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CENTRO UNIVERSITÁRIO FADERGS ESCOLA DE SAÚDE E BEM-ESTAR BACHARELADO EM PSICOLOGIA INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Jênifer Caroline Pacheco da Rosa Ribeiro HOHENDORFF, J. V.; HABIGZANG, L. F.; KOLLER, S. H. Psicoterapia para Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Sexual no Sistema Público: Panorama e Alternativas de Atendimento. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 35, n. 1, p. 182-198, mar. 2015. O artigo em questões dos autores Hohendorff, Koller & Habigzang (2015) trata-se de uma revisão bibliográfica que buscou analisar o acesso ao tratamento psicoterapêutico dentro do setor público de saúde para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual e quais são as leis e serviços que asseguram esses atendimentos. Esse delineamento é pertinente para compreender as potencialidades já existentes nessas diretrizes e também fazer refletir sobre o que ainda precisa ser aprimorado para oferecer intervenções ainda mais efetivas dentro do âmbito da saúde mental. Os autores irão dizer, em um primeiro momento, sobre as definições de violência sexual para crianças e adolescentes e também sobre a prevalência de casos tanto a nível mundial, como nacional; em seguida, trazem as políticas nacionais atuais de proteção à crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual que inclui a articulação entre o ECA, o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual, o SUAS, o CRAS e o CREAS. Entende-se, dessa maneira, que as pautas sobre esse tipo específico de violência vivida por crianças e adolescentes só passou a ter uma atenção maior no Brasil a partir da década de 90. Além disso, foi dessa década em diante que a OMS reconheceu a gravidade da violência sexual em crianças e adolescentes e tratou como um problema de saúde pública. Isso significa que foi a partir da criação do ECA e das declarações da OMS que o Brasil acirrou as políticas voltadas para esse público etário e, desse modo, os números e taxas alavancaram porque esse problema não se originou com a criação das políticas, mas foi a partir de programas que visibilizaram essas crianças e adolescentes que se fortaleceu o trabalho voltado à prevenção e tratamento dessas vítimas. Assim sendo, outro ponto destacado pelos responsáveis do estudo são as formas de atendimento psicoterápico nos serviços públicos considerando o grupo abordado. A maior referência atualmente é por meio do CAPS, mais especificamente, o CAPSi que é o Centro de Atenção Psicossocial Infantil que abarca atendimentos a crianças com transtornos mentais graves. O estudo também menciona sobre duas possibilidades de abordagens utilizadas e seus resultados que indicam a terapia cognitivo-comportamental como sendo a que possui maiores evidências sobre efetividade, até o momento. Dito isso, é possível comparar que atualmente a diversidade de estudos sobre violência sexual em crianças e adolescentes está bastante diversificada, mas ainda existe falta de capacitação de profissionais, mais especificamente, psicólogas(os), o que pode ser explicado tanto a nível específico da profissão e dos cursos de gradução que não preconizam esse tema em sua matriz curricular, mas também a nível público com a precarização dos serviços de saúde do SUS que vêm acontecendo nos últimos governos, o que reduz a quantidade de psicólogas(os) nos serviços públicos de saúde mental e também a sua atuação, tão necessária, a esses indivíduos. É possível, portanto, compreender que as ações e pesquisas voltadas para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual começaram tardiamente no Brasil em detrimento a outro países e isso sugere que ainda haverá um longo percurso até a efetividade de um serviço que forneça a garantia de direitos desse grupo e que também possa trabalhar a partir de uma rede entre setores que possa abarcar todas as suas necessidades. Nesse sentido, entende-se que é preciso reforçar a responsabilidade governamental em garantir que se faça valer as políticas já existentes, uma participação social mais ativa que dê visibilidade a esse tema e que isso possa ser trabalhado em todas as instâncias da sociedade. Para mais, dentro do âmbito da formação em Psicologia, que se possa discutir a respeito dos currículos e da importância de se especializar e aprofundar os temas sobre violência sexual em crianças e adolescentes, independente se a(o) psicóloga(o) prenda trabalhar com esse público ou não, pois é um dos deveres desse profissional auxiliar na eliminação de quaisquer forma de violência.
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