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Beatriz Lorrany - @bzlsi.vet INSPEÇÃO TECNOLOGIA DO LEITE E DERIVADOS Características Organolépticas são características do alimento, como cor, sabor e odor. O que te atrairá num alimento serão essas características. CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS DO LEITE O leite tem a cor branca opaca por conta da reflexão da luz por micelas de caseína e fosfato de cálcio. Levemente amarelada as vezes por conta da gordura + caroteno e riboflavina. Há a homogeneização do leite com a gordura hoje em dia para que fique mais branquinho. Leite desnatado é mais branco por ter menos parte de gordura e leite de ovelha. Leite em pó são o leite com as partículas quebradas, onde a parte líquida fica separada da sólida. O sabor do leite doce vem da lactose, sendo essa o açúcar do leite. A espessura se dá pela gordura. Se o leite não sofreu o processo de homogeneização para quebra da gordura, nós veremos sob aquecimento ou refrigeração a nata. Leite com sabor azedo é sinal que está havendo uma degradação da lactose. Quando o leite fica amargo, é porque há presença de bactérias proteolíticas e que quando quebram a proteína, elas ficam amargas. Há bactérias lácticas que levam aos subprodutos e as psicrotróficas que somente deterioram o alimento. O Ranço – a gordura que sente no céu da boca- é a oxidação da gordura, o que acontece devido a exposição a luz solar, ar, atividade lipídica de mo -microrganismos. Sabor salgado no leite está relacionado a animais que estão produzindo com mastite ou com colostro. O aroma do leite deve ser suave, muda conforme a estocagem e MO (microrganismos). Caso tenha um odor fétido, é por conta da degradação de proteínas pelas bactérias psicrotróficas (degradam caseína: produz gás sulfridico H2S). Ranço, enzimas lipolíticas COMPOSIÇÃO DO LEITE O leite de vaca é composto basicamente por água 87,5% e 12,5% de extrato seco total (tudo no leite que não é água – açúcar, proteína, gordura, todos os minerais etc). A principal proteína do leite se chama caseína, quando elas se juntam, eu chamo de micela de caseína. A proteína do soro existe, são proteínas de mais fácil digestão, são a beta- lactoglobulina e a alfa-lactoalbumina, que estão no whey pois absorve mais rápido. A caseína demora mais. A Emulsão (mistura de dois líquidos imiscíveis) de glóbulos de gordura dispersos na fase aquosa. Suspensão de micelas de caseína, proteínas globulares e partículas lipoproteicas, lactose, proteínas hidrossolúveis e minerais. A gordura são pequenos glóbulos suspensos na fase aquosa. O glóbulo é envolvido por uma camada de fosfolipídio, que na temperatura ambiente, não se desfaz. Mas sob aquecimento Beatriz Lorrany - @bzlsi.vet ou resfriamento, ela se torna permeável e ver a nata. A formação de membrana impede a união de todos os glóbulos. A lactose é um dissacarídeo, composta por dois monossacarídeos, a glicose e a galactose. Para absorvermos, precisamos da lactase, uma enzima que quebra o dissacarídeo e permite a digestão. Quem não produz lactase, é intolerante a lactose., levando a dor de barriga por conta da molécula de açúcar no meio da composição gastrointestinal, aumentando a motilidade, há gases etc, por é um dissacarídeo fermentável. As bactérias lácticas utilizam lactose durante a fabricação de leites fermentados e queijos. Um alimento com alta quantidade de bactérias lácticas tem pouca lactose, como Yakult, leite fermentado. Os mamíferos produzem a lactase no intestino, algumas pessoas continuam produzindo a enzima seja por estímulo ou por fisiológico, outras podem parar de produzir. PROTEÍNAS A capa-caseína é uma terminação e sempre serão as mais superficiais, para fora da micela de caseína. A beta-caseína é a mais vermelha, a alfa caseína é a roxa. Normalmente, a pessoa com alergia a proteína do leite é alérgica à caseína, pois o organismo entende que não consegue quebrar (non-self). Há estudos que mostram que a porção mais alergênica da caseína é a beta-caseína 1 (há a 2 também, mas a mais alergênica é essa). Uma pessoa que tem alergia à proteína do leite não é que ela possa tomar o leite A2A2, mas é que tem menos potencial alergênico. As búfalas e as vacas só produziam a b-caseína 2, mas com o melhoramento genético, a vaca começou a produzir a b-caseína 1. Atualmente no mercado, estão comercializando os genes das vacas que só produzem o b-caseína 2. A búfala e a ovelha têm menor quantidade e as vezes não tem a b-caseína 1, só a 2, são espécies menos inflamatórias. Atualmente existe o leite a2, onde os clientes reportam menos desconforto intestinal, pois é um leite com menos beta-caseína 1, que é uma das porções da caseína que é mais alergênica. A beta-caseína 1. CASEÍNAS A kapa-caseína é a porção com o “cabelinho”, a mais superficial, o pílos é o que faz todas as micelas de caseínas ficarem separadas, por isso que o leite é emulsionado tão perfeitamente, esse é o primeiro motivo. O segundo motivo é que a micela tem cargas negativas, o que faz com que as micelas se repelem. Se eu perco essa molécula negativa, as micelas vão se unir, o que levará à Coalhada ácida. Se eu coloco uma substancia ácida ou o leite começa a produzir uma substancia ácida. Se um leite coalha quando esquenta, está estragado. Pode ser intencional ou por contaminação microbiana exacerbada, onde há bactérias produzindo ÁCIDO láctico, inibirão as cargas negativas e vai acabar coalhando. A coalhada enzimática é quando coloco uma enzima e ela irá quebrar a kapa-caseína – usada para separar as micelas, onde, o que fará com que as micelas se unam. Isso é usado em queijos. O ponto isoelétrico do leite, ou seja, quando aquelas proteínas se desnaturam, é num Ph 4,6 (ÁCIDO). COALHO Agirá nas k-caseínas. O pílo vai embora e há uma abertura da caseína, e a porção hidrofóbica da caseína. Beatriz Lorrany - @bzlsi.vet é preciso ter cálcio, o fosfato cálcio, para ter a formação da coalhada. Quando eu pasteurizo o leite, diminui a quantidade de cálcio, por isso precisa repor depois que pasteuriza. SORO Quando eu faço a coalhada, eu quero a massa e o soro, que antes era jogado fora, e hoje acidifica o soro. Fase aquosa, é opaca e de coloração verde amarelada. É obtido durante a produção de queijo ou de caseína. Resultante da coagulação do leite por ácido ou enzimas proteolíticas. No momento que acidificamos o soro, temos a ricota. O soro é riquíssimo na a-lactoalbumina e b- lactoglobulina, utilizadas no whey protein.
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