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Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Prof. Julio Cesar de Oliveira Aula 1 FRATURAS Definição • Define-se fratura como sendo uma interrupção na continuidade do osso, que pode ser um rompimento completo ou incompleto (fenda); • Toda descontinuidade óssea; • Separação das corticais ósseas; • Apesar de sua aparência de estrutura dura e inflexível, o osso é um sólido com propriedades elásticas. Suas propriedades materiais variam, dependendo do tipo de osso. • Sempre ocorre um padrão permanente de processamento ósseo, caracterizado por duas atividades opostas: a formação de novo osso pelos osteoblastos e a degradação (reabsorção) do osso antigo pelos osteoclastos. Classificação quanto o tipo: • Existem dois tipos principais de fraturas: -Fechada (não há comunicação entre a superfície externa do corpo e a fratura); -Aberta/ Exposta (há comunicação entre a fratura e a pele). FRATURA FECHADA ABERTA ESTAVEIS INSTAVEIS INSTAVEIS Sem desvio Com desvio Com desvio Lesão tec. Epitelial; muscular; nervoso; vasos sanguíneos SISTEMA DE DEFESA MÚSCULO FADIGA MARCHA E CARGA ALTERADA ALTERAÇÃO NA DISTRIBUIÇÃO DO STRESS FRATURA Classificação quanto os traços: • Transversa • Oblíqua • Cominutiva • Espiral • Galho verde • Em cunha • Por avulsão • Cavalgada • Impactada Transversa Oblíqua Cominutiva Espiral Galho verde Em cunha Por avulsão Cavalgada • A dor gerada numa fratura, é devido a alteração do periósteo que recobre os ossos. Não se sente dor nos ossos. Reação silenciosa à tensão Reação à tensão Fratura por estresse Mudanças de TC e RX Deformação óssea D O R (McGraw, 2007) Lei de Wolff • O osso tem capacidade de suportar melhor forças compressivas que força tênsil ou de torsão. A capacidade de carga não uniforme dos ossos é atribuída, em grande parte, à trabeculação que ocorre nos ossos esponjosos em resposta à lei de Wolff. “As forças aplicadas ao osso, incluindo contrações musculares e sustentação de peso, podem alterar as suas configurações interna e externa por meio da adaptação à essas tensões.” Lei de Wolff • Sua forma é dada pelas cargas fisiológicas aplicadas a ele, que se adapta dinamicamente através da estrutura e da quantidade óssea (CORDEY, 2000). Consolidação das fraturas • 1º deve haver o contato das superfícies fraturadas, normalmente se faz em 2 semanas (isso com contato ósseo). Os osteoclastos fazem a “limpeza” (reabsorção osteoclástica) e os osteoblastos produzem osso novo. Não pode haver movimento na consolidação, devido a essa vascularização contínua. • 2º ocorre mineralização e crescimento de calo ósseo. Esse calo aumenta a estabilidade da fratura. • O material mineraliza formando a estrutura óssea. O ciclo osteoblástico e osteoclástico leva aproximadamente cem dias para ser concluído. Cerca de 25% dos ossos trabeculares e esponjosos são reabsorvidos a cada ano (Rosen 1996). Estágios de consolidação • 1 – Fase Inflamatória – 1 a 2 semanas; • 2 – Fase de reparo - Meses; • 3 – Fase de modelagem • 4 – Fase de remodelagem – de Meses à anos. Fase inflamatória • O volume de tecido no qual o novo osso será formado é preenchido com uma matriz, em geral incluindo um coágulo sanguíneo ou hematoma. A matriz é envolta por tecidos locais, também traumatizados, resultando em necrose focal e fluxo sanguíneo reduzido. • Liberação de Fator de crescimento derivado de plaquetas(PDGF), Fator alfa de crescimento (TGF), Aumento do fluxo sanguíneo, fibronectina, Neutrófilos e monócitos. Fase reparadora • Caracteriza-se pela formação de tecidos conjuntivos, incluindo cartilagem, e pela formação de novos capilares dos vasos pré-existentes (angiogênese). Durante os primeiros 7 a 10 dias de cicatrização da fratura, o periósteo é submetido a respostas de formação óssea intramenbranosa, e a evidência histológica mostra formação de ossos reticulados opostas ao córtex, à distância de alguns milímetros do local da fratura. No meio da segunda semana, cartilagem reveste o local da fratura, iniciando preparação bioquímica à realizar a consolidação. Assim, o calo se torna uma estrutura triplamente coberta. • A porção da cartilagem é substituída com osso durante o avanço da cicatrização Fase de modelagem • Caracterizada pela remoção sistemática da matriz inicial e dos tecidos que estavam no local, primariamente pela reabsorção osteoclástica e condroclástica e sua substituição por osso lamelar (osso reticulado). Os osteoblastos formam rapidamente o osso reticulado (mecanicamente fraco), constituindo a união clínica das corticais. Assim que a cartilagem estiver calcificada, ela se torna alvo para o crescimento interno dos vasos sanguíneos Fase de remodelagem • Ao substituir a cartilagem por osso e converter osso esponjoso em osso compacto, o calo é gradualmente remodelado. Durante essa fase, o osso reticulado é remodelado em osso lamelar mais forte pela ação conjunta de reabsorção de osteoclastos e formação de osteoblastos. Complicação das fraturas Complicações imediatas Complicações imediatas • Choque (principalmente hipovolêmico) – Má perfusão dos tecidos com resultante hipóxia tecidual que ameaça danificar os órgãos vitais; • Lesões Arteriais – Leva a hemorragias externa ou interna, depende da fratura; • Lesões Nervosas – Secção ou compressão de nervos; Complicações tardias • Retardo de consolidação: Devido a demora da cirurgia, podendo levar a pseudoartrose (ausência de consolidação); • Rigidez Articular – Hipomobilidade do membro; • Consolidação Viciosa: Calo ósseo formado numa posição errônea dos traços de fratura; • Osteomielite: (infecção/ Abscesso) Processo inflamatório do tecido ósseo, geralmente produzido por bactérias (staphylococcus aureus) piogênicas (produtoras de pus); Atrasam o tempo de consolidação óssea; Pseudoartrose É quando uma os traços de fratura não se unem. • Hipertrófica – Há bom potencial de consolidação; • Hipotrófica e atrófica – não há bom potencial de consolidação, precisando de enxertia óssea; Complicações tardias • Artrite Séptica: (infecção) Reação inflamatória resultante de invasão direta na articulação por microorganismos patogênicos; Pode afetar qualquer articulação, porém afeta principalmente joelho quadril e tornozelo. Pode levar a destruição e permanente dano a articulação, podendo alastrar-se para dentro dos ossos; • Necrose Asséptica (avascular): Perda de vascularização numa determinada região óssea. Principais: Cabeça do fêmur, Úmero e escafóide. Tratamento Conservador: • Tala gessada/ aparelho gessado • Esperar criar calo ósseo para iniciar contração concêntrica dos músculos que contornam a fratura; • Iniciar isometria; • Manter ADM (arco de movimento) das articulações próximas; Diminuir a dor; • Resgatar força Muscular; • Obter Feedback Proprioceptivo; Tratamento cirúrgico: • Pós Cirúrgico: • Diminuir a dor + edema; • Preservar/ Resgatar ADM; • Aumentar força muscular; • Promover Equilíbrio ortostático e dinâmico; • Inicialmente Colocar Carga parcial (auxílio de muletas) no membro afetado, de acordo com a consolidação óssea e a liberação do médico. Progredir para carga total (sem auxílio de muletas) no membro. Tipos de tratamento cirúrgico • Osteossíntese: - Com placa e parafuso - Haste intramedular - Fio Kirshnner • Fixador externo Haste intramedular (HIM) Placa e parafuso Fio Kirschner Fixador Externo Não usar calor profundo na região da cirurgia Contra indicações no pós cirúrgico • Ondas curtas • Ultra som • Microondas