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Iter Criminis: Disciplina: Direito Penal 11 O que é iter criminis? É os caminhos/fases/percursos/itinerários do crime. Quais as fases atinentes do iter criminis? 1. Fase da cogitação: se o sujeito meramente cogita e não passa daquilo, não há relevância penal por causa do princípio da alteridade. Ou seja, o direito penal somente pode se interessar por condutas que venham a atingir bens jurídicos de terceiros; 2. Atos preparatórios: quando você cogita praticar um crime x, para você receber uma intervenção penal a seu desfavor por conta desse crime x, você tem que no mínimo iniciar a fase de execução. Assim como a cogitação, os atos preparatórios são impuníveis, só que ao contrário da cogitação, que sempre é impunível, a fase de preparação pode ocorrer punição, se determinado ato preparatório por si só constitua um fato típico (prevista em lei como crime); 3. Atos executórios: nem sempre que você se cogita, se prepara e executa, que a consumação vai ocorrer. - Há situações em que o sujeito inicia a execução, e a consumação não ocorre, que são: a) Tentativa: inicia a execução de um crime e quer a consumação dele, só que ele querendo até o fim, não consegue por circunstancia alheia à vontade do agente; b) Crime impossível: inicia a execução de um crime e quer a consumação, mas o crime é impossível de acontecer; c) Desistência voluntaria: deixou de querer aquela consumação; d) Arrependimento eficaz: pratica toda a execução, mas após isso toma uma atitude para impedir a consumação. - Lembrado que, onde existir um destes institutos, não pode existir outro ao mesmo tempo. 4. Consumação. Observação: exaurimento é aquilo que vem após o fim do iter criminis, e o seu fim se dá com a consumação. Exemplo: ocultação de cadáver. Não tem como uma pessoa praticar um crime sem primeiro ter cogitado/pensado a prática do crime. Então, ele passará para a fase seguinte, na qual ele irá preparar para a prática esse crime. Após isso iniciará a execução desse crime e depois haverá a consumação. - Lembrando que, a partir do momento que o sujeito inicia a execução de um crime, significa que ele quer a consumação dele, pois ninguém vai iniciar a execução de um crime, não querendo sua consumação. Tentativa (art. 14) O agente inicia a execução, existe possibilidade de consumação, mas esta não ocorre porque algo ou alguém a impediu. Assim, o sujeito em nenhum Iter Criminis: Disciplina: Direito Penal 11 momento mudou de ideia no sentido de deixar de querer a consumação do crime que inicialmente quis. - Assim, a lógica aqui é: eu queria consumar o crime, mas não consegui. Qual é a Natureza jurídica? Causa de diminuição de pena de 1/3 a 2/3. Crime impossível (art. 17) O agente inicia a execução, mas, neste momento, já se verifica que inexiste possibilidade de consumação porque há uma ineficácia absoluta do meio empregado, uma absoluta impropriedade do objeto visado ou uma obra de agente provocador. - Assim, a lógica aqui é: não se pune o que não ocorreu por ser impossível de ocorrer. Qual é a Natureza jurídica? Causa de atipicidade da conduta inicialmente pretendida. Assim, o sujeito não responde pela tentativa do crime que inicialmente quis, mas pode responder por outros atos que sejam considerados criminosos. Qual é a teoria adotada? É a Teoria objetivo-temperada. Desistência voluntária (art. 15) O agente inicia a execução, mas durante esta, muda de ideia no sentido de não querer mais a consumação do crime que inicialmente quis e, por isso, desiste de prosseguir na execução sem encerrá-la. - Assim, a lógica aqui é: eu podia consumar o crime, nada me impedia, mas mudei de ideia durante a execução e desisti. Qual é a Natureza jurídica? Causa de atipicidade da conduta inicialmente pretendida. Assim, o sujeito não responde pela tentativa do crime que inicialmente quis, mas pode responder por outros atos que sejam considerados criminosos. Arrependimento eficaz (art. 15) O agente inicia a execução, encerra a execução e, neste momento, se arrepende e atua impedindo a consumação. - Assim, a lógica aqui é: eu podia, após encerrar a execução, esperar a consumação do crime, mas me arrependi e impedi a consumação. Qual é a Natureza jurídica? Causa de atipicidade da conduta inicialmente pretendida. Assim, o sujeito não responde pela tentativa do crime que inicialmente quis, mas pode responder por outros atos que sejam considerados criminosos. Arrependimento posterior: para ser considerado arrependimento posterior é necessário que tenha havido a consumação de determinado crime. Nadine Na Ponte de Ouro o indivíduo infrator não consumou o delito; Já na Ponte de Prata ocorreu a consumação, mas de algum modo foi atenuada a consumação de maneira voluntária por parte dele. Nadine A ponte de ouro está presente nos institutos do arrependimento eficaz e desistência voluntária. Segundo ele, o agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução (DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA) ou impede que o resultado se produza (ARREPENDIMENTO EFICAZ), só responde pelos atos já praticados. Iter Criminis: Disciplina: Direito Penal 11 - Assim, recebe este nome por acontecer em momento posterior à consumação de um crime. - Há aqui uma atenuante de pena. Assim, pessoa responde até o ato que praticou antes de se arrepender. Tipos de tentativas Os critérios para saber a quantidade de redução da pena, podem ser: a) Tentativa branca (incruenta): o alvo (pessoa ou coisa) da conduta criminosa não é sequer tocado. Exemplo: bala não encosta na pessoa, passa ao lado; - Redução de pena de 2/3. b) Tentativa vermelha (cruenta): o alvo da conduta criminosa é tocado. Exemplo: bala passa de raspão na pessoa; - Redução menor que as do caso de tentativa branca. c) Tentativa perfeita (crime falho): sujeito pratica todos os atos executórios que ele entende como necessário para a consumação do crime acontecer, porém não ocorre; d) Tentativa imperfeita (inacabada): não praticou tudo que queria praticar para a consumação ocorrer. Os tipos de infrações penais que não admitem o instituto da tentativa são: ✓ Culposas; ✓ Habituais; ✓ Omissivas próprias, pois as impróprias admitem; ✓ Unissubsistentes; ✓ Preterdolosas.
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