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Ano XXXI São Luís - MA - Brasil janeiro/fevereiro - 2021 R$ 15,00 DESDE 1990 Maratatiua O paraíso ludovicense onde a mata amazônica encontra o mar 1ª Feira “mãos a fio” maranhão do manual para o virtual projeto Fo to : E co tri p Ca no ag em Um dos setores econômicos mais afetados de forma global pela pandemia provocada pelo corona vírus com certeza foi o da indústria do turismo. Viagens foram canceladas ou adiadas, causando um prejuízo ao setor nunca antes visto, chegando a cifras que ultrapassam um trilhão de dólares. Diante desse cenário pre- ocupantemente apocalíptico o trade turístico teve de se adaptar, mesmo realizando cortes de pessoal e de investimentos, na tentativa de so- breviver no meio do caos provocado pela crise no setor. Sabe-se, de há muito, que em momentos de crise uma das ferramentas mais acionadas é a criatividade. A crise tira o empreendedor da sua zona de conforto e novas soluções surgem diante de uma situação na qual se deve man- ter o máximo de cuidados sanitários, para que se evite o contágio pelo vírus, que representa grave ameaça à humanidade. Resorts, hotéis, hostels e pousadas tiveram que limitar o núme- ro de hóspedes, estabelecendo a obrigatorie- dade do uso de máscaras, limpeza permanente das mãos, uso de álcool gel e a manutenção do distanciamento social, tanto entre funcionários quanto entre os hóspedes. Inúmeros outros segmentos da cadeia tu- rística tiveram que ser repensados, e muitos temas discutidos, como aconteceu no recente 7º Encontro Brasileiro das Cidades Históri- cas Turísticas e Patrimônio Mundial, que ado- tou como eixo temático o Turismo, Patrimônio e Sustentabilidade: Caminhos para o Futuro. O comando do encontro coube à Orga- nização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM), com apoio da Prefeitura de Salvador, Confederação Nacional de Muni- cípios (CNM) e União dos Municípios da Bahia (UPB). Como se resolver a questão da susten- tabilidade do setor diante do cancelamento de um evento tão agregador de emprego e renda como o carnaval, medula espinhal da cultura popular brasileira? Desenvolvimento sustentá- vel é uma das bandeiras do atual governo do Maranhão. Uma das opções para o turismo, diante do perigo de circulação de pessoas por conta da grande possibilidade de contaminação pelo ví- rus é a opção do chamado turismo doméstico, que no Maranhão pode ser usufruído de forma extremamente ampla. A capital maranhense, que do alto dos seus 408 anos de existência detém um impressionante patrimônio históri- co composto, sobretudo, por prédios que re- montam ao século XVIII e XIX, além de mo- numentos como fontes, igrejas e praças; ainda existe a opção de belas praias. Bem perto de São Luís existe o município da Raposa, onde, além das belas praias, desponta o artesanato à base de renda de bilro, herança da coloni- zação cearense do lugar. Povoados tais como Tauá-Mirim, facilmente alcançáveis a partir do centro de São Luís, e a histórica Alcântara (que atualmente abriga um projeto coletivo de re- formas de locais abandonados pela gestão pú- blica), a apenas uma hora de barco de travessia pela baía de São Marcos são opções rápidas, seguras e que cabem em qualquer bolso. São opções viáveis que podem ser acessadas com relativa segurança, pois todo cuidado é pouco num momento histórico no qual a saúde está em primeiro lugar! CA RT A AO LE IT OR Revista Maranhão Turismo Coordenação Editorial Léa Zacheu editorchefe@revistamaranhaoturismo.com Administrativo Financeiro Sérgio Quirino administracaofinanceira@revistamaranhaoturismo.com Revisão Lara Zacheu revisao@revistamaranhaoturismo.com Reportagem Paulo Melo Sousa Henrique Bóis Rafael dos Santos Marques reportagem@revistamaranhaoturismo.com Fotos Charlles Eduardo gerenciadeimagem@revistamaranhaoturismo.com Fotógrafos colaboradores Herbert Alves Ayrton Valle Ecotrip Canoagem Rua 10 I Nº 20 I São Francisco São Luís - Maranhão- Brasil CEP – 65076-520 Fone: (98) 98152 0970 / (98) 99607 3423 (98) 98211 1426 www.revistamaranhaoturismo.com E-mail: revistamaturismo@gmail.com @revistamaranhaoturismo Os anunciantes são os únicos responsáveis por todos os conceitos, conteúdos, erros, falhas, incoerências, informações, imagens, ofertas, opções, propostas, textos e similares constantes das próprias matérias promocionais, peças publicitárias e semelhantes publicadas nesta edição. Diagramação Gutemberg Santos designergrafico@revistamaranhaoturismo.com Assistente Operacional Lena Fernandes operacional@revistamaranhaoturismo.com Gerência Web Henrique Bois gerenciaweb@revistamaranhaoturismo.com Diretora de Marketing e Eventos Léa Zacheu diretorademarketingeventos@revistamaranhaoturismo.com Assinaturas contato@revistamaranhaoturismo.com Colaboradores desta edição Amanda Dutra Geisa Batista Arlan Azevedo Foto capa Ecotrip Canoagem Turismo em tempos de pandemia 4 Maranhão Turismo MARATATIUA: O paraíso ludovicense onde a mata amazônica encontra o mar 6/9 RAPOSA Um destino natural na Ilha de Upaon-Açu 10/17 Encontro das Cidades Históricas em Salvador 1ª Feira Mãos a Fio Maranhão do Manual para o Virtual 28/35 20/25 36 ALCÂNTARA: Projeto Guardiães da Memória realiza ações de reformas patrimoniais 18/19 São Luís conquista selo internacional ‘Safe Travels’ da WTTC SU MÁ RIO M ar ia na X av ie r, m od el o do P ro je to 1 ª f ei ra “ M ão s a F io ” M ar an hã o ““ Fo to : C ha rll es E du ar do • Ipase • Angelim • Cohatrac atelieazevedo@atelieazevedo 6 Maranhão Turismo MARATATIUA O Maranhão sempre foi uma caixinha de segredos. In- clusive para nós maranhenses. Vivemos num estado aben- çoado pela natureza. Aqui é Norte e Nordeste ao mesmo tempo. Onde o turismo ainda engatinha e que só mostra um “fresta” de toda a nossa diversidade e belezas, sempre nos surpreendemos e nos fascinamos com novas descober- tas e muitas dessas bem embaixo do nosso nariz pertinho na própria capital. É o caso de MARATATIUA: Uma ponta, uma praia. No extremo norte da belíssima Ilha de Tauá Mirim, que é uma “outra Ilha de São Luís” em uma versão mais preservada. Nessa ilha onde impera o verde da natureza, Mara- tatiua se destaca pelo seu isolamento (acessí- vel apenas através de trilhas e embarcações) e pela ausência de povoados próximos. É a Ilha de Tauá Mirim em toda a sua glória e exube- rância primitivas. Aqui nesta pequena ensea- da de areias brancas, mangues e pedras, um fragmento de floresta amazônica periférica se encontra com o mar da Baía de São Marcos - evidente nas marés altas - e forma uma exu- berância tropical equiparável apenas às praias do sudeste brasileiro com a diferença de que por lá a floresta é atlântica. Por: Rafael dos Santos Marques - Fotos: Ecotrip Canoagem CAPA www.maramazon.com O paraíso ludovicense onde a mata amazônica encontra o mar 7 Maranhão Turismo A nossa floresta ludovicense é característica do extremo leste da Amazônia. Isso quer dizer que é menos densa e tem influências do Cer- rado vizinho e de ecossistemas costeiros como a Restinga. Localmente é chamada de floresta “pré-amazônica”. A diferença de outras praias de Tauá Mirim onde também testemunhamos esse encontro floresta-mar, é que a floresta em Maratatiua é quase intocada, com árvores altas e copas que fornecem as sombras característi- cas das florestas primárias ou, neste caso, das secundárias em bom estado de regeneração. Os babaçuais sempre presentes em matas ma- ranhenses mais “mexidas” aqui não abundam e dão espaço para muitas outras espécies e outras palmeiras amazônicas, como o Inajá. O “paredão verde” chama a atenção quando desembarcamos na praia 8 Maranhão Turismo A fauna silvestre também é presente, especialmente as aves costeiras e terrestres. São pouquíssimos os lugares em toda a Amazônia onde podemos contemplar o encontro da floresta com o mar ou, pelo menos, a proximidade dos dois ambientes; como aconteceem Caiena no litoral da Guiana Francesa, no município de Curuçá no salgado paraense (chamada de Mata Amazônica Atlântica) e aqui no Golfão Maranhense, pois no bioma amazônico as florestas de terra firme no litoral atlântico quase sempre dão lugar para as florestas extensas de manguezais e as restingas. É IMPRESCINDÍVEL conhecer e preservar lugares como Maratatiua pois - além de toda a beleza natural e do potencial eco-turístico - oferecem muitos serviços ambientais, guardam uma rica biodiversidade e toda a história natural da nossa região, além de que são cada vez mais escassos devido ao desmatamento e demais agressões ao meio ambiente. Sobretudo aqui na Amazônia Maranhense, que já perdeu cerca de 80% de sua vegetação original. Vista aérea da floresta e do Estreito dos Coqueiros, que separa Tauá Mirim de Upaon Açu Caiaques na praia deserta e paradisíaca 9 Maranhão Turismo Informações úteis: O local mais próximo é no Porto Grande, onde se pode fretar uma embarcação para chegar diretamente à praia ou descer em outro ponto próximo para fazer a trilha que pode ser feita apenas com acompanhamento de algum condutor local. A Ecotrip Canoagem (http: //ecotripcanoagem.com.br/) organiza passeios de caiaques para lá de vez em quando. Como a praia é totalmente deserta, é aconselhável levar tudo o que for preciso, além de recolher e trazer de volta todo o lixo gerado. A praia é mais balneável nas marés altas quando a lama some, a sua extensão diminui consideravelmente e a floresta encontra o mar, mas é nas marés baixas que podemos admirar melhor toda a sua extensão, as grandes pedras e os trechos de mangue ao redor. É interessante observar, da praia, os destroços de um navio naufragado no meio do mar. Caiaques na praia deserta e paradisíaca 10 Maranhão Turismo Um destino natural na Raposa Na contramão da maior crise que se abateu so-bre o setor do turismo, o município de Raposa, na região metropolitana de São Luís (MA), é um caso a parte. Além de manter todos os estabelecimentos em atividade após o período agudo da pandemia do novo co- ronavírus, há portas se abrindo de novos empreendimentos turísticos na cidade. No mês de novembro a Capitania dos Portos concluiu a formação de uma turma de 35 novos marinheiros auxiliares de convés. O curso teve a chancela da Marinha do Brasil. A partir desta formação os marinheiros estão habilitados para pilotar barcos de passeio e pesca. São na maioria jovens pro- fissionais que irão atuar nos serviços de passeios náuticos que junto com a gastronomia local se tornaram principais atrativos da Raposa. Distante 30 quilômetros do centro de São Luís (seguin- do pela MA-203), Raposa é o mais jovem dos quatro mu- nicípios da antiga ilha de Upaon-Açu. Formado a partir da onda migratória de cearenses oriundos da praia de Acaraú, gerada pela seca de 1958 que esturricou o solo nordesti- no, o município tem na atividade turística uma das âncoras da sua economia, sustentada pela atividade pesqueira. Ali se concentra também a maior colônia de pescadores (Z-53) da costa maranhense. Por: Henrique Bóis - Fotos: Banco de imagens da Setur - Raposa Um destino natural na ilha de Upaon-Açu Raposa “Apesar da crise internacional, o município evoluiu no fluxo e n a melhoria dos serviços”, assinala Alison Penha. Um dos catalisadores da movimentação turística é o Centro de Atendimento, funcionando na região da Viva Raposa das 7h30 às 17h30 de segunda-feira a domingo. 12 Maranhão Turismo Curupu, onde a família Sarney se distrai em lazer e praias paradisíacas. A Ilha de Curupu é composta por densas florestas de manguezais preservados e praias desertas, e seu território é cortado por alguns rios. No local se encontram várias espécies da fauna marinha como o boto-cinza (sotalia guianensis) e o peixe-boi-marinho (trichechus manatus). Segundo consta, fêmeas de tartarugas-marinhas de diferentes espécies realizam a desova na costa da ilha. A movimentação turística maior converge para o Porto do Braga, localizando de onde partem as embarcações para os passeios náuticos. Nos últimos quatro anos esse movimento só se intensificou. Cerca de 50 embarcações trabalham hoje nesta atividade turísticas. Alguns destes barcos chegam a fazer dois passeios por dia. Na linha do mar são freqüentes os catamarãs, bianas, lanchas, iates e pequenas canoas que transitam pelos igarapés. Nos finais de semana, mais de mil pessoas passam pelo porto em direção aos passeios para as ilhas de Carimã, que sugere em miniatura as dunas que desenham paisagem dos Lençóis Maranhenses; 13 Maranhão Turismo A cidade conta ainda com mais um equipamento urbano para acolher moradores e visitantes: a Praça Chico Noca, construída pelo Governo do Estado, por meio de convênio da Prefeitura Municipal de Raposa e Secretaria de Estado do Turismo. O nome do logradouro homenageia um dos primeiros moradores do lugar a montar um negócio voltado para a gastronomia baseada essencialmente nos frutos do mar. 14 Maranhão Turismo Rede hoteleira A movimentação turística tem impulsionado também a rede hoteleira. Ao contrário de quase todos os destinos do mundo, na Raposa leitos estão sendo criados para atender à crescente demanda. Há ofertas de mais de 200 leitos na rede local. A média da diária varia entre R$ 50 nas pousadas mais simples, a R$ 250,00, nas suítes da Fazendinha, um local que aglutina várias áreas de lazer e serviços gastronômico. Um centro de convenções com capacidade para mais de 250 pessoas no empreendimento contribuirá para inserir a Rapo- sa como destino de negócios e eventos. Segundo Edson Duarte, a qualificação da mão de obra está sendo uma das metas para manter o ritmo de crescimen- to no setor. Neste sentido, a secretaria municipal de turismo buscou parceria com o IFMA para oferecimento de cursos de inglês básico para os condutores de embarcações, garçons e outros profissionais do receptivo. Uma segunda turma de espanhol estava programa quando chegou a pandemia. Protocolos Na retomada das atividades após a quarentena, o trade da Raposa se articulou para atender aos protocolos de pre- venção ao coronavírus. Em etapas, os primeiros a receberem medidas de sanitização e higienização foram as embarcações, se estendendo depois para todos os outros estabelecimentos privados e públicos. “Hoje seguimos rigorosamente os pro- tocolos dando segurança ao visitante para que ele tenha seu momento de lazer neste momento tão difícil”, afirma Edson Duarte. 15 Maranhão Turismo Há vários restaurantes na cidade. Pelo menos 18 destes oferecem culi- nária típica da Raposa, à base de pescados, alguns com reputação interna- cional. Em breve mais um restaurante estará sendo aberto para atender o público visitante. O destino combina lazer, gastronomia e artesanato. A requalificação do Corredor da renda, onde se concentram artesões manuseando bilros, tam- bém está entre as obras que deverão ser entregues em breve. Toalhas de mesa, panos de prato, passadeiras, saídas de praia, chapéus, cortinas, tudo produto tecido por mulheres rendeiras. 16 Maranhão Turismo Idealizada pelo poeta Luís Lima e Luzenice Macedo, a Casa D´Arte Centro de Cultura é uma referência de ativismo cultural na Raposa. Atu- ando em regime colaborativo, o espaço cultural funciona tendo como esteio o Instituto Maranhão Sustentável. Na quarta-feira, 11, o Instituto com- pletou 9 anos de atividades. Ponto de cultura reconhecido pelo extinto Mi- nistério da Cultura, a Casa completa em maio seis anos de existência, desenvolvendo atividades vol- tadas para o meio-ambiente e cultura, tendo como foco a comunidade da Raposa. São ações voltadas para a culinária, artesanato e programação cultural. As oficinas são desenvolvidas por um grupo de pessoas que participam dos projetos em sistema colaborativo. Um destes projetos é o Quintal Cul- tural, agendado para acontecer quinzenalmente aos sábados. A última atração doprojeto foi o show Qualhira, do cantor maranhense Claudio Lima, que contou com a participação virtual de Zeca Baleiro. “A casa é um espaço de estímulo à cultura, à criatividade, à inspiração e difusão da cultura”, define Luzenice Macedo, gestora sócio-criativa da casa. Integram a equipe o produtor cultural Wag- ner Heineck, o chefe de cozinha Tiago Brito; a mobilizadora social Jaqueline Salazar e a assessora de comunicação Mirella Falcão. Durante a pandemia, a casa atendeu mais de 70 famílias da comunidade com distribuição de auxílio por meio de cartão de crédito, graça a par- ceria realizada com o Tribunal de Justiça do Esta- do do Maranhão. Casa D´Arte Centro Cultural 17 Maranhão Turismo Onde fica: Rua do Farol, 9 – Alto do Farol. Estrada da Raposa CEP: 65. 138-000 (98) 999749366/99615-9366 Email: casadarte@gmail.com Curiosidade sobre a Raposa O município de Raposa faz parte da Área de Proteção Ambiental de Upaon-Açu-Mi- ritiba-Alto Preguiças, uma região com uma área de aproximadamente 1.535.310 hecta- res que serve de abrigo, local de reprodução e alimentação para muitos animais marinhos ameaçados como: tartarugas-marinhas (todas as espécies), guaxinim (procyon cancrivorus), cavalo-marinho (hippocampus reidi), peixe-boi (trichechus manatus), cachalote (physeter ma- crocephalus), boto-cinza (sotalia guianensis), mero (epinephelus itajara), espadarte (pristis perotteti), tubarão-limão (negaprion breviros- tris) e guará (eudocimus ruber) 18 Maranhão Turismo Foi realizado em setembro de 2020, em Alcântara, o lançamento do “Projeto Guardiães da Memória do Patrimônio Cultural de Alcântara”, que visa salva- guardar o acervo arquitetônico e paisagístico da cidade patri- mônio nacional, bem como seus inestimáveis bens culturais imateriais. A ideia foi proposta pelo Diretor do MHA - Museu His- tórico de Alcântara (equipamento cultural ligado à SECMA - Secretaria de Estado da Cultura), o escritor e jornalista Pau- lo Melo Sousa. Além de realizar ações de reparos nos mo- numentos históricos (após expressa autorização do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), sobretudo aqueles a céu aberto, a iniciativa se expande no sentido de contribuir com a manutenção dos mesmos, in- cluindo a inestimável valorização das manifestações culturais Alcântara Projeto Guardiães da Memória realiza ações de reformas patrimoniais de cunho imaterial. Alguns monumentos alcantarenses, tais como a Capela de Nossa Senhora do Desterro, bem como a Fonte das Pedras, ambas situadas na rua Pequena, Centro da cidade, foram es- colhidas para acolher o início das ações de reparos, em razão da triste situação de abandono que as mesmas apresentavam. “Este projeto surge num momento em que é necessário re- forçar junto à comunidade de Alcântara o sentimento de per- tencimento com relação ao patrimônio que a cidade abriga, chamando a atenção de todos para o cuidado que deve existir com relação à preservação dessa memória representada pelo grande patrimônio cultural de Alcântara, que possui reconhe- cimento nacional desde 1948”, declara Vanessa Leite, Asses- sora Especial da SECMA, Responsável pela Casa de Cultura do Mordomo Régio, em Alcântara. Continuidade do serviço de reforma simplificada da Fonte das Pedras, em Alcântara, autorizada pelo Iphan! Restauração da canaleta de escoamento da água e início da pintura a cal do monumento! Maranhão Turismo 19 O palco escolhido para o lançamento do projeto foi o Largo da Capela de Nossa Senhora do Desterro, templo religioso situado na rua Pequena, esquina com a rua das Mercês, no Centro Histórico de Alcântara, e que está em péssimas condições, apresentando sérios problemas na sua estrutura física, com a presença de cupim na parte posterior do altar, presença de maribondos e morcegos no interior da Capela, e até uma colméia entre o forro e o telhado. Inicialmente, as ações desenvolvidas pelo projeto estão sendo executadas na Capela de Nossa Senhora do Desterro, mas já se estendem à Fonte das Pedras e à praça da Matriz. “Com a limpeza interna e externa do templo já conseguimos melhorias das condi- ções da capela, o que possibilitou a realização de uma pequena programação durante o lançamento do projeto: celebração religio- sa, toque de caixas do Divino Espírito Santo com as caixeiras Karina Pinheiro e Thayla Ferreira, apresentação de uma cena do Pastor de Dona Maria Ferreira, canja musical com os cantores e músicos Pinheirinho e Chicão, de Alcântara, seguido de três marchas de Tambor-de-Crioula com coreiros e coreiras da cidade, além de um abraço simbólico da Capela”, informa Paulo Melo Sousa. Em outubro passado, uma ampla programação infantil marcou a passagem pelo Dia das Crianças, com ações culturais para a criança- da, com brincadeiras infantis, roda de capoeira, show musical, apre- sentação de Tambor-de-Crioula, dentre outras atividades. As ações de reparos estão sendo mantidas através de doações de pessoas da comunidade de Alcântara, de demais municípios do Maranhão e de pessoas de fora do estado sensibilizadas com a necessidade de pre- servação do patrimônio histórico, que sabem que a cidade, assim como outros sítios históricos brasileiros, é um verdadeiro Museu a Céu Aberto, e que precisa de constante atenção e cuidado. Projeto Guardiães da Memória do Patrimônio Cultural de Alcântara! Retomando o trabalho na Capela de Nossa Senhora do Desterro e na Fonte das Pedras! Continuidade do serviço de reforma simplificada da Fonte das Pedras, em Alcântara, autorizada pelo Iphan! Restauração da canaleta de escoamento da água e início da pintura a cal do monumento! Fo to s: D ivu lg aç ão 20 Maranhão Turismo Encontro das Cidades Históricas O futuro da sustentabilidade do turismo e do patrimônio Por: Paulo Melo Sousa Fo to : C ha lle s Ed ua rd o Foto: Challes Eduardo Em dezembro de 2020 foi realizado o 7º Encontro Brasileiro das Cidades Históricas Turísticas e Patrimônio Mundial na cidade de Salvador, Bahia (cidade cujo Centro Históri- co foi reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, em 1995). Primando pelo reconhecimento e pelo fortalecimento do valor exponencial das Cida- des Históricas Turísticas, incluindo os Sítios do Patrimônio Mundial, Natural e Cultural Brasi- leiro. O evento se estendeu do dia 10 à 12 de dezembro, teve como tema central: Turismo, Patrimônio e Sustentabilidade - Caminhos para o Futuro. O comando do encontro coube à Or- ganização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM), com apoio da Prefeitura de Salvador, Confederação Nacional de Muni- cípios (CNM) e União dos Municípios da Bahia (UPB). Antenados com a complexa questão da gestão do turismo global em tempos de pan- demia provocada pela Covid 19, que provo- cou dramática queda nos investimentos, o que interferiu negativamente no fluxo do turismo, será amplamente abordada a governança das cidades brasileiras que possuem a chancela de Patrimônio Mundial tendo como eixos temáti- cos a sustentabilidade, o patrimônio e o turis- mo, discutindo o Decreto 9.763 que disciplina a Política Nacional de Turismo, visando facilitar novas contribuições para a eficácia cada vez maior da Política Nacional de Gestão Turística do Patrimônio Mundial. 21 Maranhão Turismo Em razão da permanência da pandemia, o evento atingiu um público maior através da for- ma virtual. Presencialmente foram convidadas autoridades nacionais, gestores municipais em exercício, gestores eleitos, jornalistas de turis- mo credenciados, de acordo com os protocolos de segurança em vigor no país e em Salvador. A participação on line foi aberta, visando garantir a participação de todos no evento, que pretendem ampliar a capacidade dos destinos turísticos das cidades históricas e patrimônio mundial, cidades naturalmente geradoras de emprego e renda, em razão do inestimável valor que tais destinos agregam. No encontrode 2019, foi idealizada a Carta de Porto Alegre, no âmbito do Seminário Inter- nacional Patrimônio e Turismo, que municiou a discussão em torno da necessidade da preserva- ção permanente das cidades, chamando a aten- ção para a importância turística do patrimônio e da cultura enquanto molas propulsoras da eco- nomia local. As propostas apresentadas aponta- ram a “promoção do turismo cultural integrado ao planejamento territorial e urbano, como for- ma de contribuir para a equidade econômica e social”. Tais parâmetros também nortearam o evento deste ano, em Salvador, sobretudo no que se refere ao tema da sustentabilidade. Foto: Challes Eduardo em Salvador Foto: Challes Eduardo 22 Maranhão Turismo Gestão compartilhada dos sítios históricos turísticos, na- turais destinos patrimoniais, com investimentos no turismo comunitário, local de abrigo de saberes, integrando poder pú- blico, sociedade civil e iniciativa privada foram sugestões apre- sentadas no evento anterior e que devem permanecer como saudável temática a ser novamente ventilada nos debates deste ano. A criatividade, que normalmente é atiçada em momentos de crise, tais como este de proporções globais pelo qual esta- mos passando exige ações políticas inovadoras, diferenciadas, que devem fortalecer a gestão sustentável do turismo cultural, com responsabilidade redobrada em meio a restrições ligadas à locomoção e distanciamento social decorrentes da pandemia. Cabe lembrar também que o encontro anterior contemplou a necessidade de criação do fundo de Endowment para dar su- porte ao patrimônio cultural brasileiro, em razão da Lei 13.800 / 2019, que trata de fundos patrimoniais de natureza privada, criados por instituições públicas brasileiras. A discussão da temática turismo, patrimônio e sustentabi- lidade, espinha dorsal do encontro de Salvador, deverá con- Igreja e Convento de São Francisco - Salvador (BA) Si te - Ip ha n- Fo to : A nd er so n Sc hn ei de r siderar inúmeros aspectos que balizam tal debate. Tais como, por exemplo, a discussão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que reúnem 17 metas globais, estabele- cidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas, e que fo- ram acordadas na Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas - ONU, em setembro de 2015. Os ODS integram a Resolução 70 / 1 da Assembleia Geral das Nações Unidas: “Transformando o nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, depois simplificado para Agenda 2030. Levando em conta a totalidade das metas, minimamen- te cinco delas estão umbilicalmente ligadas ao turismo e ao patrimônio: Cidades e comunidades sustentáveis, meta que visa tornar as cidades ou assentamentos humanos seguros, inclusivos, resilientes e sustentáveis; Consumo e produção responsáveis, assegurando padrões de produção e de con- sumo sustentáveis; Ação contra a mudança global do clima, com ações pragmáticas para o combate às mudanças climáti- cas e seus impactos; 23 Maranhão Turismo Igreja e Convento de São Francisco - Salvador (BA) Rua do Pilar - Ouro Preto (MG) Vida na água, com práticas de uso sustentável dos oceanos e dos recursos marinhos, o que inclui turismo náutico, por exemplo; Vida terrestre, que inclui proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres, detendo e revertendo a degradação do planeta e da sua biodiversidade. Site - IPHAN-Foto: Carlos Café 24 Maranhão Turismo A sustentabilidade tornou-se uma preocupação glo- bal não só de especialistas, mas também do empresa- riado, incluindo os do trade turístico, que atualmente tentam encontrar o equilíbrio entre o viés econômico e a preservação da natureza. O planejamento estratégico da gestão de turismo deve envolver a questão do patri- mônio tendo em mente a conscientização com relação aos aspectos ambientais que permeiam a atividade, ten- do em vista o desenvolvimento econômico sustentável. Para que isso aconteça, é necessário que se pen- se em desenvolvimento sustentável levando em conta a educação ambiental, pois somente esta leva à pro- teção do meio ambiente. Segundo Attuy apud Wernke (1999), “o verdadeiro desenvolvimento sustentável pressupõe aumento da renda nacional em longo pra- zo, sem prejuízo do progresso e sem ferir a ecologia”. Lopes de Sá (1999), por sua vez, afirma que “há uma consciência mundial em marcha, cuja formação se ace- lera e que condena a especulação gravosa da riqueza, bem como o uso inadequado de utilidades, como fato- res de destruição do planeta e lesão à vida dos entes que povoam o mundo”. Diante de tais considerações, como deve ser pensada a sustentabilidade da ativida- de turística? De acordo com a Organização Mundial do Trabalho - OMT, o turismo sustentável deve salva- guardar o ambiente e os recursos naturais, garantindo o crescimento econômico da atividade e as necessidades das presentes e futuras gerações. Site - IPHAN-Foto: Cris Andrade Igreja de São Sebastião - Olinha - PE A Igreja de São Miguel, em estilo barroco, foi construída pelo arquiteto italiano Gian Batista Primoli, a partir de 1735 Site - IPHAN-Foto: Sylvia Braga 25 Maranhão Turismo Para tanto, é preciso agilizar ações para “eco- nomizar os recursos naturais raros e preciosos, principalmente a água e a energia, e que venham a evitar, na medida do possível a produção de deje- tos, o que deve ser privilegiado e encorajado pelas autoridades públicas nacionais, regionais e locais”. (Artigo 3 Código de Ética - OMT). No bojo dos debates do evento de Salvador, a sustentabilidade do patrimônio cultural deverá considerar que uma das questões essenciais para se pensar essa temática é a equidade, o que requer a compreensão de que existe em jogo conflitos e tensões culturais provocadas pela desigualdade so- cial. “Se a preocupação é com a sustentabilidade do patrimônio, precisamos caminhar em direção a uma visão holística que não separe natureza e sociedade, que não considere que a felicidade se encontra no consumo, que não separe a condição material e imaterial como realidades distintas. Nes- sa perspectiva há que se compreender que a prote- ção deve ocorrer pela dimensão social e intangível dos elementos; pelos múltiplos valores que o patri- mônio detém (entre esses, os valores de existência e de opção); pelos efeitos sociais consubstanciais ao processo”, segundo afirma Sílvia Helena Za- nirato. Desejamos boa sorte aos debatedores do encontro de Salvador, e que um novo documento seja apresentado, com contribuições que consigam iluminar os rumos do turismo sustentável no Brasil para os próximos anos. Site - IPHAN-Foto: Wagner Araujo A Catedral Metropolitana foi um projetos elaborados pelo arquiteto Oscar Niemeyer para a capital federal Si te - IP H A N -F ot o: K en ia R ib ei ro Si te - IP H A N -F ot o: K en ia R ib ei ro A Ponte JK é um das pontes que transpassam o Lago Paranoá Cidade de Goiás (GO) 26 Maranhão Turismo Por: Alaíde Amália - Fotos: divulgação O renomado artista plástico FRANSOUFER estava em São Luis-MA quando foi anunciada a pandemia e a parali- sação de eventos culturais em todo país. Com o isolamen- to social, ele retornou ao seu Ateliê Central, no Instituto FRANSOUFER, na Fazenda Canaã, em Bequimão-MA. E aos longo dos últimos onze meses, ele ocupa seu tempo produzindo novas coleções de obras com pinturas, com óleo sobre tela, e também produzindo novas esculturas em cerâmica. Ao mesmo tempo, amplia o seu museu a céu aberto, que já tinha mais de 200 esculturas em tama- nho natural. Artista Plástico FRANSOUFER se destaca no cenário nacional e internacional Sua inspiração vem da beleza da natureza criada por Deus. FRANSOUFER é um artista que consagrou-se – o que pode ser conferido ao longo dos seus 45 anos de trabalho. Nesse tempo, realizou muitas exposições em São Luis e em diversas outras capitais brasileiras, bem como em muitos pa- íses da Europa. Com seu extensoportfolio, FRANSOUFER tornou-se um artista muito premiado nessa comunicação chamada “Arte”. O artista plástico e escultor prepara sua agenda para 2021, com várias exposições agendadas em São Luis, Brasília e São Paulo. Vale a pena conferir. Nesse momento de pandemia, ele conta com a competência da Marchand Silvânia Tamer, para dar continuidade à comercialização de suas obras, no Maranhão. FRANSOUFER é artista com muita criatividade, pinta cores, alegria e a religiosidade da cultura maranhense e brasileira. Reconhecido como um artista talentoso, um dos gênios das artes plásticas no Maranhão, no Brasil e no Mundo. 28 Maranhão Turismo 1ª Feira “Mãos a Fio” Maranhão No desfile de lançamento da 1ª Feira “Mãos a Fio”, projeto da Imagina Brasil Produções financia- do pela Lei Aldir Blanc, chancelado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Cultura, foram apresentados trabalhos de várias artesãs que terão suas produções postas à venda na plataforma www.maosafiomaranhao.com A gravação do desfile foi disponibilizada no canal youtube. A realização do projeto é da Imagina Brasil Produ- ções da jornalista Léa Zacheu, em parceria com a Artesã Rosana Cardoso. Do manual para o virtual Mostra faz parte da produção de moda artesanal. O projeto A 1ª Feira Mãos a Fio consiste na criação de pla- taforma online para divulgação e comercialização da produção artesanal criativa e de moda do Maranhão. São peças em técnicas de crochê, macramê, renda de bilro, bordados, fibra de buriti, esculturas em ma- deira, couro e outros materiais em fios trançados. A produção é oriunda de associação e de artesãs dos municípios de São Luís, Raposa, Barreirinhas, São José de Ribamar, Rosário, São Bento, São João dos Patos, Cururupu e outras regiões do estado. Segundo a jornalista Léa Zacheu, Mãos a Fio “vem contribuir para fomentar o mercado fortemente atingido pela pandemia do corona vírus, com um alcance universal das redes sociais”. O projeto terá duração efetiva de seis meses, período em que haverá inserção de novas peças e novas artesãs. Fotos: Charlles Eduardo, Ayrton Valle e Herbert Alves Banda Batuques do Brasil Luciana Simões 29 Maranhão Turismo Valda Lino 30 Maranhão Turismo O desfile, apresentado pela atriz Áurea Maranhão, teve assinatura do produtor de modas Manoel Mougeot, um criativo de moda maranhense que atua com produção há 8 anos em São Luís, além de ter efetivado trabalhos na maior semana de moda de jovens estilistas do Brasil em São Paulo. O evento contou com participação especial das cantoras Rosa Reis e Luciana Simões; e da realizadora do festival de cinema do Maranhão na Tela, Mavi Simão. Na passarela, 11 modelos ligadas à agências e autônomas desfilaram as peças que se encontram à venda na plataforma do projeto. Rosa Reis Àurea Maranhão 31 Maranhão Turismo Neste desfile foram apresentadas as primeiras peças que comporão o conjunto da loja virtual. www.maosafiomaranhao.com A coleção que apresentamos agora tem como ponto de partida o confinamento compulsório, paradoxalmente exaltando a importância da saúde, muito além do sinistro que a pandemia insiste em nos ameaçar. O desdobramento desse projeto incentivador da economia criativa é em primeiro lugar permitir as atividades cotidianas dos artesãos. Yngrid Thamires Nicole Meireles Tassia Dur 32 Maranhão Turismo Rosana Cardoso - Designer em moda crochê, inscrita no idam (Instituto Desenvolvimento Artesanato do Maranhão) possui carteira brasileira de artesã, desenvolve a técnica em crochê há 30 anos, tendo como característica a criatividade nas peças, participou de intercâmbio entre São Luis/Milão/Itália produzindo peças com crochê e sementes. É fascinada pela cultura maranhense, onde homenageou no desfile o tambor de crioulas e o reggae, com peças contemporâneas baseadas no estilo alegre característico do maranhense com peças criadas com cores fortes e vibrantes. Sobre as artesãs: A artesã Rosana Cardoso com as modelos que apresentaram suas peças no desfile da moda em crochê Thalita Cutrim 33 Maranhão Turismo Marilena Marques Moreira – Maranhense, pedagoga de formação, mas preservou a arte da renda herdada da mãe imigrante cearense, atuando há mais de 30 anos no setor do artesanato. Presidente da Associação das Rendeiras da Raposa onde incentiva as rendeiras no sentido de promover a venda direta ao consumidor, eliminando a figura do atravessador. Atua no comércio de artesanato no espaço do Ceprama. Trabalha com economia solidária em um espaço na Praia Grande. A duração do projeto é de seis meses em site de ecommerce e redes sociais ativas. Durante este período o cadastro estará aberto para adesão de novos artesãos. A temática do desfile está estritamente vinculada à identidade cultural maranhense. A artesã Marilena Moreira com as modelos que apresentaram as peças de renda de Bilro e Palha de Buriti Peças em Renda de Bilro A artesã Marilena Moreira 34 Maranhão Turismo Lúcia Franco – Artesã atuando no Ceprama há 30 anos com biojóias, bijuterias feitas com sementes. Aprendeu a técnica com os índios da tribo Guajajara, desenvolvendo depois outros tipos de trabalhos variando materiais, como juçara, buriti, e também fibra de buriti. A artesã Lúcia Franco como as modelos que apresentaram seu desfile com biojóias Aline Sampaio e Isabelle Campacci Roberta Ferreira Thaís Regina 35 Maranhão Turismo Maria Antonia – Presidente da Associação de Mães do Rio Grande há 18 anos. Na associação trabalha com oito companheiras artesãs a fibra de buriti e crochê, fabricando bolsas, rede, tapetes, chapéus, sandálias e outros produtos. Comercializa seus produtos para praças como São Paulo, Rio de Janeiro, Parnaíba, Brasília, Pernambuco e outras. Andrelina – Artesã de aplicações e bordados. Na coleção apresenta cocais estilo americano, utilizando penas de pato e galinha de várias cores e natural. Trabalha com bordado de chapéu, aplicação em bolsas e camisetas. Thalita Silva Thaís Regina Equipe do projeto “Mãos a Fios” Maranhão Foto: Herbert Alves 36 Maranhão Turismo O selo ‘Safe Travels’ é o primeiro selo global de segurança e higiene para viagens e turismo, projetado especificamente para atender à Covid-19 e surtos semelhantes. São Luís conquista selo internacional ‘Safe Travels’, da WTTC, e recebe destaque nacional São Luís agora faz parte de um se- leto grupo internacional e também está entre os 20 destinos turísticos brasilei- ros reconhecidos como seguros para viagens. Essa classificação é do Conse- lho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), com respaldo da Organização Mundial do Turismo (OMT), que concedeu o selo ‘Safe Travels’ à cidade no dia 22 de janeiro. O desenvol- vimento do protocolo de segurança sanitária para São Luís foi uma iniciativa da Prefeitura de São Luís, realizada por meio da Secretaria Municipal de Turismo (SETUR). “Esta certificação mostra que estamos no caminho cor- reto, fazendo a nossa parte no que diz respeito às normas de saúde e prevenção contra a Covid-19 e que este trabalho está sendo reconhecido. São Luís é uma potência turística que está adaptada a este novo momento que pede uma maior segurança sanitária que deve ser cumprida por todos nós”, diz o prefeito Eduardo Braide. Segundo a WTTC, o selo foi especialmente projetado para permitir que os viajantes reconheçam governos e em- presas em todo o mundo que adotaram protocolos padroni- zados globais de saúde e higiene - para que os consumidores possam experimentar viagens seguras. Agora, São Luís passa a fazer parte desta lista, ao lado de destinos como Espanha, Estados Unidos, Turquia, Maldivas, Portugal, Croácia, Peru, Indonésia, Egito, por exemplo. Este selo reconhece que a cidade de São Luís segue os protocolos e os adota nos ambientes onde acontece a ativi- dade turística, assim como pode chancelarempreendimen- tos privados que decidirem adotar os protocolos da WTTC. “Além de ser uma garantia para quem nos visita, a WTTC irá divulgar São Luís internacionalmente como destino seguro. Isso impulsiona o setor turístico local, propaga a imagem do destino no cenário nacional e internacional e atrai os olhares e interesse dos viajantes para a capital do Maranhão, contri- buindo a curto e médio prazo para a movimentação econômi- ca da cidade por meio do setor turístico”, explica o secretário municipal de Turismo, Saulo Santos. Reconhecimento O Destino São Luís recebeu destaque em diversos sites jornalísticos e especializados do Turismo internacional e na- cional devido à obtenção do Selo Safe Travels. O Ministério do Turismo, por exemplo, publicou a notícia junto a outros sites que são acessados diariamente pela cadeia produtiva e viajantes do mundo todo. O reconhecimento da capital mara- nhense é importante para atrair cada vez mais turistas. Fo to : C ha rll es E du ar do Fo to : H er be rt A lve s C M Y CM MY CY CMY K LUZEIROS anuncio_REVISTA_MARANHAO_TURISMO_21x30cm.pdf 1 17/03/2020 17:04:00 37 Maranhão Turismo C M Y CM MY CY CMY K LUZEIROS anuncio_REVISTA_MARANHAO_TURISMO_21x30cm.pdf 1 17/03/2020 17:04:00 38 Maranhão Turismo Por Christina Hayne Em dezembro aconteceu a sétima versão do Rock in Roça, evento que integra os segmentos cultural e rural em Parauapebas, no sudeste do Pará, referência no calendário de eventos da região, que reuniu mais de 400 pessoas no sítio Açaizal, local distante acerca de 20 km da sede do município, onde está mapeado a Rota dos Búfalos. Este ano, o circuito cultural homenageou a banda Legião Urbana, que completa 25 anos de seu último show, e trouxe como tema a conhecida frase “Somos tão Jovens”. Um circuito cultural que movimentou a cidade de Paraua- pebas recebeu visitantes de municípios da Região do Carajás, Arquipélago do Marajó, Belém, Marabá, Bragança, Augusto Correa e outros municípios da Região do Salgado. As porteiras foram abertas às 12hs e foram mais de 16 horas de música em um palco montado no meio rural tendo como cenário o habitat de búfalos e áreas alagadas com vitó- rias régias e um horizonte com vistas para o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos. Um circuito que reuniu rock and roll e outros estilos musicais como reggae, MPB, carimbó, guitarrada, rock em vinil, blues e música eletrônica. Rock in Roça: um circuito cultural e rural movimentando o turismo em Parauapebas A programação juntou músicos da banda de blues e jazz de Marabá “Mud Whiskey”; o grupo “Raízes Parauara”, de Parauapebas, com apresentação de carimbo; a banda “San- takaya” com reggae autoral de Parauapebas; o “Legionários” de Parauapebas que ofertou o Tributo ao Legião Urbana; Isa Motta que apresentou uma performance “Tribal Fusion”; Banda “Farofa Tropical”, de Belém, com música caribenha e guitarrada; DJ Paulo Vinil com os clássicos do rock no vinil; Banda “Madah”, de Parauapebas e e “Codplay Cover” com o melhor do pop rock e ainda, Felipe de Judah (mpb, bossa nova e samba) e Ton Reis (com os clássicos do brega). Banda Legionários Banda Santakaya Banda Farofa Tropical Fotos: Divulgação 39 Maranhão Turismo A experiência do Rock in Roça Hoje além de apresentações artísticas temos exposições de artesãos locais e regionais; apresentação e degustação de produtos da região, a exemplo do café de açaí; trilhas eco- lógicas e outras oportunidades de vivência junto à natureza local. Quem vem para o Rock in Roça, não vem apenas para ver e ouvir a programação musical, às pessoas vem para se permitir vivenciar uma nova experiência a partir do Rock in Roça. “Aqui, conseguimos perceber durante o evento que re- úne cultura, gastronomia e natureza o brilho nos olhos das pessoas – crianças, adolescentes, jovens, adultos e terceira idade”, declarou o proprietário da Casa do Rock. Para Geraldo Pedro, proprietário do sítio Açaizal, o apoio à proposta imediato foi imediato, acrescido à ideia de prestar homenagem a uma banda clássica de rock seja nacional ou internacional. Surgiu então o “Rock in Roça”. Neste período de sete anos de existência, já foram homenageados as bandas clássicas do rock estrangeiro como Beatles, Pink Floyd, Fred Mercury, Elvis Presley e agora, em sua sétima versão, a banda ícone do rock nacional, Legião Urbana. Um formato que está dando certo, um circuito musical atrelado ao circuito de natureza com passeios ao livre, con- templação de pastagem de búfalos, vistas ao Parque Nacional de Campos Ferruginosos, trilhas ecológicas e acesso ao mi- rante e a piscina natural com águas correntes. O resultado dessa junção é aumento da movimentação turística na região. Trilhas ecológicas e o turismo de Contemplação A cada ano essa mistura atrai mais amigos, parcei- ros, investidores em bons projetos, e ainda o apoio do setor público municipal e representantes do trade turístico local. Todos juntos viabilizam a estrutura e segurança adequadas a este que já é considerado o evento de maior referência cultural na região. Equipe de produção de queijo A experiência do Rock in Roça Trilhas ecológicas e o turismo de Contemplação Equipe do Sebrae e a farinha de mandioca do município de Augusto Correa gerando apoio à rota turística da Amazônia Atlântica Fo to s: D ivu lg aç ão 40 Maranhão Turismo O setor do turismo do polo Lençóis e Delta vai receber um poderoso incremento com o programa Destino Lençóis e Delta, ação estadual que prevê a destinação de R$ 20 mi- lhões para execução de obras e ações em oito municípios do polo dos Lençóis Maranhenses e Delta das Américas. A ideia do projeto, capitaneado pela Secretaria de Estado do Turismo (Setur), é consolidar nacionalmente e internacio- nalmente os principais destinos turísticos do estado, promo- vendo desenvolvimento sustentável, com impacto direto na economia local e no trade que atua nos dois circuitos. “Será um amplo pacote com objetivo de transformar nossos destinos em produtos turísticos consolidados nacional e internacionalmente, possibilitando o desenvolvimento sustentável da região. O que é bom para os turistas é bom também para os maranhenses!”, afirmou o gestor da Setur, Catulé Júnior. A ação contempla obras de infraestrutura turística nos Lençóis Maranhenses e no Delta das Américas, polos que são compostos pelos municípios de Araioses, Água Doce do Maranhão, Barreirinhas, Humberto de Campos, Tutóia, Pau- lino Neves, Primeira Cruz e Santo Amaro. Programa Destino Lençóis e Delta Governo do Maranhão anuncia 20 milhões de reais para o turismo “Após um ano difícil para o turismo, aportamos mais in- vestimentos para estruturar e promover essa política pública que gera renda e empregos. Desde 2015 já foram inves- tidos quase 300 milhões de reais na região em melhorias na infraestrutura e na urbanização. E no próximo ano vamos intensificar nossa parceria com foco no turismo” explicou o governador do Maranhão. Serão 16 obras como revitalização e construção de pra- ças, Beira Rio, portais de entrada, instalação de sinalização turística, pontos de internet, qualificações, além de investi- mentos em outros eixos do programa como artesanato, kite- surfe, lazer e segurança. O Destino Lençóis e Delta será desenvolvido em seis eixos estratégicos de desenvolvimento: Infraestrutura, Edu- cação e Tecnologia, Empreendedorismo, Trabalho e Renda, Promoção do Destino, Segurança, Cultura e Lazer. O prazo final para entrega das ações e obras do Destino Lençóis e Delta é 31 de dezembro de 2021. Secretário de Estado do Turismo (Setur) Catulé Júnior Fo to s: D ivu lg aç ão 41 Maranhão Turismo A Secretaria de Estado do Turismo (SETUR) tem realizado, desde o final do ano passado, rodadas de negocia- ções com companhias aéreas para re- cuperar e implementar novos voos para o estado. No mês de janeiro de 2021, foram organizadas novasreuniões com gestores da AZUL (12/1), LATAM (13/1) e GOL (13/1). Com base na resolução administra- tiva nº 17/20 que simplificou e reduziu a carga tributária sobre a Circulação de Governo do Maranhão reduz ICMS do querosene de aviação Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o querosene de aviação (QAV), o secretário de Estado do Turismo, Catulé Júnior, acredita que essa medida trará au- mento da atividade econômica. Redução Carga Tributária A resolução prevê a redução das alíquotas de ICMS para as empresas aéreas que operam ou vão começar a operar nos aeroportos localizados no Maranhão, que anteriormente pagavam 17% e 12% de impostos, e agora poderão ter acesso a redução para 9% e 7%. Parcerias que buscam oportunidades para os moradores da Liberdade foi consolidada recentemente. O maior quilom- bo urbano das Américas terá uma rota turística com o Pelas Vias da Liberdade. Um projeto entre o instituto da jogadora de basquete Iziane Castro Marques, Via Mundo, escolas pú- blicas e privadas e a Inspirar Inovação & Comunicação. O objetivo é estimular a interação entre estudantes de escolas públicas, privadas e intercambistas, envolvendo representan- tes das manifestações culturais do bairro. O diretor da Via Mundo, Antonio Bacelar, aposta na rica e diversa história da Liberdade para despertar a interação entre estudantes de escolas públicas e privadas, envolvendo ainda alunos estrangeiros. Presente na reunião, Andreas Heinrich, diretor e consul- tor da agência de intercâmbio alemã Xplore. Pelas Vias da Liberdade Projeto incentiva Turismo entre os bairros de São Luís por meio da interação entre estudantes de escolas públicas, privadas e intercambistas Fo to : D ivu lg aç ão Fo to : D ivu lg aç ão 42 Maranhão Turismo A FIEMA, em parceria com a Sintech, agora oferece o serviço de emissão de Certificado Digital. Um arquivo que valida você, sua empresa ou organização com o mesmo teor de um documento físico devidamente assinado, fazendo com que tarefas online possam ser realizadas com ainda mais segurança. Certificado Digital Simplificando o dia a diada indústria do Maranhão. Login em ambientes virtuais com segurança e garantia de identidade; Envio de declarações do imposto de renda das empresas; Realização de transações bancárias seguras; Assinatura de Notas Fiscais eletrônicas (NFe). Faça o seu Certificado Digital na FIEMA (98) 3212-1890Avenida Jerônimo de Albuquerque, s/nº,4º andar, Retorno da Cohama, São Luís-MA Localização privilegiada Estacionamento gratuito projeto “NOSSO CENTRO” garantE custeio de 80% do valor do aluguel de casarões históricos Fo to : G ils on T ei xe ira Secretários de Estado, Márcio Jerry ( SEDIC), Diego Galdino ( SEGOV) e Anderson Lindoso (SECMA), durante coletiva de imprensa Estimular a atividade econômica, a habita- ção e a preservação do patrimônio histórico de São Luís. Esses são alguns dos objetivos que integram o Aluguel no Centro, projeto que faz parte do conjunto de ações do programa Nosso Centro, iniciativa estadual coordenada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma), que contempla estratégias nos eixos habitação, comércio, entretenimento, cultura e promoção de obras diversas. O cronograma e as regras para participa- ção do Aluguel no Centro foram apresentados no dia 26 de janeiro, em coletiva de imprensa virtual com os secretários estaduais: Anderson Lindoso (Cultura), Márcio Jerry (Cidades e Desenvolvimento Urbano) e Diego Galdino (Governo), este último, titular da pasta responsável pela execução do projeto. Durante a entrevista, Diego Galdino explicou os critérios para participação do projeto habitacional e como os interes- sados poderão se inscrever na inciativa, que vai garantir o custeio de 80% do pagamento do aluguel de moradias histó- ricas, para os beneficiados selecionados. Na ocasião, o secretário de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), Márcio Jerry, também apresentou os dois no- vos editais lançados pelo projeto Adote um Casarão, que tem como foco os polos comercial e cultural do Nosso Centro. Quem pode ser beneficiado De acordo com Galdino, o público-alvo da iniciativa são servidores públicos das esferas federal, estadual e municipal (de São Luís), comerciantes com CNPJ ativo e trabalhadores com carteira assinada. Como um dos motes do projeto é favorecer a mobilidade urbana, viabilizando a moradia perto do trabalho, serão prio- rizadas pessoas que comprovem que trabalham no centro da cidade. O projeto Aluguel no Centro funcionará da seguinte forma: o Governo do Maranhão pagará para os contemplados, 80% do valor do aluguel de imóveis pré-seleciona- dos pela Secretaria de Estado de Governo (Segov) e que estejam em condições de habitação no centro de São Luís. Segundo Galdino, serão três fai- xas estimadas de alugueis: R$ 600, R$ 1.000 e R$ 1.500, de acordo com a categoria do imóvel. Ainda de acordo com Galdino, a Segov já fez o levanta- mento de 387 imóveis do Centro Histórico de São Luís que estão disponíveis e aptos para o projeto. Já em abril, cerca de 100 casarões já deverão ser entregues para locação por meio do Aluguel no Centro. Cronograma A primeira fase do Aluguel no Centro será iniciada no dia 27 de janeiro, quando serão abertas as inscrições para os in- teressados em participar da iniciativa. As inscrições poderão ser realizadas, via internet, no site https://aluguelnocentro. ma.gov.br/ ou de forma presencial na sede da Segov, locali- zada no Edifício João Goulart, Praça Pedro II, Centro de São Luís. Para o secretário de Cultura, Anderson Lindoso, o Alu- guel Social é mais uma oportunidade para garantir o desen- volvimento sustentável para uma região com uma riqueza única para São Luís e para o Maranhão. Foto: Divulgação Governo vai garantir o custeio de 80% do pagamento do aluguel de moradias históricas 43 Maranhão Turismo A FIEMA, em parceria com a Sintech, agora oferece o serviço de emissão de Certificado Digital. Um arquivo que valida você, sua empresa ou organização com o mesmo teor de um documento físico devidamente assinado, fazendo com que tarefas online possam ser realizadas com ainda mais segurança. Certificado Digital Simplificando o dia a diada indústria do Maranhão. Login em ambientes virtuais com segurança e garantia de identidade; Envio de declarações do imposto de renda das empresas; Realização de transações bancárias seguras; Assinatura de Notas Fiscais eletrônicas (NFe). Faça o seu Certificado Digital na FIEMA (98) 3212-1890Avenida Jerônimo de Albuquerque, s/nº,4º andar, Retorno da Cohama, São Luís-MA Localização privilegiada Estacionamento gratuito 44 Maranhão Turismo Sem empresas e colaboradores, não existe sindicato. Ele trabalha para o desenvolvimento do mercado e atua nos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário defendendo os interesses da categoria econômica. E isso tem retorno direto para a sua empresa. Por isso a contribuição assistencial, estabelecida na convenção coletiva, é tão importante. Fortaleça quem fortalece a sua empresa. Contribua para o seu sindicato. Acesse www.fortalecasuaempresa.com.br e saiba mais. MA Sindicatos
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