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Dos Bens 1. Noção inicial: a. Elementos da relação jurídica (sujeitos, objeto e vínculo). b. Tudo que pode ser objeto de relação jurídica. 2. Classificação: a. Dos bens considerados em si mesmos: i. Móveis e imóveis: 1. Imóveis: não podem se transportar sem destruição, são sempre infungíveis (insubstituíveis). a. Imóveis por natureza: o solo e o que lhe incorpora - Art. 79, CC. b. Imóveis por acessão (aderência): incorporado ao solo, em caráter duradouro, seja naturalmente (árvores não destinadas ao corte e seus frutos, pedras, fontes de água, etc.) ou pela ação humana (plantações, construções, etc.). c. Imóveis por determinação legal: bens incorpóreos, considerados imóveis para dar maior segurança às relações jurídicas (ex.: usufruto, hipoteca, servidão, renúncia à herança, cessão de direitos hereditários) - Art. 80, CC. 2. Móveis: suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração de substância ou da destinação econômico-social - Art. 82, CC. a. Móveis por natureza: referidos no Art. 82, CC. Inclui os móveis propriamente ditos/não empregados (veículos, livros, mobília, etc) e os semoventes (que se movem por força própria, como os animais). b. Móveis por determinação legal: direitos reais, como energia elétrica, usufruto, penhor, quotas de uma sociedade, créditos em geral, direitos patrimoniais - Art. 83, CC. c. Móveis por antecipação: bens incorporados ao solo, mas com propósito de futura separação e conversão em bens móveis (ex.: árvores destinadas ao corte) - classificação doutrinária. ii. Fungíveis e infungíveis: 1. Fungíveis: bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade (ex.: café, soja, dinheiro, etc.) - Art. 85, CC. 2. Infungíveis: bens insubstituíveis, dotados de características que lhe tornam únicos, peculiares (ex.: celular, automóveis). iii. Consumíveis e inconsumíveis: 1. Consumíveis: são bens móveis cujo uso causa destruição imediata da própria substância, considerados destinados à alienação - Art. 86, CC. a. Materialmente consumíveis: o uso causa a destruição da própria substância (ex.: gêneros alimentícios). b. Juridicamente consumíveis: destinados à alienação (ex.: mercadorias num mercado; livros numa livraria). 2. Inconsumíveis: podem ser utilizados continuamente, sem a destruição imediata de sua substância (ex.: roupas, veículos, livros numa biblioteca). iv. Divisíveis e indivisíveis: 1. Divisíveis: podem se fracionar sem alteração na substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam (ex.: dinheiro, barra de ouro, saco de feijão, etc.) - Art. 87, CC. 2. Indivisíveis: a. Materialmente: não pode se fracionar sem alterar sua substância, diminuir seu valor, ou prejudicar o uso a que se destina (ex.: cavalo de corrida, diamante de 50 quilates, obra de arte, etc.). b. Por determinação legal: considerados indivisíveis por imposição da lei (ex.: hipoteca, servidões prediais) - Art. 88, CC. c. Por vontade das partes: considerados indivisíveis por vontade das partes. v. Singulares e coletivos: 1. Singulares: considerados em sua individualidade (ex.: um livro, um boi, uma tela) - Art. 89, CC. 2. Coletivos (ou universalidades): conjuntos de bens singulares, pertinentes a uma mesma pessoa, formando um todo. a. Universalidade de fato: corpóreos e homogêneos, ligados por vontade humana (ex.: biblioteca, boiada, acervo de arte). Podem ser objeto de relações jurídicas próprias - Art. 90, CC. b. Universalidade de direito: complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico (ex.: massa falida, espólio) - Art. 91, CC. b. Dos bens reciprocamente considerados: i. Principais e acessórios: 1. Principais: possuem existência autônoma, não depende de outros - Art. 92, primeira parte, CC. 2. Acessórios: existência pressupõe um bem principal e decorrem dele - Art. 92, segunda parte, CC. a. Produtos: caráter não renovável, são as utilidades que o bem principal produz e cuja extração diminui a substância deste (ex.: pedra extraída da pedreira). b. Frutos: utilidades periodicamente produzidas pelo bem principal. Quanto à origem, podem ser: i. Naturais: se desenvolvem por força da natureza (ex.: frutos de uma árvore, crias de um animal). ii. Industriais: se desenvolvem pela ação humana (ex.: produção de uma fábrica). iii. Civis: rendimentos produzidos pelo bem principal em virtude de sua utilização por terceiros (ex.: aluguéis e juros). c. Pertenças: se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou aformoseamento de outro (ex.: máquinas em uma fábrica, aparelhos de ar condicionado de um apartamento, objetos de decoração de uma casa, etc.). Não segue o bem principal, mas apenas o compõem - Art. 94, CC. d. Benfeitorias: obra/despesa realizada pelo ser humano num bem principal, a fim de conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. i. Voluptuárias: apenas por deleite (Art. 96, §1°, CC). ii. Úteis: facilitam (Art. 96, §2°, CC). iii. Necessárias: são essenciais (Art. 96, §3°, CC). c. Dos bens quanto ao seu titular: i. Públicos: pertencem às pessoas jurídicas de direito público interno (Art. 41, CC). Não se sujeitam a usucapião (Art. 102, CC). 1. De uso comum do povo (Art. 99, I, CC): utilização é permitida a qualquer pessoa, ainda que mediante a retribuição (Art. 103, CC). São inalienáveis (Art. 100, CC) - Exemplos: rios, mares, praias, ruas, parques, rodovias, etc. 2. De uso especial (Art. 99, II, CC): afetados ao serviço das pessoas jurídicas de direito público interno. São inalienáveis (Art. 100, CC) - Exemplos: sede da UFPR, prédio do TJPR, Palácio do Planalto, viaturas da Polícia de Militar, etc. 3. Dominicais (Art, 99, III, CC): integram o patrimônio disponível das pessoas jurídicas de direito público interno. Podem ser alienados (Art. 101, CC), respeitadas as exigências legais (autorização legislativa, concorrência pública, etc.) - Exemplos: bens públicos desafetados. ii. Privados: os demais - Art. 98, CC.
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