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Traqueobronquite infecciosa canina O Complexo Respiratório Canino, Tosse dos Canis, ou Gripe dos Cães é causado por uma tríade de agentes, muitas vezes em associação. É uma doença infecciosa aguda de início súbito, com caráter respiratório que atinge laringe, traquéia e brônquios, sendo altamente contagiosa e geralmente autolimitante. Caracterizada por tosse, espirro, secreção oculo-nasal e ocasionalmente broncopneumonia, acometendo animais de diferentes faixas etárias. Características: ● O cão é o agente disseminador; ● Animais doentes ou portadores (assintomáticos q/ eliminam o agente no meio) são fonte de infecção; ● A via de eliminação são as secreções oronasais; ● Aerossóis, fômites e contato direto são vias de transmissão; ● A incubação ocorre de 3 a 10 dias, aproximadamente; ● Susceptividade: ➔ Filhotes são mais propensos a infecções bacterianas oportunistas, principalmente neonatos e animais com mais de 3 meses de idade, uma vez que não possuem a imunidade materna; ➔ Adultos debilitados, imunossuprimidos ou que estejam passando por algum tipo de estresse. ● Locais de alto risco: ➔ Abrigos, canis, hotéis, etc. Locais com grande concentração de animais e locais com péssimas condições de ventilação. Etiologia ★ Bordete�a bronchiseptica; ★ Parain�uenza (CPiV); ★ Adenovírus II (CAV-2). ➔ Cinomose: animais infectados �cam mais suscetíveis a infecção por qualquer agente infeccioso. ➔ Agentes secundários: Streptococcus, Pasteure�a, Pseudomonas, Klebsie�a, E. coli, Herpesvírus e Micoplasmas. ★ Bordete�a bronchiseptica É o agente primário ou oportunista/secundário, que age sobre o trato respiratório, se aderindo ao epitélio ciliado, onde realiza sua replicação. Possui toxinas que afetam a atividade ciliar na traquéia, podendo levar a perda dos cílios, gerando in�amação extensa e inibindo a fagocitose por macrófados. Epitélio ciliado sofre metaplasia para conseguir impulsionar o muco pra fora do TR➙ in�amação extensa e alta secreção de citocinas➙ necrose do epitélio e macrófagos inibidos➙ intensa in�amação se acumula na traqueia e nos ramos principais dos brônquios. A pneumonia gerada pela B. bronchiseptica eventualmente é fatal em �lhotes e tem o cão como fonte de infecção, podendo infectar tanto cães quanto gatos. Os gatos apresentam quadros de rinite, bronquite e traqueíte. ★ Parain�uenza vírus ● Causada pelo Paramyxoviridae, vírus de RNA com �ta simples; ● Pode causar infecção em gatos, uma vez que são perpetuadores dessa infecção quando em colônias de cães e gatos; ● A infecção subclínica auxilia na disseminação da doença; ● Compromete várias porções do trato respiratório: mucosa nasal, faringe, tonsilas, traquéia, brônquios e epitélio bronquiolar não-ciliado ➔ Pode desenvolver bronquite, traqueíte, faringite, bronquiolite. ● Abre portas para outros agentes, que apresentam sintomas brandos. Sintomas: ● Tosse seca e improdutiva; ● Secreção nasal serosa: rinite; ● Poucos efeitos sistêmicos; ● Hipertermias e febres. OBS.: ela é autolimitante e se resolve em 3 semanas. ★ Adenovirus tipo II ● Atinge a porção mais rostral do TR: tonsilas, laringe e faringe: ➔ Pode desenvolver laringite e laringotraqueíte. ● A incubação ocorre de 8 a 9 dias; ● É de rápida transmissão, por via aerógena; ● Pneumonias oportunistas podem ocorrer por agentes secundários; Sintomas: ● Tosse; ● Disfonia ou afonia: alterações vocais pelo comprometimento da laringe; ● Febres. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Sintomas da Traqueobronquite ● Tosse paroxística aguda: é autolimitante e se cura de 7 a 21 dias: ➔ Dioturna e frequente; ➔ Sonora: esforço tussígeno; ➔ Expectoração variável; ➔ Aumenta com exercícios, excitação ou pressão sobre a traquéia; ➔ Pode ocorrer regurgitação ou ânsias de vômito. ● Secreção nasal e ocular mucopurulenta; ● Febre X Hipertemia: ➔ Hipertemia ocorre devido ao esforço tussígeno constante, estando o animal normalmente ativo e alerta; ➔ Quando manifesta febre pode ser um fator complicante, devido uma infecção secundária, como uma broncopneumonia. ● Pode se complicar devido: ➔ Infecções secundárias ➔ Secreções mucopurulentas; ➔ Conjuntivite; ➔ Tosse; ➔ Dispnéia; ➔ Sintomas sistêmicos: apatia, anorexia e perda de peso. Diagnóstico clínico ● Traqueobronquite = re�exo de tosse positivo + sons pulmonares normais + poucos sibilos + sem evidência de sopro. ● Caso animal não melhore 50% em uma semana, deve-se mudar a abordagem diagnóstica e partir para outros exames: ➔ Radiogra�a de tórax; ➔ Lavado traqueobrônquico, transtraqueal ou broncoalveolar. ➔ PCR; ➔ Pesquisa citológica: para diferencial quadros tumorais ou metastáticos; ➔ Pesquisa de fungos Diagnósticos diferenciais ● Cinomose; ● Cardiopatias; ● Diro�lariose; ● Pneumopatias. Tratamento padrão ● Repouso; ● Antibioticoterapia: 15 dias de tratamento ➔ Eliminação do agente por até 3 meses; ➔ Há casos de portadores persistentemente infectados; ➔ Doxiciclina: 5mg/kg SID; ➔ Amoxicilina + Clavulanato de Potássio: 12,5 a 25mg/kg BID; ➔ Sulfa-Trimetoprim: 15mg/kg BID; ➔ Enro�oxacina: 5mg/kg SID. ● Antitussígenos: 10 dias de tratamento ➔ Contraindicado em complicações pulmonares e tosse produtiva; ➔ Butorfanol: 0,1 a 0,5mg/kg TID (porém é de alto custo); ➔ Codeína: 0,5mg¹kg TID; ➔ Hidrocodona: 0,22mg/kh TID. ● Antiin�amatórios: diminuem o processo in�amatório em um curto período. ● Fluidi�cantes, expectorantes e �uidoterapia; ● Terapia intensiva em quadros graves de pneumonia; ● Nebulização com substâncias broncodilatadoras (Amino�lina); Pro�laxia ● Vacinas intranasais: ➔ Proteção mais rápida e intensa; ➔ Inocula o antígeno diretamente no TR; ➔ Protege contra a adesividade da bactéria; ➔ Proteção de camada de anticorpo na superfície do epitélio; ➔ Indicada para �lhotes e animais não vacinados, que entram em contato com indivíduos que apresentam sintomas; ➔ Animais com mais de 8 semanas devem fazer o reforço anual; ➔ Aplicação local; ➔ Anticorpos maternos não interferem; ➔ Raças Toy apresentam reação imunológica 2 a 3 dias após aplicação - deve ser evitado. ● Vacinas parenterais: ➔ Efeito tardio; ➔ Estimula os anticorpos na mucosa a partir dos anticorpos estimulados sistematicamente; ➔ Se a doença aparecer no indivíduo vacinado com a parenteral, a doença será mais atenuada; ➔ Ideal é vacinar aos 4 meses e repetir 4 semanas depois; ➔ Reforço anual. Tratamento As vacinas podem ser usadas como tratamento. ● Parenteral demora agir, porém é o tratamento usual: ➔ Demora de 7 a 10 dias, pois o epitélio demora a se reconstituir devido a in�amação. ● Intranasal pode reduzir o tempo de cura: ➔ Bactérias aderidas vão se retirando do TR em torno de 24 a 48h; ➔ Reconstituição mais precoce. Outras medidas incluem: ● Isolamento do animal doente: diminui densidade populacional; ● Ventilação; ● Desinfecção: Clorexidina, Benzalcônio ou Hipoclorito: ➔ Lavar os ambientes todo dia com água e sabão, enxaguar e aplicar o desinfetante (p/ 10m). Prognóstico Favorável.
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