Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA FARMACÊUTICA Desenvolvimento do produto busca permanente por aumento de eficácia, segurança e redução dos efeitos colaterais. Quatro estágios principais: 1. Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) 2. Produção de Farmacoquímicos 3. Produção de Especialidades Farmacêuticas 4. Marketing e comercialização Pesquisa & Desenvolvimento Pesquisa screening, desenho molecular e estudos farmacológicos em busca de uma molécula promissora Desenvolvimento estudos toxicológicos, clínicos de eficácia e segurança até o patenteamento do fármaco Produção de Farmacoquímicos Países com razoável capacidade industrial de química fina Produção de insumos Scale Up transposição da pesquisa de bancada laboratorial, para a utilização de planta-piloto níveis de produção para a escala industrial Alto investimento em tecnologia, instalações e em recursos humanos qualificados Produção de Especialidades Farmacêuticas Países com razoável capacidade de formulação de medicamentos e domínio de atividades produtivas Pode ser desenvolvida mesmo quando são importados praticamente a totalidade das matérias-primas de que necessitam Elaboração de produtos em suas diversas formas farmacêuticas Marketing e Comercialização Não exige capacitação produtiva Pode ocorrer em pequenos países sem produção farmacêutica local importação dos medicamentos comercialização BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DE MEDICAMENTOS As Boas Práticas de Fabricação de medicamentos é a parte da Garantia da Qualidade que assegura que os produtos controlados sejam consistentemente produzidos e em relação aos padrões de qualidade solicitados pelo registro sanitário do produto. RDC No 17 DE 16 DE ABRIL DE2010 RDC No 301 DE 21 DE AGOSTO DE2019 RDC No 658, DE 30 DE MARÇO DE 2022 OBJETIVOS DAS BPF’s Diminuição dos riscos inerentes a qualquer produção farmacêutica: 1. Contaminação cruzada 2. Contaminação microbiana 3. Troca ou mistura de produtos Assegurar os requisitos mínimos de higiene e organização sejam cumpridos Reduzir desperdícios e trabalhar com segurança As BPF determinam que: Todos os processos de fabricação devem ser claramente definidos e sistematicamente revisados; As etapas críticas dos processos de fabricação e quaisquer modificações significativas devem ser sistematicamente validadas As áreas de produção devem possuir infra-estrutura adequada: Procedimentos operacionais padrão (POP’s) Definem as responsabilidades de cada indivíduo e a forma como deve executar, interpretar e registrar Instruções de trabalho Descrevem um equipamento, uma técnica ou um procedimento Documentos gerais Resultantes do registro de atividades, CQ, certificados, relatórios, formação do pessoal, registro de produtos não conformes, etc PESSOAL Deve haver pessoal qualificado em quantidade suficiente para desempenhar todas as atividades, com todas as responsabilidades individuais estabelecidas e em obediência a um organograma; Treinamento: para o pessoal que ingressa na empresa: anual por departamento, e específico para o pessoal que trabalha na área limpa, áreas com risco de contaminação Exames na admissão e periódicos Treinamento nas práticas de higiene pessoal Suspeita de enfermidade não pode manusear produto Para proteção do produto, os funcionários devem vestir roupas limpas e apropriadas a cada área de produção Uniformes : fornecidos e lavados pela empresa, EPI Proibido: comer, fumar, beber, presença de plantas, alimentos, bebidas, medicamentos pessoais, atender telefones nos laboratórios Visitantes e pessoas não treinadas: proibidas de entrar na áreas de produção: Se for inevitável devem ser orientadas e acompanhadas por profissional designado INSTALAÇÕES Devem ser localizadas, projetadas, construídas, adaptadas e mantidas de forma que sejam adequadas às operações a serem executadas, e seu projeto deve minimizar o risco de erros e possibilitar a limpeza e manutenção Na produção deve existir instalações exclusivas e separadas para: 1. Preparações biológicas 2. Hormônios 3. Substâncias citotóxicas 4. Beta-lactâmicos As paredes, o piso e o teto: revestidos de material liso, impermeável, lavável e resistente, livres de juntas e rachaduras, de fácil limpeza, permitindo a desinfecção e não devendo liberar partículas PRODUTOS TERMINADOS Devem ser mantidos em quarentena liberados pelo CQ: armazenados disponível até que sejam como estoque Produtos reprovados : identificados e armazenados devolvidos, reprocessados ou destruídos. PRODUTOS RECOLHIDOS OU DEVOLVIDOS Destruição imediata, salvaguardando aqueles que com possibilidade de “correção”, desde que este procedimento não comprometa a qualidade final doproduto. RECLAMAÇÕES Todas as reclamações e demais informações referentes a produtos com possíveis desvios de qualidade, devem ser cuidadosamente investigadas e registradas de acordo com procedimentos escritos Devem ser designada pessoa responsável pelo recebimento das reclamações e pelas medidas a serem adotadas RECOLHIMENTO DOS PRODUTOS Deve haver um sistema que retire imediata e efetivamente do mercado os produtos que apresentem desvios da qualidade ou que estejam sob suspeita Devem ser designada pessoa responsável pelas medidas a serem adotadas e pela coordenação do recolhimento do produto no mercado Devem existir procedimentos escritos, regularmente conferidose atualizados, para proceder a qualquer atividade de recolhimento DOCUMENTAÇÃO Deve estar relacionada com todos os aspectos das BPF: Definir as especificações de todos os materiais e métodos de fabricação e controle Os documentos originais devem ser aprovados, assinados e datados pela pessoa designada Nenhum documento pode ser modificado sem autorização prévia Deve ser mantido registro de todas as ações efetuadas, de tal forma que todas as ações referentes a fabricação de medicamentos possam ser rastreadas Todos os registros devem ser retidos por, pelo menos, 01 ano após o vencimento do prazo de validade do produto RASTREABILIDADE DE MEDICAMENTOS Rastreabilidade: discussão inicial na lei 11903/2009 Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) RDC 157/2017: mecanismos e procedimentos para rastreamento de medicamentos, por meio de tecnologia de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados, em toda a cadeia dos produtos farmacêuticos no território nacional Serialização e registro dos dados de movimentação dos produtos: maior controle da cadeia de distribuição minimizando eventuais fraudes e desvios FÓRMULA-MESTRA OU FÓRMULA PADRÃO Documento ou grupo de documentos que especificam as matérias-primas e os materiais de embalagem com as suas quantidades, juntamente com a descrição dos procedimentos e precauções necessárias para a produção de determinada quantidade de produto terminado. Além disso, fornece instruções sobre o processamento, e o controle em processo Deve existir uma fórmula autorizada para cada produto e tamanho do lote a ser fabricado Deve incluir: o O nome do produto com o código de referência relativo à sua especificação; o Descrição da forma farmacêutica, concentração do produto e tamanho do lote; o Lista de todas as matérias-primas a serem utilizadas, com quantidade; o Declaração do rendimento final esperado, com os limites aceitáveis; o Os métodos a serem utilizados no preparo dos principais equipamentos, como limpeza, montagem, calibração e esterilização; o Instruções detalhadas das etapas a serem seguidas na produção, bem como relativas a quaisquer controles em processo; o Exigências relativas ao acondicionamento dos produtos, como recipiente, rotulagem e condições especiais de armazenamento REGISTRO DOS LOTES DE PRODUÇÃO Os registros doslotes de produção devem conter: Nome do produto e número do lote que estiver sendo fabricado; Datas e horários do início e de término das principais etapas intermediárias de produção; Nome da pessoa responsável por cada etapa da produção; Identificação do(s) operador(es) das diferentes etapas de produção e, quando apropriado, da (s) pessoa (s) que verifica (m) cada uma dessas operações Número dos lotes e/ou o número de controle analítico e a quantidade de cada MPutilizada; Qualquer operação ou evento relevante observado na produção e, os principais equipamentos utilizados; Controles em processo realizados, a identificação da (s) pessoa (s) que os tenha(m) executado e os resultados obtidos; Quantidades obtidas de produto nas diferentes etapas da produção (rendimento), juntamente com os comentários ou explicações sobre qualquer desvio do rendimento esperado; Observações sobre problemas especiais, incluindo detalhes como a autorização assinada para cada alteração da fórmula de fabricação ou instruções de produção DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS Calibração de aparelhos e estabelecimento do Programa de Calibração Periódica; Validação dos processos, métodos analíticos e de limpeza; Estudos de Estabilidade acelerada e planejamento do estudo de Estabilidade de Longa duração VALIDAÇÃO DE LIMPEZA NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA Constitui-se de documentos que atestam resultados comprovados que levem a uma confiabilidade de que determinado processo de fabricação atende as especificações e atributos de qualidade determinados a um produto. Benefícios da validação no âmbito industrial Redução de perdas; Conhecimento profundo do processo; Racionalização do processo; Base sólida para treinamento técnico operacional; Aderência às normas de qualidade, para efeito de registro de produtos e inspeções; Redução do nível de falhas; Manutenção dos padrões de qualidade e base para uma melhoria contínua Tipos mais frequentes de validação na indústria farmacêutica 1. Validação de Processos 2. Validação de Métodos Analíticos 3. Validação de Sistemas de Água e Ar 4. Validação de Sistemas Computadorizados 5. Revalidação 6. Validação de Limpeza VALIDAÇÃO DE LIMPEZA O QUE É? Evidência documentada que demonstre que os procedimentos de limpeza removem resíduos a níveis pré determinados de aceitação levando em consideração fatores como: Luta contra o risco de contaminação em geral e contra o risco da contaminação cruzada entre produtos, visando garantir a qualidade e a rastreabilidade de possíveis erros, que porventura aconteçam durante a fabricação. Busca contemplar a validação de todos os processo de limpeza utilizados dentro da planta produtiva: o Linha de Produção o Blistadeiras, embaladoras o Equipamentos o Granuladores, compressoras, reatores o Utensílios o Containers de matérias-primas, equipamentos de laboratório TIPOS DE RESÍDUOS ENVOLVIDOS NA VALIDAÇÃO DE LIMPEZA: 1. Resíduos de princípio ativo 2. Resíduos de excipientes 3. Produtos de degradação 4. Resíduos de detergente e ou sanitizantes 5. Água e prováveis contaminantes microbiológicos POR QUE FAZER VALIDAÇÃO DE LIMPEZA? Expectativas regulatórias: o Evitar adulteração em produtos Processos controlados o Consistência Segurança do paciente: o Consideração principal quando tratamos de Validação de Limpeza O grau de atenção dispensado e o rigor nos critérios de aceitação serão proporcionais ao impacto do equipamento ou sistema em questão na qualidade final do produto. PRÉ-REQUISITOS Equipamentos qualificados o Pessoal treinado o Métodos analíticos validados o Definição e caracterização dos materiais de limpeza, metodologia de preparação e concentrações o Procedimentos claros e compreensíveis ELEMENTOS DA VALIDAÇÃO DE LIMPEZA: Devem ser definidos: o Procedimentos de limpeza o Critérios de escolha e de aceitação o Métodos analíticos e suas respectivas validações o Procedimentos de amostragem o Documentação (protocolo de validação, plano de teste e relatório de validação) PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA Devem especificar: o Temperatura da solução de limpeza o Tempo de contato o Volume utilizado o Quantidade e tipo do solvente o Tipo e concentração do agente de limpeza o Métodos (quantas vezes uma determinada área deve ser esfregada, por quanto tempo e em que sentido) o Material padronizado TIPOS DE LIMPEZA 1. Manual: São procedimentos que dependem do operador. Os operadores devem ser bem treinados no procedimento para uniformizar a execução e devem ser envolvidos no processo de validação. 2. Semi-automática: Alguns aspectos são controlados automaticamente enquanto que algumas etapas críticas anda são executadas pelo operador. 3. Totalmente automatizada: Depende muito menos do operador e usualmente trata-se de circulação e rinsagem de soluções/água/solventes de maneira automática A reprodutibilidade é maior e deve ser verificada na validação. NÍVEIS DE LIMPEZA: CRITÉRIOS DE ESCOLHA DOS PRODUTOS DE LIMPEZA A escolha dos produtos para se desenvolver e validar um procedimento de limpeza é feita com base em: o Política da empresa o Uso do método em produtos futuros o Solubilidade em água do produto: Insolúveis (1,0 mg/L) e muito pouco solúveis o Solubilidade dos excipientes: Incrustações quando do uso de água para limpeza o Toxicidade e restrições ao emprego do produto: Citostáticos e digitálicos, beta- lactâmicos, psicotrópicos CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO: Padrões e especificações com os quais o procedimento de limpeza deve ser confrontado para demonstrar a eficácia de remoção de agentes químicos. Os critérios/limites de aceitação serão determinados com base em: o Tipo de produção: Estéril, sólido, cosmético o Tipo de limpeza: Manual ou automática o Natureza do produto: Potência, toxicidade, solubilidade, ALERGENICIDADE Antes de se buscar verificar o atendimento dos limites de aceitação, o procedimento de limpeza deve observar: Ausência de resíduos detectados visualmente após a limpeza A quantidade limite da substância deve ser detectável pelo método analítico proposto. Não mais do que 0,1% (1/1000) da dose normal terapêutica do produto fabricado poderá estar presente na dose máxima terapêutica do produto processado posteriormente após a limpeza AMOSTRAGEM Existem diversas técnicas para amostragem, porém os dois tipos mais aceitáveis e validação de limpeza são: Swab (amostragem direta) a superfície é esfregada com algum material embebido em um solvente para remover o produto Água de rinsagem (ou de enxágue) rinsagem de uma determinada área com um volume conhecido de diluente Adequado para alguns tipos de equipamentos onde a amostragem por swab não é possível PONTOS DE AMOSTRAGEM VALIDAÇÃO DE LIMPEZA CONJUNTA Processos de limpeza dos produtos e dos procedimentos que são muito similares, não necessitam ser validados individualmente Analisar e considerar os pontos e produtos críticos e estender sua aplicação aos demais produtos e equipamentos que compartilham de tal similaridade Escolha de um representante de vários produtos, com características mais críticas em relação aos outros Pior Caso Semelhanças físicas, formulação, quantidade e modo de utilização pelo consumidor, tamanho do lote, equipamentos compartilhados DETERMINAÇÃO DO PIOR CASO Visando reduzir os trabalhos de validação escolhe-se o pior ou os piores casos que possam dar suporte ao trabalho de validação de limpeza O melhor candidato a contaminante é aquele que apresenta a combinação das seguintes propriedades: o Menor solubilidade no solvente utilizado no procedimento de limpeza o Fármaco mais difícil de ser removido O princípio ativo a ser desafiado na validação de limpeza será aquele que representar o “pior caso”,ou seja, totalizar a maior pontuação, considerando os seguintes critérios: o Solubilidade em água o Potência DOCUMENTAÇÃO Para assegurar que o procedimento seja reprodutível e mantido após a validação, a documentação de limpeza deve incluir os seguintes itens: Definição detalhada dos níveis de limpeza a serem realizados Descrição detalhada dos procedimentos de limpeza A necessidade de verificação visual da limpeza do equipamento antes da produção do próximo lote deve constar no procedimento e ser registrada na ordem de produção do lote Etapas necessárias para proteger o equipamento de contaminação após a limpeza PROTOCOLO DE VALIDAÇÃO Determina como a validação será conduzida, incluindo parâmetros de testes, características do produto, equipamentos da produção e pontos de decisão que constituirão a aceitação dos resultados dos testes. Introdução Objetivo Fluxogramas do processo Equipamentos Lista de procedimentos Plano de amostragem Critérios de aceitação Desvios e tratamento CONTROLE DE MUDANÇAS Avaliação da necessidade de revalidação Exemplo de alterações a serem revalidadas: o Tempo de enxágue; o Detergente (marca, concentração); o Temperatura da água; o Volume de água; o Pressão da água. FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS ESTÉREIS E NÃO ESTÉREIS DISPERSÕES Mistura de duas ou mais substâncias partículas de uma fase (dispersa, interna) encontram-se distribuídas em uma outra fase (dispersante, externa) As dispersões podem ser classificadas de acordo com o tamanho das partículas da fase dispersa: Moleculares: < 1nm Coloidais: 1 a 500 nm Particuladas: 0,5 a 30 μm SOLUÇÕES Mistura homogênea e molecular de dois ou mais componentes Soluções farmacêuticas: Fármaco + excipientes sólidos Dispersões moleculares ou iônicas CLASSIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES Via de administração: o Oral o Ocular o Otológica o Parenteral o Tópica Natureza da formulação: o Elixires Apresentam álcool como cossolvente o Xaropes Altas concentrações de sacarose o Tinturas Soluções alcóolicas ou hidroalcoólicas (vegetais) o Espíritos Soluções alcóolicas ou hidroalcoólicas (voláteis) SOLVENTES Água: solvente mais comum ATOXICIDADE E BAIXO CUSTO Opções relacionadas à natureza da amostra e a via de administração Principais excipientes utilizados nas soluções farmacêuticas: CONSIDERAÇÕES DE PRODUÇÃO Matéria-prima Deve estar dentro dos critérios de qualidade exigidos, incluindo a qualidade microbiológica A água deve estar dentro dos padrões necessários Equipamento Tanques de mistura, equipados com mecanismo de agitação Dispositivos de medição Sistema de filtração final Reatores, Tanques de estocagem sob atmosfera de nitrogênio, sistema fechado TODOS OS EQUIPAMENTOS TEM QUE ESTAR BASTANTE LIMPOS E HIGIENIZADOS!! SUSPENSÕES Forma farmacêutica que contém partículas finas da substância ativa em dispersão relativamente uniforme em um veículo onde apresenta solubilidade mínima VANTAGENS DO USO DE SUSPENSÕES Possibilidade de administrar fármacos insolúveis na forma líquida Preferência por forma líquida (deglutição e/ou flexibilidade de dose) Mascarar sabor desagradável de alguns fármacos excipientes DESVANTAGENS DO USO DE SUSPENSÕES Efeito mais demorado que nas soluções dissolução Erros de dosagem durante administração fármacos potentes insolúveis em pequenas doses Baixa estabilidade física CARACTERÍSTICAS DAS SUSPENSÕES: Uma suspensão ideal deve apresentar: A velocidade de sedimentação das partículas em uma suspensão depende: PRINCIPAIS TIPOS DE SUSPENSÕES Suspensões orais (enterais) Os fármacos devem sofrer dissolução nos fluídos no trato gastrintestinal formando soluções que são absorvidas no intestino Quando em repouso, deixa visível partículas misturadas no líquido ou depositadas no fundo do frasco Suspensões Injetáveis (Parenterais) Estéreis, com partículas entre 1-10μm Veículos: água (fármacos lipofílicos) e óleo vegetal (fármacos hidrossolúveis) o Vantagem: dissolução lenta e ação prolongada o Desvantagem: injeção dolorida (depósito) Suspensões extemporâneas A suspensão pode vir pronta da fábrica ou pode trazer apenas o frasco com o pó e instruções para a sua preparação suspensões extemporâneas Mantém a estabilidade do fármaco até o momento do uso 10 a 15 dias SUSPENSÕES TÓPICAS Aplicadas na superfície da pele Partículas com tamanho entre 1-10μm sensação de aspereza Ações: o Protetora (filme protetor sobre a pele) o Secante (absorver secreções cutâneas) o Medicamentosa (anestésico local) SUSPENSÕES OFTÁLMICAS Estéreis Partículas com tamanho entre 1-10μm sensação de “areia” nos olhos Ação prolongada COMPOSIÇÃO AGENTES MOLHANTES Suspensões sistemas naturalmente incompatíveis Para que sejam formadas, as suspensões necessitam de um certo grau de compatibilidade molhabilidade Ângulo de contato determinação do grau de molhabilidade propriedades de superfície dos materiais Substâncias hidrofílicas facilmente molháveis pela água/ líquidos polares Substâncias hidrofóbicas repelem a água mas podem ser molhadas por líquidos apolares agentes molhantes AGENTES FLOCULANTES Principais agentes floculantes: tensoativos, polímeros hidrofílicos, argilas e eletrólitos Exemplos de agentes floculantes : 1. Lauril sulfato de sódio (0,5 . 1,0%) 2. Polissorbato 80 (Tween®80) - (0,1 . 3%) 3. Polietilenoglicol 300 / 400 . (até 10%) 4. Colóides hidrofóbicos (ex. goma xantana, CMC, etc) 5. Argilas (ex. bentonita) 6. Cloreto de sódio (até 1%) 7. Fosfato diácido de potássio (KH2PO4). AGENTES SUSPENSORES Utilizados para retardar a sedimentação através do aumento da viscosidade Um agente suspensor ideal deve: o Ser inócuo e não apresentar atividade farmacológica na concentração utilizada o Proporcionar aumento considerável na viscosidade o Não alterar as propriedades reológicas da suspensão durante o tempo de armazenamento DESENVOLVIMENTO DE SUSPENS ÕES Alguns problemas: Mudança do comportamento do agente suspensor em função do tipo de agitação perda de consistência Distribuição do tamanho de partícula do fármaco com comportamento diferente quando processado em grande escala sedimentação anormal Estudo minucioso do comportamento dos excipientes na escala industrial, bem como a manutenção de suas características FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS ESTÉREIS PRODUTOS ESTÉREIS São produtos que devem estar livres de microrganismos A presença de uma única célula de microrganismo sobrevivente é suficiente para classificar o produto como não-estéril o Esterilidade total ausência de formas viáveis de microrganismos capazes de se reproduzir Inicialmente requerida em produtos para uso Parenteral Infecções advindas da terapia oftálmica e posterior constatação da má qualidade microbiológica destes produtos condição de esterilidade VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Intravenosa (IV, EV) biodisponível Rapidez de ação Podem ser administrados pequenos ou grandes volumes Soluções aquosas Flexibilidade do esquema posológico Dificuldade de remoção da circulação reações adversas e intoxicações Formação de trombos e êmbolos Dose oral diferente da dose intravenosa. Intramuscular (IM) Deposição do medicamento no interior do tecido muscular Efeito mais duradouro que a via IV Velocidade de absorção variável de acordo com a formulação Destinada à aplicação de pequenos volumes (2 a 5 mL) Subcutânea (SC) Deposição do medicamento sob a superfície da pele Administração de vacinas, adrenalina, insulina e anticoagulantes Lentificar o tempo de absorção sistêmicado medicamento administrado Pequenos volumes (1,3 mL) Desenvolvimento dos produtos A forma com que o produto parenteral é preparado depende das características físico- químicas e de considerações terapêuticas Veículos não-aquosos: Contornar problemas de solubilidade ou hidrólise Não deve ser irritante, tóxico ou sensibilizante Deve ser miscível nos fluidos corporais Farmacologicamente inerte Capaz de suportar tratamentos esterilizantes Estável em diferentes pHs, apresentar viscosidade adequada Exemplos: Óleos vegetais fixos, glicerina, polietilenoglicóis, etanol. As soluções, suspensões e emulsões injetáveis são preparadas levando em conta os seguintes fatores: Matéria-prima: padrões de pureza segurança Adjuvantes: restritos, sendo proibido o uso de corantes Devem ser esterilizadas e apirogênicas Acondicionamento: recipientes hermeticamente fechados Preparo: em áreas ambientalmente controladas, por pessoal especialmente treinado e paramentado Processos de obtenção de produtos estéreis Pode-se subdividir a produção dos estéreis em dois grandes grupos: “Embora a esterilização terminal de um produto embalado seja o procedimento que garanta riscos mínimos de contaminação microbiana na produção de um lote, existem classes de produtos que não podem ser esterilizados no seu acondicionamento final.” PROCESSAMENTO ASSÉPTICO Projetado para prevenir a contaminação dos componentes estéreis por microrganismos viáveis Produto processado assepticamente componentes que foram esterilizados por um dos processos de esterilização No processo asséptico, o ambiente onde os insumos são manipulados e a etapa de enchimento asséptico são considerados pontos críticos exigências para um projeto adequadamente validado de ambiente livre de micro-organismos viáveis O ambiente desejado pode ser obtido por meio da tecnologia de filtração de ar salas/zonas limpas Sala limpa é a sala na qual a concentração de partículas em suspensão no ar é controlada Minimizar a introdução, geração e retenção de partículas dentro da sala Temperatura, umidade e pressão são controlados conforme as necessidades Classificação: norma ABNT NBR ISO 14644-1 – Salas limpas e ambientes controlados Tecnologias aplicadas no processamento asséptico Barreiras: dispositivo que restringe o contato entre o operador e o campo asséptico Isoladores: proteger o produto da contaminação do ambiente/pessoas durante envase e fechamento e de proteger pessoas de produtos tóxicos ou deletérios durante sua produção CONSIDERAÇÕES FINAIS Deve-se sempre levar em consideração fatores como Higienização e paramentação dos funcionários Limpeza e sanitização do ambiente de trabalho Limpeza e esterilização dos recipientes utilizados Limpeza e esterilização das máquinas e equipamentos Ao longo de todo o processo de fabrico de um produto estéril, a filosofia predominante tem de ser a de que nenhum esforço é demasiado para conseguir um produto final tão perfeito quanto possível. ESTUDOS DE PRÉ-FORMULAÇÃO Antes de produzir um fármaco em forma farmacêutica, o produto desejado deve ser delineado tão bem quanto possível para estabelecer uma metodologia de trabalho para o seu desenvolvimento. 1. Inicialmente: as formas farmacêuticas são formuladas e analisadas o Perfil de liberação do fármaco, Biodisponibilidade, Eficácia clinica, entre outras. 2. Posterior transposição para escala piloto e grande escala. 3. A formulação que melhor satisfazer as metas traçadas é selecionada e denominada de formula- padrão. o Cada lote do produto subsequentemente preparado deve atender as especificações estabelecidas nessa fórmula. Há muitas formas nas quais uma substancia ativa pode ser disponibilizada, visando o tratamento eficaz e conveniente da doença. Para resolver problemas de formulação, os pesquisadores empregam o conhecimento obtido por meio da experiência com outros fármacos quimicamente similares e aqueles extraídos da física, química, biologia e das ciências farmacêuticas. A primeira etapa do desenvolvimento de uma nova formulação inclui o levantamento de informações básicas referente às características físicas e químicas do fármaco Chamados de estudos de pré-formulação são essenciais no desenvolvimento de produtos. Estudos de pré-formulação Antes da formulação da substância ativa em uma forma farmacêutica, é fundamental que a substância seja caracterizada química e fisicamente. Esses estudos, fornecem as informações necessárias sobre o fármaco, dando subsídio para a combinação do fármaco com adjuvantes farmacêuticos na fabricação da forma farmacêutica. Descrição Física A maioria dos fármacos em uso atualmente inclui materiais sólidos, compostos químicos puros de constituição cristalina ou amorfa. A pureza do composto químico é essencial para sua identificação e a avaliação de suas propriedades químicas, físicas e biológicas. As propriedades físicas abrangem características como: o a descrição física, o o tamanho de partícula o a estrutura cristalina o o ponto de fusão o a solubilidade As propriedades biológicas estão relacionadas à capacidade do fármaco de atingir um sítio de ação e produzir uma resposta biológica. Utilização terapêutica sobre 3 formas: Sólida, Liquida e gasosa Os fármacos líquidos possuem obstáculos interessantes no desenvolvimento de formas farmacêuticas e sistemas de liberação. Exemplos: Volatilidade Problemas associados aqueles destinados a administração oral. Capsulas gelatinosas Converte-los em sal ou éster sólidos, Misturar o material com um semissólido fundido. Análise microscópica Fornece a indicação do tamanho de partícula e da distribuição granulométrica da matéria-prima, bem como da estrutura do cristal. Avaliação da partícula ou do cristal. Durante alguns procedimentos de preparação, as partículas do fármaco devem fluir livremente sem se aglomerar, Partículas ovais ou esféricas fluem mais facilmente do que aquelas em forma de agulha. Ponto de fusão Uma das características de uma substância pura é apresentar um ponto de fusão ou uma faixa de temperatura de fusão definida. Se não for pura, a substância exibirá mudança no ponto de fusão. Pureza do fármaco, compatibilidade. Avaliação térmica das amostras. Tamanho de partículas São influenciados pelo tamanho de partícula: velocidade de dissolução, biodisponibilidade, uniformidade do conteúdo sabor textura cor estabilidade fluxo velocidade de sedimentação Polimorfismo Um importante fator na formulação é a forma cristalina ou amorfa do fármaco. Apresentações polimórficas geralmente exibem diferentes propriedades físico-químicas, incluindo ponto de fusão e solubilidade. Relativamente comuns: um terço de todos os compostos. A energia necessária para que uma molécula do fármaco escape de um cristal é muito maior do que a necessária pra escapar de um pó amorfo. A caracterização da estrutura cristalina dos polimorfos e de formas solvatadas é uma etapa fundamental da pré- formulação. Alterações nas características do cristal interferem na biodisponibilidade e na estabilidade química e física do fármaco, além de ter implicações importantes na preparação das formas farmacêuticas. Analise Térmica Espectroscopia em infra vermelho Difração de raios X Solubilidade Propriedade físico-química importante, especialmente a solubilidade em sistemas aquosos. Terapeuticamente eficaz circulação sistêmica Modificação para sal ou éster, para aumento da solubilidade. É geralmente determinada pelo método estático, no qual um excesso de fármaco é colocado em um solvente e mantido sob agitação em temperatura constante durante um longo período até que o equilíbrio seja alcançado. A quantificação do teor do fármaco em soluçãoé realizada para obtenção da solubilidade. Solubilidade e tamanho da partícula Embora a solubilidade seja normalmente considerada uma constante físico- química, pequenos aumentos na solubilidade podem ser obtidos pela redução do tamanho de partícula. Solubilidade influenciada pelo Ph Dissolução Variações na atividade biológica de um fármaco podem ser ocasionadas pelas diferentes velocidades em que ele se torna disponível no organismo. Em muitos casos, a velocidade de dissolução, ou o tempo que o fármaco leva para se dissolver nos fluidos biológicos, representa a etapa limitante para a absorção. Fármacos administrados via oral. Quando a velocidade de dissolução é a etapa limitante, qualquer fator que o afete também interferirá na absorção. Consequentemente a velocidade de dissolução pode afetar o início, a intensidade e a duração da resposta e biodisponibilidade do fármaco a partir da forma farmacêutica. Pode ser influenciada pelo tamanho de partícula e pela solubilidade. Avaliação inicial da passagem das moléculas do fármaco através das membranas biológicas. Dados obtidos em estudos físico-químicos especificamente sobre pKa, solubilidade e velocidade de dissolução fornecem indicativos a cerca da absorção. Técnica do saco intestinal invertido Outros estudos de pré-formulação: Nos últimos estágios dos testes de pré- formulação ou de formulação, estudos em animais e humanos devem ser realizados para avaliar a eficiência de absorção e os parâmetros farmacocinéticos e estabelecer possíveis correlações in vitro e in vivo entre a dissolução e a biodisponibilidade. Coeficiente de partição e Constantes de dissociação/ pKa.
Compartilhar