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Efeitos da revogação
Art. 88 – CP: Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Extinção
Art. 89 – CP: O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 90 – CP: Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
4. Efeitos da condenação: 
	EFEITOS PENAIS
	EFEITOS EXTRAPENAIS
	Ex: Gerar reincidência, gerar maus antecedentes, impedir a substituição por pena restritiva, etc.
	Arts. 91 e 92, CP – ex: obrigação de indenizar o dano, perda de bens, perda de cargo público, etc.
· Efeitos extrapenais genéricos (art. 91, CP): Automáticos, independem de requerimento;
· Específicos (art. 92, CP): Não são automáticos, dependem de requerimento; 
Art. 91 – CP: São efeitos da condenação:         (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;      
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:         
        a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
        b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
Ex: A arma usada para atirar (“a), uma droga plantada (“b”), o dinheiro proveniente da droga (“b”), etc. 
§ 1o  Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior.          (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2o  Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda.          (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 91-A – CP: Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito.             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Daniela Portugal considera o dispositivo acima inconstitucional, uma vez que inverte o ônus da prova, desincumbindo o MP de provar que a disparidade entre a renda líquida do sujeito e o patrimônio acumulado é proveniente de ato ilícito. O réu que deve provar a origem lícita do seu patrimônio. 
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens:             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal.             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio.             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada.             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes.             (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Os dispositivos supratranscritos foram acrescentados posteriormente. 
Art. 92 – CP: São também efeitos da condenação:        (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
       I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:         (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
        a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;         (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
        b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.         (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado;          (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)
        III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.           (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - Os efeitosde que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
5. Reabilitação (art. 93 e ss – CP):
Significa assegurar ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. 
Art. 93 – CP: A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo.  
Art. 94 – CP: A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado:   
        I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;   
        II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado;   
        III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.   
        Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.   
Art. 95 – CP: A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.  
6. Medida de segurança:
Conceito: Consequência jurídica aplicável a inimputáveis por ausência de higidez mental que tenham praticado fato típico e ilícito. 
Sentença que aplica medida de segurança: sentença absolutória imprópria – absolutória porque não há crime, dada a ausência de imputabilidade penal (elemento da culpabilidade) e imprópria, uma vez que não põe o sujeito em liberdade plena. 
OBS: Caso quaisquer outros elementos do crime estejam ausentes para além da imputabilidade, o juiz deverá absolver o agente (“sentença absolutória própria”, colocando-o em liberdade, sem necessidade cumprimento de MS). Ex: Esquizofrênico que mata alguém em legítima defesa real e proporcional.
Espécies de medida de segurança:
· Internação em hospital de custódia: É a regra geral prevista no CP (alvo de críticas – luta antimanicomial) – o agente fica internado e, portanto, privado de liberdade;
· Tratamento ambulatorial: Exceção, pois somente é admitido nas hipóteses em que a conduta praticada era punida com pena de detenção. Hoje, a maior parte dos crimes é punida com a pena de reclusão. 
A duração da medida de segurança é um ponto polêmico. Pelo Código Penal, essa duração possui prazo indeterminado – dura o tempo que durar a periculosidade do agente. Há, portanto, avaliações periódicas para constatar a cessão da periculosidade. Isso é inconstitucional em virtude da não perpertualidade da pena. Daí, se consolidou posição contrária na jurisprudência. 
Súmula 527, STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.

Continue navegando