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Estabilidade de medicamentos R E S U M O Estabilidade de medicamentos Estabilidade = característica do fármaco ou medicamento de manter as mesmas características físico-químicas e potência de quando foi obtido, sob condições específicas de armazenagem. → Tipos de estabilidade: ● Física ● Química ● Toxicológica ● Microbiológica ● Terapêutica → Define o prazo de validade e período de utilização em embalagens e condições de armazenamento especificados. → Fatores que geralmente afetam a estabilidade dos medicamentos: calor, ar, umidade, luz, microrganismos → Fatores Intrínsecos que interferem na estabilidade: ● Hidrólise ○ Quebra da molécula de fármaco pela ação da água ○ Grupos funcionais que favorecem a hidrólise: Lactonas (ésteres cíclicos), Lactamas (amidas cíclicas), Ésteres, Amidas. ○ Para evitar ou diminuir a hidrólise: ■ Remover a água: substituir por solventes como glicerina, sorbitol... ■ Proteger da umidade, usar dessecantes – formas sólidas. ■ Preparar suspensões em vez de soluções. ■ Acondicionamento impermeável. ● Oxidação ○ Série de reações em cadeia intermediadas por radicais livres ○ Compostos sujeitos à oxidação: alcenos, aldeídos, heteroátomos adjacentes a anel benzênico (hidroquinonas), tióis e compostos de enxofre não totalmente oxidados ● Racemização ○ conversão de um isômero em outro, resultando em mistura de ambos, geralmente, acompanhada de perda de atividade. ○ Ocorre com compostos que possuem carbono quiral. ○ Seus isômeros são denominados de enantiômeros. ● Fotólise ○ A radiação UV afeta as ligações química fornecendo energia para o rompimento dessa ligação ○ Resulta em formação de radicais livres no processo de oxidação ○ Fármacos mais suscetíveis: Ácido fólico, Metotrexato, Corticoesteróides, Vitaminas (A, B1, B12, D, E), Dipirona. ------------------------------------------------------------- ESTUDOS DE ESTABILIDADE → RDC No 318, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2019: Estabelece os critérios para a realização de Estudos de Estabilidade de insumos farmacêuticos ativos e medicamentos, exceto biológicos. → Realizados em câmaras climáticas ● Zonas climáticas: ○ Zona 1: Clima temperado ○ Zona 2: Clima mediterrâneo ○ Zona 3: Clima quente e seco ○ Zona 4: Clima quente e úmido → Executado com o produto farmacêutico em sua embalagem primária. → Possíveis complicações: ● Instabilidade intrínseca do fármaco ● Incompatibilidade com outros fármacos ● Incompatibilidade com excipientes ou embalagens → Incompatibilidade com excipientes ou embalagens Estabilidade química intrínseca do fármaco → Classificação dos fármacos segundo sua sensibilidade à decomposição: Classificação Exemplo Estável em todas as condições Caolim Estável se manipulado corretamente AAS Moderadamente instável mesmo em condições especiais de manipulação Vitaminas Muito instável Alguns antibióticos → Adequação da formulação e da forma farmacêutica: ● Formas farmacêuticas sólidas: armazenagem a baixa umidade e embalagens que protegem contra umidade ● Fármacos sensíveis ao oxigênio: uso de antioxidantes ● Fármacos sensíveis a luz: material de acondicionamento que proteja da luz ● Formas farmacêuticas líquidas: Uso de tampões para o controle do pH. ● Formas farmacêuticas com grande quantidade de água:Uso de antimicrobianos. Tipos de estudo de estabilidade: → Estabilidade preliminar ou triagem ● Teste na fase inicial do desenvolvimento do produto, utilizando-se diferentes formulações de laboratório e com duração reduzida. ● Resistência à centrifugação: 3000 rpm, 30 minutos ● Ciclo gela-degela: Ciclos de 24 horas a 40 ± 20 C, e 24 horas a 4 ± 20 C - durante quatro semanas. → Degradação forçada ● RDC 318/2019: permite a geração de produtos de degradação através da exposição do insumo farmacêutico ativo e produto acabado a condições de estresse, (luz, temperatura, calor, umidade, hidrólise ácida/ básica e oxidação…). ● Permite fornecer informações acerca das possíveis rotas de degradação de um determinado produto. ● Devem promover degradação em extensão suficiente (10 a 30%) a fim de permitir avaliação da formação de produtos de degradação. → Estabilidade acelerada ● Previsão do que acontecerá no estudo de longa duração; ● Avaliação do impacto de curtas exposições a condições fora daquelas estabelecidas no rótulo do produto, que podem ocorrer durante o transporte. ○ Condições do estudo: ■ 0, 3 e 6 meses para doseamento, quantificação de produtos de degradação, dissolução (quando aplicável) e pH (quando aplicável). ■ Para as demais provas apresentar estudo aos 6 meses comparativo ao momento zero. → Estabilidade de longa duração ● Verificação de um produto farmacêutico durante e, opcionalmente, depois do prazo de validade esperado. ● = estabilidade de prateleira ○ Condições do estudo: ■ 0, 3, 6, 9, 12, 18, 24 meses para doseamento, quantificação de produtos de degradação, dissolução (quando aplicável) e pH (quando aplicável). ■ Para as demais provas, apresentar estudo no prazo de validade requerido comparativo ao momento zero. → Fotoestabilidade ● Câmaras de luz: ○ UV/visível ○ Lâmpada fluorescente e lâmpada UV (Quantidade de luz/hora preconizada pela ANVISA) → Estabilidade de acompanhamento ● Realizado durante todo o período no qual o produto é produzido e vendido, somente para alguns lotes aleatórios. ------------------------------------------------------------- PRAZO DE VALIDADE → Quando um prazo de validade é colocado somente em termos de mês e ano, corresponde ao último dia do mês especificado. → O prazo de validade máximo para uma preparação manipulada deve ser de 6 meses ou 25% do tempo restante entre a data de manipulação e a data do ingrediente com prazo de validade mais curto. → Exemplo: se o Diazepam utilizado na fórmula possui prazo de validade restante de um ano e é o menor prazo de validade da fórmula, a partir da data de manipulação calcula-se o prazo de validade desta fórmula, sendo neste caso de 3 meses (25% de 1 ano). ● Além do cálculo, o farmacêutico deve analisar outros fatores para validar o medicamento, como sua estabilidade intrínseca. ● Assim, seria prudente que o prazo de validade fosse inferior a 3 meses Pós e cápsulas: → Ao dispensar o medicamento como cápsulas ou pós em um recipiente hermético, a instrução é de 6 meses ou 25% do tempo restante entre a data de manipulação e a data do ingrediente com prazo de validade mais curto, conforme a farmacopeia Americana. → Se o recipiente não for hermético, sendo um frasco que não permita agitação, é necessário usar uma abordagem mais conservadora. O ideal é fornecer o número limitado de unidades e atribuir o prazo de validade de duas vezes a quantidade de tempo que o paciente levará para usar a prescrição. Soluções e suspensões: → Se não for possível encontrar um prazo de validade específico, mas tratando-se de um fármaco estável, um prazo de validade de um mês é razoável, desde que contenham um conservante para assegurar a estabilidade microbiológica. → Se a estabilidade do fármaco não for conhecida, um prazo de validade mais coerente seria de 7 a 14 dias. → A Farmacopeia Americana recomenda que formulações que contenham água, preparadas a partir de ingredientes sólidos com estabilidade não conhecida, tenham um prazo de validade não superior a 14 dias quando armazenadas a baixas temperaturas. ● Os conservantes são recomendados para formulações que contenham água. ● Se o uso do conservante na preparação é contra-indicado devido à idade do paciente ou à alergia, o produto deve ser armazenado no refrigerador. → Mesmo quando conservadas, as soluções e suspensões orais devem ser armazenadas sob refrigeração, a menos que isso seja contra-indicado ● A refrigeração não é recomendada para soluções de concentração próxima ao seu ponto de saturação como para suspensões espessas (antiácidos) ou para fármacos que são instáveis a baixas temperaturas. Soluções e suspensões - uso tópico → Os produtos como loção de calamina, que é muito estável, o prazo de validade pode ser de dois a seis meses.→ Se contém solventes voláteis como tinturas, devem ter prazo de validade mais curto. Emulsões → Em geral, as emulsões para uso interno devem ser seguras por um prazo de 14 dias desde que: ● Os ingredientes sejam conhecidos por serem estáveis; ● A emulsão for formada apropriadamente na hora da manipulação; ● A emulsão contenha um conservante; ● O produto esteja rotulado para ser armazenado no refrigerador. → As emulsões para uso externo podem ter o prazo de validade por um mês desde que os ingredientes sejam estáveis por esse período.
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