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Tipos de trauma

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2
FACULDADE EDUFOR
TRAUMA E O PAPEL DO FISIOTERAPEUTA NA EMERGÊNCIA
SÃO LUÍS – MA
2022
FACULDADE EDUFOR
TRAUMA E O PAPEL DO FISIOTERAPEUTA NA EMERGÊNCIA
Trabalho de Pesquisa Bibliográfica da disciplina de Urgência e Emergência para a obtenção de uma das notas do 9º período.
SÃO LUÍS – MA
2022
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SUS- Sistema Único de Saúde
TCE- Traumatismo Cranioencefálico
TRM- Traumatismo Raquimedular
SDRA- Síndrome da Angústia Respiratória
PIC- Pressão Intracraniana
PPC- Pressão de Perfusão Cerebral
VM- Ventilação Mecânica
TQT- Traqueostomia
VNI- Ventilação não Invasiva
MMSS- Membros Superiores
MMII- Membros Inferiores
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICOS
Gráfico 1 - Percentual de traumas por etiologia para o período de 2014, no hospital público de Paracatu-MG ..............................................................................................................................8
Gráfico 2 - Tipos de traumas no ano de 2014, no hospital público de Paracatu-MG.................9
FIGURAS
Figura 1- Mecanismo de dano cerebral no traumatismo encefálico.........................................11
Figura 2- Mecanismo de alteração da troca gasosa..................................................................13
Figura 3 - Alterações da mecânica pulmonar no trauma torácico............................................13
	
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	7
2 PATOLOGIAS	8
2.1 Estudo de Casos	8
2.2 Tipos de Traumas	9
2.3 Trauma Cranioencefálico	9
2.4 Traumatismo Raquimedular	10
2.5 Trauma Torácico	10
2.6 Trauma Ortopédico	10
2.7 Queimaduras	10
3 FISIOPATOLOGIA	11
3.1 Trauma Cranioencefálico	11
3.2 Trauma Raquimedular	11
3.3 Trauma Torácico	12
3.4 Trauma Ortopédico	14
3.5 Trauma Abdominal	15
3.6 Queimaduras	15
4 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO	16
4.1 Trauma Cranioencefálico	16
4.2 Trauma Raquimedular	16
4.3 Trauma Torácico	17
4.4 Trauma Ortopédico	18
4.5 Trauma Abdominal	19
4.6 Queimaduras	19
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	21
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	22
‘’A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras’’
Winston Churchill
1 INTRODUÇÃO
De acordo com a Oxford Languages, a palavra trauma se define como uma contusão ou lesão do resultado de uma ação violenta, um agente externo ou pelo choque entre corpos. Segundo dados do Ministério da Saúde referentes ao Sistema Único de Saúde (SUS), foram registradas cerca de 86.563 internações por trauma no mês de dezembro de 2016. No contexto da emergência, as áreas e especialidades da saúde tem seu foco voltado no recolhimento das informações do paciente junto a equipe de resgate, avaliação e atendimento terapêutico imediato (DATASUS, 2016).
A fisioterapia tem seu papel em traumas por possibilitar a diminuição dos efeitos deletérios em pacientes acamados, redução da taxa de mortalidade, surgimento de infecções e tempo de internação, além de agregar em atividades no ambiente hospitalar e fornecer um atendimento humanizado (PICCOLI et al. , 2016). 
Como tópicos, veremos os tipos de trauma, sua etiologia, fisiopatologia e como a fisioterapia se encaixa em fornece um tratamento adequado para cada tipo de trauma.
2 PATOLOGIAS
2.1 Estudo de Casos
O trauma por ser um resultado de uma ação abrupta ao organismo, suas consequências serão variadas em localidade e gravidade (AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS, 2012). 
Em analise, além do tipo de trauma, considerar sua causa inicial é determinante para uma avaliação adequada no atendimento. Um estudo feito nos prontuários do Hospital Municipal de Paracatu-MG em 2014, foi levado em analise a etiologia dos traumas mais atendidos (Gráfico 1)
Grafico 1. Percentual de traumas por etiologia para o período de 2014, no hospital público de Paracatu-MG
 Fonte: Silva LAP, Ferreira AC, Paulino RES, Guedes GO, Cunha MEB, Peixoto VTCP, Faria TA. Análise retrospectiva da prevalência e do perfil epidemiológico dos pacientes vítimas de trauma em um hospital secundário. Rev Med (São Paulo). 2017 out.-dez.;96(4):246-54.
Nesta coleta de dados é possível observar que a principal causa em traumas foi a queda, correspondendo a 30%; seguida por acidentes de transito com a presença de qualquer tipo de veículo com a taxa de 23,9 % ; traumas causados por arma de fogo, arma branca e agressão física, representam no gráfico respectivamente 11,9%, 2,2% e 1,6% dos registros. . Entretanto, 21,1% dos prontuários não possuíam uma causa relatada. Em resumo, quando falamos sobre a etiologia dos traumas, devemos considerar variados motivos e causas (SILVA et al. , 2017).
Neste mesmo estudo, durante a análise dos prontuários, foram encontrados e coletados dados referente aos tipos de trauma dos pacientes internados durante este período de 2014 e estão representados no Gráfico 2 (SILVA et al. , 2017).
Gráfico 2. Tipos de traumas no ano de 2014, no hospital público de Paracatu-MG
	
Fonte: Silva LAP, Ferreira AC, Paulino RES, Guedes GO, Cunha MEB, Peixoto VTCP, Faria TA. Análise retrospectiva da prevalência e do perfil epidemiológico dos pacientes vítimas de trauma em um hospital secundário. Rev Med (São Paulo). 2017 out.-dez.;96(4):246-54.
O Gráfico 2 apresenta como maior taxa os traumas ortopédicos, correspondendo a 77%; o trauma torácico representou 7,3% dos casos; o traumatismo cranioencefálico (TCE) 6%; o trauma abdominal 3,9%; o trauma raquimedular (TRM), 2,2% e queimaduras 1,3%. No estudo também foi apresentado que 5,5% dos prontuários o paciente está caracterizado como politraumatizado, ou seja, possui acometimento de dois ou mais sistemas do organismo (SILVA et al., 2017).
2.2 Tipos de Traumas
Entender que os tipos de trauma irão variar de acordo com o a região anatômica que sofrerá dano, sua complexidade e etiologia é importante para o atendimento de pacientes. Destas variações podemos classificar o trauma em ortopédico, cranioencefálico, raquimedular, torácico, abdominal e queimaduras ( PADOVANI et al.,2017)
2.3 Trauma Cranioencefálico
O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma das principais causa da incapacitação e morte, seu grau de gravidade e resolução dependerá da extensão e reversibilidade da lesão cerebral. Seu tratamento na emergência é um fator determinante para pacientes acometidos deste trauma (APARECIDA et al., 2016).
2.4 Traumatismo Raquimedular
O traumatismo Raquimedular (TRM) é resultante de uma lesão que poder ser completa ou incompleta que envolve alterações neurológicas e musculoesqueléticas. A avaliação adequada é fundamental para o manejo do paciente acometido realizado pelos profissionais que atendem este tipo de trauma (APARECIDA et al., 2016).
2.5 Trauma Torácico
O traumatismo torácico é um tipo de trauma classificado como aberto ou fechado e uma das principais causas de morbimortalidade em países desenvolvidos. Nesta complicação, teremos o comprometimento respiratório resultante de vários motivos como fraturas na costela, contusão no tecido pulmonar e perda da parede pulmonar (APARECIDA et al., 2016).
2.6 Trauma Ortopédico
O trauma ortopédico é definido como uma lesão nos ossos, articulações ou tecidos moles que dependendo do seu grau de complexidade ou localidade, pode ser grave ou não. Sua causa é multifatorial e em casos leves não há necessidade do atendimento de urgência (APARECIDA et al., 2016).
2.7 Queimaduras
Queimaduras são lesões que atingem a pele e seus anexos, causada por diversos tipos de agentes externos, seu grau de gravidade varia entre leve, moderado e grave. Saber a etiologia e avaliar de maneira adequada o paciente queimando é um fator determinante para o tratamento e prognóstico ( YOSHIMURA, 2012).
3 FISIOPATOLOGIA
3.1 Trauma Cranioencefálico
Durante o evento traumático ocorrerá uma transferência de energia cinética para o cérebro que resultara em diversas lesões por fatores como hemorragia intracraniana, hipóxia e edema cerebral, ao mesmo tempo teremos vazamento de plasma para o tecido neural por conta do comprometimentoda barreira hematoencefálica, esse processo é chamado de edema vasogênico. Com a hemodinâmica alterada teremos a redução da pressão de perfusão cerebral que junto ao edema instalado causara um aumento da pressão intracraniano gerando dano cerebral (APARECIDA et al., 2016).
Figura 1. Mecanismo de dano cerebral no traumatismo encefálico
 
		
	
Fonte: Aparecida et al. Fisioterapia em emergência. 1. ed. São Paulo. Manole. 2016
Na Figura 1 conseguimos colocar em sequência os eventos fisiopatológicos que acontecem no trauma e o seu resultado em um dano cerebral. Como primeiro evento, a lesão primaria é diretamente causada pelo trauma com dano imediato, porem os efeitos da transferência da energia cinética decorrente de uma ação abrupta ao cérebro resultarão em lesão secundaria, gerada por edema cerebral, alteração hemodinâmica e hipoxia cerebral resultando também em dano cerebral (APARECIDA et al., 2016).
3.2 Trauma Raquimedular
O traumatismo raquimedular tem o seu mecanismo traumático ligado a uma lesão primária em que pode ocorrer uma compressão na medula durante o deslocamento do disco intervertebral, presença de fratura ou fragmentos ósseos, impacto associado a uma compressão transitória, distensões por forças excessivas na coluna (flexão, extensão, rotação ou deslocamento) que prejudicará o fluxo sanguíneo, transecção e laceração. Em lesões secundárias a manipulação inadvertida da coluna vertebral principalmente quando está instável é um dos principais fatores para o surgimento da lesão. A etiologia deste tipo de trauma está muito ligada a quedas de lugares altos, lesões por armas de fogo e acidentes durante mergulhos (APARECIDA et al., 2016).
3.3 Trauma Torácico
O trauma torácico é um dano ao corpo que afeta a caixa torácica, podendo ou não afetar os seus componentes e anexos. Depois do trauma o tórax há risco de a caixa torácica sofrer contusão pulmonar, pneumotórax e tórax instável (APARECIDA et al., 2016).
A contusão pulmonar é encontrada no tórax após um trauma e consiste em um processo inflamatório intenso acompanhado de edema, hemorragia e infiltrado linfomonocitário na área afetada do pulmão; como complicação o paciente pode apresentar insuficiência respiratória. O mecanismo de lesão da contusão está muito associado a acidente veicular, principalmente quando ocorre mudanças bruscas de velocidade e colisão com objetos parados (APARECIDA et al., 2016).
Após o trauma o parênquima pulmonar sofre mudanças fisiológicas que afetam sua mecânica pulmonar, podendo evoluir para uma insuficiência respiratória; o pulmão poderá sofrer uma disfunção da ventilação/perfusão e o surgimento de atelectasias, resultado do dano causado. Na mecânica respiratória a presença de sangue nas vias aéreas, a produção excessiva de muco e a diminuição de seu transporte pode gerar resistência resultando no processo de broncoespasmo. A capacidade residual funcional também é afetada pela lesão de tecido alveolar, resultando na diminuição da complacência pulmonar e na produção de surfactante. (APARECIDA et al., 2016).
Figura 2. Mecanismo de alteração da troca gasosa
 
Fonte: Aparecida et al. Fisioterapia em emergência. 1. ed. São Paulo. Manole. 2016
Figura 3. Alterações da mecânica pulmonar no trauma torácico
Fonte: Aparecida et al. Fisioterapia em emergência. 1. ed. São Paulo. Manole. 2016
Na Figura 2 é possível observar o processo cascata do trauma torácico, o surgimento de processos fisiopatológicos gera uma disfunção pulmonar e consequentemente a alteração na troca gasosa gerando taxas baixas de oxigênio no corpo humano (APARECIDA et al., 2016).
Na Figura 3 teremos dois acontecimentos fisiopatológicos que afetarão também a funcionalidade pulmonar. No primeiro esquema explicará as consequências do excesso de muco sem sua remoção adequada e a presença de sangramento nas vias aéreas, o segundo esquema mostra como o edema, sangramento e o lesão de parênquima geram disfunção pulmonar (APARECIDA et al., 2016).
O tórax instável é uma afecção do traumatismo torácico com os mesmos mecanismos de trauma da contusão pulmonar, mas definido como um comprometimento da caixa torácica com três ou mais costelas fraturadas em dois ou mais locais, este tipo de lesão é considerado de alta gravidade. Com a perda da continuidade destas estruturas, durante a inspiração esses segmentos moveis farão um padrão paradoxal e assim prejudicando a troca gasosa e a respiração. A fratura presente nas costelas gera instabilidade na parede do tórax, durante a inspiração teremos uma pressão negativa, as costelas fraturadas em vez de se expandirem junto ao tórax, farão um movimento paradoxal, ou seja, em vez de se expandirem junto ao tórax estes arcos farão movimentos para dentro da caixa torácica; este tipo de movimentação reduz a ventilação pulmonar e a presença de ar nos pulmões. A dor também é um fator importante pois ela diminui a eficácia da ventilação e tosse gerando acúmulo de secreções e surgimento de atelectasias (APARECIDA et al., 2016).
O pneumotórax é a presença de ar no interior do espaço pleural, como mecanismo teremos a ruptura da pleura visceral gerando uma comunicação entre o espaço pleural e alveolar ou uma comunicação entre a atmosfera e o espaço pleural. Sua causa é dividida em pneumotórax espontâneo primário e secundário. O pneumotórax espontâneo primário acontece por uma pequena ruptura na área do pulmão, enquanto no espontâneo secundário o indivíduo já possui uma doença pulmonar subjacente; teremos também o pneumotórax traumático gerado após uma lesão ou procedimento médico (broncoscopia ou toracoscopia);ventiladores mecânicos também podem causar, mas esta causa é mais frequente em DPOC ou na síndrome da angustia respiratória (SDRA); mudanças na pressão pulmonar gerando barotrauma aumentam o risco para pneumotórax (APARECIDA et al., 2016).
3.4 Trauma Ortopédico
O trauma ortopédico tem sua causa bastante variada e possui fatores que determinaram o seu risco de acontecer e sua gravidade. A osteoporose é uma afecção que reduz a densidade óssea e aumenta as chances de fratura. O trauma ortopédico pode se apresentar como fraturas fechadas (sem rompimento da pele), fraturas expostas (com rompimento da pele), fraturas pro estresse (fissura fina no osso causado por seu uso excessivo), rompimento ligamentar e luxação (articulação para fora de sua posição articular). Em relação a localidades, durante o trauma o paciente pode apresentar fraturas nas extremidades do corpo, face, coluna vertebral e pelve (BATISTA et al., 2006).
3.5 Trauma Abdominal
O abdômen é uma região do corpo bastante afetada principalmente em politraumas e carrega consigo lesões viscerais com riscos de peritonite e hemorragias (APARECIDA et al., 2016).
3.6 Queimaduras
As queimaduras são causadas por agentes externos que causam a destruição da integridade de tecidos e capilares, podendo ser localizada ou sistêmica. O tecido queimado sofrera um tipo de necrose de coagulação tecidual e rapidamente se tornará colonizado por bactérias; para evitar a infecção de tecidos próximos um processo de inflamação começará e a partir disto a cicatrização da ferida será feita ( YOSHIMURA, 2012).
4 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
A fisioterapia no âmbito do trauma possui muitas funções, vias de tratamento e prevenção de possíveis complicações. Destas vias terapêuticas no trauma, o fisioterapeuta dispõe da manutenção motora e respiratória do paciente como principais (PADOVANI et al.,2017).
4.1 Trauma Cranioencefálico
O tratamento destes pacientes sempre deve ser acompanhado com monitoração da sua pressão intracraniana (PIC) e de preferência com pouca atividade, pois a mínima movimentação (mobilização passiva, mudança de decúbito, rotação da cabeça, aspiração endotraqueal e broncoscopia) poderá elevar a pressão. Estudos dirigidos a essa temática na literatura são bem escassos e outros afirmam que não ocorre o risco de elevar a PIC; outros estudos afirmam que o aumento da PIC durante a fisioterapia não traz riscos na pressão da perfusãocerebral (PPC); a literatura também afirma que é recomendado que o paciente esteja estável para iniciar a intervenção fisioterapêutica (APARECIDA et al., 2016).
Na emergência, deve-se priorizar a patência das vias aéreas e garantir uma ventilação e oxigenação adequada para o paciente; é comum a intubação de vitimas de TCE por apresentarem hipoxia, hipoventilação, falha na proteção de vias aéreas e risco de aspiração ou obstrução; o fisioterapeuta nesta situação pode auxiliar promovendo assistência ventilatória ao paciente; modos assistidos-controlados são preferíveis (APARECIDA et al., 2016). O Posicionamento corpóreo adequado com cabeceira elevada entre 30°e 45°, e manutenção do alinhamento da cabeça, a mobilização passiva focara em membros superiores e inferiores por conta da sedação (PADOVANI et al.,2017).
4.2 Trauma Raquimedular
O atendimento da emergência em pacientes com trauma raquimedular deve ser bastante cauteloso, principalmente em pacientes graves; falha na identificação deste trauma podem trazer consequências neurológicas irreversíveis. Após a avaliação, como primeira medida emergencial, o paciente deve ser imobilizado por um colar cervical, imobilizar a cabeça e durante transferências estabilizar sua lombar. A intervenção e manipulação de vias aéreas durante o atendimento não causam riscos ao estado neurológico, desde que haja estabilização cervical. Segundo dados 80% dos pacientes com lesão medular aguda podem sofrer complicações respiratórias, sendo mais comum pneumonia, atelectasia e insuficiência respiratória e isso acontece por uma disfunção fisiológica e mecânica do sistema respiratório. O uso do suporte ventilatória segundo estudos tem se mostrado eficaz no resgate da função pulmonar destes pacientes. (APARECIDA et al., 2016). 
O fisioterapeuta deve avaliar o nível da lesão medular e discutir com a equipe multiprofissional a possibilidade da ventilação mecânica (VM) e traqueostomia (TQT) precoce. Durante a avaliação, é importante observar se a tosse é eficaz para a eliminação do acúmulo de secreção, reduzindo assim o risco de outros problemas respiratórios. Como terapia, a mobilização precoce é sempre preferível para resultados a longo prazo; treinamento de músculos abdominais e estimulação diafragmática são importantes para melhorar o quadro ventilatório destes pacientes (APARECIDA et al., 2016).
4.3 Trauma Torácico
Em um trauma torácico as medidas de tratamento fisioterapêutico estarão voltadas para a função respiratória. Quando ocorre a contusão pulmonar, o paciente poderá necessitar de suporte ventilatória pelo quadro de hipoxemia e o aumento do trabalho respiratório. O uso da ventilação não invasiva (VNI) é uma ótima ferramenta para a estabilização, diminuição da necessidade de intubação e redução da mortalidade, pois fornece uma melhor troca gasosa; o BiPAP é recomendado para pacientes com insuficiência respiratória aguda decorrente da contusão pulmonar (APARECIDA et al., 2016).
Em casos que a ventilação mecânica seja necessária, o fisioterapeuta terá como estratégia otimizar a higiene brônquica e minimizar as lesões pulmonares induzidas pela VM. A contusão pulmonar tem se mostrado um grande fator de risco para SDRA e se faz necessário com tratamento o ajuste de PEEP mais altas para o recrutamento alveolar. O controle da dor é importante para a eficácia na higiene brônquica e redução da necessidade de VM. Posições do paciente que facilitem e ajudem a mecânica do pulmão e na oxigenação são necessárias (APARECIDA et al., 2016). 
O tratamento em caso de tórax instável é focado na analgesia e ventilação emergencial, uma grande limitação será a dor causada pela fratura das costelas gerando alteração na função pulmonar, a morbidade e maior tempo hospitalar. O fisioterapeuta deve ter como estratégia a cinesioterapia respiratória, oxigenoterapia, VNI e a invasiva, além da analgesia para recuperação do mecanismo respiratório normal para o paciente. É recomendado a utilização do CPAP por contra da fisiopatologia do tórax instável (APARECIDA et al., 2016).
Como objetivo terapêutico principal em casos de pneumotórax, a eliminação de ar do espaço pleural e a expansão pulmonar até a parede torácica está em primeiro plano. O fisioterapeuta deve iniciar a intervenção somente após a drenagem do pneumotórax. A analgesia é importante pois a dor da lesão reduzirá a expansibilidade pulmonar e consequentemente resultará em atelectasias. A cinesioterapia respiratória em conjunto com a mobilização pode auxiliar na remoção de ar residual no espaço pleural (APARECIDA et al., 2016).
Como forma de tratamento, a cinesioterapia motora de membros/tronco no leito deve ser realizada de acordo com a capacidade funcional do paciente, a retirada do paciente do leito (sedestação em poltrona, ortostatismo e deambulação) é fundamental para a reabilitação do paciente com trauma torácico e deve ser estimulada de forma precoce, e sempre liberada pela equipe médica. (PADOVANI et al.,2017). 
4.4 Trauma Ortopédico 
No trauma ortopédico, a avaliação fisioterapêutica é essencial para uma boa progressão do quadro clinico; como primeiras medidas, a imobilização, estabilização e preservação de função respiratória são essenciais, apesar de tais medidas variarem de acordo com o tipo de trauma ortopédico (PADOVANI et al.,2017). 
Em traumas da face com a presença de fraturas, o fisioterapeuta deve ter conhecimento das lesões e de suas complicações ao paciente. A presença de fistula liquórica nasal é uma complicação que restringe o uso da aspiração nasal. A oxigenoterapia utilizando mascaras preferencialmente total face ou performax, na qual os pontos de apoio estão dispostos ao redor do rosto do paciente e não nas áreas de fraturas é importante (PADOVANI et al.,2017). 
A cinesioterapia motora em pacientes com fratura na coluna sem lesão medular deve ser feita após a estabilização do quadro clinico. A retirada do paciente do leito, o ortostatismo e a deambulação, quando possíveis (pacientes clinicamente estáveis), são procedimentos que devem ser sempre acordados com a equipe médica (PADOVANI et al.,2017). 
Em fraturas da pelve é necessário que o fisioterapeuta esteja informado do tipo de tratamento médico utilizado, da classificação da fratura e se estar estável ou instável; na emergência é necessário medidas de analgesia e após a análise de exames de imagem, a mobilização precoce deve ser feita adequadamente a fratura presente (PADOVANI et al.,2017).
No tratamento após intervenção medica é recomendado exercícios ativos ou resistidos de membros superiores (MMSS), para que este paciente consiga condições de utilizar algum dispositivo auxiliar de marcha quando a deambulação for liberada. Podem ser realizados exercícios ativos livres de extremidades de membros inferiores (MMII) e os exercícios isométricos para músculos proximais de MMII, mas sempre atento com limitações da ADM por conta de a fixação externa, instabilidade da fratura ou dor (PADOVANI et al.,2017).
Em fraturas de extremidade, a imobilização imediata do membro lesionado é necessária para adequada calcificação do osso. O fisioterapeuta deve conhecer o tipo de lesão do paciente e a conduta medica adotada, conservador (uso de tipoias e/ou talas gessadas) ou cirúrgico (fixação externa ou interna). A mobilização de segmentos é um bom começo na reabilitação para a preservação da ADM. Em pacientes com fraturas de MMII e que fazem uso da fixação externa linear é contraindicado realizar descarga de peso em ortostatismo no membro acometido (PADOVANI et al.,2017).
4.5 Trauma Abdominal
O trauma traz consigo o risco de hemorragias e lesões de órgão presentes na área do abdômen, a avaliação geral e fisioterapêutica é essencial para a redução de mortalidade nestes pacientes; é importante o fisioterapeuta saber quando será necessário o uso da VNI, observar se mecânica pulmonar e muscular está preservada e priorizar a analgesia. Conhecer o tipo de lesão após exames é essencial para um bom prognóstico. Como medida terapêutica após estabilização do quadro clinico, a fisioterapiarespiratória (exercícios de respiração profunda, padrões ventilatórios, auxílio à tosse) deve ser realizada com o objetivo de preservar e otimizar a ventilação pulmonar, garantir adequada troca gasosa e evitar complicações respiratórias; é importante estar atento a sangramentos, peritoneostomia à vácuo e deiscência de ferida operatória, pois há contraindicação de exercícios para tronco e retirada do leito (PADOVANI et al.,2017).
4.6 Queimaduras
O tratamento de queimaduras é iniciado no primeiro dia de entrada dos pacientes. Dependendo do grau da gravidade, é importante que seja avaliado as vias aéreas do paciente, se há falha na proteção de vias aéreas e a mecânica da caixa torácica e pulmonar. Dependendo da etiologia da queimadura será necessário oxigenoterapia; a cinesioterapia respiratória é importante pois resulta em mais expansibilidade pulmonar, além de fornecer uma reeducação da função muscular respiratória e evitar o acumulo de secreções. A avaliação motora é essencial e ela consiste na avaliação da capacidade do paciente em se movimentar e sua amplitude de movimento; exercícios prescritos podem ser adaptados em casos com dor, confusão e outras complicações. A cinesioterapia motora deve ser incentivada desde o primeiro e deve ser feita em todas as áreas queimadas ou não. A progressão do tratamento fisioterapêutico dependera muito da cicatrização tecidual do paciente. O profissional deverá compreender que sua estratégia deverá proporcionar retorno funcional ao paciente, mobilidade tecidual, melhora da amplitude do membro lesionado e evitar possíveis complicações ( OLIVEIRA et al., 2015).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O fisioterapeuta tem se tornado uma ferramenta muito importante em diversas áreas da saúde; no trauma sua presença é um forte fator que definirá a recuperação de diversos pacientes. Seu papel não se limita apenas ao atendimento de pacientes estáveis e sim nos momentos mais críticos, primários e definitivos de uma emergência através da sua avaliação e intervenção imediata, que serão cruciais para salvar uma vida. 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support: student course manual. 9a ed. Chicago: American College of Surgeons; 2012.
Aparecida et al. Fisioterapia em emergência. 1. ed. São Paulo. Manole. 2016
Batista SEA, Baccani JG, Silva RAP, Gualda KPF, Vianna Jr RJA. Análise comparativa entre os mecanismos de trauma, as lesões e o perfil de gravidade das vítimas, em Catanduva – SP. Rev Col Bras Cir. 2006;1(33):6-10. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-69912006000100003
DATASUS: Tecnologia da Informação a Serviço do SUS [base de dados na Internet]. Brasília: DATASUS; c2016 [citado 2017 Fev 3] Disponível em: http://tabnet. datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/fruf.def.
Oliveira TM, Costa CB, Boulhosa FJS, Costa LRN, Macêdo RC, Silva PKE, et al. Fisioterapia em grande queimado: relato de caso em centro de tratamento de queimados na Amazônia. Rev Bras Queimaduras. 2015;14(4):285-9.
Padovani C, Silva JM da, Tanaka C. Fisioterapia nos pacientes politraumatizados graves: modelo de assistência terapêutica. Acta Fisiátr. [Internet]. 31 de março de 2017 [citado 14 de novembro de 2022];24(1):33-9. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/144583.
Piccoli A, Werle RW, Kutchak F, Rieder MDM. Indicações para inserção do profissional fisioterapeuta em uma unidade de emergência. ASSOBRAFIR Ciência [serial on the internet]. 2013 [cited 2018 Apr 22];4(1):33-41. Available from: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/rebrafis/ article/view/13412/12758.
Silva LAP, Ferreira AC, Paulino RES, Guedes GO, Cunha MEB, Peixoto VTCP, Faria TA. Análise retrospectiva da prevalência e do perfil epidemiológico dos pacientes vítimas de trauma em um hospital secundário / Retrospective analysis of the prevalence and epidemiological profile of trauma patients in a secondary hospital. Rev Med (São Paulo). 2017 out.-dez.;96(4):246-54.
Yoshimura CA. A importância do atendimento pré-hospitalar nas queimaduras químicas no Brasil. Rev Bras Queimaduras. 2012;11(4):259-62.

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