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Doenças das mamas e ovários

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DOENÇAS DAS MAMAS E OVÁRIOS 
MAMA 
Anatomia: 
 Formada por um conjunto de lóbulos que 
formam lobos, que drenam através de ductos 
para saída do conteúdo pelo região mamilar. A 
mama também conta com tecido adiposo, 
tecido conjuntivo e ligamentos. 
 99% da drenagem linfática acontece para 
axilas. 
 60% irrigada pela artéria mamária interna (= 
torácica interna) 
 
Mastalgias: 
 
Cíclica: 
 Dor mais na fase lútea (pré-menstrual) e 
maioria bilateral 
 Dor mais intensa no quadrante superior 
externo 
 Alteração funcional benigna da mama: 
o Mastalgia cíclica, adensamentos e 
cistos 
o USG  cistos mamários: imagem 
anecóica, redondas, bem delimitadas 
com reforço acústico posterior 
o Conduta: orientação sobre não 
evolução e não risco para câncer. 
Evitar medicação. Se grave = 
tamoxifeno. 
Acíclica: 
 Sem relação com ciclo e maioria unilateral 
 Mastite puerperal: Staphylococcus aureus 
o Causa: pega incorreta e fissura 
mamária 
o Diagnóstico: sinais flogísticos + febre 
o Tratamento: melhorar sustentação da 
mama, manter amamentação e ATB 
(Cefalexina) 
 Abscesso mamário: pode amamentar! 
o Exceto descarga purulenta ou incisão 
cirúrgica próxima ao mamilo 
o Tratamento: drenagem, esvaziar 
mama e ATB 
 Esteatonecrose 
 
Eczema: 
 
Eczema areolar: 
 Descamação bilateral, pruriginosa 
 Não destrói a mama 
 Melhora com corticoide tópico 
 
Doença de Paget: 
 Descamação unilateral e pouco prurido 
 Destrói papila 
 Não responde ao corticoide 
 Biópsia para diagnóstico 
 
Derrame papilar: 
 
Lácteo: hiperprolactinemia 
 Avaliar BhCG e TSH 
 Medicamentosa: 
 Prolactinoma 
 
Multicolor (verde/ amarelo/ marrom): 
 Alteração funcional benigna da mama e ectasia 
ductal 
 
Sanguíneo/ serosanguíneo: 
 Maior causa: Papiloma intraductal 
 Pode ser câncer então deve investigar 
 
Investigar quando  Ressecar o ducto 
 Espontâneo, uniductal, unilateral 
 “Água de rocha” ou sanguinolento 
 Citologia negativa não exclui diagnóstico!! 
 
Nódulo palpável: 
 
Exame clínico: 
 Móvel x aderido 
 Regular x irregular 
 Fibroelástico x pétreo 
 
PAAF: consegue determinar se é lesão sólida ou cística 
 Amarelo esverdeado e sem lesão residual – 
bom sinal  Após – USG ou Mamografia 
 > 2 recidivas, sanguinolento, massa residual ou 
nódulo sólido  Após – USG, Mamografia e 
Biópsia 
 
PAAF antes do exame de imagem é diagnóstica, mas 
depois do exame de imagem para esvaziar um cisto por 
exemplo é terapêutica. 
 
 
DOENÇAS DAS MAMAS E OVÁRIOS 
USG: 
 Sugere malignidade: 
o Misto (sólido e cisto) 
o Mal delimitado 
o Sombra acústica (mais escura) 
 
 
 
 
 
 
 
CÂNCER DE MAMA: 
 
Fatores de risco: 
 Ser mulher 
 Idade > 40 anos 
 História familiar em parente de 1° grau 
(principalmente se < 50 anos) 
 Nuliparidade 
 Menacme longo 
 Mutação BRCA 1 e 2 
 Hiperplasias atípicas 
 Ca in situ: ductal (clássico precursor) ou lobular 
 
Rastreio: 
 Mamografia bienal de 50-69 anos (pelo MS) 
o 2015: MS contraindicou autoexame e 
exame clínico passou a benefício 
incerto 
 FEBRASGO: 
o Baixo risco: mamografia anual a partir 
dos 40 anos 
o Alto risco: mamografia < 40 anos 
 Ex: mutações BRCA1/BRCA2, 
hiperplasia atípica – a partir de 
30 anos 
 
Mamografia: 
 BI-RADS 0: inconclusiva (ex: mama densa)  
USG ou RNM 
 BI-RADS 1: nenhuma alteração  repetir de 
acordo com idade 
 BI-RADS 2: alterações benignas  repetir de 
acordo com idade 
 BI-RADS 3: duvidosa (provável benigna)  
repetir em 6 meses e acompanhar por 3 anos 
 BI-RADS 4 - 5: suspeita / altamente suspeita  
biópsia 
o Nódulo espiculado, microcalcificação 
pleomórficas e agrupadas 
 BI-RADS 6: mamografia de controle em 
paciente que sabidamente tem CA de mama 
 
Histopatológico: 
 Core biopsy (punção por agulha grossa) e 
mamotomia – biópsia ambulatorial 
o Microcalcificação pleomórfica 
agrupada – mamotomia é melhor 
 Biópsia cirúrgica: é padrão ouro 
o Biópsia incisional: retira parte do 
tumor, lesões maiores 
o Biópsia excisional: retira todo o tumor, 
em caso de cisto ou lesões menores 
 Se impalpável pode fazer estereotaxia 
(marcação com fio guia) 
 
Lesões benignas: 
 Fibroadenoma: lesão sólida + comum, paciente 
jovem, lesão de consistência fibroelástica 
o Retirar se grande ou após os 35 anos 
 Tumor filoides: crescimento rápido 
o Comportamento agressivo apesar de 
benigno 
 Esteatonecrose: nódulo após trauma 
 Alteração funcional benigna da mama: 
mastalgia cíclica e bilateral 
 
Lesões malignas: 
 Indicadoras de risco: ductal e lobular in situ e 
hiperplasia com atipia 
 Ductal infiltrante: CA invasor + comum 
 Lobular infiltrante: tendência a bilateralidade e 
multicentricidade 
 CA inflamatório: é localmente avançado – 
parece mastite em mulheres mais velhas, casca 
de laranja 
 
Imuno-histoquímica: 
 Receptor hormonal (RE e RP), superexpressão 
HER 
o Luminal A: RE +, RP + e HER – 
o Triplo negativo: RE -, RP – e HER – 
o HER +: superexpressam HER (indicação 
de agressividade) 
 
Tratamento lesões malignas: 
 Tipos de cirurgia: 
o Conservadora: avaliar a relação 
tumor/mama (ideal < 20% da mama) 
 Setorectomia / 
Quadrantectomia 
 
DOENÇAS DAS MAMAS E OVÁRIOS 
 Obrigatória RT pós operatória 
o Radical – mastectomia: Halsted – tira 
peitoral maior e menor, Patey – tira 
peitoral menor, Madden – não retira 
peitoral 
 Tumor infiltrante = avaliar linfonodo 
o Esvaziamento completo 
o Linfonodo sentinela – injeção de 
corante ou tecnécio intraoperatório 
com retirada do linfonodo que corou 
primeiro e mais corou  avaliação 
anatomopatológica 
 Negativo – evita dissecção 
axilar radical 
 Não fazer se axila clinicamente 
positiva!! 
 Terapia adjuvante: 
o Quimioterapia – controle sistêmico 
 Tumores > 1cm 
 Linfonodo positivo 
 Expressão do HER2 
 Receptor hormonal negativo 
 QT neoadjuvante – antes da 
cirurgia para reduzir o tumor, 
em tumor localmente 
avançado 
o Radioterapia – controle local 
 Cirurgia conservadora 
 Tumores > 4cm 
 Se indicada QT a radio deve ser 
depois 
o Hormonioterapia: RE + - usar 
tamoxifeno (jovem) ou inibidores de 
aromatase (pós-menopausa) 
o Terapia alvo dirigida (reduz efeito 
adverso): Transtuzumabe – 
superexpressão HER2 (relação com 
pior prognóstico e agressividade) 
 
OVÁRIO 
 
Órgão intraperitoneal com maior disseminação para 
peritônio. Vascularização pela artéria ovariana ductal 
(ramo direto da aorta), que vem do infundíbulo pélvico, 
parte distal do ovário. 
 
Fatores de risco: 
 História familiar 
 Mutação BRCA 
 Tabagismo 
 Menacme longo 
 Nuligesta 
 Indutores de ovulação 
 
Fatores de proteção: 
 Amamentação 
 Uso de anovulatórios 
 Laqueadura tubária 
 
Não tem rastreio para câncer de ovário. 
 
Diagnóstico: 
 Avaliação clínica e USG 
 Benigno x maligno 
o Em pré-púbere – > 50% é maligno 
o No menacme - > funcional 
o Após menopausa – maligno 
 Lesão suspeita: 
o Sólida 
o USG Doppler com baixa resistência 
o Septada (espesso) 
o Papilas (dentro do cisto) 
o Espessamento de parede 
o Irregular 
o Tamanho > 8cm 
o Antes ou após menacme 
 
ACO não trata cisto ovariano, apenas evita o 
surgimento de novos cistos. 
 
Tumores benignos: 
 Funcionais / não neoplásicos: 
o Cisto folicular: folículo que não 
rompeu  alta chance de regressão 
espontânea (não fazer ACO) 
o Cisto de corpo lúteo: corpo lúteo que 
virou cisto por ↑ de hemorragia – 
importante em pacientes em uso de 
anticoagulante 
 Meio do ciclo e pode romper 
no coito 
 Confunde com ectópica 
 Regressão espontânea, mas 
pode sangrar e gerar 
instabilidade e precisar operar 
o Cistos tecaluteínicos: mola 
hidatiforme 
 
DOENÇAS DASMAMAS E OVÁRIOS 
 Proliferativos/ neoplásicos: 
o Adenoma 
o Teratoma benigno (maduro, ou cisto 
dermoide) – risco de torção 
o Struma ovarii – tecido tireoidiano, faz 
crise tireotóxica 
o Fibromas: síndrome de MEIGS (tumor 
de ovário + ascite + derrame pleural) 
 
No menacme cirurgia conservadora para tentar 
preservar ovário. 
 
Tumores malignos: 
 Epitelial: 
o Adenocarcinoma seroso – mais 
comum 
o Adenocarcinoma mucinoso – 
pseudomixoma 
 Germinativo: 
o Disgerminoma  germinativo maligno 
+ comum 
 Tumor de Krukenberg: 1º geralmente é 
gástrico (célula em anel de sinete) 
 
Marcadores tumorais: bons para acompanhamento 
 CA 125: tumores epiteliais (os mais comuns) – 
geralmente em casos mais avançados, pode 
aumentar em outras condições 
 Desidrogenase (LDH): disgerminoma 
 Testosterona: Tumor de Células de Sertoli 
 
Diagnóstico é cirúrgico! 
 
Tratamento: 
 Laparotomia  diagnóstico, estadiamento e 
tratamento 
o 1º passo: lavado + inventário da 
cavidade + excisão tumor principal + 
biópsia de congelação 
o Se maligno = completar estadiamento: 
biópsias peritoneais + histerectomia 
total + salpingo-ooforectomia bilateral 
+ omentectomia infracólica + ressecar 
implantes e linfonodos pélvicos e para-
aórticos 
 Idade fértil, estadiamento IA (apenas 1 ovário) 
e G1 (bem diferenciado) – avaliar 
salpingooforectomia unilateral 
 QT adjuvante: 
o Exceto se IA e IB (bilateral) – não sendo 
indiferenciado 
o > IC – QT adjuvante

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