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detectar lesões pré-cancerosas e câncer inicial do colo uterino; detectar carcinomas do endométrio; avaliação da ação de hormônios ovarianos e de processos inflamatórios do TGF. coleta (áreas celulares presentes na amostra), fixação e coloração do material para posterior análise. interpretação da leitura do material, confecção do relatório (laudo), controle de qualidade. Invenção do microscópio – Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723). Microscópio composto – ocular +objetiva (início do século XIX). Publicações – 1ª metade do séc. XIX Avaliação microscópica de esfregaços cérvico-vaginais é realizada com o objetivo de: -O rastreamento e a interpretação dos esfregaços cérvico-vaginais são tarefas das mais difíceis realizadas pela medicina laboratorial. -Patologistas e citotécnicos são obrigados a respeitar os mais altos padrões já impostos a um grupo profissional. -Qualquer desrespeito a essas normas pode ter grandes e infelizes conseqüências médicas e legais. PRINCIPIO: comparar células desconhecidas da preparação citológica com as imagens de células normais, registradas na memória visual. -A citologia cérvico-vaginal exige amplo conhecimento de morfologia e endocrinologia do trato genital feminino. -Correlação com a histologia – dá o diagnóstico. Segurança depende de boas técnicas associadas à: HISTÓRICO: períodos de descobertas. • Atlas de Donné – 1845 •Atlas de Pouchet – 1847 Introdução a Citopatologia GinecológicaIntrodução a Citopatologia Ginecológica Anos seguintes muitos estudos sobre a citologia e histologia do TGF -Últimos anos do Séc. XIX – muitos estudos da morfologia microscópica de alterações patológicas – câncer. -Começo do Séc. XX – descrições morfológicas dos tecidos humanos normais praticamente completas. -Schauenstein (1908) e Rubin (1910) foram os primeiros a descrever as lesões pré- cancerosas de colo uterino e a demonstrar que a detecção e a erradicação precoce das lesões são capazes de prevenir o carcinoma invasivo. -Schiller (1928) - utilizou amplamente o termo “carcinoma in situ” , estudou centenas de casos colaborando para esclarecer estágios iniciais do carcinoma da cérvice. •Hinselmann (1925) – desenvolvimento do colposcópio para visualização e identificação das lesões pré-cancerosas no colo do útero. Exame visual especializado do trato genital inferior (colo uterino, vagina e vulva), em que se utiliza o colposcópio – aparelho semelhante a um binóculo que possibilita a visualização dessas áreas com aumento de 6 a 40 X. colposcopia:colposcopia: - - : : : { mulheres que apresentam alteração no exame de Papanicolaou (colpocitologia oncótica), mulheres com lesões no colo do útero, vagina ou vulva ou com antecedente de infecção por HPV. O exame é indolor e demora alguns minutos para ser realizado. INDICAÇÃO: -Para a realização da colposcopia, é necessária a introdução do espéculo vaginal (também conhecido por “bico de pato”) para separar as paredes vaginais. -O colo uterino é visualizado através do colposcópico, que permanece a uma distância de aproximadamente 30 centímetros (sem encostar na paciente). -Após a colocação do espéculo, observam- se as estruturas e realiza-se a coleta de Papanicolaou, quando necessário. -Em seguida, aplica-se uma pequena quantidade de ácido acético, o qual evidencia áreas com alterações celulares deixando-as esbranquiçadas (as células alteradas são desidratadas mais rapidamente), ou a solução de Schiller, em que se aplica uma solução com iodo (solução de Lugol forte) no colo uterino. -Caso os testes realizados evidenciem alguma alteração, realiza-se a biópsia da área alterada. A biópsia pode gerar um pouco de desconforto na paciente, semelhante a uma cólica menstrual, mas com efeito rápido e passageiro. -As amostras obtidas com a biópsia são então encaminhadas a um laboratório para serem avaliadas por um patologista. -É importante ressaltar que a colposcopia é um exame indolor, de fácil realização e um importante instrumento na prevenção do câncer de colo uterino. -George N. Papanicolaou e Aurele Babés – foram os primeiros a reconhecer a importância do método citológico no diagnóstico do câncer do colo uterino. -Associação entre Papanicolaou e Herbert Traut– publicação de artigo no Am J ObstetGynecol (1941) e livro em 1943 (possibilidade de se fazer o diagnóstico de câncer de colo uterino mediante células atípicas presentes em esfregaço). -Validade das informações confirmadas por diversos autores nos anos seguintes. -Ayres (1947-1948) – amostragem direta de cérvice com espátula. COLO UTERINO NORMAL COLO UTERINO COM ALTERAÇÃO CAUSADA PELO VÍRUS HPV Teste de Schiller negativo (lugol positivo) Colo uterino com alteração causada pelo vírus HPV – Teste de Schiller positivo (lugol negativo) ESPÁTULA DE AYRE ← : - : : : : Técnicas de coloração, rastreamento e interpretação microscópica não são adequadas Os resultados fornecidos pelo laboratório não são adequadamente compreendidos e o seguimento clínico é inadequado -Células anômalas estão presentes, mas não podem ser reconhecidas devido à fixação ou coloração incorreta (falsos-negativos). -Células anômalas passam despercebidas ou são vistas, porém não reconhecidas como tais (falsos-negativos). -Alterações celulares benignas são interpretadas como malignas (falsos- positivos). -Acontece por falta de comunicação adequada entre o laboratório e o clínico. -Um sistema informatizado de relatórios e prontuários do paciente é útil para se obter dados de seguimentos e uma correlação clínico-citológica. -Década de 60 – esforços em grande escala dos países industrializados (Europa, EUA e Canadá) em documentar o valor da técnicas citológicas no rastreamento em massa das lesões pré-cancerosas do colo uterino. -Formação de vários centros importante de citologia nestes países. -Década de 70 e 80 – publicações dos primeiros resultados. -Anderson etal(1998) – mostra que no Canadá em 30 anos a prevalência de câncer cervical invasivo caiu em 78% e a mortalidade foi reduzida em 72%. -Gunn & Gould (1973) e diversos autores entre as décadas de 70 e 80 relataram a incapacidade dos esfregaços cérvico- vaginais detectarem em tempo hábil as lesões pré-cancerosas. -No início as críticas não alteraram a prática da citologia. -1987 – jornais e revistas leigas: Wall Street Journal e Newsweek – publicaram notícias de mortes de mulheres jovens por câncer cervical após um ou mais esfregaços falso- negativos. Grande repercussão. -1988 – Congresso nos EUA – Clinical Laboratory Improvement Act (CLIA): imposições de regras restritivas e pesadas sobre a prática da citopatologia ginecológica (Lei de melhoria dos Laboratórios Clínicos) ** Início do Sistema Bethesda ** Alvos na população rastreada Técnicas de preparo dos esfregaços são falhas, levando a uma amostra não representativa -Mulheres de alto risco: dificuldade de acesso ao sistema -Controvérsia quanto ao prazo ideal entre os exames. -Esfregaço inadequado – resultados falsos- negativos devido à falta de células com valor diagnóstico. principais problemas apresentados peloprincipais problemas apresentados pelo sistema de detecção citológica do câncersistema de detecção citológica do câncer cervical:cervical: - - - - - - - - : : - : Referências utilizadasReferências utilizadas KOSS, Leopold G.; GOMPEL, Claude; BERGERON, Christine.Introdução à citopatologia ginecológica com correlações histológicas e clínicas. São Paulo: Roca, 2006. SOLOMON, Diane; NAYAR, Ritu; KURMAN, Robert J.; DAVEY, Diane D.; WILBUR, David C.; PROLLA, João Carlos. Sistema bethesda para citopatologia cervico vaginal definições, critérios e notas explicativas. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. MARIA-ENGLER, Silvya Stuchi; CONSOLARO, Márcia Edilaine Lopes. Citologia clínica cérvico-vaginal: texto e atlas. São Paulo: Rocca, 2014. xviii, 270 p. ISBN 978-8-541-20- 024-0. ESFOLIATIVA: um exemplo é o esfregaço vaginal (para bacterioscopia), no qual são obtidas células que se descamam espontaneamente das superfícies do colo ou da vagina e se acumulam nofundo-de-saco-vaginal posterior. ABRASIVA: depende da remoção das células das superfícies da cérvice, da endocérvice e da vagina com auxílio de um instrumento como a espátula de Ayre e a escova endocervical. Coleta em Gestantes: feita com a espátula de Ayre; não usar escova de coleta endocervical. Coleta em Virgens: realizada exclusivamente por profissional médico. Não deverão ter relações sexuais 24 horas antes do exame. Não deverão colocar medicamentos (cremes, óvulos) vaginais 48 horas antes do exame. Não deverão realizar lavagens ou duchas vaginais e pélvicas 24 horas antes da coleta. Não realizar o exame em período menstrual. Se não forem observados quaisquer destes itens, poderão ocorrer alterações qualitativas, quantitativas e morfológicas com conseqüente dificuldade diagnóstica. Conforme solicitação clínica, os procedimentos de coleta podem ser diferenciados entre citologia cérvico-vaginal, citologia hormonal isolada ou seriada e urocitograma. Técnicas de Processamento eTécnicas de Processamento e Rastreamento dos Esfregaços CitológicosRastreamento dos Esfregaços Citológicos Cérvico-VaginaisCérvico-Vaginais recomendações importantes as pacientesrecomendações importantes as pacientes antes da coleta.antes da coleta. Prevenção do câncer ginecológico* Avaliação da ação dos hormônios ováricos Avaliação de processos inflamatórios objetivo da citologia cérvico-vaginal:objetivo da citologia cérvico-vaginal: A paciente deverá ficar em posição ginecológica. Para realizar a coleta, é imprescindível visualizar corretamente a vagina e o colo do útero, mediante o uso de espéculo bivalvo que deve ser introduzido sem lubrificante (se houver dificuldades, pode-se utilizar gotas de solução fisiológica estéril). Boa iluminação é essencial. A obtenção às cegas da amostra deve ser evitada por ser um dos motivos mais importantes de erros diagnósticos ou da falta de precisão dos mesmos. Coleta em Gestantes: pode ser feita de preferencia até o 7º. mês. princípios da coleta:princípios da coleta: técnicas de coleta utilizadas:técnicas de coleta utilizadas: ESFREGAÇO VAGINAL -São preparados com material removido do fundo-de-saco vaginal posterior, com auxílio de um abaixador de língua, de uma pipeta ou da extremidade arredondada da espátula de Ayre. -Podem ser observadas: células descamadas do epitélio vaginal e cervical, muco, leucócitos, macrófagos, detritos celulares, bactérias, fungos e parasitas. -Têm sido usadas escovas especiais que permitem a coleta das células do canal endocervical. -A coleta feita com estas escovas aumenta a eficácia da detecção de lesões situadas nesta área. -O uso da escova exige boa prática, é necessário rodar completamente o instrumento sem produzir traumas no epitélio endocervical. Desvantagem: vnecessário retirar previamente o tampão mucoso, podem ocorrer sangramentos e podem formar-se grumos celulares espessos difíceis de examinar. -A coleta com escova deve ser sempre associada à coleta com espátula, para sempre incluir no exame material da ectocérvice. -Vantagem: boa representatividade das células originadas de todas as partes do trato genital. -Desvantagem: mau estado de conservação das células, poucas evidências das anomalias produzidas por lesões pré-cancerosas e cancerosas do colo uterino. -Mais eficazes que esfregaços cervicais para detecção de tumores ocultos do endométrio, tubas e ovários, bem como lesões metastáticas. -Indicado para mulheres com idade a partir dos 45 anos. -Esfregaço obtidos por raspagem dos terços superiores das paredes laterais da vagina constitui o método ideal para a avaliação do estado hormonal. ESFREGAÇO CERVICAL (Ectocérvice e Endocérvice) -Raspado de células diretamente da cérvice, fornece melhores resultados do que o uso de células descamadas naturalmente, para detecção das lesões pré-cancerosas ou cancerosas da cérvice. -Instrumento mais utilizado para a obtenção do esfregaço cervical é a espátula descrita em 1947 por um ginecologista canadense chamado Ayre. -O formato da espátula é ideal para a amostragem da superfície ectocervical e porção mais inferior do canal endocervical. -Extremidade mais longa da espátula de Ayre deve ser introduzida no orifício cervical, enquanto que sua parte côncava entra em contato com a ectocérvice. -Exercendo uma leve pressão, a espátula deve ser girada de forma a realizar uma rotação completa (360 °C). ESCOVA TRADICIONAL A - lâmina B - escova endocervical C – espátula de Ayre D – recipiente para transporte E - Fixador F - Espéculo material necessário para a coleta cérvico-material necessário para a coleta cérvico- vaginal:vaginal: LÂMINA RECIPIENTE PARA TRANSPORTE FIXADOR ESPATULA DE aIRE ESCOVA ENDOCERVICAL ESPÉCULO Encaixe a ponta mais longa da espátula de Ayre no orifício externo do colo, apoiando-a firmemente, fazendo uma raspagem na mucosa ectocervical em movimento rotativo de 360.º, em torno de todo o orifício, procurando exercer uma pressão firme, mas delicada, sem agredir o colo, para não prejudicar a qualidade da amostra. Caso considere que a coleta não tenha sido representativa, faça mais uma vez o movimento de rotação. Estenda o material ectocervical na lâmina dispondo-o no sentido vertical, ocupando 1/3 da parte transparente da lâmina, esfregando ambas as superfícies da espátula com suave pressão, garantindo a distribuição da amostra de maneira uniforme. Movimentos circulares podem lesar as células e não são recomendados. Usar lâminas limpas, de boa qualidade e de preferência com uma extremidade fosca para identificação da paciente. Dividir hipoteticamente a lâmina em três partes: vaginal (V); ectocérvice (C) e endocérvice (E). identificação da lâmina:identificação da lâmina: Inicie a primeira fase do exame, expondo somente a região a ser examinada. A vulva e vagina também desenvolvem câncer, e uma forma eficiente de diagnosticá-lo precocemente é verificar a existência de lesões suspeitas nestas localizações durante a coleta do Papanicolaou. VULVA: se há lesões esbranquiçadas ou hipercrômicas, nódulos, verrugas e/ou feridas. VAGINA: o aspecto, a existência de lesões, pólipos, verrugas e corrimentos. coleta:coleta: Utilize a extremidade arredondada da espátula de Ayre. Recolha material, raspando suavemente o fundo de saco vaginal ou o terço superior da parede vaginal. Estenda o material na primeira porção da lâmina no sentido vertical . coleta de fundo de saco vaginal/ terçocoleta de fundo de saco vaginal/ terço superior da parede da vagina:superior da parede da vagina: coleta coleta do ectocérvice (C):do ectocérvice (C): Utilize a escova de coleta endocervical; Recolha o material introduzindo a escova delicadamente no canal cervical, girando- a 360 °C. Ocupando o 1/3 restante da lâmina, estenda o material rolando a escova da esquerda para direita no sentido horizontal (sentido oposto do esfregaço ectocervical). Com o esfregaço tríplice pronto fixá-lo imediatamente. Acondicionar a lâmina em recipiente adequado de transporte e identificado com o nome completo da paciente e data da coleta. coleta coleta do endocérvice (E):do endocérvice (E): A lâmina deve ser acondicionada apropriadamente. Tipos de células presentes no esfregaço (separação nítida entre coleta ecto e endocervical). Quantidade de células no esfregaço. Espessura e homogeneidade do esfregaço. Preservação das estruturas celulares (boa fixação). idade da paciente data de sua última menstruação ou início da menopausa antecedentes pessoais uso de medicamentos dados clínicos e outras infos. do paciente:dados clínicos e outras infos. do paciente: Polietilenoglicol a 2% Álcool entre 70% a 95%. Aerossóis fixadores contendo Propilenoglicol e Isopropanol. -Pingar 3 ou 4 gotas da solução fixadora sobre o material, que deverá ser completamente coberto pelo líquido. -Deixar secar ao ar livre, em posição horizontal, até a formação de uma película leitosa e opaca na sua superfície. -A lâmina com material deve ser submersa no álcool a 70% ou 95%, em vidros de boca larga (15 minutos). -Borrifara lâmina com o spray fixador a uma distância de aproximadamente 30cm. formas de fixação:formas de fixação: O processo de coloração facilita o reconhecimento dos componentes celulares. Como regra, os núcleos captam os elementos basofílicos dos corantes, assumindo uma cor azul ou um tom azulado. O citoplasma pode adquirir uma cor rosa (eosinofílico) ou azul (cianofílico). Os métodos mais empregados na citologia ginecolócica são : Coloração de Shorr, Coloração de Papanicolaou (mais utilizada, sendo referência mundial) Ambos os métodos utilizam uma combinação de diversos corantes. Os dois métodos de coloração respeitam os mesmos princípios, onde: núcleos são corados pela hematoxilina de Harris; e a diferença está nos corantes citoplasmáticos (verde claro, marrom de Bismarck, escarlate de Biebrich, orange G, eosina). coloração:coloração: -A fixação do esfregaço deve ser procedida imediatamente após a coleta, sem nenhuma espera (10 segundos após a coleta) -Visa conservar o material colhido, mantendo as características originais das células, preservando-as de ressecamento, o que impossibilitará a leitura do exame. -Após a fixação os esfregaços se conservam por mais de 1 mês. fixação e fixadores:fixação e fixadores: Identificação clara das lâminas (aconselha-se que a lâmina esteja identificada antes de se iniciar os procedimentos da coleta) O esfregaço não deve ser colocado na face da lâmina que corresponda a da extremidade fosca (rugosa) O esfregaço deve ocupar toda a superfície transparente da lâmina, sendo 1/3 da lâmina ocupado com material da parede da vagina, 1/3 com material do ectocérvice e 1/3 da lâmina ocupado com material do canal endocervical. indicadores de qualidade da coleta:indicadores de qualidade da coleta: Uma vez prontas as lâminas, pode ser iniciado o exame microscópico ou rastreamento. 1° ETAPA: verificação da identidade da lâmina e do formulário com os dados clínicos do paciente que deve acompanhá-la. 2° ETAPA: verifica-se resultados anteriores da mesma paciente. princípios de rastreamento:princípios de rastreamento: Uma amostra convencional adequada tem um mínimo estimado de aproximadamente 8.000 a 12.000 células epiteliais escamosas bem preservadas e bem visualizadas, onde as células metaplásicas escamosas podem ser consideradas. Esse limite se aplica somente as células escamosas; onde células endocervicais e células completamente encobertas devem ser excluídas da estimativa. Para facilitar esta avaliação foram desenvolvidas “imagens padrão”, por computação gráfica, para simular a aparência de campos microscópicos de 4X de preparações convencionais. Se uma imagem correspondente a 1.000 células foi usada como referência, a amostra precisa ter no mínimo oito campos deste para que se possa considerar sua celularidade adequada. O rastreamento primário é feito com uma objetiva de 10X (aumento 100X). Deve ser feito de forma sistemática e cada campo do esfregaço deve ser examinado de forma tal que esteja sobreposto aos campos vizinhos. O rastreamento pode ser horizontal (1), vertical (2) ou em forma de X. De acordo com vários autores o rastreamento vertical (2) é melhor, pois permite um maior controle da superposição dos campos. 3° ETAPA: as lâminas devem ser colocadas sobre a platina do microscópio sempre da mesma maneira, com a identificação a direita ou a esquerda. Isso facilita a marcação dos campos que contém células a serem revistas. Quaisquer anomalias observadas durante o rastreamento devem ser reexaminadas com a objetiva de 40X. Células anômalas ou não habituais devem ser marcadas com pontos de tinta, sempre posicionados da mesma forma por todos os funcionários do laboratório. Essa metodologia de marcação dos esfregaços facilita a revisão das células que preocupam o avaliador inicial. A qualidade do esfregaço, o nível técnico da lâmina e qualquer achado anômalo devem ser incluídos no resumo diagnóstico. O laudo final deve obedecer ao Sistema Bethesda. Um esfregaço adequado deve ser representativo de todas as superfícies epiteliais do colo e vagina, bem como precisa conter um número suficiente de células que permita o reconhecimento de qualquer alteração. esfregaço adequado:esfregaço adequado: Celularidade Escamosa - campo de 4X com aproximadamente 75 células. A amostra será insatisfatória se todos os campos tiverem esta celularidade. Celularidade Escamosa - campo de 4X de um esfregaço convencional com aproximadamente 500 células. São necessários no mínimo 16 campos com celularidade similar ou maior para considerar a amostra adequada. Celularidade Escamosa - campo de 4X de um esfregaço convencional com aproximadamente 1000 células. São necessários no mínimo 8 campos com celularidade similar ou maior para considerar a amostra adequada. Os esfregaços de pacientes pré- puberes ou menopausadas costumam conter números menores de células. Um aspecto fundamental da amostragem cervical é a presença de células provenientes da Zona de Transformação (Junção Escamo Colunar – JEC), as quais representam o epitélio endocervical passando por uma metaplasia escamosa. Desta forma a presença de células endocervicais e metaplásicas deve ser considerada uma evidência de um esfregaço adequado. Segundo Koss & Gompel, um terceiro componente a ser valorizado é presença de muco cervical, que surge na lâmina como faixas de material amorfo azulado com células em seu interior, é importante para o diagnóstico de lesões do canal endocervical. São necessárias pelo menos 10 células endocervicais preservadas, ou células metaplásicas isoladas ou agrupadas. Estes critérios são aplicáveis apenas para mulheres em idade fértil. A presença ou ausência de componentes da zona de transformação deve ser reportado na seção de adequação da amostra, no laudo final, com exceção dos casos de histerectomia total. O conceito de “esfregaço adequado” só pode ser aplicado aos esfregaços negativos. Qualquer esfregaço contendo células anômalas é, por definição, um esfregaço adequado. Celularidade Escamosa - campo de 4X de um esfregaço convencional com aproximadamente 1400 células. São necessários no mínimo 6 campos com celularidade similar ou maior para considerar a amostra adequada. Exigência legal para o arquivamento de lâminas de citopatologia. 5 anos para exames negativos. Após 15 anos provavelmente estas lâminas não estarão em estado de conservação satisfatório. arquivamento:arquivamento: Citologia em Meio LíquidoCitologia em Meio Líquido Alternativa para o ganho de sensibilidade da citologia diagnóstica em relação a técnica de coleta convencional. VANTAGENS: -Permite o preparo de lâminas com maior representatividade celular (20% na citologia convencional X 100% na citologia em meio líquido). -Melhor preservação da morfologia celular, evitando o acúmulo de restos celulares, fundo hemorrágico, muco, infiltrado inflamatório e sobreposição das células na lâmina. -Pode ser acondicionada por um período médio de 15 dias em temperatura ambiente, 6 meses refrigerado a 4 ºC ou até por 2 anos congelado a - 20 ºC. APARELHO QUE PROCESSA AUTOMATICAMENTE AS AMOSTRAS DA CITOLOGIA EM MEIO LÍQUIDO, SEPARANDO AS CÉLULAS EPITELIAIS DO COLO UTERINO DE DEBRIS CELULARES, MUCO E SANGUE. COM ISSO É PREPARADO UMA LÂMINA LIMPA QUE MELHORA MUITO A QUALIDADE DO DIAG. DE LESÕES PRÉ-CANCEROSAS. LÂMINA CITOLÓGICA CONVÊNCIONAL Referências utilizadasReferências utilizadas KOSS, Leopold G.; GOMPEL, Claude; BERGERON, Christine.Introdução à citopatologia ginecológica com correlações histológicas e clínicas. São Paulo: Roca, 2006. SOLOMON, Diane; NAYAR, Ritu; KURMAN, Robert J.; DAVEY, Diane D.; WILBUR, David C.; PROLLA, João Carlos. Sistema bethesda para citopatologiacervicovaginal definições, critérios e notas explicativas. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. MARIA-ENGLER, Silvya Stuchi; CONSOLARO, Márcia Edilaine Lopes. Citologia clínica cérvico-vaginal: texto e atlas. São Paulo: Rocca, 2014. xviii, 270 p. ISBN 978-8-541-20- 024-0. -O câncer do colo uterino foi reconhecido como uma doença específica nos fins do século XIX.-No início do século XX foi comprovado que o câncer escamoso invasivo do colo uterino é precedido por uma transformação maligna de seu epitélio de origem. -A partir da década de 50, estudos epidemiológicos demonstraram que mulheres que iniciavam a atividade sexual durante a adolescência, que apresentavam numerosos parceiros, que desenvolviam DSTs, ou que engravidavam várias vezes, quando ainda jovens, apresentavam maior risco para o aparecimento de câncer cervical. -Parceiros sexuais promíscuos também desempenham um papel importante. -Essas observações apontam para fatores sexualmente transmissíveis como sendo importantes no surgimento do câncer de colo uterino. -O HPV é considerado o principal agente etiológico dessa neoplasia e das lesões precursoras, onde 99% dos cânceres de colo uterino apresentam seqüências de DNA viral positivas para o HPV. Lesões Escamosas Pré Cancerosas doLesões Escamosas Pré Cancerosas do Colo UterinoColo Uterino tecido cutâneo queratinizado mucosa conjuntival e do trato respiratório mucosa oral mucosas da região anogenital -Para produção dessa vacina são utilizadas técnicas moleculares avançadas nas quais a proteína viral L1 de cada tipo de vírus é produzida em laboratório. -Essas proteínas se organizam espontaneamente formando os capsômeros e, em seguida, uma estrutura semelhante ao vírus inteiro que é chamada de Partícula Semelhante a Vírus (VLP – Virus Like Particules). -VLPs são mais imunogênicas que as proteínas solúveis utilizadas nas vacinas convencionais e não apresentam potencial infeccioso nem oncogênico, pois não possuem material genético viral. -Para produção das VLPs, foi feito inicialmente cultivo do HPV de interesse em laboratório, clonagem do gene L1 de cada tipo de HPV e, em seguida, foi feita a expressão de cada uma das proteínas L1 recombinantes, e posterior purificação da VLP. -Existem mais de 200 tipos diferentes de Papilomavírus Humano (HPV) identificadas em várias regiões do mundo. -Os HPVs podem infectar vários locais do corpo produzindo lesões na forma de verrugas: Papilomavírus Humano (HPV)Papilomavírus Humano (HPV) região precoce (genes E1, E2, E4, E5, E6 e E7) região tardia (genes L1 e L2) região reguladora LCR (long controlregion) também conhecida como URR (upper regulatoryregion). -HPVs são vírus de DNA, epiteliotrópicos, que estabelecem infecções produtivas no epitélio estratificado da pele, trato anogenital e na cavidade oral. -DNA está organizado em três regiões: vacina tetravalente contra hpv:vacina tetravalente contra hpv: -Diferentes tipos de HPV, entre os quais chamados de oncogênicos (16 e 18), podem ser encontrados em mulheres que não apresentam qualquer evidência da doença, ou seja a presença do vírus não indica, de forma obrigatória, a presença de lesões morfológicas. •-Alguns fatores de risco, tais como tabaco, multiparidade, uso de contraceptivos orais, deficiência imunológica, numerosos parceiros sexuais e início precoce da atividade sexual, podem ser necessário para o surgimento dessas lesões. -A transmissão iatrogênica da infecção, ocasionada por instrumentos cirúrgicos, luvas, compressas e, até mesmo, pela fumaça que se forma quando da utilização do laser, deve ser reconhecida, ainda que o risco da mesma seja pequeno (importância da utilização de substâncias viricidas na limpeza de todos os equipamentos utilizados em consultas médicas e colposcopias). -A zona de transformação do colo uterino (JEC) parece ser o sítio principal de infecção pelo HPV. -Acredita-se que a infecção se desenvolva pela transferência direta do vírus para as células basais da JEC e as células metaplásicas. -Presume-se que a infecção das outras camadas do epitélio escamoso ocorra a partir dessas células basais. Baixo risco oncogênico para o colo uterino: são comumente encontrados nos condilomas (condiloma acuminado verrugas ou “crista de galo”) e nas lesões intraepiteliais de baixo grau (LIEBG ou LSIL): tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72 e 81. Alto risco oncogênico para o colo uterino: responsáveis pela maior parte das lesões intraepiteliais de alto grau (LIEAG ou HSIL ) e dos carcinomas de colo uterino: tipos 16 e 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 66, sendo os tipos 16 e 18 responsáveis por cerca de 70 % dos carcinomas epidermóides do colo uterino. -Os tipos de HPVs são classificados como não oncogênicos, vírus de baixo risco oncogênico ou alto risco oncogênico, de acordo com a propensão do vírus causar transformação neoplásica na células infectada. -Foi demonstrado que as proteínas E6 e E7 dos HPVs 16 e 18, formam complexos com as proteínas antioncogênicas denominadas p53 e pRb, interação que pode explicar em parte o potencial de transformação neoplásica desses dois vírus. -A forma mais provável de transmissão é a sexual. -Possibilidade da transmissão vertical (mãe/filho) no momento do parto em especial quando existem verrugas genitais. -É possível que o vírus seja transmitido já no nascimento, permanecendo latente durante toda a vida da pessoa. forma de transmissão pelo HPV:forma de transmissão pelo HPV: Ciclo de infecção do HPV passa por 5 etapas consecutivas: 1) Infecção inicial: se dá pelo acesso das partículas virais (através de micro-lesões) às células da camada proliferativa basal do epitélio escamoso do colo uterino (JEC). 2) Manutenção do genoma com baixo número de cópias sob a forma epissomal. 3) Fase proliferativa. 4) Amplificação genômica. 5) Síntese do capsídeo viral e liberação de novas partículas virais. mecanismo de infecção pelo HPV:mecanismo de infecção pelo HPV: Perturbação da arquitetura tecidual; Perda da capacidade do vírus completar seu ciclo produtivo. -A expressão dos genes virais é regulada e dependente da diferenciação das células infectadas pelo HPV. -A montagem das partículas virais ocorre nas camadas de células intermediárias e superficiais do epitélio cervical. -A formação e liberação de partículas virais completas ocorre na superfície do epitélio, sem lisar as células hospedeiras (ciclo produtivo da infecção pelo HPV); porém levam a alterações celulares denominadas de coilócitos. -A replicação viral, que está estreitamente vinculada à diferenciação do epitélio escamoso, produz um efeito patogênico denominado coilocitose. -Essa alteração morfológica das células é comum a todos os tipos de HPV que acomentem a região anogenital, oncogênicos ou não. CICLO DE VIDA VIRAL O desenvolvimento da neoplasia está associado à perda da regulação deste ciclo produtivo do HPV, que ocorre em infecções persistentes pelos HPVs de alto risco oncogênico, que tendem a integrar o seu genoma ao das células hospedeiras. Durante o processo de integração do DNA viral ao DNA da células hospedeira ocorre perda do gene E2 e E4 (que fazem a transcrição dos demais genes virais) levando à um bloqueio do ciclo celular viral e aumento da expressão dos genes E6 e E7 que fazem o bloqueio das proteínas antioncogênicas (p53 e pRb) da célula hospedeira. Não ocorre produção de novas partículas virais como também não ocorre o amadurecimento das células hospedeiras (células imaturas). Alta velocidade de proliferação das células infectadas Perda de maturação das células escamosas alterações neoplásicas induzidas pelo HPV:alterações neoplásicas induzidas pelo HPV: Lesões Pré-Cancerosas e sua relação comLesões Pré-Cancerosas e sua relação com o Papilomavírus Humanoo Papilomavírus Humano Coilócitos observados em células da cérvice -Os condilomas podem acometer os genitais externos, ou as membranas mucosas da vagina, uretra e cérvice. -Quando localizados nos genitais externos (vulva, períneo e pênis), recebem a denominação de verrugas genitais e são facilmente observados a olho nu. -Nas membranas mucosas, como na do colo uterino, podem assumir forma de lesões verrucosas ou planas, com coloração esbranquiçada, e podem passar despercebidas à inspeção visual. -Essa lesões podem ser identificadas ao exame colposcópico. condiloma acuminado (condilomatose) oucondiloma acuminado (condilomatose) ou verrugas genitais:verrugasgenitais: -Condilomas Vaginais e Cervicais podem ser diagnosticado através de esfregaço e sua presença confirmada por biópsia. -Ainda que não sejam consideradas cancerosas, são consideradas importante fator de risco. -De acordo com Sist. Bethesda, condilomas (verrugas) são classificadas dentro do grupo das lesões escamosas de baixo grau. condiloma acuminado (condilomatose)condiloma acuminado (condilomatose) -Algumas HSIL estão associadas a tipos de HPVs considerados oncogênicos. -O tipo 16 do HPV: considerado de alto risco, é detectado em cerca de 60% das lesões de alto grau (HSIL)e na maioria dos cânceres cervicais invasivos, e em apenas 20% das lesões de baixo grau (LSIL). -O tipo 18 do HPV: é detectado em apenas 5% das HSIL e em cerca de 20% dos carcinomas escamosos invasivos. -A explicação para esta disparidade é a rápida evolução das lesões neoplásicas intra- epiteliais associadas ao tipo 18 do HPV, lesões estas que já são de natureza invasiva, quando do seu diagnóstico. -O tipo 18 do HPV possui uma afinidade especial pelo epitélio endocervical: está presente em 70% dos casos de adenocarcinomas da endocérvicee em uma grande parte dos carcinomas de pequenas células. EPIDEMIOLOGIA: presença de HPV é muito comum na população normal. -Estima-se que 10 a 20% das mulheres sejam portadoras de infecção latente. -Quando se utiliza PCR, a taxa de infecção latente entre gestantes pode chegar a 50%. -As mulheres infectadas pelos tipos 16 e 18 do HPV apresentam um risco 50 vezes maior de desenvolver uma SIL, do que as não infectadas. -Mulheres infectadas pelos HPVs 16 e 18 e cujos esfregaços são normais, apresentam um risco 30 vezes maior de desenvolver HSIL no período de 18 meses após o exame. -Qualquer tipo oncogênico de HPV precisa de co-fatores para desencadear o surgimento das lesões. -Fatores de risco como: perda de controle celular (mutação de genes intracelulares), deficiências imunológicas, onde tais fatores podem agir de forma a modificar o eventual controle que uma célula normalmente exerce sobre a infecção pelo HPV. -Infecções por Herpesvírus humano, Clamídia trachomastis, tabaco, e hormônios também podem representar fatores de risco. Condiloma acuminado (condilomatose) desorganização da arquitetura do epitélio escamoso; atipias nucleares; mitoses anômalas. Lesões bem diferenciadas recebem o nome de lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL), segundo o Sistema Bethesda. Lesões com menor diferenciação são conhecidas como lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (HSIL), segundo o Sistema Bethesda. O câncer invasivo do colo do útero é, em termos gerais precedido por lesões intra- epiteliais que progridem lentamente. Histologicamente as lesões da cérvice se caracterizam por: A graduação dessas lesões costuma basear- se no nível de anomalias epiteliais: -Os coilócitos costumam estar presentes nas lesões intra-epiteliais de baixo grau (LSIL), porém são raros nas de alto grau (HSIL), nesta últimas, a superfície é composta por células pouco diferenciadas. -Uma lesão intra-epitelial pode regredir, persistir ou progredir para se tornar um câncer invasivo. -O risco de progressão está relacionado ao grau histológico da lesão, onde; cerca de 30% das HSIL de alto grau progridem, 10 a 15% das lesões de baixo grau (LSIL) progridem. TRATAMENTO: depende do tamanho e da localização das lesões. -Monitorar as lesões na esperança de remissão, outros optam pela crioterapia ou laser. lesões intra-epiteliais (SIL):lesões intra-epiteliais (SIL): Captura Híbrida Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) MÉTODOS DE DETECÇÃO: tanto em amostras teciduais como celulares, baseia-se nos princípios da hibridização molecular. -Entre os métodos mais utilizados atualmente destacam-se a Captura Híbrida e a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). -Limite mínimo de detecção de 1 pg/ml de DNA-HPV, o que equivale a 0,1 cópia de vírus por célula. -Técnica padronizada e sem contaminação (VANTAGEM) -Devido a amplificação do DNA viral, requer quantidades reduzidas de DNA viral (250 ng a 1 μg), o que permite o estudo de pequenas amostras clínicas. -É uma metodologia aberta podendo ser escolhidos os primersque serão incluídos no exame, permitindo exames em grupos, ou individualizando o tipo estudado. -Técnica mais barata (VANTAGEM). -Possibilidade de contaminação (DESVANTAGEM). Melhorar a comunicação entre citologista, patologista e ginecologista. Oferecer um sistema unificado de relatório, para facilitar a análise estatística das informações biológicas e epidemiológicas. -Esse sistema foi atualizado em 1991, 2001 e 2008. OBJETIVO DO SISTEMA: Evolução da Classificação de Lesões Pré-Evolução da Classificação de Lesões Pré- Cancerosas do Colo UterinoCancerosas do Colo Uterino -Nos primeiros anos dos programas de detecção do câncer cervical, praticamente todas as lesões pré-cancerosas biopsiadas eram classificadas como carcinomas in situ, e tratadas através de histerectomia. -A falha em encontrar evidências de câncer em algumas peças de útero retiradas de pacientes levou a conclusão de que nem todas as lesões pré-cancerosas evoluem para câncer invasivo. -Isto levou a necessidade de classificar as lesões pré-cancerosas e estabelecer novas opções terapêuticas. sistema de Bethesdasistema de Bethesda -Método de classificação citológica dos esfregaços cervicais, proposto por um grupo de especialista reunidos em Bethesda (EUA) em 1988. Nem sempre é fácil julgar a qualidade da amostra. -O Sistema de Bethesda define que o esfregaço cérvico-vaginal deve ser examinado e registrado com uma linguagem clara e sem ambigüidades. ETAPAS: 1° - Avaliação geral quanto a qualidade da amostra 2°- Definição se o esfregaço adequado encontra-se dentro dos limites da normalidade. 3 ° - determina como o esfregaço alterado deve ser classificado. 1° - QUALIDADE DA AMOSTRA: -Esfregaço deve conter elementos da JEC ou zona de transformação. -Esfregaços de mulheres mais jovens costumam conter mais células metaplásicas e endocervicais que os das mulheres com mais de 40 anos. -Esfregaços atróficos de mulheres na menopausa, células metaplásicas como as endocervicais podem estar ausentes . -Sobre qualidade da amostra deve levar em consideração a idade da paciente. Esfregaço Insatisfatório: sugerir nova coleta. -Preservação inadequada do material ou celularidade escassa. -Exsudato inflamatório intenso que atrapalhe a visualização celular. -Presença de material estranho (lubrificantes). -Obscurecimento por hemácias. -Ausências de elementos da JEC e células endocervicais. -Dados clínicos insuficientes. METAPLASIA ESCAMOSA METAPLÁSICA As opções a este respeito são claras: o esfregaço é normal (negativo) ou demonstram anomalias que precisam ser melhores classificadas. 2° - DEFINIÇÃO SE O ESFREGAÇO ADEQUADO SE ENCONTRA DENTRO DOS LIMITES DA NORMALIDADE: ENDOCERVICAIS Esfregaço Satisfatório MÁ FIXAÇÃO HEMORRÁGICO ESFREGAÇO INSATISFATÓRIO CITÓLISE PURULENTO ESFREGAÇO INSATISFATÓRIO ESFREGAÇO INSATISFATÓRIO CONTAMINANTEESFREGAÇO ESPESSO DENTRO DOS LIMITES DA NORMALIDADE Alterações Celulares Benignas: Inflamação, Reparação, Metaplasia Escamosa Imatura, Atrofia com Inflamação, Radiação INFLAMATÓRIO ATRÓFICO REPARO ASC-US e ASC-H Lesões intra-epiteliais escamosas de baixo grau (LIE-BG) ou LSIL (Low-grade squamous intraepithelial lesion): inclui NIC 1, displasia leve e alterações associadas ao HPV (coilócitos e condilomas). Lesões intra-epiteliais escamosas de alto grau (LIE-AG), ou HSIL (High-grade squamous intraepithelial lesion): inclui as displasias moderada e grave, o carcinoma “in situ” e as lesões antes definidas como NIC 2 e NIC 3. Carcinoma escamoso (invasor) ASC-US (atipias de células escamosas de significado indeterminado) que reflete dificuldades na distinção entre alterações reativas (benignas) e LSIL. ASC-H (atipia de células escamosas não podendo excluir lesão de alto grau) que reflete o diagnóstico diferencial entre metaplasia imatura e HSIL. 3° - DETERMINADO COMO ESFREGAÇO ALTERADO, DEVENDO SER CLASSIFICADO:Subdivide as células escamosas anormais em 4 grupos. -De todas as mudanças introduzidas pelo Sistema de Bethesda, a mais problemática e controversa são as “Células Escamosas Atípicas de Significado Indeterminado” (ASCUS). -ASCUS reflete a inabilidade dos citopatologistas em estabelecer um diagnóstico definitivo em certos casos e leva os clínicos á; solicitar exame de colposcopia, um procedimento caro e demorado, repetição do exame citológico, pesquisa do DNA-HPV. Subcategorias para o termo ASC-US: Referências utilizadasReferências utilizadas Citopatologia do colo uterino - atlas digital. KOSS, Leopold G.; GOMPEL, Claude; BERGERON, Christine.Introdução à citopatologia ginecológica com correlações histológicas e clínicas. São Paulo: Roca, 2006. SOLOMON, Diane; NAYAR, Ritu; KURMAN, Robert J.; DAVEY, Diane D.; WILBUR, David C.; PROLLA, João Carlos. Sistema bethesda para citopatologiacervicovaginal definições, critérios e notas explicativas. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. MARIA-ENGLER, Silvya Stuchi; CONSOLARO, Márcia Edilaine Lopes. Citologia clínica cérvico-vaginal: texto e atlas. São Paulo: Rocca, 2014. xviii, 270 p. ISBN 978-8-541-20- 024-0. Materiais Extras !!!Materiais Extras !!! -Inflamação é a resposta dos tecidos às lesões ocasionadas por vários agentes (bactérias, vírus, fungos, parasitas, trauma, reações químicas, calor, frio, radiação,..) -Os processos inflamatórios são agudos ou crônicos e podem ser reconhecidos nos esfregaços cérvico-vaginais. INFLAMAÇÃO AGUDA: caracteriza-se pela formação de novos capilares e migração de leucócitos polimorfonucleares para dentro do local lesado, sendo comum o achado de tecido necrótico. INFLAMAÇÃO CRÔNICA: caracteriza-se pela presença de macrófagos, linfócitos e proliferação de fibroblastos. -Os processos inflamatórios crônicos também ocasionam modificações importantes nas estruturas epiteliais, tais como; Hiperplasia, Metaplasia Atípica e Reparação. REPARAÇÃO: ocorre em resposta à destruição focal do epitélio cervical, que pode ter como causas; biópsias, cauterização, crio cirurgia, radioterapia, histerectomia, inflamações agudas e crônicas ou a pressão exercida por um pólipo endocervical ou DIU. -A reparação do epitélio escamoso tem início com a proliferação das células basais na periferia da área lesada, processo este que progride até recobrir toda a superfície comprometida. Em seguida ocorre um aumento da espessura do novo epitélio. -Os núcleos das células epiteliais jovens são relativamente grandes e hipercromáticos, com nucléolos grandes e muitas vezes numerosos, um fato indicativo de síntese protéica. Lesões InflamatóriasLesões Inflamatórias METAPLASIA ESCAMOSA ATÍPICA: forma habitual de metaplasia do epitélio endocervical já foi descrita. -A metaplasia escamosa atípica pode se intensificada nos processos inflamatórios. -Histologicamente, é possível observar áreas contendo células metaplásicas, com alterações moderadas, tais como aumento discreto do tamanho nuclear, binucleação, hipercromasia leve e proeminência de nucléolos. interpretada erroneamente -A metaplasia escamosa atípica pode ser como lesões pré-cancerosas do colo do útero. -Alguns autores (Crum et al (1993), sugeriram que a metaplasia atípica pode ser a resposta do epitélio endocervical às infecções por HPV do tipo 16. Independente da causa, as reações inflamatórias estão representadas nos esfregaços por um exsudato inflamatório composto por leucócitos, macrófagos e detritos que constituem uma evidência de necrose celular (“esfregaços sujos”). Representação esquemática de uma reação de reparação. (A) área a ser reparada. (B) A área lesada encontra-se preenchida por células basais em proliferação, as quais por um certo período de tempo, conservam suas características imaturas. : - : i- - -Nos esfregaços inflamatórios, as células escamosas podem apresentar núcleos discretamente aumentados de tamanho e de contornos irregulares ou com cromatina condensada. -Caso o aumento nuclear seja evidente, porém permaneça restrito a poucas células escamosas, esses elementos celulares poderão ser classificados como “células escamosas atípicas de significado indeterminado” ou ASC-US (sigla em Inglês). Isso exige o seguimento mais cuidadoso dessas mulheres. Esfregaço cervical demonstrando atipia inflamatória das células escamosas. Nota-se discreto aumento do volume nuclear em uma célula parabasal e outra intermediária (direita). Vários leucócitos. Esse tipo de esfregaço pode ocasionalmente ser classificado como ASC-US mulher jovem com ampla ulceração de seu epitélio, pode-se encontrar um amplo aumento na população de células parabasais. mulher na menopausa, a proliferação de capilares pode estimular o crescimento do epitélio escamoso e criar a falsa imagem de efeito estrogênico, sugerido pela numerosa existência de células superficiais. afinidade do citoplasma pelos vários corantes pode variare produzir uma falsa eosinofilia nas células parabasais e intermediárias. (ALTERAÇÕES INESPECÍFICAS) -Na presença de um processo inflamatório, a análise das células epiteliais presentes no esfregaço pode ser bastante difícil. -É possível ocorrer uma mudança no tipo predominante de células escamosas. citologia das lesões inflamatórias:citologia das lesões inflamatórias: Esfregaço com inflamação importante: numerosos polimorfonucleares e histiócitos. (obj. 20x) Alterações Celulares Reativas produzidas pelo processo inflamatório: pseudoeosinofilia das células parabasais e intermediárias, com aumento nuclear em algumas células e infiltrado de leucócitos. Célula Escamosa Atípica de Significado Indeterminado (ASC-US) Infecções BacterianasInfecções Bacterianas Gardnerella vaginalis Cocos Gram-positivos Cocos Gram-negativos Chlamydia trachomatis Actinomyces spp. Leptothrix spp. Mycobacterium tuberculosis : : São bacilos (bastonetes) Gram-positivos, em geral retos, de espessura regular, de comprimento variável. Na coloração de Papanicolaou ou de Shorr, como a maioria das bactérias, coram-se em roxo, azul escuro ou acinzentado. -A vagina e o colo do útero estão inseridos em um ecossistema complexo, contendo numerosas espécies bacterianas aeróbias e anaeróbias. -Diante de uma série de condições, essas bactérias podem ocasionar inflamação cérvico-vaginal, muitas vezes acompanhada por uma secreção de odor desagradável (vaginite ou vaginose bacteriana). flora bacteriana:flora bacteriana: Constituem a maior parte da flora vaginal normal, durante a menacma (95%), porém são raros antes da menacma e após a menopausa. Sua presença depende do ambiente hormonal. Espécies de Lactobacilos: Lactobacillus vaginallis, L. gasseri, L. crispatus, L. jensenii, L. cellobiosus, L. fermentum. Todos capazes de fermentar o glicogênio, produzindo ácido lático (pH ̴ 4,0), algumas espécies são capazes de produzir peróxido de hidrogênio. Ainda não foi possível definir se essas bactérias são capazes de produzir quadros de vaginite por si próprias, ainda que a presença de secreção vaginal exagerada seja comum quando existe citólise acentuada (vaginose citolítica) lactobacilos (Bacilos de Döderlein):lactobacilos (Bacilos de Döderlein): É uma bactéria em forma de bastão que pode ser Gram-variável e se cora de azul na coloração de Papanicolaou. Faz parte da flora normal de 50% das mulheres sexualmente ativas. A vagina é habitada por diversas bactérias, algumas “boas”, algumas “ruins”. Os lactobacilos são as bactérias “boas” e encontram-se normalmente em maior quantidade (cerca de 95% da população), impedindo o crescimento de bactérias potencialmente causadoras de doenças através do controle do pH vaginal, competição por alimentos e produção de Peróxido de Hidrogênio. A vaginose bacteriana ocorre quando há uma ruptura deste equilíbrio, acarretando em uma diminuição dos lactobacilos e um crescimento da flora “ruim” que pode ser composta por diversas bactérias, entre elas: Gardnerella vaginalis, Prevotella, Bacteroides, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, Mobiluncus, Fusobacterium, ... De todas essasbactérias, a Gardnerella vaginalis parece ser o microorganismo mais característico da vaginose, estando presente em mais de 96% dos casos. Vaginose Bacteriana é uma síndrome caracterizada por pH vaginal aumentado (>4,5), corrimento cremoso/leitoso de odor fétido devido a produção de aminas (putrecina, cadaverina e trimetilamina), principalmente quando em contato com líquidos de pH alcalino (KOH ou sêmen e sangue em relações sexuais). Gardnerella vaginalisGardnerella vaginalis Condições clínicas que aumentam o risco de infecções bacterinas Esfregaço cérvico vaginal: citólise produzida pelos Bacilos de Döderlein : Quando presentes os sintomas restringem-se a um prurido (coceira) e um leve ardor (queimação) miccional. Raramente causa secreção (corrimento) uretral. No homem contaminado é que podemos falar efetivamente que se trata de uma DST. Esfregaços cérvico-vaginais evidenciam numerosas bactérias em forma de bastão, que podem estar parcial ou totalmente aderidas à superfície das células escamosas, chegando a recobrir tais células. Esses elementos celulares são denominados de “células guia” ou “clue cells” e apresentam uma coloração azulada. A identificação da “células guia” ou “clue cells” é de grande importância diagnóstica, pois em 90% desses casos a cultura bacteriana é positiva para este microorganismo. Nos quadros de infecção por G.vaginalis, os esfregaços nem sempre apresentam um exsudato inflamatório (vaginose), já nas infecções com flora mista, tal exsudato é sempre visível (vaginite). Na vaginose, por outro lado, as lesões dos tecidos não existem ou são muito discretas, caracterizando-se apenas pelo rompimento do equilíbrio microbiano vaginal normal. A vaginose por Gardnerella vaginalis pode não apresentar manifestações clínicas (sinais ou sintomas). Quando ocorrem, estas manifestações caracterizam-se por um corrimento homogêneo amarelado ou acinzentado , com bolhas esparsas em sua superfície e com um odor desagradável. O prurido (coceira) vaginal é citado por algumas pacientes mas não é comum. Foi detectada uma maior incidência da vaginose bacteriana em mulheres que tem múltiplos parceiros sexuais. No homem pode ser causa de uretrite e inflamação do prepúcio e glande. Uretrite é geralmente assintomática e raramente necessita de tratamento. VAGINOSE: termo usado para diferenciar da vaginite, na qual ocorre uma verdadeira infecção dos tecidos vaginais. -Várias espécies de cocos, arranjados em cadeias ou grupamentos, podem ser observados nos esfregaços cérvico- vaginais. -As mais comuns são os estafilococos e os estreptococos, os quais se coram em azul pelo método de Papanicolaou. -Staphylococcus aureus já foi correlacionado ao desenvolvimento de choque séptico em usuárias de absorventes intravaginais. -Geralmente os cocos se acompanham de um exsudato inflamatório. -A identificação precisa das espécies de cocos exige uma cultura bacteriana. cocos gram positivoscocos gram positivos GARDNERELLA VAGINALIS CLUE CELL Coloração de Papanicolaou: flora cocóide - : : Coloração de Gram: esfregaço cérvico-vaginal com presença de cocos gram-positivos que foram identificados através de cultura como Streptococcus agalactiae. -A gonorréia, uma DST comum, é produzida por um diplococo Gram-negativo (Neisseria gonorrhoeae). -Nas mulheres, a fase aguda da infecção costuma ocasionar uma secreção vaginal purulenta, ainda que possa ser assintomática. -Posteriormente pode-se encontrar cervicite crônica, bartholinite, abcessos tubovarianos ou, até mesmo peritonite. -Nos esfregaços, os diplococos Gram- negativos são de difícil reconhecimento à microscopia óptica, nos maiores aumentos eles podem ser identificados no interior ou na superfície das células escamosas ou leucócitos. -Habitualmente os diplococos se acompanham de um exsudato inflamatório de natureza inespecífica. -A identidade dos microorganismos deve ser estabelecida por meio de culturas bacterianas, uma vez que outros cocos e, até mesmo, detritos celulares podem ser confundidos com esse tipo de agente infeccioso. cocos gram negativoscocos gram negativos Coloração de Gram: Neisseria gonorrhoeae: observe os diplococos gram-negativos intraleucocitários. -É um parasita intracelular obrigatório , Gram-negativo, que perdeu a capacidade de gerar energia, dependendo do ATP da célula hospedeira. -As infecções urogenitais pela Chlamydiatrachomatissão incluídas entre as DSTs mais frequentes no mundo. -No trato genital feminino, esse agente de transmissão sexual ocasiona Vaginite, Cervicite, Uretrite, Salpingite -A infecção pode ser assintomática ou produzir sintomas inespecíficos. -No colo uterino, a junção escamo colunar (células metaplásicas) e o epitélio endocervical são os locais mais acometidos, onde a infecção ocorre mediante minúsculas escoriações (LINFOGRANULOMA VENÉREO - linfonodos inchados e dolorosos na virilha e às vezes infecção do reto.) -Nos esfregaços , a primeira mudança observada é no citoplasma, onde ocorre o aparecimento de numerosos e diminutos corpos cocóides, circundados por zonas claras e estreitas. -Nos estágios finais da infecção, os corpúsculos cocóides se fundem formando densas inclusões localizadas no interior de vacúolos maiores. -As células infectadas podem apresentar um maior volume e também um aumento do tamanho nuclear, bem como multinucleação, hipercromasia e grandes nucléolos. -Em tais circunstâncias, torna-se necessário descartar uma possível lesão neoplásica. Chlamydia trachomatisChlamydia trachomatis Ciclo de desenvolvimento da Chlamydia trachomatis: corpo elementar é a forma infecciosa e corpo reticulado é a forma intracelular. ato - : : A- - - - - - - - Inclusões sugestivas de Chlamydia trachomatis -As alterações citológicas atribuídas a Chlamydia trachomatis não são patognomônicas (específicas) da infecção. -Esse agente infeccioso nem sempre produz anomalias citológicas e os vacúolos citoplasmáticos podem ser de natureza inespecífica. -Um diagnóstico definitivo exige cultura microbiológica (meios ricos em células vivas como Mac Conkey ou HeLa), ou imuno fluorescência direta, ELISA ou PCR. Flora bacilar sugestiva de Leptotrix spp. cervicite produzida por c. trachomatis: caracterizada por corrimento mucopurulento, eritema e inflamação do colo uterino. -Os Actinomyces são bactérias anaeróbias, Gram-positivas, filamentosas, mais comuns na boca e sulcos gengivais. -Tem sido descrito como causador de doenças inflamatórias pélvicas associadas ao uso de dispositivos intra-uterinos(DIU). -Pode ser observada em esfregaços citológicos na forma de “bolas”, com centro denso, formando manchas escuras, circundadas por filamentos que se irradiam a partir da condensação central da bactéria. -As bolas assumem uma coloração cinza- azulada na coloração de Papanicolaou. -A bactéria costuma produzir uma reação inflamatória intensa, composta fundamentalmente por neutrófilos e macrófagos. Actinomyces spp.Actinomyces spp. -As bactérias do gênero Leptotrichia spp., são bacilos Gram-negativos longos, em geral encurvados, e anaeróbios. -São encontrados na cavidade bucal, vagina e trato intestinal. -Costuma ser considerado um saprófita. -Não causam alterações citológicas. -Estão freqüentemente associados a infestações por Trichomonas vaginalis. Leptotrix spp.Leptotrix spp. -Levedura denominada Candida albicans é o fungo patogênico que mais produz quadros infecciosos na vulva, na vagina e, mais raramente, no colo do útero. -Gravidez, obesidade, diabetes melito, uso de antibióticos e imunodepressão são fatores que favorecem a candidíase. -Presença recorrente de candidíase pode ser a primeira manifestação da AIDS. candidíasecandidíase - - - - - F- - - f- : - : - - Leveduras Forma Miceliana (fungo propriamente dito) -Na maioria das vezes, a simples presença do fungo não produz sintomas ou está associada a uma secreção espessa e de coloração esbranquiçada (nata de leite), além de prurido e ardência na região vulvar. -A candidíase vulvo vaginal apresenta dependência hormonal (glicogêniocomo substrato de alimento). Nos esfregaços cérvico-vaginais, o fungo pode aparecer sob duas formas: -A forma em levedura (conídia) é representada por uma pequena estrutura ovalada, de tamanhos variados (3 a 6 μm) e apresenta uma zona central clara, circulada por uma cápsula, possui coloração rosada ao Papanicolaou. -O fungo (micelio) é composto por filamentos que por sua vez são constituídos por longos esporos em forma de bambu, os quais formam grandes pseudo-hifas não encapsuladas. -A identificação precisa dos fungos exige uma investigação microbiológica Candida glabrata Criptococose Aspergilose Coccidioidomicose Blastomicose -Outras micoses podem estar presentes nos esfregaços: Esfregaço vaginal com pseudo-hifas de Candida albicans . Notar os filamentos finos em forma de bambu. Esfregaço vaginal: dois esporos de Cryptococcus, cada um com um broto. Esfregaço cervical: Aspergillus em processo de esporulação. Infecções por ProtozoáriosInfecções por Protozoários -Protozoário exclusivamente humano, sendo anaeróbio facultativo, flagelado, unicelular e provido de grande mobilidade. -É um protozoário flagelado, que pode ser encontrado no trato genital feminino, bem como na próstata e uretra masculina. -Esse parasita é transmitido por contato sexual (principal via), secreções, roupas íntimas, toalhas úmidas, além de água de piscina. -Cerca de metade das mulheres infectadas por Trichomonas são assintomáticas e somente um terço delas torna-se sintomática em 6 meses. -Já outras apresentam manifestações intermitentes da infecção como, secreção vaginal espumosa amarelo-esverdeada de odor fétido. -Lesões traumáticas dos epitélios do TGF e aumento do pH vaginal são considerados fatores de risco para infecção, pois o Trichomonas se desenvolve em pH 5,5 a 6,0. Trichomonas vaginalisTrichomonas vaginalis - : - i. : : -A maioria dos homens é assintomático, mas podem desenvolver uretrite pruriginosa. -Nas mulheres o parasita pode ser encontrado na vagina, canal cervical, cavidade uterina, na uretra e no trato urinário, levando à disúria (dor ao urinar) e a dispareunia (dor durante o ato sexual). ECTOCÉRVICE INFLAMATÓRIA: FUNDO SUJO, PARASITAS VISIVEIS INDICADPS PELAS SETAS. Marcação de grande concentração de Trichomonas vaginalis. -A tricomoníase costuma produzir alterações nas células escamosas. -A mais comum delas é a eosinofilia citoplasmática acentuada em células intermediárias e parabasais, acompanhada pela presença de halo perinuclear (patognomônico desta infecção). -A patogenicidade do parasita envolve adesão em células escamosas destruindo-as por ação direta. -Em mulheres jovens é possível observar um aumento do número de células parabasais, dando a impressão de um esfregaço atrófico. -Nas mulheres menopausadas, a falsa eosinofilia e o aumento de células superficiais (devido a alta descamação) podem mimetizar uma estimulação estrogênica. Corrimento vaginal espumoso produzido em algumas pacientes contaminadas com Trichomonas vaginalis. -O exame clínico dos epitélios vaginal e cervical revela pequenas hemorragias puntiformes, que produzem o chamado aspecto em morango no colo do útero ou vagina. -Podem ser identificados facilmente por exames à fresco de uma gota de secreção vaginal. -Nos esfregaços cérvico-vaginais, a Trichomonas vaginalis pode ser identificada como uma estrutura arredondada ou ovalada, por vezes de formato irregular e de coloração rosada a cinza-esverdeada, medindo entre 10 e 20 μm. -Um pequeno núcleo de localização excêntrica é visível nos parasitas bem preservados. -Flagelos são ocasionalmente observados. Fundo inflamatório, células escamosas com halo perinuclear claro e núcleo hipercromático de tamanho aumentado (seta violeta): infecção por Trichomonas vaginalis (seta preta: parasita) : - - - - Infecção herpética: células mononucleares com inclusão viral intranuclear (setas). (obj. 40x) -As lesões celulares iniciais são causadas pela proliferação viral no interior do núcleo. -Dessa forma os núcleos aumentam de tamanho e assumem um aspecto opaco, descrito como “ vidro fosco”. -A membrana nuclear encontra-se espessada e, em sua face interna, notam-se fragmentos de cromatima deslocados pelo vírus. Herpes tipo 1 (labial): fase de úlcera e crosta. -Herpes genital é uma doença de transmissão sexual, na maioria das vezes ocasionada pelo herpes-vírus do tipo 2, sendo 15% dos casos produzidos pelo herpes-vírus do tipo 1, mais associado ao herpes labial (contato orogenital). -O quadro infeccioso primário pode ser assintomático ou então dar origem a febre, mialgia e cefaléia (viremia: presença de vírus no sangue circulante ). -O período agudo limita-se a cerca de 2 a 3 semanas, durante o qual as alterações citológicas mais importantes podem ser identificadas (as lesões permanecem infectantes por 10 a 12 dias) -Formam-se lesões vesiculares (fase de maior contaminação), que podem confluir, formando úlceras dolorosas, e depois, crostas. -Estas lesões se localizam principalmente na vulva, mas podem ocorrer também na cérvice. -Essas lesões se resolvem em 2 a 4 semanas, mas podem ser recorrentes na maioria dos casos (vírus migra e permanece latente nas terminações nervosas, após situações como estresse, imunossupressão, retorna de forma retrógrada via neurônio para o local inicial da infecção, causando novamente a infecção). Herpes genitalisHerpes genitalis Infecções ViraisInfecções Virais -Durante a fase aguda (duas a três semanas), a avaliação citológica dos esfregaços cervicais, revela alterações celulares características. -O vírus infecta as células escamosas, as células metaplásicas e as células endocervicais. Infecção herpética: células multinucleadas (setas) com inclusões virais intranucleares. (obj. 20x) Infecção herpética: três células mononucleares (setas pretas) e uma multinucleada (seta violeta) com inclusões virais intranucleares. (obj. 40x) Infecção herpética: células mononucleares e multinucleadas com inclusão intranuclear com aspecto de vidro fosco e cromatina marginal. Amoldamento nuclear (seta). (obj. 20x) -Alterações celulares e teciduais produzidas pelo Citomegalovírus são semelhantes as alterações do Herpes-vírus no trato genital feminino. -Diferenciação pode ser difícil quando utilizados apenas critérios morfológicos. -Cultura e a uso de imunohistoquímica com anticorpos específicos são métodos confiáveis para diferenciação. citomegaloviruscitomegalovirus - ÷ - Emas - BEBES E - - ES MAOME ORBE - - . : Referências utilizadasReferências utilizadas Citopatologia do colo uterino - atlas digital. KOSS, Leopold G.; GOMPEL, Claude; BERGERON, Christine. Introdução à citopatologia ginecológica com correlações histológicas e clínicas. São Paulo: Roca, 2006. SOLOMON, Diane; NAYAR, Ritu; KURMAN, Robert J.; DAVEY, Diane D.; WILBUR, David C.; PROLLA, João Carlos. Sistema bethesda para citopatologia cervico vaginal definições, critérios e notas explicativas. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. MARIA-ENGLER, Silvya Stuchi; CONSOLARO, Márcia Edilaine Lopes. Citologia clínica cérvico-vaginal: texto e atlas. São Paulo: Rocca, 2014. xviii, 270 p. ISBN 978-8-541-20- 024-0.