Buscar

Enterobiose: Verminose Intestinal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ludmila Violeta de Moraes 
 
 
- Enterobíase, enterobiose ou oxiurose é uma verminose intestinal 
causada por Enterobius vermiculares. 
 Parasito exclusivamente humano. 
 Incide com maior intensidade em países de clima temperado. 
 Ocorre também nos países desenvolvidos. 
 Atinge crianças. 
 Intenso prurido anal. 
 
- Organização dos vermes adultos: 
 A fêmea é maior que o macho, mede em torno de 1cm de 
comprimento; fusiforme com extremidades finas; 
extremidade posterior afilada. 
 O macho mede de 3 a 5 mm e possui o extremo posterior 
enrolado ventralmente. 
 Asas cefálicas ou expansões vesiculares. 
 
 
 
- Ovo: 
 50 x 20 micrometros; incolor, formato “D”; dupla membrana; 
embrião interior. 
 
 
 
 
 
 
 
- Classificação: 
 Familia: Oxyuridae 
 Filo: Nemathelminto 
 Classe: Trematoda 
 Gênero: Enterobius 
 Espécie: E. Vermicularis. 
- Habitat: 
 Habitat dos vermes adultos é a região cecal e muitas vezes 
encontrados no apêndice. 
 Machos e fêmeas vivem aderidos à mucosa ou livres. 
 Nutrição saprozóica (por absorção de materiais orgânicos), 
do conteúdo intestinal. 
 Quando grávidas, as fêmeas saem do ceco pro reto, essa 
migração está relacionada à o abaixamento da temperatura 
retal do paciente durante a noite. 
- Ciclo Biológico: 
 Monoxênico (o parasita possui um único hospedeiro). 
1- Ovos depositados na região perianal pelas fêmeas após 
migrarem para essa região. Entre 4 a 6 horas os ovos, já 
embrionados, maturam, na temperatura da superfície do 
corpo. Quando no solo é mais lento. 
2- Ocorre a ingestão ou inalação dos ovos embrionados. 
3- Os ovos eclodem no intestino delgado (as larvas 
rabditoides). 
4- Larvas sofrem duas mudas até o trajeto para o ceco, onde 
transformam-se em adultas. 
5- Fêmeas migram novamente para a região perianal. 
- Geralmente 30 a 60 dias de infecção. 
- Somente os ovos contendo larvas de 5º estádio são infectantes. 
 
- Patogenia e Sintomatologia: 
 Apenas uma em cada 20 crianças parasitadas apresentam 
sintomas; 
PARASITOLOGIA 
Enterobius vermicularis 
 
 
 
 
Ludmila Violeta de Moraes 
 A ação patogênica no intestino é principalmente de natureza 
irritativa e mecânica. 
 Pode apresentar eosinofilia 
 Sintoma mais frequente é o prurido anal, causado pela 
presença do parasito na pele da região. 
 Lesão com infecção secundária, perda de sono e 
nervosismo. Região recoberta de muco, as vezes com 
sangue. 
 Órgãos genitais: vulvovaginite, metrite, ovarite. 
- Transmissão: 
 Heteroinfecção: ovos presentes em alimentos ou poeira 
atingem um novo hospedeiro (primo-infecção). 
 Indireta: ovos presentes no alimento ou poeira atingem o 
mesmo hospedeiro que o liberou. 
 Autoinfecção externa ou direta: o hospedeiro leva os ovos da 
região perianal para a boca (cronicidade). 
 Autoinfecção interna: processo raro. Larvas eclodindo ainda 
dentro do reto e depois migrando até o ceco. 
 Retroinfecção: Larvas eclodem na região perianal -> 
penetram pelo anus -> migram pelo intestino grosso -> 
chegam até o ceco -> transformam-se em vermes adultos. 
- Diagnóstico: 
 Na clínica destacam-se os sintomas como prurido anal, 
irritação cutânea perianal ou perineal, ou eosinofilia sem 
outra causa associada. 
 Exames de fezes só funciona cerca de 5 a 10% das vezes. 
 Método de Graham ou fita adesiva: como geralmente as 
fêmeas fazem a desova na região perineal os ovos 
permanecem aderidos à pele por sua casca de natureza 
albuminosa. Daí aplica-se uma fita transparente sobre a 
superfície e os ovos que estiverem presentes aderem a face 
gomada e depois são examinados por microscopia. 
- Tratamento: 
 Mebendazol: 100mg duas vezes ao dia, durante 3 dias. Taxa 
de cura superior a 90%. 
 Albendazol: em crianças acima de 2 anos – 100mg em dose 
única. Eficácia próxima de 100% 
 Pamoato ou Emboato de pirantel: dose única, 10mg/kg. 
Contraindicação na gestação. 
 Piperazina: tratar durante uma semana. 50mg/kg paciente. 
 Pamoato de Pírvinio: corante vermelho do grupo das 
cianinas; não absorvível pelo intestino; dose única de 5 a 
10mg/ kg paciente. 
 Invermectina: comprimido, pacientes com mais de 15kg 
corporal. 
- Epidemiologia: 
 Alta prevalência em idade escolar e regiões temperadas. 
 Mecanismo de auto-infecção 
 Ovo viável por até 3 semanas. 
 Ovos em poucas horas se tornam infectantes. 
- Profilaxia: 
 Higiene das mãos. 
 Não sacudir roupas de cama e de dormir. 
 Tratamento de família ou coletividade, repetindo após 20 
dias. 
 Evitar coçar a região perianal 
 Banho ao levantar-se 
 
 
- Caso clínico passado pelo professor: 
M.C.P.C., sexo feminino, 4 anos de idade 
• Antecedentes pessoais: Irrelevantes 
• Trazida a consulta de Pediatria por corrimento vaginal 
recorrente desde há 3 meses e prurido. 
 
• História clínica 
- Desde há 3 meses apresenta desconforto vulvovaginal e 
prurido; leucorreia escassa; sem melhoria com as medidas de 
higiene específicas 
- Nega queixas urinárias ou alterações do trânsito intestinal 
- Nega alterações do estado geral, emagrecimento, polidipsia ou 
polifagia; sem infecções recentes. 
- Nega história de possível corpo estranho, nega possível abuso 
sexual; 
- Quando questionada, a mãe referia agravamento das queixas à 
noite, com prurido intenso perianal; 
 
Ao exame objetivo: 
• Rubor vulvar e vaginal 
- Escoriações (aparentes lesões de coceira) perineais. 
 
Diagnóstico laboratorial: 
 
 
 
Tratamento: 
- Mebendazol 100mg, VO, 2 vezes/dia durante 3 dias. 
- Repetir o esquema terapêutico em 2 dias.

Continue navegando