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1 GESTÃO DA MUDANÇA - COMO SER UM AGENTE DE MUDANÇA 2 SUMÁRIO Sumário NOSSA HISTÓRIA 3 1. INTRODUÇÃO 4 2. GESTÃO DA MUDANÇA, COMO SER UM AGENTE DE MUDANÇA 6 3. FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA DE UM MODELO DEGESTÃO DE PESSOAS 8 4. MODELO DE GESTÃO DE PESSOAS “IDEAL” 10 5. DESAFIOS DA GESTÃO DE PESSOAS 12 5.1 Responsabilidades Pela Gestão de Pessoas .....................................................................13 5.2 A Gestão de Pessoas Será Menos “Patriarcal” e Mais Racional .........................................14 6. O CONCEITO DE SISTEMA 15 6.1 O Processo de Provisão ....................................................................................................17 6.2 O Processo de Aplicação ...................................................................................................17 6.3 O Processo de Manutenção ...............................................................................................18 6.4 O Processo de Desenvolvimento .......................................................................................18 6.5 O Processo de Monitoração ...............................................................................................19 6.6 Controle dos Resultados ....................................................................................................20 7. CONTROLE DAS PESSOAS 21 8. A RELAÇÃO E AS INTERFACES DOS PROCESSOS DOSISTEMA DE GESTÃO DE PESSOAS 21 9. CONCEITO DE PROCESSO – RELACIONAMENTO CAUSA/EFEITO 22 10. GESTÃO DA MUDANÇA 23 11. GESTÃO DE CONFLITOS 27 12. ETAPAS DA GESTÃO DA MUDANÇA 28 13. ESTRATÉGIAS DE MUDANÇA 30 14. CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES DE MUDANÇA 32 14.1 A Importância das Emoções Para o Comprometimento e Engajamento .............................34 14.2 Comunicação Para Geração de Comprometimento e Engajamento ...................................35 14.3 Treinando As Emoções ......................................................................................................38 14.4 Controle Emocional nas Soluções de Conflitos ..................................................................38 CONCLUSÃO 41 REFERÊNCIAS 43 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 1. INTRODUÇÃO Mesmo quem ainda não entrou para o mundo do trabalho conhece aimportância de gerir pessoas. Afinal, para que um simples churrasco de domingodê certo, é preciso que as melhores habilidades de cada um sejam aproveitadas eque todos estejam motivados para alcançar o objetivo comum. De fato, a preocupação em coordenar a capacidade de trabalho das pessoasnasce naturalmente em qualquer grupo social. Mas foi somente nos últimos cemanos que essa atividade ganhou estudos e teorias específicas. À medida que a economia foi se tornando mais complexa, com empresas cada vez maiores, mais numerosas e diversificadas, foi ficando mais difícilgerir pessoas de maneira intuitiva ou amadora. A Gestão de Pessoas tornou-seum campo específico de atuação e pesquisa, cujas descobertas interessam nãoapenas ao profissional de RH, mas também a líderes e gestores em geral, tantoda iniciativa privada quanto da esfera pública. Portanto, Gestão de Pessoas é uma área ou departamento de umaorganização, que se ocupa com um conjunto de atividades relacionadas àspessoas que direta ou indiretamente compõem esta organização (funcionários,familiares, comunidade etc.). Não há organização sem pessoas. As pessoas é queformam a organização. O desempenho organizacional é diretamente afetado pelodesempenho das pessoas e o desempenho delas é diretamente afetado pela formacomo a organização se relaciona com elas. O desempenho das pessoas oscilaentre um bom desempenho e um desempenho ruim, à medida que a organizaçãodemonstrar competência para prover, 5 aplicar, manter, desenvolver e monitorarpessoas. Para efetuar com competência estas atividades, que são basicamente asatividades da gestão, exige-se habilidade para lidar com pessoas, respeitandotodas as suas características (físicas, psicológicas, culturais, sociológicas etc.). 6 2. GESTÃO DA MUDANÇA, COMO SER UM AGENTE DE MUDANÇA Figura 1 Agente de Mudança: Figura 2 Os agentes de mudança são aqueles indivíduos que atuam de forma a mudar uma cultura. Eles influenciam decisões para que todos se adaptem às mudanças e alcancem os resultados esperados. Para isso, é fundamental existir uma identificação, engajamento e comprometimento com a estrutura organizacional. Identificar os agentes de mudança E para identificar os agentes de mudança da sua empresa, você pode contar com a nova funcionalidade da ferramenta da Vaipe: Influenciadores. Mensalmente, os 7 membros das equipes podem indicar quem atua de maneira diferenciada e inspira os demais, além de trocar feedbacks sobre suas ações. Essa identificação ajuda no Change Management. Assim, qualquer mudança pode ser implementada com atenção aos detalhes, apoio da equipe, melhora da comunicação, envolvimento dos grupos e planejamento para garantir que os benefícios sejam duradouros. Afinal, um processo de mudança depende de pessoas e do comprometimento delas para ter sucesso. Uma empresa capaz de ter os agentes de mudança como aliados para interagir e envolver os demais profissionais com os objetivos da organização fortalece a sua cultura e aumenta o seu diferencial competitivo. Identificar quem são os agentes de mudança, portanto, é uma poderosa estratégia de negócios. Afinal, são eles quem atraem seguidores, influenciam atitudes e comportamentos e motivam pessoas a abraçarem os objetivos da organização. A mudança começa com a compreensão: Como Agentes de Mudança, os líderes de Recursos Humanos devem ter inteligência emocional (ser perceptivos, intuitivos e reflexivos), para antecipar o nível de resistência e formular uma estratégia. Você deve compreender os objetivos da sua empresa a curto e longo prazo: Ter esse entendimento vai te ajudar a contratar as pessoas adequadas, promover o desenvolvimento dos seus colaboradores e criar um ambiente de trabalho positivo. Saber o que estimula a empresa pode ajudar a desempenhar um papel fundamental na realização da sua visão para o sucesso. Não somente os indivíduos, mas também as organizações precisam mudar: Os líderes de Recursos Humanos podem conseguir uma mudança na estrutura organizacional por meio dos três passos da mudança organizacional Lewin: descongelar, mudar e voltar a congelar. Descongelar está relacionado com gerar motivação ao antecipar o futuro e analisar as possibilidades de mudança. Mudar significa ver as coisas de maneira diferente e agir para avançar para um estadomais desejado, e voltar a congelar estabelece novas formas de afirmar a mudança e garantir a nova estrutura. Assuma um papel proativo em direção a mudança: Recursos Humanos está em contato com todos os níveis de colaboradores. Aproveite suas habilidades interpessoais e de comunicação para transmitir de maneira efetiva as ideias e problemas dos colaboradores à gestão, assim como os objetivos da administração para a força de trabalho. 8 Aprenda a falar o idioma do Top Management: A mudança não acontece com muita frequência sem o apoio da alta liderança. Para ter sucesso, garanta compreender e “adotar sua linguagem”, objetivos trimestrais, retorno do investimento, estrutura organizacional, etc A melhor ferramenta de um líder de Recursos Humanos frente a mudança é a comunicação efetiva. Podem ser evitados muitos obstáculos se nos comunicamos com a força de trabalho antes de transmitir as próximas mudanças. Recursos Humanos podem ajudar as pessoas a entenderem como essas mudanças irão nos beneficiar diretamente como funcionários. Associe os esforços da Transformação Digital com os objetivos comerciais e os objetivos dos indivíduos: A mudança é difícil, e como tal, deve estar associada à mudança com os objetivos finais da organização. É necessário que todos entendam o que está tentando se obter e porquê. Estabelecer métrica e destaques: Por razões similares, os agentes de mudança precisam estabelecer métricas e destaques. Toda transformação digital deve estar associada ao ROI. Os agentes de mudança precisam definir métricas para suas iniciativas que confirmem seus esforços pessoas e coletivos. Quando não são feitos, há uma tendência a que se concentrem na longa lista de tarefas que se prolongam sem reconhecer os passos que foram dados e os resultados atuais. 3. FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA DE UM MODELO DEGESTÃO DE PESSOAS No início deste século é quase certo que crescerá a interdependênciados indivíduos, das organizações e da sociedade. À medida que os desafios docrescimento da população, das necessidades de alimentos, das necessidades deenergia e dos desafios econômicos, de desemprego, médico e outros, se tornammais complexos, nossa sociedade enfrentará exigências crescentes de alimentaros que estão com fome, de encontrar novas formas de energia, de curar moléstias,de conter a inflação, de baixar o desemprego e enfrentar outros desafios 9 que nãopodemos imaginar. Os indivíduos e a sociedade como um todo responderão aestas oportunidades através de nossa invenção mais criativa: as organizações. Quanto melhor nossas organizações funcionarem, tanto mais facilmente nossasociedade poderá enfrentar os desafios e oportunidades deste e dos próximosséculos. Por conseguinte, tornou-se o desafio central de nossa era, melhorar nossasorganizações, tanto privadas como públicas. Para enfrentar as necessidades e desafios da sociedade, as organizaçõesestabelecem objetivos. Os objetivos são, então, alcançados pelo uso de recursos.Para que as organizações possam ser melhoradas os recursos têm de ser usadosmais efetivamente. O desafio da área de RH é alinhar a gestão das pessoas ao plano estratégicode negócio declarou o conferencista Roberto Shinyashiki, em 2005, à revista Melhor,ligada à Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). Com algumasvariações, você ainda vai ouvir essa frase muitas vezes na área de RH. Mas o quesignifica exatamente alinhar a gestão de pessoas ao plano estratégico do negócio? Existem muitas formas de efetuar a gestão de pessoas nas organizações,porém, poucos são os modelos instituídos à luz de uma diretriz estratégica. Historicamente, a gestão de pessoas surgiu na organização em função da demandade atividades para cumprimento das leis trabalhistas e para adotar medidas decontrole, principalmente disciplinares. Hoje, estas duas atividades ainda continuamfazendo parte das atividades da gestão de pessoas, porém não são únicas e, senão administradas estrategicamente, acabam por não contribuir com resultados. Certamente, a indisciplina ou as reclamatórias trabalhistas tendem a aumentarquanto menos eficaz for à gestão de pessoas. Um bom modelo de gestão de pessoas significa adotar uma estratégia,uma estrutura e um sistema para administrar pessoas. Fala-se muito, nas teoriasde administração, que empresas bem geridas tendem ao sucesso! ou – Empresasquebram por falhas de gestão! Empresas bem geridas são aquelas que adotam modelos apropriados paraa gestão de todos os recursos, inclusive para a gestão de pessoas. Os modelos degestão geralmente adotados por organizações de sucesso são estruturados a partirdas definições estratégicas e organizados de tal forma que levam as pessoas 10 aconhecer os objetivos estratégicos da organização, dominar as técnicas de trabalho,saber onde e como promover melhorias, identificar sua contribuição para osresultados finais e compreender os impactos produzidos por sua atuação. Logo, um modelo de gestão de pessoas bem definido e estruturado requer: • A definição dos objetivos estratégicos da gestão de pessoas; • O domínio e utilização das técnicas específicas para a gestão de pessoas; • Que sejam conhecidas as oportunidades e as metodologias apropriadas paramelhorias contínuas relacionadas à gestão de pessoas; • Que seja possível a identificação clara e objetiva da contribuição da gestão de pessoas para os resultados finais da organização; • E que haja uma compreensão dos impactos produzidos pela atuação da gestão de pessoas em toda a organização. Um modelo de gestão de pessoas bem definido e estruturado auxiliaos executivos em um dos seus maiores desafios, que é: manter funcionáriostrabalhando como verdadeira equipe, com objetivos definidos, cada qualconhecendo e desempenhando seu papel, interagindo com todos os processosda organização, para atingir objetivos previstos pelo plano estratégico, a fim deque a organização passe a pertencer ao grupo de organizações do futuro. 4. MODELO DE GESTÃO DE PESSOAS “IDEAL” A Gestão de Pessoas é o maior desafio enfrentado por qualquer executivo emorganizações com ou sem fins lucrativos, grandes ou pequenas, públicas, privadas,indústria, comércio, prestadora de serviços etc. Por esta razão, é necessário que agestão de pessoas seja feita através de um modelo formalmente definido e adotadoe que este seja um modelo Ideal para a gestão de pessoas. Qual é o modelo ideal? Em se tratando de gestão de pessoas, é extremamentedifícil encontrar um modelo que possa ser copiado. O modelo Ideal é aquele que nascedo encontro entre os interesses da organização e dos funcionários. Modelo Ideal é oque leva a organização como um todo e os funcionários a conquistarem resultadosdesejados. É preciso que se considere, na definição do 11 modelo, atitudes que atendamaos desejos de todos (dos funcionários e dos empresários, do acionista, do dono) Os principais desejos que sempre fizeram e continuam fazendo parte doambiente organizacional são: • Desejo de justiça; • De valorização e reconhecimento; • De relacionamentos transparentes e verdadeiros; • De crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional; • De evolução; • De um ambiente seguro, limpo, organizado; • De exercer um trabalho digno, que contribua para a realização pessoal. Deve ser incluído, nesta lista, o desejo de crescimento e desenvolvimentoorganizacional, ou seja, geração de lucros, participação no mercado, redução dedesperdícios, aumento da produtividade etc. Estes são exemplos de desejos que não mudam de organização paraorganização. A forma como atender a estes desejos é que muda de organizaçãopara organização. Convém que a adoção de um modelo de gestão de pessoas seja uma decisãoestratégica da organização, cuja implementação é justificada pela necessidade desobrevivência e perpetuação dos negócios.O fato é que o modelo existente, sejaele bem ou mal estruturado, interfere positiva ou negativamente nas vidas daspessoas e da organização, na medida em que os desejos são ou não atendidos. Logo, estrategicamente, é importante que os desejos sejam atendidos. Desejos nãoatendidos comprometem a sobrevivência e perpetuação dos negócios. Qualquer que seja o modelo adotado, bem ou mal estruturado, éfortemente influenciado pelas características da organização, sua estrutura,tamanho, tipo de atividade, as diferentes fases de evolução e a sua cultura. A cultura da organização é fortemente influenciada pelos dirigentes,principalmente pelo executivo principal, o presidente da organização. Cabe aestes definirem o modelo de gestão e as estratégias, as políticas e a maneira quea organização quer lidar com seus funcionários, ou melhor, são os dirigentesque definem a atitude que a organização deve assumir em todas as atividadesda gestão de pessoas, ou seja: 12 • a atitude que os dirigentes adotam para se relacionar com o mercado de trabalho e com o mercado de recursos humanos e atrair seus futuros funcionários; • A atitude que os dirigentes adotam para admitir, integrar e avaliar o desempenhode seus funcionários; • A atitude que os dirigentes adotam para recompensar seus funcionários; • A atitude que os dirigentes adotam com relação à manutenção do ambiente de trabalho; • A atitude que os dirigentes adotam para orientar/treinar seus funcionários; • A atitude que os dirigentes adotam para promover o crescimento e odesenvolvimento de seus funcionários; • A atitude que os dirigentes adotam para monitorar os resultados obtidos atravésde seus funcionários. Assim sendo, a gestão de pessoas tem um impacto crucial nacompetitividade, sobrevivência e perpetuação da organização. Para a conquistado sucesso e perpetuação das organizações não há receita pronta. Quem podefazer isto são pessoas qualificadas, motivadas, de alto desempenho. A gestãode pessoas enquanto órgão da estrutura organizacional trata exatamente destasquestões. Ocupa-se com a estruturação e aplicação do modelo de gestão de pessoasatualizado e adequado para a organização, cujas políticas e estratégias levam aorganização a obter sucesso. 5. DESAFIOS DA GESTÃO DE PESSOAS O desafio da gestão de pessoas é proporcionar, para a organização, pessoascom características superiores e experientes, bem treinadas, motivadas e leais,contribuindo com uma cultura de alto desempenho. Quando falamos pessoas,devemos incluir todas as que trabalham na organização, desde o presidente até omais humilde dos funcionários. É imprescindível transformar os investimentos dagestão de pessoas em resultados efetivos para a organização e para as pessoas quetrabalham na organização. Qualquer objetivo organizacional, para que se transforme em realidade,deve ser administrado estrategicamente. Formular diretrizes estratégicas ecumprir com as diretrizes requer conhecimento, disciplina, convicção, umpropósito firme. Definir 13 diretrizes estratégicas, a maioria das instituiçõesorganizadas o faz, mas o desafio é se manter austero e atuar disciplinadamenteconforme as diretrizes definidas. Compreender a relação entre as diretrizes e os objetivos estratégicos daorganização como um todo e a gestão de pessoas não é uma tarefa muito fácil, emfunção das características das pessoas enquanto seres humanos. O desenvolvimentoorganizacional, em termos de lucratividade e participação no mercado, é possívelde ser medido objetivamente, já o desenvolvimento das pessoas é mais complexo. O fato é que não há desenvolvimento organizacional sem o desenvolvimentodas pessoas que trabalham na organização. Por esta razão, precisamos enxergara gestão de pessoas como uma função de staff, que atua estrategicamente emtodas as atividades da gestão de pessoas, desde a busca de um profissional paratrabalhar na organização até o seu desligamento por ocasião de sua aposentadoria,proporcionando, inclusive, que se sintam satisfeitas e que gozem de boa saúdemental e física. Organizações que conseguem atingir o desenvolvimentoorganizacional e o desenvolvimento das pessoas também conseguem atingir naplenitude sua missão enquanto organização. 5.1 Responsabilidades Pela Gestão de Pessoas A gestão de pessoas é uma responsabilidade de linha e uma funçãode staff. Isto significa que quem administra o pessoal é cada gerente ou chefedentro de sua área de atuação. É ele quem decide sobre novas admissões, sobrepromoções e transferências, sobre avaliação do desempenho, sobre mérito,treinamento, desligamentos, disciplina, métodos e processos de trabalho etc. Éo chefe quem supervisiona, dá ordens, informações e orientações e recebe dossubordinados as informações, solicitações e esclarecimentos. É o chefe quemtransmite aos subordinados as expectativas e planos da organização e é elequem recebe as expectativas e sentimentos dos subordinados. Assim, a gestãode pessoas é uma responsabilidade de linha, ou seja, uma responsabilidade decada chefe. Todavia, para que as chefias atuem de maneira relativamente uniformee consistente em relação aos seus subordinados, torna-se necessário umórgão de staff, de assessoria e consultoria, para proporcionar às chefias adevida orientação, as normas e procedimentos, sobre como administrar seussubordinados. Além dessa 14 assessoria, aconselhamento e consultoria, o órgãode staff deve também prestar serviços especializados, como: serviços derecrutamento, seleção, treinamento, análise e avaliação de cargos etc. e supriras chefias com propostas e recomendações deles decorrentes, para que possamtomar decisões adequadas. Dentro dessas condições, a gestão de pessoas é umaresponsabilidade de linha de cada chefe e uma função de staff, de assessoria,que o órgão de gestão de pessoas presta a cada chefe. Cabe aos dirigentes decidirem a quem compete a responsabilidade pelaGestãode pessoas enquanto Staff. Esta decisão deve ser feita considerando osseguintes fatores: o tamanho da organização, o estágio de desenvolvimento emque se encontra a estrutura organizacional, a tecnologia utilizada, o planejamentoestratégico, entre outros fatores. A responsabilidade básica pela gestão de pessoas, em nível institucional,cabe ao executivo máximo da organização: o presidente. É ao presidente que cabem as decisões sobre a dinâmica, os destinos daorganização e dos recursos disponíveis ou necessários. Em nível departamentalou divisional, a responsabilidade pela gestão de pessoas cabe a cada executivode linha, como, por exemplo, o chefe ou o gerente responsável pelo órgão. Emsuma, a responsabilidade pela gestão de pessoas é compartilhada por toda aorganização. Tanto o presidente como cada chefe ou gerente deve saber oessencial sobre gestão de pessoas. 5.2 A Gestão de Pessoas Será Menos “Patriarcal” e Mais Racional Se as empresas estão demitindo mais e gastando mais com assessoriasespecializadas, ganham espaço nos conselhos de administração os diretores derecursos humanos. Como ocorre com os demais profissionais de alto escalão,contudo, seu perfil deve se adaptar à crise. Com isso, saem os “patriarcas” e entramos “racionalistas”. O RH mais intimamente ligado ao “business” e capaz de cortarcom precisão, profissionais de baixo rendimento. O RH ficará completamente ligado ao negócio, vai ascender na crise evirar um braço do “board” da empresa. Todos perceberam que são as pessoasque fazem a diferença em um negócio. E quem for mais objetivo na administraçãodessas pessoas ganhará espaço, afirma Leyla Galetto, diretora-executiva daStanton Chase International, que recruta executivos de alto nível. Paulo Pontes,presidente da Michel 15 Page, diz que executivos de RH estão entre os maisrequisitados pelas empresas nas últimas semanas. “É um quadro que não perdeuespaço na crise. Mas a demandaé por quem consegue reter os melhores e tiraro máximo de cada um. Precisa saber cortar e fazer remanejamentos internos.” Pontes cita ainda pesquisa com executivos de grandes empresas que mostraque, para 2009, 60% pretendem cortar quadros. E a mesma proporção planejadiminuir gastos cm consultorias. O desafio será conciliar a parte humana com o “business” resume Sofia Amaral da DMRH. 6. O CONCEITO DE SISTEMA Sistema, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa (2001), é um conjuntode princípios, método, forma, jeito. Como você pode perceber, é uma definição muito simples e muitoabrangente. Apesar de a definição ser simples, a aplicação deste conceito nagestão de pessoas não é tão fácil. É preciso definir o conjunto de princípios, ométodo, o jeito de ser da gestão de pessoas que mais auxilie na conquista dosresultados. A sistematização exige a difícil tarefa de organizar, ordenar, definir ométodo, identificar o começo, meio e fim. No caso específico da gestão de pessoas,inicialmente precisamos ordenar as atividades de provisão, aplicação, manutenção,desenvolvimento e monitoração, compreendendo a relação de causa e efeito quehá entre estas atividades. O resultado a ser conquistado através do sistema é contribuir com ocrescimento e o desenvolvimento da organização, juntamente com as pessoas quenela trabalham. Este é um resultado possível, desde que as pessoas que ingressamna organização sejam criteriosamente selecionadas, que as suas responsabilidadessejam bem definidas, que sejam bem remuneradas, que tenham um bom ambientepara trabalhar, que tenham oportunidade de desenvolvimento e crescimento aolongo de sua vida profissional e, assim, possam efetivamente contribuir com odesenvolvimento da organização. A Gestão de Pessoas é, portanto, um sistema composto de diversosprocessos e de muitos trabalhos interdependentes. Estes não ocorrem de formaisolada. Virtualmente, cada um, afeta outro trabalho. 16 Os processos que compõem a Gestão de Pessoas formam um sistemainterligado com fronteiras, conforme demonstrado na figura a seguir. A figuraindica que cada atividade se relaciona diretamente com uma das outras atividades. Por exemplo, os desafios enfrentados pela área de Administração de Marketing afetamsua seleção de empregados. O subsistema de seleção influencia o desenvolvimentoe avaliação de desempenho dos empregados da área. Além disso, cada subsistemaé afetado pelos objetivos do Departamento de Gestão de Pessoas e pelo ambienteexterno em que ocorre a administração de marketing. Figura 3 É útil pensar em termos de sistemas. Isso faz com que se reconheçamos inter- relacionamentos das partes. O pensar em sistemas também solicita oreconhecimento das fronteiras do sistema, as quais marcam o início do seuambiente externo. O ambiente é uma consideração importante, porque a maioriados sistemas são sistemas abertos. Um sistema aberto é aquele afetado peloambiente. As organizações e as 17 pessoas são sistemas abertos porque são afetadospor seus ambientes. A Gestão de Pessoas também é um sistema aberto influenciadopelo ambiente externo. As atividades básicas da gestão de pessoas consistem em prover, aplicar,manter, desenvolver e monitorar pessoas, com o propósito firme de contribuirefetivamente para a sobrevivência da organização. Segundo Chiavenato (2000, p. 153), “a função do órgão de gestão de pessoasenquanto staff é assessorar a organização no desenvolvimento de diretrizes epolíticas para a solução de problemas específicos de pessoal e suprir de dados quepossibilitarão decisões ao chefe de linha”. Cabe aos funcionários da área de gestão de pessoas assistirem aos chefes, aosdirigentes de toda a organização, para a correta gestão de pessoas que trabalhamna organização. Inicialmente, vamos compreender o significado de cada processo quecompõe as atividades da gestão de pessoas. 6.1 O Processo de Provisão O processo de provisão tem como objetivo definir quem trabalha naorganização. Ocupa-se com o planejamento, recrutamento e seleção de pessoas. Prover significa dispor, abastecer, munir a organização de pessoas na quantidadee com habilidade necessária para atender à demanda de trabalho exigida. Prover aorganização de pessoas talentosas é o resultado esperado do processo de provisão,sendo este o primeiro processo do sistema de gestão de pessoas. 6.2 O Processo de Aplicação O processo de Aplicação ocupa-se com o Desenho dos Cargos, Análise dos Cargos e Avaliação de Desempenho. Uma vez que as pessoas estão efetivadas naorganização, elas precisam receber orientação de como executar suas atividades,que critérios precisam seguir, necessitam se dedicar a um trabalho definidoprecisam conhecer o conteúdo do seu cargo e, principalmente, precisam saber quecritérios serão considerados para avaliar o seu desempenho. O desenho do cargo define claramente as atividades, as responsabilidades,a identificação do cargo na estrutura organizacional e os requisitos de 18 qualificação,experiência e as habilidades pessoais (de ordem comportamental) e habilidadestécnicas exigidas do ocupante. A partir do desenho dos cargos, é possível definirobjetivos com relação ao desempenho do ocupante do cargo. Quando os cargos e os requisitos de desempenho estão bem definidos,isso facilita a adaptação do funcionário ao ambiente de trabalho e aumenta aprobabilidade de ele desempenhar bem a sua função. Sem o desenho e análisedos cargos e os critérios para avaliação de desempenho, é quase impossível definircritérios para recompensar e remunerar funcionários. 6.3 O Processo de Manutenção O processo de manutenção ocupa-se com a remuneração, benefícios,higiene e segurança e relações sindicais. Uma vez aplicadas, as pessoas precisamser mantidas na organização, e este é o desafio do processo de manutenção –manter as pessoas trabalhando na organização, motivadas e sob boas condiçõesde trabalho. As pessoas estabelecem a sua forma de sobrevivência a partir dasrecompensas que recebem pelos trabalhos executados e pelas condições doambiente de trabalho. As recompensas devem seguir critérios rígidos de justiça e equidade e oambiente de trabalho deve ser seguro, para que não afete a saúde das pessoas. Destaforma, é possível o estabelecimento de boas relações entre patrão e empregadoe boas relações sindicais. Do contrário, as pessoas experimentam um sentimentode injustiça, de insatisfação, motivando o surgimento de conflitos. Diante dosconflitos, pode haver intervenções dos sindicatos, uma vez que estes (patronal edos trabalhadores) defendem os interesses da classe. A manutenção do nível de satisfação das pessoas está diretamenterelacionada às condições de sobrevivência, de segurança, sociais e de crescimentoe desenvolvimento pessoal e profissional. 6.4 O Processo de Desenvolvimento O processo de desenvolvimento ocupa-se com treinamento edesenvolvimento e surge da expectativa de crescimento e desenvolvimento,tanto por parte do funcionário quanto por parte da organização. O processo dedesenvolvimento tem como desafio proporcionar treinamento e desenvolvimentoindividual (de cada funcionário) e o desenvolvimento organizacional (DO). 19 É necessário enfocar a aprendizagem dos funcionários e a aprendizagem daorganização como um todo. O treinamento geralmente é dirigido para a habilitação do funcionáriono cargo atual e tem um enfoque de curto prazo, ou seja, visa à aplicaçãoimediata dos conhecimentos adquiridos. O objetivo é habilitar o funcionáriopara que tenha domínio e consiga executar todas as atividades previstas pelocargo que ocupa. Já o desenvolvimento tem o objetivo de habilitar as pessoaspara galgarem cargos mais qualificados que os cargos que ocupam no presente. Daí o conceito desenvolvimento. À medida que os funcionários crescem aempresa também cresce. Os programasde treinamento devem ser executados a partir da definiçãode objetivos específicos. Os objetivos de cada progama são definidos a partirde um diagnóstico, de um levantamento da necessidade de treinamento edesenvolvimento. É muito comum a sigla LNT (Levantamento das Necessidadesde Treinamento). A partir do LNT realizado em toda a organização, é elaborado oPrograma de Treinamento e Desenvolvimento. Em seguida, executa-se o programae, por fim, a avaliação dos resultados. 6.5 O Processo de Monitoração O processo de monitoração ocupa-se com as atividades de controle detodos os processos do sistema de gestão de pessoas, tanto controle das pessoas(para que se comportem dentro de padrões desejados em termos de disciplina,organização etc.) como do controle dos resultados do sistema de gestão de pessoascomo um todo. Segundo Chiavenato (2000), a função do órgão de gestão de pessoas,enquanto Staff está em assessorar a organização no desenvolvimento de diretrizes epolíticas para a solução de problemas específicos de pessoal e suprir de dados, quepossibilitarão decisões ao chefe de linha. O processo de monitoramento ocupa-seespecificamente desta atividade, da organização de todos os dados da gestão depessoas. Uma boa estrutura do processo de monitoramento auxilia a tomada dedecisão de todos os demais processos. 20 6.6 Controle dos Resultados Assim como as organizações possuem o seu planejamento estratégico euma área de controle que coordena todas as informações estratégicas, permitindoa tomada de decisão com base em dados, a gestão de pessoas necessita de umsistema de controle que permita a tomada de decisão relacionada às pessoas combase em dados. É imprescindível dispor de um sistema de informações gerenciais,que auxilie a gestão de pessoas. O processo de monitoração tem a função de controlar o resultado, as saídas.É necessário quantificar os resultados, transformar os resultados em indicadores. Ex.: qual o nível de satisfação dos funcionários? Qual o custo total da gestão depessoas sobre o custo total da organização? Qual o tempo médio de casa dosfuncionários? Qual o índice de rotatividade etc. Cada processo deve ter os seusindicadores e estes devem estar alinhados com o indicador geral da gestão depessoas. Não há outra maneira para avaliar os resultados obtidos através da gestãode pessoas, senão através de um bom sistema de controle. Segundo Campos (1992), bom sistema de controle significa: • quantificar, definir metas, indicadores, com base no objetivo geral da gestão de pessoas; • analisar periodicamente (com frequência definida – diária, semanal, mensalmenteetc.) os resultados obtidos; • comparar os resultados com as metas; • se os resultados forem satisfatórios, manter e melhorar. Caso contrário, efetuarajustes através de ações corretivas. 21 7. CONTROLE DAS PESSOAS Todas as instituições organizadas estabelecem meios de controle paradirigir o comportamento de seus integrantes, determinando o que deve serseguido e o que deve ser evitado. Assim também a organização necessitainstituir os seus meios de controle para orientar o comportamento dosfuncionários, para que saibam o que deve ser seguido e o que deve ser evitadoenquanto funcionários. Os meios de controle mais comuns são a hierarquia,as regras e os procedimentos. Quando estes são claros e compartilhados comtodos, diminuem os conflitos, com menos punições e mais elogios. Compete àorganização instituir meios de controle e critérios para garantir o cumprimentoda lei e dos objetivos organizacionais. Os meios de controle devem ser coerentes com a cultura da organização, umavez que esta cultura exerce controle sobre o comportamento das pessoas. Os meiosdevem ser tão rígidos ou tão flexíveis à medida que construam relacionamentosduradouros, baseados em certos fundamentos, almejando a consecução dosresultados finais. 8. A RELAÇÃO E AS INTERFACES DOS PROCESSOS DOSISTEMA DE GESTÃO DE PESSOAS Como pudemos perceber, a relação entre os processos de gestão de pessoasé a relação de causa e efeito. Segundo Campos (1992), é preciso entender que os processos deorganização estão interligados, qualquer um deles pode prejudicar o atendimentodo objetivo principal. No caso da gestão de pessoas, qualquer um de seus processos podeprejudicar o resultado principal da gestão de pessoas e, consequentemente, oobjetivo principal da organização. Você pode perceber uma organização lógica e sequencial das atividadesda gestão de pessoas. Provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento emonitoramento constituem-se num fluxo contínuo para a gestão de pessoas, noqual cada etapa do fluxo (cada processo) precisa cumprir com a sua função, paranão comprometer os resultados do próximo processo. 22 Numa analogia, fica assim resumida: • A partir da demanda de trabalho, a organização seleciona um profissional para trabalhar (Processo de Provisão). • Em seguida, relaciona e delega todas as atividades que o funcionário deve executar, considerando o seu potencial e a complexidade do trabalho a ser executado (Processo de Aplicação). • Em seguida, remunera o funcionário pelos serviços executados (Processo de Manutenção). • Em seguida, incentiva o funcionário para que amplie o seu nível de conhecimentorelacionado aos processos da organização. (Processo de Desenvolvimento). 9. CONCEITO DE PROCESSO – RELACIONAMENTO CAUSA/EFEITO O controle de processo é a essência do gerenciamento em todos os níveis hierárquicos da empresa, desde o presidente até os operadores. O primeiro passo no entendimento do controle de processo é a compreensão do relacionamento causa e efeito. Esta compreensão irá criar as precondições para que cada empregado da empresa possa assumir suas próprias responsabilidades, criando as bases para o gerenciamento participativo. Sempre que algo ocorre (efeito, fim, resultado), existe um conjunto de causas (meios) que podem ter influenciado. Observando a importância da separação das causas de seus efeitos nogerenciamento e como nós temos a tendência de confundi-las, os japoneses criaramo “diagrama de causa e efeito”. Este diagrama, também chamado de “diagrama espinha de peixe” ou“diagrama de Ishikawa”, foi criado para que todas as pessoas da empresa pudessemexercitar a separação dos fins de seus efeitos. 23 Definição de Processo − Processo é um conjunto de causas (que provocaum ou mais efeitos). Uma empresa é um processo e dentro dela existem váriosprocessos: não só processos de manufatura, como também processos de serviço. Por exemplo: considere uma fábrica de latas. Ela é um processo que tem uma sériede causas que provoca o efeito principal, a lata. As causas são os equipamentos demedição, as máquinas, as matérias-primas, a luminosidade do local, a mão de obratreinada, o método de fabricação etc. Por outro lado, o processo “fábrica de latas” édivisível em outros processos menores, que compõem o fluxo de fabricação de lata,como, por exemplo: processo de compra, processo de recebimento de matérias- primas, processo de corte de chapa, processo de solda etc. Mesmo estes processosmenores podem ainda ser subdivididos em outros processos, de forma a facilitar ogerenciamento. Enquanto houver causas e efeitos, haverá processos. Este conceito de divisibilidade de um processo permite controlar sistematicamente cada umdeles separadamente, podendo, desta maneira, conduzir a um controle mais eficazsobre o processo todo. Controlando-se os processos menores é possível localizarmais facilmente o problema e agir mais prontamente sobre sua causa. Infere- se queo controle de processos é uma prática que se inicia com o presidente da empresa,pois o processo maior, a empresa, é de sua responsabilidade. 10. GESTÃO DA MUDANÇA Gestão da mudança é uma área de estudo em administraçãoque possui o enfoque na necessidade de constante adaptação das organizações contemporâneas. Pois, são dotadas de paradigmas que fazem parte de sua cultura organizacional, esses paradigmas são comuns e regem o comportamento das pessoas, resultando muitas vezes no estabelecimento de culturas burocráticas e funcionais, as quais exigem uma atitude inovadora e eficiente. A intensidade e a volatilidade das pressões internas e externas impõem esses desafios para as empresas, fomentando a necessidade real da mudança e assim, a quebra de paradigmas. A mudança organizacional pode significar desde uma alteração de posição no mercado, mudança na sua função social, modificação no seu direcionamento estratégico com possível alteração na sua missão e visão e reavaliação das suas práticas nos diferentes níveis de autoridade e responsabilidade. A mudança é tida como processo natural ao longo da existência das organizações. 24 Se a incidência de mudanças numa organização ou projeto for muito frequente, a tendência em burlar etapas e acelerar a execução das mudanças poderá se tornar um hábito, o que pode afetar o controle que se tem sobre essas mudanças e sobre seu impacto no escopo do projeto ou na estrutura da organização. Avaliações de impacto mal feitas, coletas de aprovação não realizadas, registros incompletos e documentação desatualizada são alguns dos efeitos desse afrouxamento dos processos de controle sobre as mudanças. O Processo de mudança A gestão da mudança é um processo de alocação de recursos, de forma a transformar a organização, com o objetivo de melhorar a sua eficácia. Existem diversas condicionantes que influenciam o processo de mudança de uma organização, como o nível de recursos que a empresa dispõe, o setor onde se insere, a maior ou menor necessidade de mudança, qualidade da gestão e a atual envolvente política, econômica, social, tecnológica, ambiental e legal. Habitualmente, torna-se necessário promover um processo de mudança quando a organização não satisfaz os stakeholders, nomeadamente os acionistas. Os sinais evidentes de necessidade de uma intervenção profunda, poderão ser de caráter quantitativo ou qualitativo. Diminuição das vendas, perda de quota de mercado, aumento de custos, redução de rentabilidade, poderão ser claros sinais de uma gestão ineficiente. Insatisfações dos clientes, fornecedores e colaboradores, são também sérios alertas de caráter qualitativo. De forma a validar e enquadrar a deficiente “performance individual” da empresa ou organização, será de capital importância, a realização de um trabalho de benchmark junto às empresas concorrentes. As necessidades de mudança, poderão revestir diversas formas, entre as quais destaco: Mudança Incremental Não gera habitualmente grandes impactos na organização, a intervenção efetua-se através de ligeiros ajustamentos organizativos. Mudança Transformacional Procede-se a mudanças no clima e cultura da organização, com alterações profundas dos processos de gestão, estruturação e de concepção de trabalho, segundo um plano previamente elaborado. 25 Mudança Planejada/Planeada Quando a empresa reformula a sua estratégia, de uma forma claramente pacífica, normalmente ocorre quando a organização apresenta um bom desempenho, no entanto vislumbra a possibilidade de claras melhorias com a indicada reformulação. Mudança Improvisada É um tipo de mudança deliberada, mas não resulta de decisões pró-ativas, mas de decisões tomadas em tempo real. Mudança Emergencial Processo habitualmente complexo, não planejado/planeado, no qual a organização vai respondendo de forma a ultrapassar as ameaças ou os desafios com que se vai deparando. Mudança Radical Habitualmente planejada/planeada, de forma a antecipar acontecimentos futuros ou a inverter uma deficiente performance. Apesar dos diversos tipos de gestão de mudança referidos, existe um conjunto de etapas fundamentais, comuns aos diversos tipos de intervenções... Tipos de Mudança Existem diferentes tipos de mudanças organizacionais, nomeadamente: tecnológicas, de produtos, estruturais, de pessoas/cultura e de estratégia. As organizações podem inovar numa ou mais áreas, dependendo das forças internas e externas de mudança. Mudanças Estruturais Envolvem toda a hierarquia da empresa ou organização, as metas, as características estruturais, os procedimentos administrativos e os sistemas administrativos. Uma mudança estrutural bem-sucedida é realizada por uma abordagem de cima para baixo porque a habilidade para a melhoria administrativa tem a sua origem nos níveis médio e alto da organização. O processo de cima para baixo não significa que a coerção seja a melhor táctica de implementação. As tácticas de implementação incluem instrução, participação e negociação com todos os empregados. Mudanças Culturais Referem-se a uma mudança nos valores, normas, atitudes, crenças e comportamento dos empregados. Relacionam-se com a maneira como os colaboradores da organização pensam. 26 O treino e formação são as ferramentas frequentemente mais utilizadas para mudar o pensamento dominante na organização. Uma empresa pode oferecer programas de formação aos seus colaboradores em assuntos como trabalho em equipa, qualidade, administração participativa, atendimento ao cliente. Outra abordagem fundamental para mudanças nas pessoas e culturas é o desenvolvimento organizacional. O desenvolvimento organizacional, sugere a aplicação da ciência do comportamento num esforço conjugado para melhorar a capacidade de uma organização em confrontar-se com o ambiente externo e aumentar a capacidade de resolver problemas. O desenvolvimento organizacional melhora as relações de trabalho entre os seus colaboradores. O desenvolvimento organizacional é um excelente auxiliar dos gerentes para lidar com problemas relacionados associados a: Fusões/aquisições O péssimo resultado financeiro de muitas aquisições e fusões é causado pela falha dos gestores em determinar se o estilo administrativo e a cultura organizacional das duas empresas “se encaixam” mutuamente. Os gestores podem concentrar-se na sinergia potencial da tecnologia, de produtos, de marketing e dos sistemas de controlo, mas, amiudadas vezes, falham no reconhecimento que as duas empresas podem ter valores, crenças e práticas extremamente diferentes. Essas diferenças criam stress e ansiedade entre os seus colaboradores, afetando, assim, o desempenho da empresa. Declínio / revitalização da organização As organizações que passam por um período de declínio e revitalização experimentam uma variedade de problemas que incluem baixo nível de confiança, falta de inovação, rotatividade elevada, alto nível de conflito e stress. O período de transição exige comportamentos opostos, que incluem enfrentar o stress, facilitar a comunicação e incentivar a inovação criativa para emergir com altos níveis de produtividade. 27 11. GESTÃO DE CONFLITOS O conflito pode ocorrer a qualquer momento e em qualquer lugar dentro de uma organização. O desenvolvimento organizacional pode ajudar a resolver esses mesmos conflitos. De fato, o desenvolvimento organizacional propõe três etapas distintas para atingir a mudança de atitude e de comportamento: Descongelamento: os colaboradores devem ser informados dos problemas e estar dispostos a mudar. Esta etapa, muitas vezes, utiliza um especialista externo (agente de mudança), que faz um diagnóstico da organização e identifica problemas diretamente relacionados com o trabalho. Este reúne e analisa dados de entrevistas pessoais, questionários e observações de reuniões. O diagnóstico ajuda a determinar a extensão dos problemas organizacionais e a “descongelar” os gestores ao informá- los dos problemas de seu comportamento; Mudança: ocorre quando os indivíduos experimentamum novo comportamento e aprendem novas habilidades para serem usadas no local de trabalho. Algumas vezes isso é conhecido como intervenção, durante a qual o agente de mudança implementa um plano específico para formação dos gestores e colaboradores (formação de equipas, pesquisa de feedback, entendimento de processos, atividades de liderança); Recongelamento: ocorre quando indivíduos adquirem novas atitudes e valores e a organização os recompensa por eles. O impacto de novos comportamentos é avaliado e reforçado. O agente de mudança fornece novos dados que mostram mudanças positivas no desempenho. Gestores e colaboradores participam de cursos de atualização para manter e reforçar os novos comportamentos. 28 12. ETAPAS DA GESTÃO DA MUDANÇA 1. Contratação de um líder com o perfil adequado a este tipo de processo. Terá que possuir um conjunto de competências, entre as quais destaco, a experiência em situações similares e grande capacidade de liderança. 2. Definição de objetivos estratégicos, após negociação com os acionistas. 3. Envolvimento da organização nos objetivos, devendo o gestor promover a sua descentralização. 4. Definição da nova missão da empresa. 5. Envolvimento de toda a organização na missão. 6. Constituir uma equipe/departamento de mudança. 7. Contratação de quadros necessários ao processo de mudança. 8. Dispensa de quadros não envolvidos no processo. Os colaboradores não envolvidos neste tipo de ação, caso permaneçam na organização, poderão ser uma importante condicionante no sucesso da mudança. 9. Atribuição de poderes a um reduzido número de pessoas. 10. Não deverão ser delegadas autoridades. 11. Promover rápidas melhorias do desempenho, pois estas motivam as equipes e dão credibilidade externa ao projeto. 12. Apesar da importância do líder, a organização terá que criar condições, para não depender excessivamente deste gestor na atividade corrente. Resistência à mudança Em um sentido mais amplo, os conceitos de globalização, lucro, competitividade e mudança fazem parte integrante das decisões das organizações, que tem seus objetivos voltados para a garantia da sobrevivência e crescimento sustentável no mercado. Os paradigmas e a mudança são elementos que caracterizam a flexibilidade de adaptação e a dinâmica de relacionamento com os indivíduos. Nesse contexto, a mudança é influenciada por fatores internos e externos que se relacionam positiva ou negativamente. A mudança é caracterizada pela implantação de um novo processo, o qual se faz necessário pela intensa competitividade do mercado que cada vez demanda processos mais rápidos, produtos 29 com melhor qualidade e eficiência operacional. A inovação surge como ferramenta de garantia de sustentabilidade das organizações, para sua produtividade e lucratividade. A estratégia da organização deve ser conciliada com a necessidade de mudança, pois esta relação resultará na vantagem competitiva que a organização deseja obter no mercado. A melhor adaptação a mudança dará a flexibilidade necessária para que se estabeleça a diferenciação da empresa no mercado, criando valor para o cliente e sustentabilidade para a organização. Assim, a busca pela competitividade deve fomentar uma reestruturação inovadora, diferente daqueles modelos amplamente praticados. Como propõem Prahalad e Hamel, deve ocorrer uma reinvenção dos setores e regeneração das estratégias, com foco na reavaliação de seus processos e atitudes. A adaptação da organização e dos indivíduos para esse objetivo, constrói as bases de uma organização bem estruturada. Chiavenato, p. 251 afirma que quem sempre viveu em empresas imutáveis e estáticas, fechadas e herméticas, onde as coisas não mudam, nunca aprenderá a mudar e a inovar. Desta forma, somente o trabalho do gestor, alinhado a sua facilidade em conduzir os mais diferentes grupos e personalidades, poderá resultar em uma mudança eficaz e com o mínimo de resistência. A resistência, por sinal, se destaca como um dos principais obstáculos para a mudança. Os principais motivos são: aspectos lógicos dos indivíduos, onde se destacam os interesses pessoais; aspectos psicológicos, onde as atitudes emocionais tais como o medo do desconhecido e a dificuldade de compreender a mudança são fatores determinantes; por último, são destacados os aspectos sociológicos, nos quais prevalecem os interesses de grupos e fatores sociológicos, como valores sociais opostos. Cabe ao gestor integrar os indivíduos e enfrentar as resistências que se apresentarem a mudança, procurando envolver, negociar e manter uma comunicação clara e objetiva com o grupo. Certas empresas vivem uma situação de estagnação, onde ainda persistem paradigmas de conservadorismo e certa “liberdade assistida”. Esse tipo de empresa, que ainda se sustenta em valores ultrapassados, considerando a mudança um risco para a organização e até mesmo para sua rotina de trabalho, possui um alto grau de incertezas e resistências explícitas as mudanças. De fato, toda mudança em uma organização representa alguma modificação nas atividades cotidianas, nas relações 30 de trabalho, nas responsabilidades, nos hábitos e comportamentos das pessoas que são os membros da organização. 13. ESTRATÉGIAS DE MUDANÇA - Comunicação e educação. São utilizadas quando é necessário consistência sobre a mudança, sobre os usuários que podem resistir à implementação. A educação é especialmente importante quando a mudança envolve conhecimento técnico e que as pessoas não estão familiarizadas com a ideia. - Consiste em preparar e treinar os empregados para os novos procedimentos introduzidos pela mudança Ou seja, o método mais eficaz para educação e comunicação passa por educar pessoas sobre mudança usando discussões; apresentações públicas; memorandos e relatórios e ainda vídeos de simulação. Através deste método ter-se-á a vantagem de facilitar a adesão ao processo, sendo que o inconveniente mais direto poderá ser o facto deste método exigir longos períodos de tempo. - Participação. Envolve as pessoas resistentes à mudança. Isto consome tempo, mas vale a pena porque as pessoas compreendem e comprometem-se com a mudança. A participação também auxilia os gerentes a determinar problemas potenciais e perceber a recepção dos empregados quanto à mudança. A participação, será, pois, um dos aspectos mais importantes, porque através dela poder-se-á ouvir as pessoas envolvidas no processo e obter maior informação sobre aquilo que pensam sobre o mesmo, assim, a vantagem será não só esta mas também o maior empenhamento de todos. Existe um outro aspecto a considerar não menos importante e que é a facilitação e apoio e que consiste basicamente no apoio emocional que se poderá transmitir aos subordinados, sobretudo quando há resistências devido a problemas de ajustamento, ansiedade ou medo, assim, se conseguirá ajudar a ultrapassar os receios face à mudança, sendo que também aqui poderemos demorar algum tempo para obter os resultados no sentido desejado. - Negociação. É o meio mais formal de atingir a cooperação. A negociação usa a conversação para conquistar a aceitação e aprovação de uma mudança desejada. Na negociação e acordo podem ser oferecidos incentivos como incrementos salariais, oportunidades de carreira aos ativos e presumíveis resistentes, esta pode 31 ser a melhor forma de remover a resistência, no entanto, também pode ser muito dispendioso para a empresa. Podemos acrescentar também o método de manipulação e cooperação que consiste em envolver os presumíveis resistentes, oferecendo-lhes papéis desejáveis no processo embora sem desejar a sua participação ativa nem o aproveitamento das suas sugestões, este método será o caminho a seguir quando nenhum outro método parecer adequado, porque pode ter como vantagem ser a soluçãomais rápida e mais económica para a empresa, no entanto, as vantagens mais diretas poderão ser o facto das pessoas se sentirem manipuladas e representar o fracasso total de quem quer avançar com o processo e implementação da mudança. - Coerção. Significa que os gestores usam o seu poder formal para forçar os empregados a mudar. Aos resistentes é dito para aceitar a mudança ou perderão os benefícios a até mesmos os seus empregos. Ela é necessária em situações de crise quando uma resposta rápida é exigida. Ou seja, a Coerção pode ser implícita ou explicita quando as pessoas são forçadas a mudar sob ameaças (despedimento, por exemplo) ou perda de oportunidades, este método poderá ocorrer quando a mudança tem de ser rápida e quem a pretende implementar tem forte poder. Esta estratégia é rápida e capaz de ultrapassar vários tipos de resistência, no entanto, através dela podem ser desenvolvidos sentimentos negativos indesejáveis. - Apoio da alta administração. O apoio visível da alta administração também ajuda a superar a resistência à mudança. O seu apoio simboliza para todos os empregados que a mudança é importante para a organização. Ela é importante quando a mudança envolve vários departamentos ou quando os recursos estão a ser relocados noutros departamentos. Sem o seu apoio, estas mudanças podem ficar condenadas a discussões entre os departamentos. 32 14. CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES DE MUDANÇA Figura 4 As características dos geradores de mudança serão vistas a partir de três perspectivas: primeiramente, necessidades psicológicas do, agente de mudança, que são satisfeitas na medida em que ele atua nesta categoria; em segundo lugar, o comportamento do agente de mudança, conforme é percebido pelos que resistem à mudança; e em terceiro lugar, as características operacionais típicas do agente de mudança. Os geradores de mudança são psicologicamente independentes e possuem um baixo grau de necessidade de afiliação e de intimidade. O prototípico é o mais independente, e o defensor, o menos. Há um continuum dentro da categoria. Os geradores são vistos pelos resistentes como não merecedores de confiança. Esta é uma das razões por que é difícil, para os agentes de mudança, trabalharem em mais de um nível ao mesmo tempo. Quanto mais perto do resistente for a atividade, maior será a sua desconfiança. Por exemplo, o Primeiro-Ministro de Israel é visto com mais suspeição pelo Governo do Egito do que pelo cidadão egípcio médio. Por outro lado, os demonstradores de rua são vistos com menos confiança do que os líderes nacionais de um movimento qualquer. Os resistentes também consideram geradores de mudança como agressivos, ativistas e irresponsáveis. Eles acham que as pessoas que advogam mudanças não pensaram tão bem, e com o mesmo cuidado sobre o assunto, como eles o fizeram. Do ponto de vista operacional, os geradores de mudança preferem trabalhar em situações ad hoc. Tendem a não gostar de relações de trabalho permanentes e 33 de longa duração. É o esforço necessário para manter esses sistemas de trabalho que eles não gostam de fazer. Entre os agentes geradores de mudança, há uma alta necessidade de influenciar a mudança social: eles querem que seus esforços tenham peso na direção da mudança da sociedade. É-lhes também importante que tais esforços sejam baseados claramente nos valores subscritos por eles. Seu comportamento tenderá a fundamentar-se em valores bem pensados e definidos. As características psicológicas dos implementadores de mudança, em termos de necessidade de intimidade, podem ser descritas como de média a alta. O nível mais alto situa-se entre os implementadores internos. A mesma situação se aplica no tocante à necessidade de segurança. A necessidade de dependência desta categoria varia de baixa a média. A necessidade de afiliação pode ser definida como mediana. Todas estas estimativas relativas representam comparações com as outras duas categorias principais. Conforme vistos pelos interessados na mudança, os implementadores são dignos de confiança. De modo geral, a sua atividade toma lugar depois que o calor do conflito esfriou e quando os resistentes já os reconhecem como interessados em manter a organização atualizada. São vistos como agressivos ou não, dependendo da subcategoria em que estão atuando. Os implementadores externos serão considerados mais agressivos. Eles atuam vendendo seus serviços (marketing) parte do tempo. Além disso, os externos frequentemente estão desde cedo na fase de implementação e são tidos como muito mais favoráveis à mudança que os implementadores internos, que fazem a mesma coisa, porém mais tarde. O mesmo pode ser dito a respeito deles serem vistos como responsáveis, ao invés de irresponsáveis. Há um continuum ao longo das categorias, desde os externos até os internos, também no tocante ao grau de ativismo, visto como mais intenso nos externos. No continuum da característica operacional, variando de ad hoc até longo termo, o implementador tende a situar-se neste segundo extremo. Seja interno ou externo, ele envolve-se em projetos de implementação geralmente longos. Quanto à necessidade de influenciar a mudança social, os externos apresentam um grau mais acentuado que os internos. Quanto à clareza e definição de valores, todos os três tipos de implementadores apresentam níveis mais altos do que os adotadores, mas mais baixos do que os geradores. 34 E, finalmente, no que diz respeito aos adotadores de mudança, suas principais características psicológicas indicam um nível elevado de necessidades de segurança, afiliação, dependência e intimidade. Eles são percebidos pelos que resistem à mudança como dignos de confiança, não-agressivos, responsáveis e reativos. Preferem atuar em circunstâncias que possuem situações de trabalho de longo prazo. Possuem baixa necessidade de influenciar a mudança social e pouca clareza dos valores relacionados com seu comportamento. 14.1 A Importância das Emoções Para o Comprometimento e Engajamento Entender os indivíduos e compreender o que os motiva é a raiz da inteligência interpessoal. O cernedessa habilidade contempla a prática de distinguir e remontar de forma adequada ao temperamento,humor, desejos e motivações de outras pessoas. No conceito atual da sociedade, onde é necessário inspirar, o líder precisa conhecer sua equipe paraadequar a comunicação da melhor forma possível. Além disso, a relação com os liderados permite que o líderadquira conhecimento também do que os motiva, entende que é necessário criar um senso de propósitoque se conecte com as emoções e os objetivos de vida de cada um deles. Viver um propósito produz energia propulsora para a vida, sobretudo quando nossentimentos parte de algo especial que vale a pena e que se torna mais relevantedo que qualquer realização pessoal (CHÉR, 2016, p.8). Um dos sensos mais vigorosos e inspiradores é o senso de pertencimento. Ao despertar esse sentimento,o líder oferece oportunidades para que os empregados se desenvolvam profissionalmente, melhorando asatisfação e engajamento. Tenha uma visão para a sua vida: se você quer criar impacto em outras pessoas,precisa ter uma visão ou senso de propósito que possa motivá-lo e ajuda-lo aatingir o que considera importante. (WALTON, 2014, p. 97). Além do senso de pertencimento, um fator crucial para o comprometimento e inspiração é a necessidadede alinhamento dos valores da organização com os valores pessoais. Para estar engajados a uma causa épreciso que acreditemos nela e que tenha consonância com nossos princípios e crenças. A cultura da organização é representada por meio dos valores, missão, visão e propósito. Estar engajadoenvolve persistência, ir além do esperado, manter foco total no objetivo e percorrer de forma contumazpara alcançá-lo. Para GOLEMAN(2014, p. 35 30), é preciso elevar a motivação e entusiasmo dos empregados“evocando um senso de propósito e acrescentando uma dose de pressão”. Neste sentido, o grande desafio da liderança reside em manter sua equipe em um alto nível de fidelidade,compromisso e inspiração, mantendo todos focados no propósito maior. Em outras palavras, é forneceraos liderados propósito verossímil para driblar o tumulto emocional presente na vida deles, uma vez queangústias e ansiedades, tanto pessoais quanto profissionais, são os principais motivos que estorvam ocomprometimento dos indivíduos. O caminho para amenizar esses sentimentos negativos e fazer com que os membros da equipe sedistanciem de inseguranças é usar a comunicação aberta e praticar escuta ativa. Ou seja, mostrar que estádisposto a ouvir os sentimentos que habitam em seus liderados. Muitas vezes, as pessoas só precisam ser ouvidas e libertar suas emoções, dando espaço à inspiraçãoe ao propósito planeado pelo líder. Para inspirar e engajar é necessário que as emoções também estejamvoltadas para o mesmo destino, uma vez que representam a origem da força de vontade. Quanto mais fortenossa emoção, maior nosso comprometimento. 14.2 Comunicação Para Geração de Comprometimento e Engajamento São as premissas de comunicação da empresa que nos permitem observar e analisar a forma como amesma se posiciona juntamente com seus empregados, além de compreendermos quais são os valores ecrenças que possui. São elas que direcionam a comunicação e alinham as mensagens a serem transmitidas,possibilitando a consolidação do que a organização acredita ser importante ou não. Podemos considerar a comunicação bem-sucedida quando os empregados sãocapazes de ver valor para as suas carreiras e interesses de trabalho por meio dacompreensão, crença e comportamento em linha com os objetivos e negócio daorganização (THORNTON, 2015, p. 129). A forma como a empresa se comunica demonstra o grau de comprometimento que possui com osempregados, uma vez que o entendimento do negócio por parte do empregado, junto com um agradávelambiente de trabalho, faz com que os indivíduos deem o melhor de si. 36 Comunicar não se trata apenas de transmitir informações. Muito mais do que isso, o contextocontemporâneo traz a necessidade de humanização das organizacionais, transformando o ambiente detrabalho em um local aberto para o diálogo, para construção de novas visões, direitos e liberdade. Trata-se de engajamento coletivo. Construir visões compartilhadas para umasociedade mais justa e inclusiva, visões que gerem valor para o indivíduo e para asociedade, além de preservar todas as formas de liberdade, direitos, autonomia,tradições e culturas, isto é, nossa identidade (NADER, 2015, p. 201). Empregados precisam ser ouvidos e sentir que a empresa leva em consideração suas opiniões esentimentos. Desta forma, os indivíduos sentirão que também são donos da empresa e que pertencem aalgo maior, focando a energia emocional àquela causa e negócio. Ao ressaltar a importância do diálogocomo fonte de inspiração dos empregados, temos o pensamento de CHÉR (2016). A melhor forma de comunicação é o diálogo, sendo o principal meio para a liderança transparecer asmetas da organização, gerenciar conflitos, abrir espaço para retorno, ouvir e entender os empregados,construindo confiança de todos os lados. Esses aspectos são fundamentais e se revelam como conectoresemocionais, despertando o comprometimento e engajamento por parte dos empregados. Feedback é fundamental para a correção de ruídos comportamentais ouperformance. Feedback frequente, e baseado em fatos e comportamentosreais, para você entender, absorver e tentar melhorar. Idem para acertar o rumoe manter sua motivação (CALDEIRA, 2015, p. 155). Outra importante ferramenta que pode ser utilizada por líderes são as histórias, ou storytelling. Compoderosa capacidade de atrair e reter a atenção de todos, a história contada por um líder pode inspirar eindicar aos empregados onde colocar a atenção e energia (GOLEMAN, 2014). O líder que engaja e inspira brilhará particularmente nesses casos [momentosde dificuldades e em falta de motivação da equipe]: abrirá uma conversa com oseu time associando outros momentos de sua biografia e da história da empresaem que desafios semelhantes foram enfrentados, e quais valores sinalizaram asmelhores escolhas (CHÉR, 2016, p. 101). A urgência em humanizar as organizações e as relações já é algo nítido nos dias de hoje. Tal cenáriodesperta em cada indivíduo a necessidade de identificar um senso de verdade nas informações que sãotransmitidas. Essas novas tendências 37 trazem a utilização de novas tecnologias e meios de comunicaçãopara dentro das organizações, abrindo espaço para a informalidade e flexibilidade em um mundo ondepessoas próximas a nós possuem maior credibilidade do que veículos de comunicação. A partir do momento em que os empregados têm pleno conhecimento sobre seu trabalho, sobre onegócio, o objetivo e os processos da empresa, passam a entender a importância da sua atuação, reforçandoo senso de importância e despertando a vontade e o comprometimento. Já quando o empregado não écomunicado sobre decisões da organização, mudanças, novos processos e outras questões que influenciemsua vida, sente que seu trabalho não é importante o suficiente para a empresa, o que gerará um sentimentode desprestígio e desengajamento. Esse sentimento de exclusão também pode ser causado caso o empregado não seja ouvido pelaliderança e, consequentemente, não levado em consideração. Para THORNTON (2015, p. 131), “quandoos empregados sentem-se conectados a uma organização e aos seus colegas, eles são mais engajados emsuas atividades do dia a dia e na contribuição para o sucesso organizacional”. A falta de atenção para oengajamento dos empregados tem resultados extremamente negativos para as empresas, como baixaprodutividade, ausência de compromisso e atenção, e estresse profissional. Com as habilidades que a Inteligência Emocional proporciona, o líder consegue entender a si mesmo,no que se relaciona à sua personalidade, atitudes, emoções, etc. Desta maneira, ele também é capazreconhecer os sentimentos que habitam dentro de seus liderados e adaptar a comunicação conforme operfil e valores de cada um deles. Além disso, a origem do comprometimento está no nível emocional epsicológico que investimos em determinada atividade ou função. Adicionalmente, os valores da organização influenciam na relação que se estabelece, uma vez queos princípios dos empregados devem estar de acordo com os da empresa. Desta forma, acredita-se nonegócio, no posicionamento perante os empregados, clientes, mercado e os demais stakeholders. Porém,é necessário comunicação para a empresa transmitir sua missão e valores através de canais e linguagensdiferentes para cada público. Reconhecemos que as relações estão mudando e o empregado não quer apenas ser informado, massim ser ouvido e considerado. Ao ter voz, sente que ele e 38 seu trabalho são essenciais para o sucesso daorganização, despertando o sentimento de pertencimento àquele grupo. Os benefícios da comunicação e seus novos moldes são inúmeros, entre eles menor absenteísmo, menorturnover (rotatividade), menos estresse profissional, menor incidência de acidentes no trabalho, melhorescondições de saúde dos empregados e mais inspiração e comprometimento. 14.3 Treinando As Emoções Figura 5 14.4 Controle Emocional nas Soluções de Conflitos Há uma necessidade urgente de que as pessoas a cada dia recebam ensinamentosqueobjetivem o controle das emoções, a solução pacífica, tranquila, equilibrada e com discernimento de conflitos para uma boa convivência no ambiente de trabalho e no ambientesocial. Independente da questão que deflagre o conflito eo impasse, nos dias atuais existemmétodos que podem ser utilizados na prática para treinar as emoções de forma a prevenirgraves consequências e isso é dizer da possibilidade de aprender, a saber, agiremocionalmente. Todas as pessoas são providas de algum talento ou aptidão que são fundamentais paraa vida. Um talento-chave no controle dos impulsos baseia-se em saber e diferenciar ossentimentos e as ações para, então, aprender a controlar os 39 impulsos e assim, adotar melhoresdecisões, identificando ações, e alternativas e estratégias para alcançar as soluções. De acordocom Cury (2010, p. 117) "o silêncio não é se aguentar para não explodir, o silêncio é orespeito pela própria inteligência. É o respeito pela própria liberdade, a liberdade de se obrigara reagir em situações estressantes. Quem faz a oração dos sábios não é escravo do binômio dobateu- levou". Muitos profissionais em todas as sociedades estão banindo o código da autocrítica doseu dicionário existencial, não pensam antes de reagir, não pensam nos resultados econsequências dos seus atos. Os profissionais de hoje necessitam conhecer, aprender e a dominar as funções dainteligência e da inteligência emocional, visto que vivem em uma sociedade com alto índicede estresse emocional e com significativo número de resultados desastrosos que são frutosevidentes desse descompasso. Será preciso identificar e filtrar os estímulos causadores de tamanho estresse eirracionalidade, fazer uma higiene e uma reciclagem dos pensamentos, modificando suahistória e comprometendo-se com a melhoria de sua personalidade e suas habilidades pormeio do autoconhecimento e do controle das emoções. Torna-se importante que a equipe tenha maturidade e ainda, confiança em quem a estáliderando para que possa tornar-se desenvolta e ousadas. Algumas organizações não selecionam seus líderes através de sua equipe, acabambuscando no mercado externo e em alguns há rejeição por parte da equipe. Porém, para queeste primeiro impacto mude, torna-se extremamente importante que o novo líder conquiste aequipe para ganhar a confiança dos mesmos. O teórico Sun Tzu (2009, p. 76) destaca que “emgeral, comandar um grande número é como comandar um pequeno. É uma questão de dividiros números”. Usando a Inteligência Emocional na solução de conflitos, os líderes conseguem serimparciais e encontrar meios de apaziguar os ânimos, não deixando que o clima de tensão seespalhe por toda a equipe mostrando ao mesmo tempo a importância da harmonia para otrabalho em equipe, direcionando os esforços de todos para se atingir os objetivos daorganização. Normalmente em um ambiente onde se reúnem pessoas de diferentes gerações comdiferentes níveis de amadurecimento e motivação, que conflitos venham ocorrer. Faz-senecessário que o líder haja de forma rápida e eficaz a fim de evitar que 40 tais conflitos venham ainterferir no bem estar da equipe e nos objetivos da organização. Segundo Cury (2008) o indivíduo que aprende a controlar suas emoções torna- se maisresiliente, solidário, maleável, sensível, compassivo, paciente, generoso e magnânimo. Quantomais estável emocionalmente, mais o profissional torna-se um ser humano e deixa de ser um"Deus" rígido e suficiente. Estamos trazendo a reflexão a respeito do que apresenta Bennis eNanus (1998) e que é, ainda nos dias atuais, reconhecido pelos expoentes teóricos da área,como atual. “O líder opera sobre os recursos emocionais e espirituais da organização, sobreseus valores, comprometimento e aspirações” (BENNIS; NANUS, 1998, p. 32). Neste sentido pode-se aqui também suscitar a ousada possibilidade de que uma pessoaaprenda a liderar a partir de uma vivência e de uma experiência e isso, tendo em vista o quenos aponta Jodelet (1989), tratando das representações sociais e nelas, inserir-se e compreendesse as formas de agir que estabelecem em relação ao mundo e nela, a liderança. A autoramostra que esta representação social diz respeito à maneira como os indivíduos, sujeitossociais, apreendemos os acontecimentos da vida cotidiana, as informações do nosso contexto,os acontecimentos, as pessoas, etc., ou seja, diz respeito aos conhecimentos que se acumula apartir das experiências, das informações, saberes e modelos de pensamento que se recebe e setransmite pela tradição, pela educação e pela comunicação social. 41 CONCLUSÃO Encontramo-nos diante do fato de que atualmente, podemos constatar o autocontrole que resulta da inteligênciaemocional oferece ao líder a possibilidade de controlar suas emoções, principalmente nosmomentos de maior tensão. Vale ressaltar ainda que nos fica impresso o sinal de que autilização da Inteligência Emocional também pelos liderados, promove e contribui com odesenho de resultados positivos e promissores. Com a pesquisa feita nos anais do SEGeT, podemos observar que nos últimos dezanos pouco ou muito pouco foi considerado e discutido sobre o tema, pois dentre os 546artigos publicados sobre gestão de pessoas no período citado, apenas dois abordam o tema Inteligência Emocional. Trata-se de forma muito vaga, por anos, sobre habilidades chamadas de temperamento,personalidade e habilidades interpessoais como a liderança, o trabalho em equipe e a empatiae de que hoje a aplicabilidade destes talentos está sendo relacionada à inteligência emocionale dos benefícios de sua utilização. Menos ainda aborda-se a possibilidade de ensino eaprendizagem de estratégias que promovam o autoconhecimento o qual culminará noautocontrole das emoções e que isso significa um processo dinâmico por excelência, nuncaestático e muito menos inflexível, característico da Inteligência Emocional bem aplicada. Com o grande número de empresas concorrendo entre si e com a necessidade urgentede se obter algum recurso que sinalize como uma luz no final do túnel, torna- se importanteressaltar que o capital humano tem sido um grande diferencial, além dos produtos e serviços. Utilizando da Inteligência Emocional o líder pode ser capaz de maximizar todos os recursosque estão agregados à empresa, aumentando assim, os lucros e ao mesmo tempo, tornando oambiente organizacional saudável e produtivo. Pensamos que a Inteligência Emocional consista em um conjunto de habilidades ecompetências imprescindíveis para o sucesso do indivíduo e da organização, uma capacidadeque nos retire da escuridão sobre nós mesmos e que 42 nos permita escolher melhores caminhospara alcançarmos nossos objetivos e isso, de forma equilibrada e sensata. Ser um profissional técnico reconhecido é relevante em todo processo de interação e produção, entretanto, não basta que se tenha apenas conhecimentos técnicos, será necessário,daqui para adiante, ter também autoconhecimento e controle sobre si mesmo, de forma aevitar os conflitos e se necessário, buscar soluções de forma pacifica, equilibrada, racional ehábil para os mesmos. Este estudo não se esgota em si mesmo. Há muito que caminharmos no sentido deconhecermos e dominarmos a Inteligência Emocional e sua profícua utilização. Ousamos,com este trabalho, suscitar novas reflexões e discussões as quais possam servir de linhasdivisoras entre os grupos que jamais pensaram no autoconhecimento e no autocontrole comomeios de interação, produção e desenvolvimento. 43 REFERÊNCIAS Beckhard, R. Organization development: Strategies and models. Addison-Wesley, Reading, Mass, 1969. Berger, P. L. &Luckmann, Thomas. The social construction of reality. Garden City, New York, Doubleday, 1965 . Bennis W. G.; Benne, K. D. & Chin, R. The planning of change. 2 ed. New York, Holt, Rinehard& Winston, 1969. Bloom, B. S.; Krathwold, A. R. & Mason, B. B. Taxonomy of educational objectives. London, Longman, 1971. Cannon,
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