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Microbiologia Médica Luiza Abreu 1 Aula 1 – Infecção do Trato Urinário 19/09/22 – Prof. Nélio Caso Clínico Microbiologia Médica Luiza Abreu 2 Síndrome da Urgência Urinária Disúria: dificuldade de urinar | Polaciúria: urinar muito em pequenas quantidades (urgência urinária) | Estrangúria: dor pra urinar, ardência urinária | Poliúria: muita urina. Essa tríade compõe a síndrome da urgência urinária. Pode confundir com vulvovaginite, vulvites, ou inflamação na região vulvar, homens com inflamação na região vulvar ou homens com problemas na região peniana, pode dar sintomas parecidos. Infecção Urinária Alta X Infecção Urinária Baixa Febre (diagnóstico diferencial) Infecção urinária baixa: não da febre – cistite Infecção urinária alta: dor e febre – pielonefrite Ajuda na hora do antibiótico, tem atb pra baixa e pra alta. Sinal de Giordano Punho percussão, soquinho na região da lombar, se tiver reflexo de dor é positivo. Quase que certo de ser Pielonefrite. Avisar o paciente quando for fazer, porque pode assustar. Complicação de pielonefrite: choque séptico, vai esperar cultura? Tratar empiricamente, pela estatística e começar o antibiótico nessa perspectiva, pra não evoluir pra septicemia. Tudo indica que o diagnóstico é pielonefrite aguda (infecção renal). Principal germe causador: Escherichia coli. Cefalosporina de 3° geração na veia. Epidemiologia Comum em idosos -> função renal tende a diminuir, principalmente nos idosos que não gostam de tomar água. Infecção bacteriana mais comum, predomínio em mulheres (anatomia, uretra mais curtas), 1° ano de vida menino passa a ter mais que menina, após 1 ano mulher tem muito mais. 2x por ano: infecção urinária de repetição. Relação sexual aumenta mais o risco: mulheres que iniciam sua vida sexual passam a ter infecção urinária. Maior risco: criança, gestação, idoso, cateter vesical, imunossupressão, HIV). Proteção Fluxo urinário: protetor da infecção urinária -> urinar bastante, mesmo sem vontade. Mulher após a relação sexual precisa urinar após a relação -> forma de proteção natural sem medicamento (Sem tomar antibiótico) Microbiologia Médica Luiza Abreu 3 pH ácido nos protege. Proteína TAMM – receptor da escherichia coli, leva ao sistema imune. Fatores de Predisposição Colonização periuretral -> facilita sua ascenção (ciclo menstrual – baixo estrogênio, pH vaginal, sexo). Tendência genética – receptores específicos nas vias urinárias, facilitação de ter pielonefrite. Gestação: maior predisposição. Diabético: maior predisposição, hiperglicemia pode facilitar. Causas de Infecção Urinária Escherichia coli, pseudomonas aeruginosa, kelbsiella spp, proteus mirabilis.... Escherichia coli Adere pelas fímbrias, invade e se multiplica. Ela ascende. Chegou no rim: induz citocinas, forma vacúolo dentro dos glomérulos. Bacteremia e febre. Fímbrias tipo 1: uretra e bexiga - | Fímbrias tipo 2: rim Elas fixam -> invadem -> replicam -> esfoliam. Queixa: urgência urinária. Bexiga neurogênica: não consegue esvaziar (diabéticos ou doença medular). ITU Complicada X Não Complicada Não complicada: mulher jovem, anatomia anormal ou má funcionalidade do aparelho urinário, sem febre e na bexiga. Adquiridas na comunidade. Complicada: obstrução, refluxo vesico-ureteral, cateter vesical (manuseio), diabetes, transplante renal. Microbiologia Médica Luiza Abreu 4 Classificação Alta (pielonefrite) x Baixa. Complicadas x Não complicadas. Sintomática x Assintomática Bacteriuria assintomática: dá a escherichia coli, não faz nada, não tem indicação pra tratar! Infecção urinária não muda cor, não muda cor do cheiro -> orientação é beber água, isso é concentração da urina. Cheiro e cor não é sinal de infecção urinária. Disúria, polaciúria, estranguria + febre – infecção urinária alta. Disúria, polaciuria, estranguria + sem febre – infecção urinária baixa. Apresentação Clínica Cistite não complicada, ITU recorrente, ITU complicada, pielonefrite, ITU na infância, ITU no homem, bacteriúria assintomática.... Infecção relacionada a assistência a saúde: cateter vesical + tempo de hospitalização. História Clínica Número de ITUs por ano? Tratamentos anteriores e duração. Qmpr? Investigação realizada ? Sintomas ginecológicos? Última avaliação? Atividade sexual:Frequencia? Parceiro: troca? Múltiplos? Quanto tempo após a relação apareceram os sintomas? Uso de ATB prévio p/ ITU ou qualquer infecção? Hospitalizações prévias? Patologia nefro-urológica prévia? Litiase? Métodos contraceptivos: diafragma, condom c/ espermicida? História Materna de ITU? Métodos de higiene íntima? Uso de duchas, banho imersão? Presença de DM, Imusupressão? Instrumentação genito urinária? prévia/cateter vesical? Exame Físico Febre? Punho Percussão (sinal de Giordano), exame ginecológico como diagnóstico diferencial. Sintomas Microbiologia Médica Luiza Abreu 5 Diagnóstico É clinico. Urina com leucocituria, hematúria, nitrito positivo. Pode dar bacteriúria assintomática. Cistite x pielonefrite Microbiologia Médica Luiza Abreu 6 Aula 2 – Antimicrobianos: Resistência Microbiológica 26/09/22 – Prof. Nélio Histórico Já se usava antes de saber o que era, álcool, mofo...Cresceu com a alquimia. Necessidade de eliminar o agente sem causar toxicidade no hospedeiro. Descoberta da Sulfa Década de 30, o alemão Gerard Domagk usava o prontozil (corante) em infecção estreptococcica e cessava. Tratou a filha com infecção de garganta, melhorou. Sulfalinamida descoberta. Descoberta da sulfa foi revolucionária. Alexander Fleming Final da década de 30, ex-cirurgião que estudava microbiologia, seu laboratório sujo e mal cuidado, usava placa de petri. Saliva na placa de petri: sthapylococcus não crescia. Descobriu a lizosima. Onde crescia o mofo não tinha bactéria, descobriu a penicilina. Publicou e sem repercução. 10 anos depois conseguiram produzir um pó da penicilina usado na guerra mundial, em sepse usava penicilina e melhorava. Urina do paciente – isolava na urina quando acabava a penicilina na guerra. Bactéria Bactérias são estruturas mais arcaicas, não tem membrana nuclear bem definida, são unicelulares. Não tem uma membrana nuclear bem definida. Envolta da membrana tem uma membrana citoplasmática de fosfolipídeo (parecida com a nossa), envolta dela temos os peptideoglicano que protege essa estrutura (parede celular, ser humano não tem). Externamente: cápsula. Classificação •Forma: cocos, bacilos, espirilos, vibriões (prova!) •Coloração: gram + ou gram -. Microbiologia Médica Luiza Abreu 7 •Respiração: aerobiose (precisa do oxigênio), anaerobiose. •Nutrição: autotróficas e heterotróficas. POR QUE PRECISO SABER SE É AERÓBIO OU ANAERÓBIO? Bactérias anaeróbias gram negativas no intestino. Na apendicite, rompe e vai pro intestino, causa uma peritonite grave. Quais são as bactérias ali? Gram negativas, esquema de gram negativo e anaerobio, estatisticamente sei quais são, mesmo sem dar tempo pra cultura. GRAM + E GRAM – (RESISTÊNCIA NATURAL) Pressão alta no gram +, entra água, incha e “poca”, o peptideoglicano a protege, parede grossa. ATB podem bloquear o peptieoglicano e a formação da parede! Gram –: não tem essa pressão alta, possuem a parede peptideoglicana mas é fina e lipídica (Penicilina é hidrofílica, não consegue entrar muito nas gram -, resistência natural). Desequilíbrio Microbiota X Homem Mais bactéria do que células humanas. Dentro da barriga: 0 bactérias, 72h de vida a bactéria praticamente já colonizou tudo, ela vem do ambiente, do pediatra, enfermeira. Por que na boca tem raros gram -? Por que não temos sthapylo e strepto no intestino? Como que ela chega no lugar certo? Temos produção proteica no lugar certo, o fígado produz muita proteína (fígadomaior órgão produtor – produz a elastina...), ela impede a ligação do gram – na mucosa oral. Trauma: quadro grave, septicemia, AVE, infecção generalizada. O fígado precisa mudar suas prioridades, produz proteínas que estabilizem hemodinamicamente (proteina C reativa..., desvia sua produção de outras proteínas). 48/72h no hospital: microbiota da boca fica parecida com a do intestino. Se usar bloqueador de bomba, bactérias ascendem muito mais facilmente a boca. Pneumonia comunitária? Pneumococo (gram +). Pneumonia hospitalar? Gram -. Por que? O fígado mudou, a proteína mudou. Boca: lugar com maior bactéria. Não é comum infecção da boca, é possível quando há má higiene, apesar de tudo tem proteção boa. Microbiologia Médica Luiza Abreu 8 Cocos Gram + Streptococcus pyogenes (cadeia, erisipela, dor de garganta); Streptococcus viridans (cárie + endocardite); Streptococus pneumoniae (diplococos, pneumococo - causa pneumonia); Staphylococcu epidermitis (só de cateter); Sthapylococcus aureus (pele), Enterococcus faecalis, Enterococcus faecium, Peptostreptococcus spp. Cocos Gram – Moraxella catarhalis, neisseria gonorrhoeae, neiassea minigintis. Bacilos Gram – (Enterobactérias) Citrobacter ferundii; Enterobacter aerogenes; Enterobacter cloacae; Escherichia coli; Klebsiella pneumoniae; Morganella Morganii; Proteus mirabilis; Proteus vulgaris; Salmonella typhi; Serratia marcescens; Shigella sp; Bacteroides fragilis; Yersinia pestis. Bacilos Gram – Acinetobacter baumannii; Bordetella pertussis; Brucella sp; Campylobacter jejuni; Fusobacterium sp; Gardnerella vaginalis; Helicobacter pylori; Haemophilus influenzae; Legionella pneumophila; Pseudomonas aeruginosa; Stenotrophomonas maltophilia; Burkholderia cepacia; Vibrio cholerae. Bacilos gram + São Raros. Actinomyces israelii; Bacillus anthracis; Clostridium difficile (colite pseudomembranosa); Clostridium tetani; Corynebacterium diphtheriae; Listeria monocytogenes. Outras bactérias Clamídias, espiroquetas, micobactérias, micoplasmas, riquétsias. Ecologia Microbiana Patogenicidade: parasitismo/simbiose/comensalimo/saprofitismo/virulência/invasividade/toxicidade. Aderência e colonização. Resistência: natural e adquirida. Mecanismos de defesa antiinfecciosa. Mudança de microbiota acontece muito. Microbiologia Médica Luiza Abreu 9 OBSERVAÇÃO Não se faz swab em ferida aberta, vai dar as bactérias e fungos da microbiota. Ex: amigdalite, faz swab e vai dar candida, não causa amigdalite. Mudança de Microbiota Hospital: pneumonia? Não vai tratar pra pneumococo. Diurese pós coito: protege muito, principalmente de infecção urinária. Pouca salivação: chances de infecção – doença de sjogren (xerostomia e xeroftalmia). Língua sabugosa: mau hálito. Como tratar? Qualidade da saliva. Substâncias que aumentar a saliva – gengribre e higienização. Estresse? Candidíase de repetição. Sistema Imunológico Antígenos que agridem nosso organismo: sistema mononuclear fagocitário, linfócitos TCD4. Formação de células e memória, NK. Infecção latente: toxoplasmose, todos temos, mas não ativa por células pela memória. TB, pegamos em hospital, está “guardado”, Citomegalovírus, catapora (se recebeu a vacina ou não). Vírus da hepatite entra na célula hepática e se multiplica, causada pelo sistema imune, que “come” seu antígeno. Quanto mais imunodeficiente melhor a hepatite, quanto mais imunocompetente, pior a hepatite. Síntese da Parede Celular Processos enzimáticos que causam e formam o N-acetil-gluano-muraminico-pentaptideo lipídico – precursor que vai formar a parede celular. Vancomicina: impede que o precursor saia. Microbiologia Médica Luiza Abreu 10 Fosfomicina: impede a formação do precursor. Beta-lactâmicos: atuam nas PBP’S (transpeptidiase, carboxipeptidases e endopeptidases - proteinas ligadoras de penicilinas.) Ação dos ATB na Síntese de Proteínas Não temos parede, não nos prejudica. Se inibe a síntese proteica, nos prejudica. Resistência Bacteriana Resistência natural: peptideoglicano, na gram – é lipídico e não pega muito bem penicilina. Resistência adquirida: Cromossômica: mais rara e plasmidial (vírus e bactérias, transferida). Mecanismo de Resistência Transformação, conjugação e transdução. Mecanismos: altera o alvo, permeabilidade diminuída, bomba de efluxo, enzima. Resistência bacteriana é grave, é ruim e custosa. Resistência a S. aureus Resistênia a meticilina/oxacilina (MRSA): infecções hospitalares, resistência a todos os beta-lacâmicos, multirresistência. Antes eram sensíveis, hoje são resistentes. Patógenos emergentes MARSA, MRSE, VISA, ESBL, KPC, acinetobacter multiresistente e tuberculose multiresistente. Antimicrobiano Venda somente com retenção de receita! Classificação Classificação química: Derivados de aminoácidos, derivados betas-lactamicos, monopeptídeos...Bom para saber que existem. Classificação pelo mecanismo de ação: parede celular (penicilina, cefalosporina, daptomicina, vancomicina, fosfomicina, imipenem, aztreonam), inibe síntese proteica (tetraciclina, tigeciclina, cloranfericol, aminoglicosideo é a exceção bactericida, linomicina, linezolida), síntese nuclear (rifamicina, sulfas, quinolonas, antivirais), membrana (polimixina B, anfotericina B, azois, nistatina, antifúngicos). Mecanismo de Ação PENICILINAS NATURAIS Fenoximetilpenicilina: Penicilina V. Microbiologia Médica Luiza Abreu 11 Benzilpenicilina: Penicilina G -> Penicilina Procaína, cristalina e benzatina (Depósito no músculo, síflis congênita). Principalmente gram +: streptococus, enterococcus, espiroquetas, treponema, leptospira. Furúnculo: sthapylococcus, dar penicilina benzatínica? Não, é resistente, e deposita no músculo. Pra prevenção de tétano? Não, teria que tomar 20X. INIBIORES DE BETA LACTAMASES Ácido clavulânico, sulbactam, tazobactam e avibactam. CEFALOSPORINAS 1° geração: cefalotina cefazolina, cefadroxila. 2° geração: cefuroxima, cefoxitina, ceftazidima. 3° geração: ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima. 4° geração: cefepime. 5° geração: ceftaroline, ceftobiprole, ceftozolane. CARBAPENEMAS Meropenem, ertapenem. KPC: klebisielas produtoras de carbapinemase, resistencia. GLICOPEPTÍDEOS Vancomicina, pra MARSA. INIBEM SÍNTESES PROTEICA Tetraciclinas, marcolídeos (eritromicina, claritromicina, espiramicina, azitromicina), lincozamidas (clindamicina), cloranfenicol, glicilinas, aminoglicosídeos. AGEM NO NÚCLEO Sulfas (sulfadiazina), metronidazol (antiparasitário com boa resposta), quinolona (primeira geração – áxido nalidíxico, segunda geração – norfloxacino, terceira geração – levofloxacina). AGEM NA MEMBRANA Polimixina. TUBERCULOSTÁTICOS Rifampicina, isoniazida, pirazinamida. Microbiologia Médica Luiza Abreu 12 Aula 3 – Hepatites Virais 17/10/22 – Prof. Renata Fígado Fígado é um órgão complexo, dividido em 2 lóbulos, pela artéria hepática e veia porta. Fígado tem papel importante na absorção dos nutrientes do intestino. Hepatócitos são as unidades funcionais. Tem a presença do espaço porta também. Importante nos fatores de coagulação, armazena vitaminas lipossolúveis (D,A,E, K), ferro também é. Glicogênio hepático – principais fontes de energia. O fígado produz proteínas como albumina, desintoxicação de amônia, nossa microbiota metaboliza proteína (amônia) e ajuda no processo de digestão. Hepatites Outras causas de hepatite: pode ter hepatite viral, medicamentosa, bacteriana. A aula de hoje vai focar nas virais. Overview hepatites -> A, B, C, D, E Principal sintoma (mais clássico) -> icterícia (impregnação de bilirrubina na pele e mucosas). Hepatite A e E: transmissão muito semelhante, fecal oral. Quadros mais agudos, não existe cronificação e sequela. Ou mata ou cura Hepatite B, C e D: via sexual e contaminação sanguínea. Quadros que dificilmentefazem hepatite aguda (20%), maioria é crônica. Microbiologia Médica Luiza Abreu 13 Epidemiologia Hepatite A – a mais diagnosticada em 2007, maior incidência, relacionada a baixas condições de saneamento básico. Com a melhora do saneamento e vacinação, diminuiu muito a incidência de hepatite A. Hepatite B e C – B mesma coisa e C aumentou muito (mais diagnóstico, pensa mais hoje do que antigamente, antigamente sangue de transfusão não era tipado, muitos idosos tem diagnostico de hepatite C porque antes não se tipava). A B continua mais ou menos a mesma coisa. Hepatite A Todos os vírus têm baixo potencial citopático, basicamente não lesam o hepatócito. Quando o vírus entra na célula ele vai expressar seus antígenos, imunidade celular do paciente que diz seu tipo de quadro. O quadro da hepatite dependa da imunidade do hospedeiro. Resposta celular muito alta – potencial de causar quadros graves é maior. A imunidade do paciente que define o quadro clínico. É um vírus pequeno de RNA, a transmissão é fecal-oral, o vírus penetra nossos enterócitos, chega no RER (retículo sarcoplasmático rugoso) e o RNA produz, 30-40 dias vai ter uma viremia que elimina nas fezes 2 semanas antes dos sinais clínicos. É a Hepatite que dá quadro agudo. Pacientes com icterícia – pacientes mais velhos (quanto mais velho pior o quadro). Pacientes mais jovens raramente vão ter icterícia. Não dá sequela. Não existe. TRANSMISSÃO Contato sexual, contaminação de água, comida, exposição sanguínea (rara, concentração sanguínea é baixa, maior concentrada nas fezes). EPIDEMIOLOGIA Países dos trópicos, em desenvolvimento ou subdesenvolvido. SINTOMAS Hepatite A (AGUDA). Sempre hepatite aguda, depois de 40 dias começa os sintomas. Expressão do capsídeo viral -> resposta T celular ativada -> descarga e produção de citocinas -> pode ter distensão da capsula de glisson. Dor abdominal, dor a palpação, mal-estar, cansaço, tontura, febre, icterícia vem depois. Procurar sinais de hepatite fulminante, por exemplo sangramento. Prestar atenção nas aranhas vasculares – hipertensão portal. Encefalopatia hepática – só resolve com transplante hepático, ele tem prioridade na fila. Microbiologia Médica Luiza Abreu 14 DIAGNÓSTICO Sorologia viral vai nos ajudar, tem TGO/TGP – marcador específico do hepatócito (de lesão, quando tem necrose eles aumentam). Importante e questão de prova -> diagnóstico por sorologia. ALT e AST -> marcador de lesão do hepatócito. Aumento enorme de TGP -> acima de 1000 é hepatite aguda, só a A e E que causam isso. Carga viral de hepatite A alta, começamos a produzir o anticorpo anti-HAV, queda da fração IgM e depois vamos ter o anticorpo Total Anti-HAV (ou vacinado) Pico de TGP enorme, mais de 1000, carga viral de hepatite A + nas fezes, anticorpo anti-HAV, 4-5 meses diminui a fração do IgM. CONCENTRAÇÃO DO VÍRUS NO FLUIDO CORPORAL Fezes, soro, saliva. TRATAMENTO Antigamente não podia comer gordura. Suspiro? Não tem nada a ver comer doce pra melhorar hepatite A. Não existe orientação alimentar que melhore, repouso é relativo. Pode comer pizza, churrasco...etc. Não existe tratamento específico -> esperar a viremia passar, esperar a doença se resolver, nosso organismo responder, e vigiar pra hepatite fulminante. Bilirrubina alta -> principalmente com icterícia. Microbiologia Médica Luiza Abreu 15 Hepatite B A maioria das pessoas têm e são assintomáticos, viremia que não faz diferença, ninguém sente nada, depois de muitos anos apresentam algum grau de insuficiência. Hepatite B mais complicado, é vírus DNA (se funde, entra no enterócito, expressa marcadores importante pro diagnostico - HBSag e se funde ao DNA do paciente), mesmo que cure precisamos controlar pra vida toda. Nunca vamos saber se o paciente melhorou. É envelopado. PROTEÍNAS Proteína importante -> proteína S. Marcador específico no sangue – HBSAg (marcador pra diagnóstico, prova!), só vai estar positivo se estiver com hepatite. Proteína C – HbcAg, usada pra diagnóstico, positivo significa que teve o vírus ou que já teve contato. COMO AGE? Vai pro enterócito. -> expressa proteína S e C -> entra no núcleo capsídeo -> se funde com o DNA -> viremia. Baixo potencial citopático, não faz mal pro hepatócito. 80% dos pacientes não curam, cronificação. Só 20% cura e o resto cronifica. Período de incubação mais alto, icterícia acomete mais pacientes menores de 5 anos, pode causar hepatite fulminante na criança, costumam muito complicar, pra adulto é sem complicação e de maioria assintompatica. As principais vacinas no início de vida é a hepatite B, adultos fazem quadro sem complicação e normalmente assintomático. MARCADORES HBSAg – superfície viral, o capsídeo viral. HBCAg – contato, marcador no sangue o paciente que tá com o vírus ou que teve contato e não desenvolveu. HBEAg -> marcador da replicação viral, vírus está replicando. Hepatite B naquele momento, ele está replicando. DISTRIBUIÇÃO Maior distribuida em região norte no Brasil. TRANSMISSÃO Basicamente pela relação sexual desprotegida. Por sangue transmite menos e não pega por alimento contaminado. FASES DA INFECÇÃO CRÔNICA PELO HBV A forma aguda não é comum, mas pode acontecer. Fases da imunotolerância -> carga viral baixa, TGP normal. Microbiologia Médica Luiza Abreu 16 Fase da imunoclearance -> aumenta TGP pela ativação da resposta celular, leve quadro inflamatório. Fase de controle imune -> carga viral baixa, TGP normal. Fase de escape imune -> ALT elevada, carga viral aumenta de novo. Rodízio: inflama, aumenta carga viral, depois diminui e fica assim. É um processo longo, 2-3 anos, cronificação. SINTOMAS Se for aguda: Iguais ao da hepatite A, náusea, vomito, febre, icterícia. Pode ter ascite, diminuição da urina, fadiga, icterícia, hipertensão portal, impregnição da amônia. Pode dar Hepatite fulminante, insuficiência hepática e carcinoma hepatocelular (Precisam ser acompanhados, exame de imagem). TRATAMENTO Anti-retrovirais não são ideiais, usados no HIV. MANIFESTAÇÕES EXTRA-HEPATICAS Sempre que a gente uma hepatite crônica, ela aumenta a produção de imunocomplexo e aumenta chance de doenças autoimunes, comum ter hepatite B e C. Vasculares mucocutânea, glomerulonefrite, poliartrite nodosa, fibromialgia. MARCADORES (GRÁFICO) #1 (BOM PROGNÓSTICO) PROVA -> Início da infecção (aumento do HBSAg, proteína S da superfície viral, esse marcador indica vírus), junto com isso sobe o anti-HBC (contato), HBEAg positivo. AntiHBE -> vírus não está mais replicando, bom prognóstico. HBEAg – replicação. Anti-HBS – imunidade, curou. Microbiologia Médica Luiza Abreu 17 #2 (CLÁSSICO) HBS – presença viral. HBEAg + - chance importante de desenvolver cirrose e hepatocarcinoma. Não é porque não tem HBEAg + que não tenha positivo, precisa fazer carga viral (PCR). Infecção crônica. Hepatite C É um vírus mais simples, de RNA, entra com um capsídeo, vai no RER, RNA mensageiro. QUADRO CLÍNICO Perfil parecido com a B, a maioria cronificação. Não existe hepatite aguda. O quadro de icterícia é muito difícil. Sintomas: cansaço, dor abdominal, enjoo, febre, tontura. Microbiologia Médica Luiza Abreu 18 TRANSMISSÃO 60% por compartilhamento de agulha, sexual menos, basicamente é por sangue contaminado. 80% cronificação e 40% desenvolvem cirrose e 25% com doença progressiva. MANIFESTAÇÕES EXTRA-HEPÁTICAS Reações cutâneas relacionadas a hepatite C. Crioglobulinemia mista, glomerulonefrite membranoproliferativa, síndrome Suíça, porfiria cutânea tardia. Associação suspeitada -> linfoma, neuropatia, DM, artrite, líquen plano. MARCADORES Incubação de 2/3 meses. Anti-HC positivo (hepatite ou exposto ao vírus). Pede uma carga viral (PCR), não tem vacina. TGP vai aumentar junto com a carga viral,entre 200-300. TGP alto é mais pra hepatite aguda. Efeito ioiô -> aguenta carga viral, aparece anti-HCV, TGP aumenta e diminui dependendo da nossa resposta imune. A maioria é assintomático. Aqui é resposta inflamatória crônica. CARACTERÍSTICAS OU SINAIS DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA Ascite, ginecomastia, aranha vascular. Pede PCR, bilirrubina alta, necrose do hepatócito e acumula bilirrubina, TGO (pode aumentar com lesão muscular também) e TGP (mais específico do que TGO), fosfatase alcalina, albumina diminui em relação a globulina. Microbiologia Médica Luiza Abreu 19 Ideal seria fazer a dosagem da amônia – não conseguimos fazer, acumulada no torpor, ela vem da digestão das proteínas da digestão, na insuficiência hepática precisamos matar sua microbiota intestinal pra diminuir o torpor. Hepatite D Precisa ter hepatite B, só faz veiculada a hepatite B. Não é qualquer um que vai ter, não faz infecção sozinha. Vírus de RNA, age exatamente igual aos outros vírus. Vírus efetivo, precisa do envelope do HBSAg, pra fazer a coinfecção, mais chance de doença severa aguda. Hepatite D – doença crônica também. SOROLOGIA Aumento de TGP e aumento do anticorpo anti-HDV aumentado durante a vida. PCR aumentado e positivo por ser uma doença crônica. TRANSMISSÃO Pega como hepatite B e pega por principalmente sangue contaminado também (mais relacionado com a transmissão da C também). Hepatite E TRANSMISSÃO transmissão semelhante à da A, oral-fecal, mais quadro agudo, não cronificação, não dá sequela. Ou cura ou mata. PROBLEMA Preocupação na gestante. Mortalidade baixa, mas na gestante é alta. Microbiologia Médica Luiza Abreu 20 Problema específico: hepatite fulminante em gestantes, mortalidade até 40%. Patogenia similar à da Hepatite A. Mortalidade geral baixa, mas alta em gestantes, não tem sequela. PERFIL SOROLÓGICO Aumenta TGP (MAIS DE MIL, hepatite aguda), AntiHEV, IgG aumentado pra sempre e IgM (2 semanas cai). Diagnóstico de carga viral nas fezes. Profilaxia das Hepatites A e E – higienização de mão, comida. Associados a comida japonesa. B, C, D- compartilhamento de seringa, relação sexual, só elas cronificação. CALENDÁRIO VACINAL B tem vacina, A também, hepatite D tem (norte), C não tem. Microbiologia Médica Luiza Abreu 21 Aula 4 – Endocardite Infecciosa 24/10/22 – Prof. Nélio Introdução Não tem sorologia, é difícil diagnosticar. Tríade da endocardite: febre, sopro cardíaco e esplenomegalia. Quando tiver a tríade devemos pensar em endocardite. Nem todas as endocardites dá essas coisas. CARACTERÍSTICAS Vegetações na válvula cardíaca, formação de grumos e biofilmes a partir de fatores pré-disponentes. Pode levar anos de destruição, na mitral, aórtica, tricúspide, pulmonar. Qualquer delas pode dar inicio a formação da vegetação. Causam danos e destruição a válvulas. Conceitos É uma infecção microbiana que afeta o endocárdio ou endotélio vascular, de lesão característica (vegetação – formada por elementos sanguíneos, plaquetas, fibrilas, micro-organismos), pode ser aguda (1-2 dias ou semanas, toxicidade importante e infecção metastática, sthapylococcus aureus), ou subagudo (Streptococcus viridans). Entra dentro das febres de origem obscura, 20% dessas febres de origem indeterminada não se faz o diagnóstico. Endocardite tem que ser pensar. Possíveis causas da febre de origem obscura: infecciosas (endocardite como uma das principais), imunológicas e câncer (linfomas). Origem obscura, não se mostra. POPULAÇÕES SUSCETÍVEIS Aumento hospitalar (cateter de jugular ou subclávio), congênitas, drogaditos, doença vascular. Febre reumática – doença mais rara, menos comum. Epidemiologia Incidência – 1,6 a 6 / 100.000 pessoas/ano. Drogaditos – 11,6 / 100.000 pessoas/ano. Próteses – 1,5% a 3% / 1º ano – 3% a 6% / 5 anos. Classificação EVN – endocardite de valva nativa (válvula normal, nasce); Microbiologia Médica Luiza Abreu 22 EDA – Endocárdio de drogaditos (usuário de droga); EPP – endocardite precoce com prótese valvar; ETP – endocardite tardia em prótese valvar. Pode ser precoce ou tardia. Abaixo de 1 ano é precoce e depois de 1 ano é tardia. Anatomia do Coração Pressão do lado esquerdo é maior do que o direito -> mais turbilhonamento. Se eu tirar a mitral de uma vez -> vive por segundos, não sobrevive sem, não compatível com a vida. Válvulas cardíacas esquerdas trazem comprometimento clínico mais rapidamente. Se eu tirar a tricúspide -> vive um pouco mais, dificuldade maior, congestões. Fatores De Risco Droga IV, próteses valvares (precoce e tardia), doença estrutural cardíaca (75%), endocardite infecciosa prévia, procedimentos intravasculares ou cateteres endovenosos. Teve endocardite um dia? Tem chance de ter de novo. FATORES PREDISPONENTES – VALVA NATIVA Dependentes de drogas IV, HIV +, Prolapso mitral (alteração mecânica da válvula, não fecha como deveria, 10% das mulheres tem, comum ter biotipo mais alongado e magro), doença cardíaca reumática, doença cardíaca congênita, outros (DM, hemodiálise, má higiene dental). RISCO ELEVADO • Próteses cardíaca; • Valvopatia aórtica; • Insuficiência mitral; • PCA; • CIV; • Coarctação da aorta; Microbiologia Médica Luiza Abreu 23 • Síndrome de Marfan - Doença osteomuscular, relacionado a genética, geralmente pessoas de pele preta, pescoço comprido, braços compridos, aracnodactilia, perna comprida, certa debilidade mental, sequência enorme de prolapso de válvula mitral. Bacteremia -> tomar cuidado, na boca, região mais contaminada do nosso corpo, streptococcus viridans, maior lesão. Patogenia Mexer em locais que vão causar bacteremia, por exemplo boca. TURBULÊNCIA – FATORES DE RODBARD (LADO ESQUERDO COM MAIOR TURBULÊNCIA). 1- Corrente regurgitante -> 2- câmara de alta pressão, conecta à baixa pressão, VE com AE -> 3- orifício pequeno entre Cavidade (gradiente diástolico – causa o efeito vena contracta, lesão do fluxo – gerando o depósito de germes e fibrinas). Trauma -> tecido do epitélio oral -> forma lesão -> aderência e coriza até formar a vegetação. Anatomia Patológica Parece um sanduíche, se espreme e joga toda hora aquela bactéria. O pão (externa) é a fibrina e o recheio (média) é o depósito bacteriano. Vegetação: camada interna (3/4, fibrina e plaqueta), camada média (bactéria), camada externa (fibrina e vegetação). Miocárdio: miocárdio de brach-watcher, depósito de imunocomplexos. A anemia crônica no Rim: GNDA, GN focal. Microbiologia Médica Luiza Abreu 24 Pode causar Infartos, aneurismas e vasculites. Etiologia Bacteremias: podem ser espontâneas ou provocadas. Germes/bacteremia duradouras sem ser E.I -> enterobacterias. Germes/bacteremia duradouras que também causam -> S. Aureus, EBHA. Germes que só cursam em bacteremias duradouras em E.I -> S. Viridans, entrerococus, S. Epidermidis (PENSA MUITO EM ENDOCARDITE). Pegar uma cultura e mostrar strepto viridans -> perspectiva de endocardite. Hemocultura -> melhor fazer fora da febre, o ideal é antes da febre, mas é difícil prever. PROLAPSO DE VALVA MITRAL (PVM) 7-30% da válvula nativa, maior risco de folhetos valvares espessados (>5 mm), sopro de regurgitação mitral -> PVM + sopro sistólico, é um indicativo (incidência de 52/100.000 pessoas ano | PVM sem sopro/população geral 4,6/1000). DOENÇA CARDÍACA CONGÊNITA (DCC) 10-20% adultos jovens, ducto arterial patente, defeito septal ventricular, valva aórtica bicúspide. HIV Não é um fator de risco, organismos típicos de EVN, bacteremia. DEPENDENTES DE DROGAS IV Valvas do coração direito: 46% a 78% valva tricúspide. 65% a 80% homens – 27 -37 anos. Dependentes químicos – 75% a 93% valvas normais. 1550 dependentes de drogas IV (hospitalizados 12 meses). ENDOCARDITE EM VALVA PROTÉTICA (EVP) 10% a30% - EI (países desenv.). > risco 6 meses iniciais.0,2% a 0,35% por ano Precoce – Até 1 ano. Tardia – Após 1 ano. Micro-organismos Streptococcus viridans causa Subaguda e sthapylococcus aureus causa aguda. S. viridans -> coagulasse -, dispositivos implantados, pacientes hospitalizados, EVP. S. Aureus – coagulase +, várias populações, febril e altamente tóxica, infecção metastática. P. Aureginosa -> frequência. Microbiologia Médica Luiza Abreu 25 HACEK (hemophilus aphrophilus, actinobacillus actinomycetem comitans, cardiobacterium hominis, eikenella corrodens, kingelle kingae) -> diagnóstico difícil, crescimento fastidioso, raro. Quadro Clínico São achados e manifestações inespecíficos. 3 aspectos: infecção sistêmica (citocinas), lesão estrutural cardíaca/vascular (localização e focos metastáticos), manifestações imunológicas. • Complexo imunocirculante MANIFESTAÇÕES PERIFÉRICAS • baqueteamento – pode estar em outras circunstâncias; • Splinter – sangramento a unha; • Petéquias; • Lesão Janeway; • M. Roth; • Nódulo de osler; • Esplenomegalia – nem sempre tem, mas é comum ter. • Inflamação crônica e anemia. Microbiologia Médica Luiza Abreu 26 Diagnóstico Clínica + laboratório (anemia, exame de urina com hematúria, depósito de imunocomplexos). CRITÉRIOS DE DUKE Podem ser maiores e menores. Maiores: Hemocultura positiva pra E.I, micro-organismo típico pra E.I de duas hemoculturas isoladas. Menores: febre maior que 38, fenômenos imunológicos, fenômenos vasculares. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Mixoma atrial (tumor atrial benigno), febre reumática aguda, LES, doença do colágeno, endocardite martântica, síndrome antifosfolipídeo, síndrome do carcinóide, carcinoma de doença renal. ETT (ECO Transtorácico) – sensibilidade (65%). Menor sensibilidade. ETE (ECO Transesofágico) – sensibilidade (90%). Se o transtorácico deu negativo e ainda estiver desconfiado faz o transesofágico. Microbiologia Médica Luiza Abreu 27 Profilaxia Usar ATB profilático em prótese valvar, se já teve endocardite, doença cardíaca congênita. Qualquer procedimento que lese a mucosa, que possa sangrar (não é regra). Tratamento Penicilina cristalina + aminoglicosideo – para streptococcus viridans. Porque não posso tratar com VO? Porque a válvula não é bem vascularizada. ATB de preferência – streptococcus (penicilina, amoxicilina é mais bem absorvida VO). Streptococcus viridans – cefalosporina de 3° Geração. S. Aureus – ampicilina, vancomicina. Microbiologia Médica Luiza Abreu 28 Aula 5 – Infecção Relacionada a Assistência à Saúde (IRAS) 07/11/22 – Prof. Nélio Histórico de Controle de Infecção O médico Jgnaz Philipp Semmel Weis percebeu que os estudantes de medicina que estudavam os corpos de anatomia saiam direto do estudo e iam pra sala de parto - > concluiu que quando tinha a presença dos alunos havia muita septicemia pós parto. Com isso começou-se a implementar a higienização como forma importante de prevenção de doença. NO BRASIL: TANCREDO NEVES Realizou múltiplas cirurgias, sua morte implementou várias legislações do Brasil, criou a comissão de controle hospitalar. Causadores ESTAFILOCOCUS Staphylococcus coagulase negativo. S. epidermites: ocorre pelo cateter, não causa furúnculo, mas no cateter durante o tempo que fica ali ele forma o biofilme, multirresistente. S. aureus. ENTEROCOCCUS E. faecalis e E. faecium. GRAM NEGATIVOS Acinetobacter baumanii, pseudomonas aureginosa, klebsiella pneumoniae, enterobacter. FUNGOS Aspergillus spp. Candida krusei, cândida lusitaniae, torulopsis glabrata, OMS As IRAS são consideradas perigosas, pois 234 milhões de paciente são operados , sendo que 1 milhão morre de infecções hospitalares. COVID -> muita gente não morreu só de COVID, eles ficaram internados e morreram de infecção hospitalar, muito tempo no acesso venoso profundo, causando septicemia. IRAS Representa qualquer infecção durante a hospitalização, a partir de 72h depois da internação. Microbiologia Médica Luiza Abreu 29 São diagnosticadas a partir de 72h após internação, isso é variável, pode ser de 3 a 4 dias, mas tem que ser relacionada aquela internação. Também pode ser 72h antes associada a procedimento hospitalar. Fontes de Infecção FONTE EXÓGENA Infecção cruzada, ou a partir do ambiente, nós causamos infecção no paciente. FONTE ENDÓGENA Autoinfecção, a partir de outro sítio no mesmo paciente. Infecção CRUZADA “Nós médicos somos os que menos limpa a mão, precisamos vigiar muito e nos cobrar”. Falta de higienização. Contato direto, indireto , goticulas, vetores, fluidos contaminados. AUTO-INFECÇÃO Encostou em algo e se contaminou. HOSPITALAR São os principais das infecções hospitalares: Sítio cirúrgico, grau de infecção do sítio cirúrgico, infecção urinária pôs cateterização, infecção de acesso vascular, infecção respiratória em ventilação mecânica. Infecção hospital -> imunocomprometido (DM, doença crônica), interação entre pacientes. Endoscópicos podem causar. AMBIENTE Pode fazer a infecção, ar contaminado, ar condicionado sujo pode predispor ou aumentar germes (legionella, aspergillus, pseudomonas... Microbiologia Médica Luiza Abreu 30 Poeira: varrer com vassoura pode levantar germes. Por isso que não se pode usar aquelas vassouras “normais”, tem que ser aquele pano molhado. Água contaminada pode causar clostridium – colite pseudomembranosa. NHE NHE (vigilância epidemiológica hospitalar). Eles ficam responsáveis por tudo que envolve isso, patologia que foi causada, a farmácia e o uso de antibióticos indiscriminado, a questão dos ambulatórios, tempo de internação, o pronto socorro, SAME, emergência. É obrigatório ter em hospital, alguns tem e outros fingem que tem. Eles Coletam dados, analisam, medidas de prevenção e controle, avaliam e divulgam as informações. Procedimentos Que Causam Catetrização, uso de ATB inadequados, implante, cirurgia, imunodeprimidas, circulação extracorpórea. Uso de avental e máscara – protege pouco. Proteção de verdade é a técnica e limpeza do ambiente. Tomar cuidado com a infecção cruzada, a quantidade de gente na cirurgia, se tem muita conversa, verificar se o ambiente foi bem higienizado. Surtos Ocorre principalmente em lugares fechados como enfermarias, UTI. As infecções mais comuns são a urinária, infecção respiratória baixa, cutânea, isso é variável de acordo com o hospital. Se for cirúrgico tem mais um tipo se for de CTI tem outro. ETIOLOGIA MARSA, S, Aureus, S. Epidermitis, Serratia, Salmonella, Klebsiella, Hepatite A e B, Adenovírus, Rotavírus, Pseudomonas. Microbiologia Médica Luiza Abreu 31 SVH/SCCIH A comissão de controle de infecção hospitalar (SVH/CCIH): são responsáveis pelas rotinas, vigilância epidemiológica, indicadores epidemiológicos, relatórios, c ontrole de produtos, rotina, treinamento. PUSS C P – PNEUMONIA (BGN, pseudomonas...). U –URINÁRIO (90% causada por BGN, enterobactéria). S – SANGUE (envolvido comcateter venoso e profundo, 50% cocos gram +, como s. aureus e epidermitis). S – SÍTIO CIRÚRGICO, pele (predomina CGP). C – CLOSTRIDIUM (diarreia no EUA). O Que Causa? • Acesso subclávios ou jugular são bem comuns de acontecer, nem sempre tem processo inflamatório; • Manipular sem luva, técnica errada; • Acesso venoso: forma biofilme; • Bactérias da mão do profissional e da pele do próprio paciente. Fator de Risco PNEUMONIA HOSPITALAR Relacionado com a mão do profissional. Colonização gástricas: acidez que protege das bactérias que sobem, então um inibidor de bomba de próton pode causar infecção respiratória – por uso de inibidor de bomba de prótons (omeprazol). Tubo endotraqueal, colonização de sondas... Microbiologia Médica Luiza Abreu 32 ASSISTENCIA VENTILATORIA40% são polimicrobianos, a maioria envolve bacilos gram – (70%), mas pode envolver pseudomonas, acinetobacter, staphylo aureus... CATETER VESICAL Outro fator de risco pra IRAS. SÍTIO CIRURGICO Sítio cirúrgico – pode ser superficial ou profunda. CIRURGIA Na cirurgia precisamos avaliar algumas condições metabólicas, anemia, hiperglicemia, preparo dele. Tricotomia antes? Não pode, tem que ser no momento da cirurgia (gilete aumenta chance de proliferação bacteriana). Limpeza do médico, verificar salas e limpeza do ambiente. Cuidado pra e pôs operatório, se alimentou, não se alimentou. Sepse após transfusão sanguínea. O mais importante é a técnica cirúrgica e limpeza do ambiente, paramentação cirurgica não ajuda tanto assim. O Problemático é nós sairmos do hospital (de dentro pra fora, nós somos mais perigosos) e não a visita que vem de fora pra dentro. ANTIBIOTICOPROFILAXIA CIRURGICA Uso racional, reduzir densidade bacteriana no local da cirurgia, evitar o crescimento de cepas contaminantes. Cesariana precisa de ATB? Não, é uma cirurgia limpa. Mas pode se usar apenas 1 dose de ATB que atuem em gram + (cefalosporina de primeira geração, na hora da anestesia, não faz segunda dose nem nada). ATB um dia antes? Aumenta resistência e não tem efetividade! SÍNDROME DE MELEI? (NÃO SEI O NOME) Gangrena sinergética, mais de uma bactéria, gram -, anaeróbica, potencializa que faz quadro necrótico, pós cirurgia abdominal, compromete perigônio, quadro grave. Resistência Bacteriana Ameaça global, piorou muito com a COVID, uso de azitromicina de forma absurda, ficou fraco. O uso inadequado cria resistência. FATOR DE RISCO PRA RESISTÊNCIA Uso de ATB por muito tempo, internação, microbiota do paciente. OMS Patógenos críticos da OMS -> acinetobacter baumanni, pseudomonas aureginosas e enterobacteriaceae. Microbiologia Médica Luiza Abreu 33 Formas principais de transmissão -> ambiental, vetores, hospitalar. KIT COVID O TERROR DE NÉLIO, trouxe resistência bacteriana. Consequencias Mortes desnecessárias, aumenta dia de internação, aumenta custo, necessidade de dispositivo invasivo. Causam doenças graves e mortes. Prevenção Melhorar ambiente, educação profissional, melhorar imunidade do paciente, uso racional de ATB , cuidado com dispositivo invasivo. Todo hospital tem que ter um protocolo. INVESTIGAÇÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Monitorar e investigar surtos. Acidente Perfuro-Cortante Acidente de estudante de medicina -> hepatite C não tem o que fazer, HIV faz esquema. Lembrar sempre de lavar as mãos. Acidente cortante -> existem variáveis, depende se o acidente foi profundo ou não profundo. HIV – 0,3% Hepatite B – 40%. Hepatite C – 0-7%. Se o paciente com HIV toma medicação ele não transmite o HIV. Áreas hospitalares Existem áreas Críticas e semicriticas. Ambulatório é menor, áreas de procedimento tem chance maior de infecção. Vassoura -> só pode a molhada, porque poeira levanta o ar. Resíduos hospitalares -> tem que estar bem identificados, existe descarte pra agulha, agulha no chão é um absurdo, precisamos de pessoas paramentadas e pra higienização. Dica de Nélio: depois do Hospital -> banho! TB – outro problema, atendimento no ar-condicionado. Doença meningococcemia: precisamos estar vacinados. Meningo A, C..Pra todos, precisamos estar vacinados, a B e CWY só no privado. Microbiologia Médica Luiza Abreu 34 Precaução padrão Lavar mão, luva, avental, máscara, óculos, protetor facial, prevenção o de acidentes perfuro-cortantes, descontaminação de superfícies, artigos e equipamentos.... OBSERVAÇÕES Luva – não se usa pra examinar paciente. Máscara cirúrgica – detém gotícula, mas não detém aerosol, lugar com tuberculose deve usar N95. Precaução de Contato Precaução de contato – bactéria multirresistente, por exemplo klebsiella produtora de carbapenemazes, justifica usar paramentação. Usar e lavar mão. Os problemas são os aerossóis. GOTÍCULA Caxumba é gotícula, influenza, neiserria meningite... AEROSOL TB pulmonar, sarampo, varicela e COVID (aerosol e gotícula). O Pior é o sarampo – contamina muito. MÁSCARA Cirúrgica -> 1 barreira mecânica, protege da gotícula. Quando é aerosol – precisa de máscara com eletroatividade, PFF2 (eletrostáticas), não é mecanicamente, protege melhor. Movimento browniano dos microorganismos. Existem as fakes – falsas. Diminui, mas não é eletrostática. Vacinas Importantes Vacinas importantes – Tríplices, COVID, hepatite B, MMR, doença. Meningococica AB C Y W135, hepatite A, varicela.
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