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CONTESTAÇÃO TITO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRABALHO DA ___ VARA DO 
TRABALHO DE PARAUAPEBAS – PARÁ. 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO N° 
 
 
 
 
PIZZARIA GOURMET LTDA, pessoa jurídica de direito privado, registrada sob o CNPJ nº, 
localizada em Parauapebas - Pará, no endereço xxx, com endereço eletrônico xxx, vem, perante 
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, com escritório no endereço xxx, onde recebe 
intimações e notificações, com fulcro no artigo 847, da Consolidação das Leis Trabalhistas, 
oferecer 
 
CONTESTAÇÃO 
 
a reclamatória trabalhista movida por TITO, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões 
de fato e de direito a seguir expostas. 
 I – DOS FATOS 
Tito foi admitido em 15/12/18, como motoboy pela Reclamada, e cumpria jornada das 18h às 
3h30 por seis dias da semana com intervalo de 40 minutos para refeição, onde sua carteira de 
trabalho estava devidamente assinada, com o valor de 1 salário mínimo mensal. 
Tito fazia em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e normalmente recebia R$ 1,00 (um 
real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma média de R$ 260,00 (duzentos e 
sessenta reais) mensais. 
No mês de agosto de 2019, Tito fez uma entrega de uma pizza a um cliente, porém, o cozinheiro 
da pizzaria se confundiu no preparo e assou uma pizza de calabresa, sendo que o cliente era 
alérgico a este produto. Ao ver a pizza errada, o cliente tomado por raiva começou a xingar e 
ameaçar Tito, e logo após soltou seus cachorros, dando ordem para atacar o requerente que foi 
lesionado gravemente. Por conta do ocorrido, Tito precisou se afastar por 30 dias de sua função 
de entregador. Em razão da mordida dos animais, o mesmo precisou comprar para uso próprio, 
vacina antirrábica, que lhe custou R$ 30,00. Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do 
INSS, Tito retornou à empresa e foi dispensado, recebendo as verbas rescisórias. 
Nos contracheques de Tito, constam, mensalmente, o pagamento do salário mínimo nacional 
na coluna de créditos e o desconto de INSS na coluna de descontos, sendo que no mês de março 
de 2019 houve ainda dedução de R$ 31,80 a título de contribuição sindical, sem que tivesse 
autorizado o desconto. Tito foi à CEF e solicitou seu extrato analítico, onde consta depósito de 
FGTS durante todo o contrato de trabalho. 
II – DO DIREITO 
II.I – PRELIMINARMENTE 
A) DA IMPUGNAÇÃO DA JUSTIÇA GRATUITA 
 No âmbito do processo do trabalho, este benefício somente pode ser concedido quando 
presentes e atendidos os requisitos exigidos pelo artigo 14 da lei 5.584/70, motivo pelo 
qual, não estando presentes esses requisitos, deve ser indeferida a concessão desde 
benefício à reclamante. 
Com efeito, o reclamante passou a receber o benefício previdenciário, bem como seus 
valores rescisórios. Não possui quaisquer encargos que possam obstar sua contribuição 
processual. 
 Não pode ser desvirtuada a natureza do benefício da gratuidade judiciária, visto que 
destinada a pessoas sem possibilidade de sustento próprio e de sua família, não sendo este 
o caso do demandante. 
 
A simples declaração de pobreza não tem, no processo do trabalho, a mesma força que 
possui na justiça comum. Isto é, não basta a simples declaração para a requerente ser 
considerada impossibilitada de sustento próprio, deve haver comprovação, mediante 
atestado da autoridade local do ministério do trabalho (artigo 14, parágrafo 2º da lei 
5.584/70) da situação econômica peculiar. 
 
Na espécie, o reclamante, contrariando dispositivo constitucional, não comprovou a 
condição alegada. Assim, em sede preliminar, requer-se o indeferimento do pedido de 
justiça gratuita. 
 
B) DA INÉPCIA DA INICIAL 
 
Considerando os princípios da informalidade e da simplicidade que orientam o processo do 
trabalho, deve o reclamante , de forma sucinta , indicar na petição inicial a causa de pedir, 
formada pelos fatos essenciais de causa e pelos fundamentos jurídicos do pedido conforme 
artigo 840, parágrafo 1º da CLT, uma vez que o reclamante não traz elementos que 
possibilitem o julgamento de determinado pedido. 
 
II.II - DO MÉRITO 
 
A) DO NÃO CABIMENTO DA PERICULOSIDADE 
 
O reclamante postulou periculosidade porque afirma que trabalhava com risco 
(utilizando motocicleta). Fazendo em média 10 entregas em seu turno de trabalho. 
Entretanto, conforme súmula 364, I do Tribunal Superior do Trabalho, será indevido o 
adicional de periculosidade quando o contato se dá de forma eventual, assim 
considerado o fortuito, ou que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente 
reduzido, como no caso em reclamação. 
 
Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de periculosidade. 
 
B) DO NÃO CABIMENTO DA INTEGRAÇÃO DE GORJETAS E RETIFICAÇÃO DA CARTEIRA 
DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
Observa-se que as Gorjetas oferecidas espontaneamente pelos clientes ao reclamante 
eram disponibilizadas para o mesmo, as mesma integram a remuneração do 
empregado mensalmente, não servindo de base de cálculos para as parcelas de aviso 
prévio, adicional noturno, horas extras, e repouso semanal remunerado, nesse cenário, 
não cabendo também a anotação/ retificação da Carteira trabalho e previdência social. 
Súmula 354 do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
C) DO NÃO CABIMENTO DE DEVOLUÇAO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. 
 De acordo com o artigo 578, da Consolidação das Leis Trabalhistas, a contribuição 
sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria 
econômica ou profissional. Portanto, compete ao empregador recolher a contribuição 
sindical no valor citado na inicial, regido pelo artigo 7, inciso IV, da Constituição Federal. 
RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA. COBRANÇA. 
NATUREZA JURÍDICA TRIBUTÁRIA. CONSTITUCIONALIDADE. RENÚNCIA. 
IMPOSSIBILIDADE. Nos termos dos artigos 578 e 579 da CLT, a contribuição sindical é 
obrigatória, tem natureza jurídica tributária e alcança todos os membros da categoria 
profissional ou econômica. Sua exigibilidade não viola o direito de livre associação e 
sindicalização, na medida em referido tributo foi recepcionado pela Constituição 
Federal, estando previsto na parte final de seu art. 8.º, IV. Por outro lado, não pode o 
sindicado renunciar ao recebimento da referida contribuição, por não ser o seu único 
destinatário. (TST - RR: 3823120125150001, Relator: Delaíde Miranda Arantes, Data de 
Julgamento: 17/10/2017, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 27/10/2017) 
 
D) DAS HORAS EXTRAS E INTERVALOS INTRAJORNADAS. 
 
 O reclamado alega que trabalhava 06 dias da semana, oito horas e cinquenta minutos 
por dia, requerendo indenização de horas extras trabalhadas. Em que pese o pleito de 
horas extras, e reflexos, a conta de intervalo intrajornada legal mínimo alegadamente 
desrespeitado, no entanto tendo descrito nos autos no sentido de que o próprio 
reclamante apenas fazia 10 entregas por período trabalhado, bem como a permissão 
para fazer refeição no local e de sua escolha, demonstra que havia a fruição de tal 
repouso, levando em consideração que para concluir as entregas não levaria todo o 
tempo contestado pelo empregado, resta fulminada a pretensão autoral, 
improcedendo referido pedido. 
 
E) ADICIONAL NOTURNO E REFLEXOS. 
 
 O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para 
todos os efeitos. Segundo o artigo 73 da consolidação das leis trabalhistas, a jornada 
de trabalho noturna é aquela realizada integralmente entre às 22 horas de um dia e às 
5 horas da manhã do dia seguinte em áreas urbanas. No caso do reclamante, não 
compreendia os horários exigidos em lei. Em consonância com a súmula 60, inciso II do 
Tribunal Superior do Trabalho. 
 
 Súmula nº 60, II do Tribunal Superior do Trabalho Cumprida integralmente a jornada 
no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas 
prorrogadas. 
 
 Deste modo, nenhumvalor é devido de adicional noturno, muito menos de reflexos. 
Ambos os pedidos devem ser impugnados. 
 
F) DO NÃO CABIMENTO DO DANO MORAL 
 
Para que haja o dever de reparar há que estar presente a conduta culposa do agente 
pela prática de um ato ilícito, o dano suportado pela vítima e o nexo causal. 
 No caso concreto, inexiste qualquer ato culposo da reclamada, haja vista que o 
reclamante não citou atraso ou não pagamento do salário, subtende-se que havia o 
pagamento em dia. 
Desta forma, descabida pretensão de auferir danos morais, restando assim, evidente 
que sua intenção era perquirir enriquecimento ilícito em detrimento de outrem. 
 Para ensejar o Dano Moral, é imprescindível sua comprovação, o nexo causal entre o 
ato ilícito do reclamado em desfavor do reclamante, colacionando neste sentido 
jurisprudência majoritária em que, inexistindo um dos fatores referido, 
descaracterizado resta o Dano Moral, senão vejamos: 
 
DANO MORAL. Para averiguação do dano moral, é preciso observar que deve estar 
fundamentado na firme comprovação de danos aos direitos relacionados à 
intimidade, à vida privada, a honra e a imagem da obreira, ser irrefutável a relação 
de causalidade entre o eventus damni e a conduta do empregador, que agiu de 
maneira intencional, ou que, agindo com negligência ou imprudência, deu causa ao 
dano suportado pelo empregado. Assim, descabido o dano moral ante a insuficiência 
de comprovação de sua ocorrência, qual seja demonstrar devidamente o nexo causal 
e o dano efetivamente sofrido. 
 (TRT-16 714200900716001 MA 00714-2009-007-16- 00-1, Relator: JAMES MAGNO 
ARAÚJO FARIAS, Data de Julgamento: 18/05/2010, Data de Publicação: 31/05/2010). 
 
Assim resta demonstrado que a indenização pretendida não é devida, haja vista a 
reclamada não ter dado causa a nenhum constrangimento, humilhações entre outras 
situações que poderiam ensejar a indenização. 
 
G) DO NÃO CABIMENTO DA INDENIZAÇÃO PELOS GASTOS. 
 Conforme artigo 927 do código civil, é claro no que diz respeito a obrigação de 
indenizar. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
 
resta demonstrado que a indenização pretendida não é devida, haja vista a reclamada 
não ter dado causa a conduta que teve como consequência a necessidade de compra 
da vacina antirrábica. 
H) DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS 
Tratando-se de litígio decorrente da relação de emprego, nos termos da instrução 
normativa de número 27/2005 do Tribunal Superior do Trabalho, nesta Justiça 
Especializada, os honorários advocatícios são disciplinados na lei 5.584/70. 
 
Não preenchidos os requisitos do artigo 14 da referida lei, uma vez que não consta nos 
autos, credencial sindical, não faz jus ao reclamante ao pagamento de honorários 
advocatícios. Aplicação ao caso do entendimento consubstanciado nas súmulas 219 e 
329 do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Assim, requer que seja indeferida a condenação de honorários advocatícios. 
 
 III – DOS PEDIDOS 
 
Caso ocorra uma condenação da Reclamada que sejam compensados os valores já 
pagos ao Reclamante. 
 
Requer que seja a pretensão do reclamante julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE no 
mérito em relação a todos os pedidos constantes da inicial, principais, sucessivos e 
sucessórios, pelos fatos e fundamentos jurídicos sustentados no decorrer da presente 
peça processual. 
 
 O reclamado impugna na totalidade documentação juntada aos autos pelo 
reclamante, haja vista que imprestável para fazer prova da pretensão contida na 
presente reclamatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nestes Termos, 
Pede deferimento. 
Parauapebas/Pará 
Data 
Advogado 
OAB n° xxx

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