Buscar

Luisa FReitas PGD

Prévia do material em texto

Princípios Gerais de Direito 
25.09.2019 
Sumário 
-Introduzir ao Direito 
-O papel da Filosofia do Direito 
-A ordem judicial 
-A ordem jurídica 
________________________________//________________________________ 
Introduzir ao Direito 
• Há uma dificuldade na definição de Direito 
Questões básicas 
➢ Para que serve o Direito? 
➢ Como distinguir o direito da política da moral, da moral e da Religião? 
➢ Qual o fim da atividade jurídica? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que podemos adiantar? 
 
 
 
 
Direito Poder 
Proteção 
Segurança 
Organização 
Normas de conduta 
Liberdade 
Igualdade Imparcialidade 
Equidade 
Costumes 
Transparente 
Justiça 
Sociedade 
Ordem 
- O Direito é uma ordem da sociedade, a designada ordem jurídica 
- O Direito é também a arte de chegar à solução justa no caso concreto 
- O Direito também pode ser entendido como prudente 
 
Direito como uma 
arte/virtude 
 Princípios Gerais de Direito 
É a Filosofia do Direito que vai permitir as outras realidades. 
 
Síntese: O Direito tem por fim a solução prudente dentro da ordem. 
 
A Filosofia aplicada ao Direito 
▪ Permite determinar o domínio do Direito, relativamente à moral, à política, à 
economia... 
▪ Definir o direito (jus) 
▪ Definir o fim da atividade jurídica 
▪ Identificar as fontes do Direito 
▪ Discernir a especificidade da ciência do Direito 
 
 
A Ordem Jurídica 
A palavra “Direito” tem vários sentidos. 
O Direito é um fenómeno humano e social. 
→ O Direito não é um fenómeno de natureza: o Direito não estabelece regras de conduta 
para coisas e animais. Estas realidades só podem ser objeto do Direito 
Obs: As regras judiciais que protegem os animais não têm como destinatário os 
animais, têm como objeto a proteção de animais. 
 
→ O Direito não é um fenómeno do homem isolado, é um fenómeno social: há um 
ligação necessária e constante entre Direito e sociedade. Por isso diz “ubi societas, ibi 
jus” (onde há sociedade há Direito). 
Natureza social do homem 
O Homem vive em comunidades para assegurar a sua subsistência e a realização dos seus fins. 
A sociedade (grupo organizado) é uma condicionante do fenómeno jurídico. 
Toda a sociedade implica necessariamente uma ordem. 
 
 
 
-A ordem é uma realidade objetiva, ou seja, é um facto que há ordem na sociedade. 
-A ordem social é uma ordem de liberdade. O Homem pode não a respeitar. 
Uma coisa é a regra, outra coisa é cumprir ou não essa mesma regra. 
“O Homem é um animal político”-Aristóteles 
 
Quando há um grupo com estabilidade, a subsistência desse 
grupo depende da existência de normas (ordem jurídica) 
O Homem tende naturalmente a viver em 
agrupamentos (em direito são comunidades) 
 Princípios Gerais de Direito 
Também pode significar 
retrocesso 
Implica 
A mesma regra pode fazer parte de várias ordens 
Ex. “Não matar” - 
 
. Religiosa 
. Moral 
. Jurídica 
. Deus 
. Remorsos 
. Preso 
 
 
 
Sociedade 
Quando falamos o que está em conta é um grupo organizado e que tem alguma estabilidade 
(ex. Família, sindicatos), não um grupo de pessoas qualquer, pois existem outros tipos de 
grupos e não é qualquer grupo que exige a existência do Direito. 
 
 
 
 
 
A ordem jurídica tal como a ordem social em geral estão intimamente relacionadas com a ideia 
de “dever ser”. 
As regras por natureza são violadas 
 
 
A ordem social evolui 
Evolução social Progresso 
 
 
O Direito está intimamente relacionado com os valores e regras. “Dever ser” 
- A ordem social tem uma componente fábrica e uma normativa. 
✓ É um facto porque integra o próprio ser da sociedade 
✓ É normativa porque exprime um dever ser 
 A ordem normativa da sociedade é uma ordem complexa. Entram na sua composição quatro 
ordens diferente, que traduzem diferentes aspetos do dever. 
 Ordem Religiosa- Conjunto de normas que regulam a relação entre os humanos e 
Deus (seja qual ele for) 
 Ordem moral- Conjunto de normas sociais que são consideradas certas sendo que 
pode haver pessoas que não consideram corretas. A religião dá origem a uma 
determinada moral (quando falamos de ordem moral falamos de moral social) 
 
 
Nota: 
-Em Direito não utilizamos a expressão “empresa”, mas sim sociedade. 
-Direito Canónico- Direito da Igreja Católica. 
-Sociedade Civil- Conjunto de indivíduos que vivem no território de um Estado 
-Não confundir sociedade civil portuguesa com o Estado (é outra sociedade) 
 
Têm a característica de violabilidade, 
ou seja, pode não ser cumprida. 
As consequências 
são diferentes 
 Princípios Gerais de Direito 
 
 
 
O Estado Português não pode impor nenhuma religião nem nenhuma moral. 
Há muitas regras políticas que são amorais (não são morais nem não-morais) - Em Portugal o 
direito deve ser neutralizado devido ao princípio da divindade humana. 
 Ordem do trato social- Encontramos normas que tendem facilitar a convivência social. 
Ex. cumprimentar as pessoas- regra do trato social. 
Nota: 
▪ A ordem moral visa o aperfeiçoamento do ser humano (individual), ou seja, melhorar o 
ser humano, daí haver a ideia do bem e do mal. 
 
▪ A ordem do trato social não admite, por exemplo, que os alunos vêm para as aulas 
como se fossem para a praia. No fundo tem de haver com a educação, o facto da 
pessoa ser ou não educada. Ex. Lavar os dentes. 
 
 
 Ordem Jurídica- Ordena/Regula os aspetos mais importantes da convivência social e 
exprime-se através das regras jurídicas. Não visa aperfeiçoar os indivíduos. 
 
02.10.2019 
Sumário 
-A obrigatoriedade do Direito 
-O problema da coercibilidade do Direito 
_______________________________//_____________________________ 
Os diversos sentidos da palavra Direito 
A palavra direito tem mais do que um significado. Técnicojurídico (o que abordamos nas aulas) 
A ambiguidade da expressão “Direito” 
➢ Direito em sentido objetivo 
➢ Direito em sentido subjetivo 
➢ Direito como Ciência do Direito 
 
 
 
Bem vs. Mal Tem de haver com moral 
 Princípios Gerais de Direito 
Direito em sentido objetivo 
Entende-se por direito em sentido objetivo um conjunto de normas de conduta social 
obrigatórias. (O sistema) 
Por exemplo, é neste sentido que se fala do Direito português ou do Direito da Família, do 
Direito Comercial, do Direito Constitucional. 
Realça-se que uma coisa é o direito objetivo, outra coisa é a sua aplicação aos casos concretos 
através das sentenças judiciais. No Direito Objetivo o que está em causa é um conjunto de 
regras de conduta social expressas em termos gerais e abstratas (p. ex., “os pais não podem 
renunciar às responsabilidades parentais”; “quem fomentar, favorecer ou facilitar o exercício 
da prostituição de menor é punido com pena de prisão de um a cinco anos”). 
 Ato administrativo Regras Jurídicas 
Em inglês: 
 Objetivo=Law 
Subjetivo= Right 
 É necessário saber o que é uma norma. 
 Uma coisa são as regras jurídicas (atribuem poderes) 
 Quando há um conflito de interesses as pessoas recorrem aos tribunais (os juízes 
analisam os factos e aplicam essas regras aos factos e vai “dizer o direito” - atividade 
dos tribunais/ Atividade Jurisdicional) 
 Subsunção= Ato de incluir em algo mais amplo ou abrangente. 
As regras jurídicas têm uma estrutura particular, essa estrutura é composta por 2 elementos: 
-Previsão: parte da regra jurídica que prevê uma situação da vida social 
-Estatuição: parte da regra jurídica que estabelece a consequência que advêm da verificação 
da previsão 
Uma coisa é a estrutura da regra jurídica outra coisa é o conceito de regra jurídica e das 
respetivas características generalidade e abstração. 
 Geral- Destina-se a um tipo/categoria de pessoas. Ex. Os pais, crianças, mulheres, Estados, 
Municípios, Presidente da República, Estudantes de RI de licenciatura... Não pode ser definida 
por uma disposição aplicada por todos. Se não for uma disposição geral nãoé uma regra 
jurídica 
 Abstrata- O mesmo que o geral, mas o que está em causa são situações em abstrato e não 
situação concreta. Ex. Cheias (no geral) 
- Sempre que encontrarmos uma disposição sobre pessoas/situações concretas não são 
regras jurídicas 
Nota: Ato administrativo-Decisão tomada em caso concreto tomada no exercício da atividade 
administrativa, atividade do Estado, R.A, Freguesias, Empresas Públicas. Ex. Uma decisão num 
tribunal, a sentença judicial não tem a característica da generalidade e da abstração. Pois há 
um conflito de ideias e no tribunal analisa-se o caso concreto. 
 Princípios Gerais de Direito 
Regulamentos administrativos- Regras jurídicas que têm as características da generalidade e 
abstração ao contrário dos atos administrativos. 
Atividade administrativa está sempre submissa à Lei. É uma atividade jurídica (É tudo feito 
com base na Lei) 
Decreto-lei: Forma das leis do governo. 
 
Para ser Disposição tem de ter as duas características. 
Direito em sentido subjetivo 
 Entende-se por direito subjetivo, a posição pessoal favorável (ou situação de vantagem) 
atribuída ou reconhecida a uma pessoa. Ou seja, o direito neste sentido é sinónimo de poder 
ou faculdade de uma pessoa resultante da aplicação de uma regra do direito objetivo. 
Por exemplo, quando se afirma que “A tem o direito de arrendar a casa da qual é 
proprietário”; ou que “B tem direito a ser indemnizado em virtude dos estragos causados no 
seu automóvel por C”. 
✓ No fundo, subjetivo é um poder que é atribuído ou conhecido a uma pessoa não 
podemos limitar a pessoas singulares Ex. Direitos humanos- usam o termo de direito 
reconhecido, ou seja, não está atribuído. 
-As pessoas singulares em Direito é qualquer ser humano desde o momento em que nasce 
com vida. 
-As disposições constitucionais são o direito em sentido objetivo. Já o direito de cada um dos 
seres humanos que estão, por exemplo, no território português já são direitos subjetivos. 
Quando quisermos falar sobre o Direito objetivo escrevemos direito objetivo com a letra “D” 
maiúscula (para facilitar) 
Regime Jurídico- Está em causa um conjunto de regras de caracter social. 
 
Direito como Ciência do Direito 
 Aqui, o Direito é uma ciência, uma ciência social e humana que estuda e teoriza 
cientificamente o Direito objetivo e os direitos subjetivos. 
 A Ciência do Direito é uma ciência prática. O seu objetivo é a solução de casos concretos. Para 
isso o jurista parte dos factos, descobre as normas como critério de solução e depois aplica as 
normas. 
A UC de Princípios Gerais do Direito versa fundamentalmente sobre o Direito Objetivo e sobre 
a Ciência do Direito. 
O Direito existe para ser aplicado na vida real, cumprido, respeitado, acatado. 
- O Direito para ser direito tem de ser direito positivo 
 
 
Vigente 
 Princípios Gerais de Direito 
“Estas leis são meras folhas de papel”, ou seja, não se aplicam na vida real. 
A Obrigatoriedade do Direito 
• O Direito para ser eficaz, respeitado, acatado tem de ser obrigatório para todos os 
membros da sociedade a que se aplica (V. artigo 6º do Código Civil). 
“A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isenta 
as pessoas das sanções nela estabelecidas.” 
Como garantir a obrigatoriedade do Direito? 
✓ As regras jurídicas têm de ser respeitadas, se forem desrespeitadas serão aplicadas 1 
ou mais sanções para quem as violar. É garantida através da previsão. 
A sanção é uma consequência desagradável. 
Sem sanções não há direitos. 
 E as sanções não podem ser espirituais, como na Religião ou na Moral: Têm de ser materiais, 
físicas, aplicadas em vida e neste mundo (pena de prisão, multa, indemnização). 
As normas sem sanção: “soft law” 
 Quando uma regra de conduta social não incluir a previsão da sanção aplicável a quem a 
violar, ou é uma regra jurídica imperfeita (lex imperfecta), ou não é uma regra jurídica. Pode 
ser, por exemplo, uma norma moral ou uma norma religiosa. “Soft law” não é direito, 
podemos dizer que são recomendações jurídicas. Uma soft-law pode evoluir para hard-law ou 
não. 
Ex. da evolução de soft law para hard-law: Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
Declaração dos direitos da criança. 
Todas as Declarações Internacionais são soft-law. 
Exemplos de regras jurídicas imperfeitas (soft-law) 
❖ Resoluções não vinculadas (resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas); 
❖ Propostas, conselhos e opiniões; 
❖ “Códigos de conduta” adotados por sociedades comerciais (empresas) e por 
associações profissionais desprovidos de sanções. 
O Direito verdadeiro é “Hard-Law”. 
Noção de sanção 
 A sanção é uma consequência desfavorável imposta pela ordem jurídica, pela violação de uma 
regra jurídica. 
• A sanção é um efeito jurídico, conteúdo de uma regra jurídica que prevê a violação de 
uma regra de conduta; 
• As regras que estabelecem as sanções chamam-se regras sancionatórias; 
• As regras sancionatórias são regras subordinadas e complementares das regras 
principais (ou regras ordenadoras). 
 Princípios Gerais de Direito 
 Nem sempre a sanção aparece no mesmo artigo onde está a regra, às vezes não aparece na 
mesma lei, daí a dificuldade. 
Exemplo de uma regra principal e da respetiva regra sancionatória: 
Regra principal: Os pais devem velar pela segurança e a saúde dos filhos, prover ao seu 
sustento, dirigir a sua educação, representá-los, ainda que nascituros, e administrar os seus 
bens. 
Regra sancionatória: 
 
O problema da coercibilidade do Direito 
 
 
Coercibilidade-Possibilidade de recurso à força para aplicar sanções em casos de não 
cumprimento de uma regra. Os Estados são aqueles que podem recorrer à força, mas também 
a ONU (art.42 da carta das Nações Unidas) 
Direito Estadual- Tem a característica da coercibilidade. 
 
09.10.2019 
Sumário 
-Estado, Justiça e Ordem Jurídica 
__________________________________//_________________________________ 
O Direito e o Estado 
A relação entre o Direito e o Estado 
O Direito não se confunde com o Estado. No mundo ocidental, ao qual o Estado português 
pertence, antes cabe ao Direito limitar o poder do Estado e legitimá-lo. Ou seja, o Direito 
impõe-se ao próprio Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigatoriedade 
 
Coercibilidade 
Direito ≠ Estado 
 
Sistema de Normas sociais obrigatórias -Não é matéria de princípios gerais de Direito; 
-O Estado é uma entidade construída por uma unidade que visa um 
determinado território e que está sujeita a um poder. Para falarmos e 
um Estado temos de falar em 3 elementos: 
• Unidade 
• Território 
• Poder (político) 
• 
 Princípios Gerais de Direito 
→ No entanto, há uma relação. O Poder Político por sua vez cria o Direito. 
→ Executa e aplica os direitos aos conflitos de interesse 
“O Estado somos nós.” 
 
 
Estamos a pensar na comunidade política, ou seja, o conjunto de cidadãos (povo) 
Povo ≠ Nação -> Também não é objeto de estudo de Princípios Gerais de Direito. 
❖ O Estado cria Direito através do poder legislativo. O Estado não se limita a criar, como 
também executa (poder executivo). 
Poder Executivo- Está submetido à Lei. 
 
 
 
Este regime de legalidade democrática encontra as suas raízes na Revolução Francesa e na 
declaração dos direitos do Homem e do Cidadão Francês (1789). 
 
 
Princípio da Separação de Poderes 
Art.16- Declaração dos direitos do Homem e do cidadão Francês. 
Constituição- Lei fundamental de um Estado. 
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Português. 
Através do poder político e o Estado cria Direito (Legisla), executa Direito (executivo) e alia o 
Direito (judiciário) aos conflitos aos conflitos de interesse. 
Nota: Comunidade Política: Povo≠Nação 
“Parece-me que Deus dá o Direito àqueles a quem dá a força” - Descartes 
Teoria de Descartes para justificar o monopólio do uso legitimo da força. 
Nota: Estado de Direito: Estado subordinadoao direito (às leis). 
O princípio do Estado de Direito é um princípio fundamental a nível das Nações Unidas, da 
União Europeia e Nacional. 
Nota: O Direito do Estado de Direito não é um Direito qualquer. 
 
Regime de legalidade 
democrática 
Exigência da subordinação 
do poder executivo à Lei. 
Tem de garantir os Direitos Humanos 
 Princípios Gerais de Direito 
Mais: O Estado de Direito é o principal ideal político das democracias liberais ocidentais. O 
Estado de Direito em que todo o exercício do poder encontra-se submetido ao Direito com o 
fim de garantir os Direitos Humanos. 
Todo o Direito é Direito Estadual? 
O que está em causa é saber se existem Direitos não estaduais, isto é, Direitos supraestaduais 
e Direitos intraestaduais. 
O Direito Estadual entendido como Direito criado e garantido através dos órgãos do Estado é o 
Direito mais complexo e mais importante nos nossos dias. Uma visão realista e pluralista da 
existência de Direitos não-estaduais. 
Exemplos de Direitos não-estaduais: 
✓ Direito Internacional Público 
✓ Direito da União Europeia 
✓ Direito Canónico 
✓ Direito da FIFA 
✓ Direito Regional 
✓ Direito Local 
✓ … 
Estes exemplos são direito porque são sistemas e normas de conduta social obrigatórias. Só 
não dispõem de coercibilidade. Se considerarem necessário recorrer à força para impor 
sanções têm de solicitar a um ou vários Estados. 
 
O Direito e a Justiça 
É comum dizer que a justiça é o principal fim do Direito. Ex. Discursos políticos, meios de 
comunicação, sermões de padres. 
Mas o que é que para nós significa dizer que o Direito visa ou procura a Justiça? 
➢ Atualmente, a Justiça é uma expressão do ideal de que “todos os seres humanos têm 
direito a ser tratados com igual consideração e respeito”. 
 
 
 
❖ Neste contexto, a Justiça determina que “se dê a cada um o que lhe pertence ou lhe é 
devido” - Aristóteles. Impõe também que is iguais sejam tratados da mesma maneira. 
Além disso, tem uma dimensão material, apelando para as ideias de solidariedade e 
justiça social. 
Conceito contemporâneo de Justiça: Não garantir apenas a igualdade perante a lei, mas 
também através da lei - Igualdade Real, Igualdade Material e Igualdade Social, art.9º- alínea D: 
”promover o bem-estar e a igualdade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, 
bem como a efetivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientalistas, mediante a 
Princípio da Divindade Humana 
 Princípios Gerais de Direito 
transformação e modernização das estruturas económicas e sociais. Alínea H: “Promover a 
igualdade entre Homens e Mulheres”. 
Obs: O Estado Português visa promover a justiça social. 
Pode-se afirmar que a justiça constitui um valor ou conjunto de valores que deve orientar a 
elaboração das leis e que permite a crítica do Direito. 
Nota: Os Direitos Humanos exigem “cofres cheios” 
Não confundir o conceito de Igualdade Social com o Igualitarismo. 
 
16.10.2019 
Sumário 
-O problema da Lei injusta 
-Princípios e normas jurídicas 
 
_______________________________________//_____________________________________ 
O problema da Lei injusta 
O que está em questão é saber se os cidadãos têm a obrigação de respeitar uma lei injusta. 
❖ Segundo o nosso Código Civil de 1996 a lei injusta é obrigatória para todos. 
“O dever de obediência à lei não pode ser afastado sob pretexto de ser injusto ou 
imoral o conteúdo do preceito legislativo. (art.8º, nº2 C.C)” 
Direito Civil= Direito privado comum. 
➢ O direito civil é um ramo do direito privado e no fundo é que regula o dia a dia das 
pessoas desde o nascimento até à morte. 
➢ Criado em 1966. Foi criado durante o Estado Novo. 
Atualmente, já não se pensa assim. Os cidadãos podem defender-se contra uma lei injusta 
recorrendo aos mecanismos previstos na Constituição para atacar as leis inconstitucionais. 
Mais: Em Portugal quando um tribunal se depara com uma lei injusta não pode aplicar essa lei 
porque é inconstitucional (art.º. 204º CRP). 
Qualquer tipo de tribunal quando está a julgar com um caso, se se deparar em uma norma 
injusta não a pode aplicar. 
Nota: O que está em causa no art.204 é chamada fiscalização concreta da constitucionalidade. 
 
 
 
 
Diz-se concreta porque esta 
fiscalização surge a propósito de 
um processo judicial concreto. 
 
Surgiu nos EUA no início do 
Séc.XIX, no Supremo Tribunal. 
 Princípios Gerais de Direito 
Direito Fundamental- Quando nos queremos referir aos direitos Humanos reconhecidos pela 
Constituição da República Portuguesa. Direitos da pessoa humanos conhecidos pela 
constituição ou então da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. Todos os 
cidadãos da EU partilham os direitos fundamentais. São direitos perante o Estado e a 
sociedade em geral. 
≠ 
Direitos Humanos- Referir os designados Direitos Humanos Internacionais: Declaração 
internacional dos Direitos humanos e os Pactos de Nova Iorque (2). São os direitos inerentes à 
dignidade de cada ser humano. Isso significa que os direitos humanos são direitos morais à 
espera de serem reconhecidos por uma ordem jurídica. 
≠ 
Carta Internacional dos Direitos Humanos- Expressão que usamos para um conjunto de 
documentos direcionados para os Direitos Humanos. Não é um documento, é constituída por 
vários instrumentos. Incluí os protocolos facultativos (tratados internacionais que vêm 
complementar os pactos e que só criam obrigações jurídicas para os Estados que os tenham 
ratificado) aos pactos Internacionais. É muito importante pois ela constitui o núcleo do direito 
internacional dos direitos humanos. 
 
 
 
Hoje em dia, a Declaração Universal dos Direitos Humanos faz parte dos princípios gerais do 
Direito Internacional. São, portanto, uma fonte do Direito Internacional. 
Porque não utilizamos direitos Humanos ao nível interno e a nível da UE- A expressão “direitos 
humanos” remete para uma ordem moral. 
O que acontece é que uma lei é injusta tanto quando viola alguma norma constitucional 
respeitante a algum direito fundamental, como quando viola o princípio do Estado do Direito 
consagrado no artigo 2º da CRP. 
Aqui, recorda-se que no Estado de Direito todos os poderes do Estado estão submetidos ao 
Direito e por sua vez a Justiça é o principal fim do Direito. 
✓ Quando estamos a analisar as disposições do código civil sobre os direitos da pessoa 
humano, a expressão que devemos utilizar é “Direitos de Personalidade” - Artº70 do 
CC. 
✓ Direito de personalidade- Ex. Direito à personalidade física (enquanto pessoa singular) 
-Os Estados são obrigados a cumprir os tratados internacionais que tenham ratificado. 
 
 
 
 
Não são iguais porque o conteúdo dos Direitos não é igual. 
Cada Estado tem os seus Direitos Fundamentais. 
 
É uma forma solene de declarar a 
vontade de se submeter às 
disposições consagradas num tratado 
internacional. 
 
 Princípios Gerais de Direito 
 
✓ Os Estados não têm direitos fundamentais, esses direitos são direitos do cidadão. 
 Ex. Direito tributário: direito de cobrar impostos- Direitos do Estado e não é um direito 
fundamental. 
Denúncia do tratado: Ato de um Estado desvincular um tratado internacional que ratificou. 
 
 
 
 
Responsabilidade Internacional- Quando um Estado não cumpre o tratado internacional. 
-Os EUA são o único Estado do mundo que ate hoje não ratificou a convenção sobre os 
direitos da criança. 
Estados de Direito ≠ Princípio democrático. 
Uma coisa é a submissão do Estado ao Direito. 
Forma de Governo ≠ Estado de Direito 
A CRP distingue claramente entre princípios e normas (v.art.204º CRP) 
Os princípios são fontes de direito. Isto é geram normas jurídicas; as regras jurídicas são 
produto dos princípios. 
Os princípios são fórmulas com um reduzido grau de determinabilidade, que precisam da 
mediação do legislador ou do juiz para serem aplicados; as normas são suscetíveis de aplicação 
imediata.✓ Uma pessoa singular é qualquer ser humano para o Direito e somos simultaneamente 
particulares, mas a expressão particular não inclui apenas pessoas singulares, mas 
também pessoas coletivas privadas. Ex. sociedades comerciais, fundações, 
associações… 
Fonte de direito- Em sentido técnico jurídico é o módulo de formação/revelação das 
normas/regras jurídicas. 
Os princípios dão origem a normas. Os princípios são indeterminados. 
Dignidade humana- Conceito indeterminado, ou seja, eu posso assumir vários sentidos, é por 
isso que, por exemplo, há quem invoque o princípio da dignidade humana para fundamentar o 
direito ao aborto e há quem invoque o princípio da dignidade humana para proibir o aborto. 
➢ Os princípios não são a única fonte de direito nem são a principal. A fonte de direito 
que encontramos em maior quantidade, em Portugal, é a Lei. Há princípios que não 
estão enunciados em lado nenhum, mas eles existem através do trabalho da chamada 
doutrina. Ex. Princípio da igualdade dos ministros). 
Doutrina- Estudo dos juristas. 
A denúncia é uma expressão que se utiliza para fazer cessar um contrato, por exemplo, 
um contrato de arrendamento com um prazo determinado (5 anos), o arrendatário pode 
querer acabar com o contrato antes do termo de prazo e pode faze-lo através da 
denúncia de contrato. 
 
 Princípios Gerais de Direito 
➢ As normas podem ser imediatamente aplicadas. Não é preciso haver a mediação do 
legislador nem será preciso a mediação do juiz. 
Quando os princípios expressos (na Constituição ou na Lei) são violados por uma norma de 
valor hierárquico inferior tornam essa norma inválida (a norma será inconstitucional ou ilegal) 
✓ Será inconstitucional quando viola um princípio expresso na Constituição e não produz 
efeitos jurídicos. 
✓ Será uma norma ilegal quando viola um princípio expresso numa Lei. A Ilegalidade 
verifica se quando um princípio viola uma norma de valor hierárquico superior (que 
não seja a Constituição). 
Exemplos de ilegalidade 
1- Se uma norma jurídica estipulada numa lei da Assembleia da República viola uma norma 
estipulada num tratado internacional, essa norma é ilegal. 
2- Numa norma estipulada num decreto regulamentado do governo violar uma norma vista 
numa norma da Assembleia da República, é uma norma ilegal. 
Os princípios também podem ser violados, e quando isto acontece, as normas que os violam 
são invalidas. 
“Invalidade” – É uma sanção que dentro da invalidade podemos distinguir de 2 formas. 
Os princípios também têm uma função interpretativa e de integração das lacunas da lei (os 
juízes podem recorrer aos princípios para integrar/resolver a lacuna), por exemplo, na 
ausência de uma lei reguladora do exercício de um determinado direito fundamental, o caso 
omisso será preenchido através do recurso aos princípios consagrados na Declaração Universal 
dos Direitos Humanos nos termos do art.6º, nº2 CRP. 
Exemplos de princípios do direito português: Princípio da dignidade humana, princípio da 
igualdade, princípio da separação de poderes… 
Realça-se que os princípios gerais de direito comuns às nações civilizadas que são fonte do 
direito internacional público, nos termos do Estatuto do Tribunal de Justiça também fazem 
parte do Direito Português (v.art.8º, nº1 CRP) 
Exemplos do direito comuns às nações civilizadas- Os pactos são para cumprir, proteção do 
ambiente. 
Os princípios têm uma característica essencial, que consiste na possibilidade de 
desdobramento em diversos corolários ou subprincípios. Que dele se extraem por dedução. 
Ex. Separação de poderes- Legalidade é um subprincípio. 
 
23.10.2019 
Sumário 
-Espécies de normas e de sanções 
____________________________________//________________________________ 
 Princípios Gerais de Direito 
Corresponde a um subtítulo do programa, também podemos dizer classificação de normas. 
Espécies de normas jurídicas 
Normas percetivas, proibitiva e permissiva. 
Nem todas as normas jurídicas são normas de conduta social, algumas normas são na 
realidade, normas sobre normas. O que elas são sempre, são critérios de decisão. 
✓ As normas percetivas ordenam algum comportamento (Ex. as normas que os obrigam 
a circular pela direita) 
✓ As normas proibitivas proíbem algum comportamento (Ex. as normas que proíbem o 
furto, homicídio…). São, portanto, restritivas ou imperativas. 
✓ As normas permissivas permitem ou autorizam certos comportamentos, concedendo 
poderes ou faculdades. (Ex. art.1055º e art.1698º do C.C.). São também conhecidas 
como normas concessivas. 
Normas nacionais, regionais e locais 
➢ As normas nacionais aplicam-se em todo o território do Estado. Ex. Assembleia da 
República. 
➢ As normas regionais aplicam-se numa determinada região autónoma. Ex. Atos de 
governos próprios das regiões autónomas, do decreto legislativo regionais e dos 
decretos regulamentares regionais. 
➢ As normas locais apenas se aplicam no território de uma autárquica local. Ex. Em 
Portugal existem 2 tipos de autárquicas locais: Municípios e Freguesias. Normas que 
constam do regulamento municipais e dos regulamentos das freguesias. As normas 
locais não têm poder legislativo, só têm poder administrativo. 
Normas gerais (ou de direto-regra) e normas excecionais 
❖ As normais gerais estabelecem o regime-regra para o setor de relações que regulam. 
❖ As normas excecionais limitam-se a uma parte restrita daquele setor de relações ou 
fatos, consagrando no referido setor um regime oposto ao regime-regra (Ex. arts. 219º 
e 1143º do C.C.). Em regra, não é preciso uma regra judicial quando se trata de 
celebrar um negócio jurídico, porque podem ser unilaterais ou bilaterais 
Negócios jurídicos- Define-se como qualquer estipulação de consequências jurídicas, realizada 
por sujeitos de direito no âmbito do exercício da autonomia da vontade. O seu fundamento é a 
manifestação de vontade das partes, isto é, dos sujeitos de uma relação jurídica. 
Negócios jurídicos unilaterais- Testamentos. 
Negócios jurídicos bilaterais- Contratos. 
Normas de direito comum e normas de direito especial 
As normais especiais consagram uma disciplina nova ou diferente para círculos, mas restritos 
de pessoas, coisas ou relações (Ex. O direito civil é um Direito Privado Comum, já o Direito 
Comercial é um Direito Especial). 
 
 Princípios Gerais de Direito 
 
 
 
 
 
Normas autónomas e não autónomas e disposições normativas incompletas 
❖ As normas não autónomas são aquelas que não têm um sentido completo (falta-lhes 
toda ou parte da previsão ou hipótese legal, toda ou parte da estatuição), só o 
obtendo por remissão para outras normas (Ex. as normas remissivas, normas de 
devolução e as que ampliam ou restringem o campo de aplicação de normas 
anteriores). 
❖ As disposições normativas incompletas não chegam a ser verdadeiras normas (Ex. as 
definições e classificações legais). Trata-se de disposições e se destinam a integrar as 
previsões de outras normas ou a definir os conceitos normativos nelas utilizados. Não 
chegam a ser normas. 
Normas de devolução- São as normas típicas do Direito Internacional Privado (Em rigor é 
direito interno). 
• A noção de coisa está expressa no Art.º202 
Normas injuntivas e normas supletivas (facultativas) 
✓ As normas injuntivas não podem ser afastadas pela vontade das partes. 
✓ As normas supletivas destinam-se a suprir a falta de manifestação da vontade das 
partes sobre determinados aspetos do negócio jurídico que carecem de 
regulamentação. Portanto, são as normas que podem ser afastadas pela vontade das 
partes (Ex. arts.772º e segs do C.C. e art.455º, nº2 do C.C). 
Espécies de Sanções 
As várias espécies de sanções distinguem-se pela sua finalidade. Existem os seguintes tipos de 
sanções: 
→ Compulsórias 
→ Reconstitutivas 
→ Compensatórias 
→ Preventivas 
→ Punitivas 
Sanções Compulsórias 
 A sua finalidade é levar o infrator da regra jurídica- a adotar, tardiamenteembora a conduta 
devida. Não deixa de haver infração, mas procura-se chegar ao resultado, que existiria caso a 
regra não tivesse sido violada. 
Ex. Art.250º do Código Penal (violação da obrigação de alimentos). 
 
Nota: 
Uma norma só é especial quando 
comparada com outra, por sua vez uma 
norma que é especial pode ser geral em 
relação a outra que é especial em relação a 
ela. 
 
 Princípios Gerais de Direito 
Sanções Reconstitutiva 
 Sempre que possível a ordem jurídica impõe o cumprimento da norma. Isto é possível sempre 
que a norma estabelece uma prestação fungível (aquela que pode ser realizada por qualquer 
pessoa sem prejuízo dos interesses do credor), Por exemplo, A deve 500€ a B. A não paga o 
que deve a B. B não perde o direito à prestação. Por isso B pode exigir ao tribunal que vá 
buscar 500€ ao património de A. O tribunal vai buscar 500€ ao património de A e estrega-os a 
B. Esta sanção chama-se execução especifica. 
Prestação: Objeto imediato de um direito de crédito (o objeto é prestação). 
 
 
• Reintegração por mero equivalente- Quando não é possível a execução especifica ou 
cumprimento coativo (porque A destruiu a coisa que devia entregar a B, ou porque a 
prestação a que deve fazer B constitui um fato infungível, isto é, um fato que não pode 
ser realizado por terceiro) recorre-se à reintegração por sucedâneo pecuniário (ou 
exceção não especifica). Ou seja, procura-se estabelecer o estado de coisas que se 
verificaria se não tivesse havido a violação da norma (art. 562º do C.C.) Nestes casos, o 
tribunal condena A ao pagamento de uma indeminização em dinheiro capaz de colocar 
B na situação patrimonial em que se atuaria caso se A tivesse cumprido a norma e, se 
necessário executa os bens do devedor para pagar esta indeminização pecuniária. 
(art.566º do C.C.) 
 
Sanções Compensatórias 
 Por vezes os danos causados pela violação da norma jurídica não têm natureza patrimonial 
(danos morais). O autor da violação fica então obrigado a compensar esses danos através de 
uma quantia pecuniária (art.496º do C.C). Por exemplo, se A mata B deve pagar uma 
indeminização ao cônjuge de B, pelo desgosto que lhe provocou. 
 
 
 
 
Responsabilidade Civil- O que está em causa é o pagamento de uma indeminização em 
dinheiro dos prejuízos causados a outrem. Pode ser feita através da reconstituição em espécie 
(in natura) mas aí é quando é possível entregar um bem igual ao bem que sofreu prejuízo. Em 
relação à responsabilidade civil relacionada com o meio ambiente já tem uma lei social. 
 
 
 
Tipo de direito subjetivo 
As sanções não se excluem entre si. 
A mesma situação pode levar à 
aplicação de várias sanções. 
 
 Princípios Gerais de Direito 
30.10.2019 
Sumário 
-A pessoa 
-Personalidade e capacidade 
-Pessoas singulares e pessoas coletivas 
-Direitos subjetivos 
__________________________________//________________________________ 
A pessoa como sujeitos de Direito 
✓ Os sujeitos são os entes suscetíveis de serem titulares de direitos e obrigações de 
serem titulares de relações jurídicas. 
a) Pessoas singulares (qualquer ser humano) 
b) Pessoas coletivas (de substrato pessoal ou substrato patrimonial) 
Nota 
➢ Relações jurídicas: Relações da vida social reguladas pelo direito. 
Definições 
Sujeito ativo: ser titular de um direito subjuntivo 
Sujeito passivo: este vinculado ou obstrito ao cumprimento de um dever jurídico ou obrigação. 
Objeto imediato: O consumo dos direitos subjuntivos- deveres jurídicos ou obrigações 
Objeto mediato: É aquilo sobre o qual incide pelo direito subjetivo. 
 
Fato jurídico- Aquilo que dá origem à própria relação jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
Garantia- A possibilidade de recurso a uma autoridade publica administrativa e/ou 
jurisdicional para realizar um direito subjuntivo. 
Pessoas singulares e pessoas coletivas 
✓ São pessoas singulares qualquer ser humano individualmente considerado. 
Acontecimento natural ou voluntário que propõe direitos jurídicos: 
✓ Nascimento 
✓ Morte 
✓ Catástrofes Naturais 
✓ Casamento 
✓ Homicídio 
✓ Furto 
✓ Violação 
 Princípios Gerais de Direito 
✓ São pessoas coletivas as organizações constituídas por agrupamentos de seres 
humanos (substrato pessoal) ou por uma massa de bens (substrato patrimonial) 
personificadas pelo Direito. Ex. Art.167º e 980º do C.C- Associações, sociedades, 
fundações. 
Nota: 
-As associações, sociedades e fundações reguladas pelo código civil, são pessoas coletivas 
privadas. 
- As pessoas coletivas públicas são reguladas pelo Direito Público. 
Pessoas coletivas públicas- Estado, Regiões Autónomas (Açores, Madeira), Municípios, 
freguesias, entidades publicas empresariais, associações públicas profissionais (ordem dos 
advogados e ordem dos médicos). Existem associações públicas e privadas. 
• As associações e as sociedades são de substrato pessoal. 
• Sociedades= Fins lucrativos- Exercem atividades económicas. 
• Associações= Não possuem fins lucrativos- Podem ou não exercer atividades 
económicas. 
-Fundações são pessoas coletivas constituídas por massas de bens (também existem fundações 
públicas). 
Pessoas coletivas públicas 
❖ São pessoas coletivas criadas por iniciativa pública. 
❖ Têm de perseguir interesses públicos (interesses coletivos/bem comum) 
 
 
 
 
 
 
❖ São dotadas de poderes de autoridade (jus imperi) como a expropriação, embarco e o 
licenciamento. 
Nota 
-Os particulares são pessoas singulares privadas. 
-Os agentes que exercem funções em pessoas coletivas públicas (funcionários públicos) podem 
exercer jus imperi segundo os limites da lei. 
-As pessoas privadas e coletivas podem fazer tudo aquilo que não é proibido pelo direito 
- As pessoas coletivas públicas e os seus agentes só podem fazer aquilo para o qual têm 
competência os termos previamente definidos pela lei (CRP, DIP, JUE) 
 
Satisfação de necessidades coletivas: 
▪ Saúde 
▪ Educação 
▪ Justiça 
▪ Habitação 
▪ Preservação Ambiental 
Princípio da habilitação Legal ou Procedência da Lei 
 Princípios Gerais de Direito 
 
Personalidade Jurídica 
A personalidade jurídica é a aptidão para ser sujeito de relações jurídicas. A personalidade 
exprime a qualidade do ente em causa. Todo o Direito é quem define quem possui 
personalidade jurídica. 
Todo o ser humano possui direito a personalidade jurídica, princípio da dignidade humana. 
A personalidade jurídica adquire-se no momento do nascimento completo e com vida (Art.66, 
nº1 do C.C) e cessa com a morte (Art.68, nº1 do C.C). 
A condição jurídica dos nascituros já concebidos e não concebidos- O Direito português 
protege esta condição através da vinculação de certos bens (Art.66º, nº2, art.952º e 2033º, 
nº1 do C.C). 
Capacidade jurídica 
A personalidade jurídica é inerente à capacidade jurídica ou capacidade de gozo de Direito. A 
pessoa é um ente com direitos e obrigações. A capacidade jurídica exprime a aptidão para ser 
titular de um círculo, com mais ou menos restrições, de relações jurídicas (Ar.160º do C.C) - 
Princípio da especialização. 
o A personalidade jurídica é uma qualidade, já a capacidade jurídica é uma medida. 
Capacidade jurídica e capacidade para o exercício de direitos 
Os conceitos acima têm significados diferentes. 
A expressão “capacidade de exercício de Direitos” deveria chamar-se “capacidade de agir”. 
❖ A capacidade de exercício de direitos é a aptidão para por atividade própria por ato 
próprio e exclusivo ou mediante um representante voluntário ou procurador) produzir 
efeitos jurídicos no conjunto de direitos e obrigações de que se é titular. 
Nota: 
-O procurador é um representante voluntário. 
❖ A capacidade de exercício de direitos é reconhecida aos indivíduos que atingem a 
maioridade (art. 130.º do C.C.). Verificar artigos 122º,123,124º e 125º do C.C. 
Desde agosto de 2018 a decisão aplicada a maiores de idade com capacidade para o exercício 
reduzidamudou para maiores acompanhados (art.130º do C.C): 
✓ Viciados (drogas, jogo…) 
✓ Consumidores compulsivos 
✓ Deficientes físicos (cegos, surdos, anomalias mentais leves) 
Incapacidade para o exercício de direitos 
A capacidade de exercício de direitos pode faltar no todo ou em parte a uma pessoa singular. 
Se faltar esta aptidão para atuar pessoal e autonomamente existe uma incapacidade de 
exercício de direitos- genérica ou específica, consoante se refira a atos jurídicos em geral ou a 
alguns em especial (v., p. ex., artigos 123.º , 140.º, n. 1 e 145.º, nº2, al. b) do C.C.). 
 Princípios Gerais de Direito 
As pessoas coletivas não têm limitações à capacidade de exercício. 
Nota: 
-As pessoas coletivas exercem a sua capacidade jurídica através dos seus órgãos. Ex: 
Assembleia Geral, Conselho administrativo e Conselho fiscal. 
 
Noção de Ato Jurídico 
O ato jurídico é um facto humano e voluntário que produz efeitos jurídicos. 
Exemplos de atos jurídicos: o testamento; o contrato; o homicídio (mas não propriamente a 
morte) que desencadeia consequências jurídicas que atendem à sua voluntariedade 
(responsabilidade civil e criminal, indignidade sucessória prevista no artigo 2034º, alínea a) do 
C.C.); a criação de uma obra artística… 
Nota: 
-Um ato jurídico é um tipo de fato jurídico, um fato jurídico tem uma noção mais ampla que o 
ato jurídico. 
Direitos subjetivos 
O direito subjetivo é o poder jurídico (reconhecido pela ordem jurídica a uma pessoa) de 
livremente exigir de outrem um comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) ou de 
por um ato de livre vontade ou integrado por uma decisão judicial produzir determinados 
efeitos jurídicos que inevitavelmente se impõem a outra pessoa (os designados direitos 
potestativos). 
➢ O sujeito do direito subjetivo é livre de o exercer ou não. 
Ex. Direitos potestativos: Divórcio, demissão por justa causa, cancelamento de contratos. 
 
Direitos Subjetivos e Deveres Jurídicos 
Aos direitos subjetivos contrapõem-se os deveres jurídicos da contraparte - dever de fazer algo 
ou de não fazer algo. 
São direitos subjetivos: 
Os direitos de crédito (aos que se contrapõe um dever jurídico de pessoa ou pessoas 
determinadas, sendo por isso direitos relativos); 
Os direitos reais e os direitos de personalidade (aos quais se contrapõe um dever geral de 
abstenção que impende sobre todas as outras pessoas, sendo por isso direitos absolutos), 
Os direitos de família, quando não forem poderes-deveres, etc. 
 
 
 
 Princípios Gerais de Direito 
06.11.2019 
Sumário 
-As coisas: noção e espécies 
-Negócio jurídico: noção e espécies 
- Liberdade negocial 
______________________________________//________________________________ 
Direito real- Direito sobre as coisas materiais. Art.1251º CC 
O principal direito real é o direito à propriedade 
Os Direitos Reais são tipificados, ou seja, são consagrados pela lei, não é possível haver o 
princípio da autonomia da vontade de criar direitos reais não estabelecidos pela lei. 
Característica do Direito Real: Direitos absolutos ou direitos com eficácia erga omnes. 
Impõem- se a todas as outras pessoas. Implicam um dever geral de abstenção, qualquer 
pessoa está obrigada a respeitar o direito. 
Ex. Direitos de personalidade são direitos absolutos, implicam um dever geral de abstenção. 
-Os direitos subjetivos se não são absolutos são relativos 
 
 
 
 
 
 
➢ Os direitos reais têm como objeto coisas. 
 
-Direitos subjetivos são direitos familiares, esses direitos são regulados nos livros IV do C.C, 
chama-se “Direito da Família”. (Alguns deles são subjetivos) 
Direitos sucessórios- Regulados no Livro I do C.C, direitos das sucessões. São os direitos que 
resultam da sucessão (Art.224º C.C-o chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade 
jurídica). 
As coisas 
 O artigo 202 do C.C estabelece equivalência entre o conceito de coisa e o de objeto de 
relações jurídicas. No entanto, esta equivalência não é completamente rigorosa. E porquê? 
Porque as coisas não esgotam o conceito de objeto de relação jurídica. Isto é, há entes que 
podem ser objeto de relações jurídicas que não são coisas em sentido Técnicojurídico. 
 
Direito que impõe a uma contraparte 
determinada, ou seja, a pessoa tem o 
poder de cumprir o direito e respeitar é 
uma pessoa determinada e não qualquer 
pessoa. Ex. Direitos de Crédito (Livro II do 
C.C) têm por objeto uma prestação. 
 Princípios Gerais de Direito 
Doutrina- conjunto de opiniões dos juristas. (saber) 
 
Fonte de Direito Mediata- A doutrina ajuda a revelar as regras jurídicas. 
 ≠ 
Fonte de Direito Imediato- É um modo de formação de regras jurídicas. 
 
Noção de objeto das relações jurídicas 
 O objeto da relação jurídica é o objeto do direito subjetivo que constitui o lado ativo da 
referida relação, ou seja, é o ente ou aquilo sobre que recaem os poderes do titular do Direito 
(Ex. uma coisa corpórea, uma obra literária ou artística, uma prestação de coisa certa e 
determinada, um bem da personalidade). 
 
Noção do direito subjetivo das relações jurídica 
O conceito de objeto das relações jurídicas é diferente do conceito de conteúdo do direito 
subjetivo. 
O conceito do direito subjetivo é o conjunto dos poderes ou faculdades que o direito subjetivo 
comporta. Por exemplo, o conteúdo do direito de propriedade são os poderes de usar, fruir e 
dispor da coisa que lhe pertence (Art.1305º do C.C). 
Nota: Objeto do direito à propriedade- “Só as coisas corpóreas, móveis ou imóveis, podem ser 
objeto do direito de propriedade regulado neste código” - Art.1302º do C.C. 
 
Noção jurídica de coisa 
As coisas são entes (ou bens) de caráter estático, carecidos de personalidade jurídica e não 
integrador do conteúdo necessário desta constituir objeto de relações jurídicas. 
Qual o sentido da característica “suscetível de constituir objeto de relações jurídicas” (Art.202º 
do C.C). 
Significa que os entes ou bens devem ter: 
➢ Existência autónoma 
➢ Possibilidade de apropriação exclusiva por alguém 
➢ Aptidão para satisfazer interesses ou necessidades humanas 
Espécies de Coisas 
 O C.C define várias categorias de coisas (art.203º C.C). Estas categorias têm interesse porque a 
Lei, por vezes, atribui regimes jurídicos específicos a certas categorias (art.202º nº2 coisas fora 
do comércio, que são coisas que não podem ser objeto de direito privado. Por exemplo, os 
bens do domínio público art.84º CRP e os vários diplomas setoriais sobre os diversos tipos de 
bens integrantes do domínio público). 
A Doutrina não é 
uma fonte de 
Direito Imediato. 
 Princípios Gerais de Direito 
 Os bens de domínio publico são afetados à satisfação de uma necessidade coletiva, não 
podem ser objeto de compra e venda ou de outro negócio jurídico-privado dispositivo, não 
podem ser adquiridos por usucapião e não podem ser penhorados para a satisfação de dívida 
em fase de execução judicial. 
-O C.C também define o conceito de frutos (art.212º) e o conceito de benfeitorias (art.216º). 
❖ A noção de frutos é relevante porque, por exemplo, no regime da posse os frutos da 
coisa cabem ao possuidor de boa fé, mas não ao possuidor de má-fé. (art. 1251º, 
1260º, 1270º e 1271º). 
❖ A noção de benfeitorias também é importante em virtude, por exemplo, da sua 
aplicação no regime da posse (art.1273º a 1275º) e do arrendamento (art.1074º, nº5). 
 
13.11.2019 
Sumário 
-Nulidade, anulabilidade e ineficácia 
_____________________________________//________________________________ 
Aproximação ao tema 
Normalmente os atos ilícitos são ineficazes. 
Se definirmos como sanção não só o mal ou prejuízo infligido ao autor do ato ilícito, mas 
também a frustração dos desígnios daquele que pretende obter certo resultado jurídico 
omitindo os pressupostos que para tal lei exige, ou não satisfazendo os requisitos impostos 
pela lei, temos que incluir entre assanções jurídicas a ineficácia e a invalidade dos atos 
jurídicos. 
➢ Nos casos acima referidos, a sanção traduz-se na recusa (total ou parcial) da eficácia 
jurídica dos atos praticados com inobservância das ditas normas. 
Noção de ineficácia e de invalidade dos atos jurídicos 
• A ineficácia em sentido amplo consiste na não produção dos efeitos a que o ato se 
dirige. 
• No âmbito do conceito de ineficácia em sentido amplo temos de distinguir 3 situações: 
 
 
 
 
➢ Inexistência jurídica: para o Direito não há nada. 
➢ Invalidade: Quando a lei considera o próprio ato, que deveria ser fonte dos efeitos 
jurídicos sem valor. Por sua vez, a invalidade distingue-se consoante a gravidade do 
vicio em nulidade e anualidade. O ato anulável produz efeitos como se fosse válido, 
mas pode ser destruído, ao passo que o ato nulo é ineficaz desde o início. 
✓ Inexistência jurídica 
✓ Invalidade 
✓ Ineficácia em sentido restrito 
 Princípios Gerais de Direito 
Anulabilidade ≠ Nulidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legitimidade- Aqui não falamos de capacidade jurídica. 
-Não é qualquer pessoa que tem a capacidade de legitimar e a anualidade não é arguida a 
qualquer momento. 
Nota: 
- “Oficiosamente pelo tribunal"- sem solicitação nesse sentido. Quando o tribunal toma 
iniciativa de fazer algo sem que ninguém lhe peça. Em regra, os tribunais só podem agir 
quando são solicitados para tal. 
 
➢ Ineficácia em sentido restrito: Apesar de um ato ser válido pode ser ineficaz. Isto é, a 
lei impede que ele produza todas ou parte das consequências que se destinava a 
produzir. Ex. Lei da AR que não é publicada do Diário da República (art.119º, nº1, al.c e 
nº2 da C.R.P.). 
 
Em Portugal só há 3 tipos de atos legislativos: 
• Leis 
• Decretos de Lei 
• Decretos legislativos regionais 
Uma lei inconstitucional, os tribunais em geral (art.204º da C.R.P) não a podem aplicar em 
nenhum processo judicial, as normas inconstitucionais são nulas. 
 
O ato é anulável, os 
tribunais podem 
anular o ato. 
O ato é invalido 
desde o início. 
 
Ex. Celebração de um contrato de compra 
e venda de um imóvel do domínio público. 
 
Ex. Celebração de um 
contrato de compra e venda 
de um imóvel do domínio 
público. 
 
Art.294º do C.C 
Art.125º do C.C 
Uma pessoa legitima e é feita 
durante um prazo determinado 
para realizar o seu pedido. 
Pode ser invocável a qualquer 
parte interessada sem um 
prazo específico ou até mesmo 
ser declarada pelo tribunal 
sem qualquer tipo de 
solicitação, por iniciativa 
própria. 
 
 Princípios Gerais de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
Outros exemplos de nulidade anulabilidade dos atos jurídicos 
A nulidade decorre normalmente de: 
➢ Vícios de forma (art.220 do C.C). 
➢ Vícios de objeto (art.280 do C.C). 
➢ Falta de vontade (art.240º, 244º, 245º e 246º do C.C). 
➢ Contrários a disposição legal de carácter imperativo (art.294º do C.C). 
A anulabilidade decorre normalmente de: 
➢ Incapacidade de exercício do autor do ato (art.125º do C.C). 
➢ Vícios de vontade (erro, dolo, coação moral, incapacidade acidental) (art. 250º, 251º, 
252º, 253º, 254º, 255º, 256º e 257º do C.C). 
20.11.2019 
Sumário 
- Estatuto dos animais 
-Autotutela de direitos 
 
________________________________//_________________________ 
Estatuto dos animais 
O estatuto jurídico dos animais foi alterado em 2017. A nova legislação veio assumir 
finalmente que os animais não são coisas. 
O estatuto dos animais é regulado pelo C.C (art.201º B e C, 493º, nº1, 1318º a 1325º), por 
legislação especial e subsidiariamente pelas disposições relativas às coisas que não sejam 
incompatíveis com a natureza. 
Regime jurídico subsidiário- É quando uma norma jurídica não trata de determinada matéria, 
porém, na falta de uma norma especifica para essa, é aplicada subsidiariamente. Ex. Direito 
das obrigações (relações de trabalho). 
➢ Os animais podem ser objeto de direito de prioridade (art.1302º, nº2 do C.C), pode-se 
adquirir a propriedade de um animal por contrato, ou por ocupação no caso de 
Inconstitucionalidade Ilegalidade 
Quando viola uma 
norma/princípio da 
Constituição 
 
Quando uma norma 
jurídica viola outra 
norma jurídica 
hierarquicamente 
superior que não seja 
a Constituição. 
É preciso saber a diferença entre os 2 conceitos. 
 Princípios Gerais de Direito 
animais que nunca tiveram dano, ou forma abandonados, ou perdidos pelos seus 
donos (art.1317º e 1318º do C.C). 
Exemplos de leis especiais: 
-DL nº 260/2012, de 12 dezembro para aplicação da Convenção Europeia de Animais de 
Companhia, Lei nº 20/2019, de 22 fevereiro- Reforça a proteção dos animais utilizados em 
circos 
Responsabilidade civil extracontratual 
✓ Responsabilidade por fato ilícito (responsabilidade subjetiva) 
✓ Responsabilidade pelo risco (responsabilidade objetiva) 
Nota: 
- Responsabilidade civil contratual- É regulada pelo Direito das obrigações e vem pelo não 
cumprimento de uma obrigação estabelecida em contrato. 
Alguns exemplos de disposições relativas às coisas aplicáveis aos animais (art.212º, nº3, 920º, 
1046º, nº2, 1462º do C.C). 
Nota: 
-Os costumes são uma fonte do Direito Português. 
- Os usos só são fonte do Direito Português quando a lei assim determinar (art. 3º do C.C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A questão principal aqui é o ânimo, a vontade: se me sinto obrigado a 
obedecer, então trata-se de um costume. Se não, é apenas uso. 
 
Costumes Usos 
Prática determinada com a convicção de 
obrigatoriedade. Ex. Se alguém visita minha 
casa, sinto-me compelido a oferecer um 
cafezinho e um copo com água à pessoa. Se 
não, sinto não só que estarei sendo descortês, 
mas também que estarei deixando de cumprir 
um ritual tido como socialmente obrigatório. 
Já a visita poderá optar por tomar ou o café ou 
a água 1º, ou seja, ela fará o uso que desejar 
das duas bebidas, sem que esteja 
descumprindo nenhuma norma social. 
 
Prática reintegrada. Ex. Uso do 
perfume: colocamos onde bem 
quisermos; se optarmos por borrifá-
lo no queixo em vez do pescoço, 
não sofreremos sanção alguma por 
isso. Trata-se, portanto, de uma 
questão de uso: não nos sentimos 
obrigados a fazê-lo; não sentimos a 
obrigação moral de obedecê-lo e 
não o fazê-lo não fere a nossa 
consciência. 
 
 Princípios Gerais de Direito 
Normas corporativas- criadas por entidades intraestaduais. São normas corporativas as regras 
ditadas pelos organismos representativos das diferentes categorias morais, culturais, 
económicas ou profissionais, no domínio das suas atribuições, bem como os respetivos 
estatutos e regulamentos internos. 
Tutela de direito- O que está em causa é a possibilidade de reivindicar a realização de um 
direito subjetivo. 
- Os tribunais são os órgãos de soberania que exercem a função judicial. 
Em princípio é proibida o chamado direito privado (fazer justiça pelas próprias mãos) 
 
 
 
 
 
 
Autotutela de direitos- Exceções 
✓ Estado de necessidade (art. 339º C.C) 
✓ Legítima defesa (art. 337º C.C) 
✓ Direito de resistência (art.21º CRP) 
Equitativo- Equidade em direito significa a justiça de caso concreto atendendo às suas 
particularidades. Indeminização justa atendendo as particularidades daquele caso concreto. 
27.11.2019 
Sumário 
-Fontes de Direito 
_________________________________//__________________________________ 
Análise do Artº335º C.C 
Legitima defesa: pressupostos: 
1- Terá de haver agressão atual ou iminente; 
2- A agressão ao afastar terá de ser contrária à lei (ilícita); 
3- A agressão terá de ser dirigida à pessoa ou ao património da mesma, ou a um terceiro 
ou ao seu património; 
4- Não ser possível recorrer às forças de segurança ou tribunais para afastar a agressão; 
5- A proporcionalidade ou racionalidade dos meios de defesa. 
Artº1º, código de processo penal- proibição de autodefesa. 
A ninguém é ilícito o recurso à forçacom o fim de realizar ou assegurar o próprio direito, salvo 
nos casos e dentro dos limites declarados na lei. 
Porquê? 
Por um lado, ninguém é imparcial, 
as pessoas tendem sempre a ver a 
sua perspetiva, por outro esta 
intimamente relacionado com o 
monopólio do recurso à força por 
parte do Estado Moderno. 
 
Autotutela de Direitos 
 Princípios Gerais de Direito 
Fontes de Direito 
As fontes do Direito em sentido Técnicojurídico são os modos de formação ou de revelação de 
normas jurídicas. 
➢ Modo de formação das normas jurídicas- Tem haver com o facto de que derivam as 
regras (Ex. O ato legislativo). Também tem em conta aspetos da criação da norma (Ex. 
O processo legislativo). 
➢ Modo de revelação das normas jurídicas- É o modo como o Direito aparece (Ex. O 
texto da lei ou a conduta no costume). É a interpretação que permite extrair a regra 
jurídica da fonte do direito. 
Direito ≠ Lei ≠ Regra Jurídica ≠ Norma 
Fontes do direito imediatas e mediatas 
Segundo o legislador são fontes do direito imediatas leis e normas corporativas (nº1 do artº1 
do C.C). Quanto às fontes mediatas serias os usos (Artº3 do C.C) 
✓ As fontes imediatas impõem-se a si próprias; 
✓ As fontes mediatas são aquelas cuja a força vinculativa resulte da lei que para elas 
remete. 
O código civil emite o costume do elenco das fontes do direito imediata. Porem o referido 
código acaba por considerar o costume como fonte do direito ao admitir que as partes num 
processo judicial o podem invocar e que o tribunal o deverá aplicar não apenas quando alguma 
parte o invoque como quando o tribunal o conheça e consiga determinar o seu conteúdo 
(artº38º do C.C) 
Independentemente do anteriormente dito, deve entender-se que o problema das fontes do 
direito transcenda a vontade do legislador e, portanto, não reconhecimento pelo legislador 
dos costumes como fonte do direito não tem caracter decisivo. 
Além disso, uma coisa é os costumes serem modos de revelação de regras jurídicas, outra 
coisa é o Estado recusar a sua aplicação coativa. Com efeito, o Estado pode proibir a aplicação 
de certos costumes ou legislar contra eles (p. ex., um costume que crie um tipo de crime por 
violação do nº1 do art. 29.º CRP). 
Nota: 
- O direito geral tem como fonte o direito internacional Geral (ou comum). 
Elenco tradicional das fontes do direito 
-Lei 
-Costume 
-Doutrina 
-Jurisprudência 
 
 
 Princípios Gerais de Direito 
Tipos de costumes 
• Internacionais (art.8º, nº1 e 29º, nº2 da CRP) 
• Nacionais 
• Regionais e Locais 
• Institucionais (Costumes constitucionais, costumes administrativos, costumes 
universitários…) 
• Costumes jurisprudencial (quando há uma repetição de decisões judiciais num certo 
sentido e a convicção da sua obrigatoriedade tanto ao nível dos juízes como dos 
interessados) . 
Doutrina 
É o conjunto de noções, teorias e opiniões sobre a forma de resolver casos concretos da vida 
real formuladas por escrito pelos especialistas em matéria de Ciência do Direito (professores 
de Direito, investigadores de Direito e jurisconsultos). 
A Doutrina é utilizada pelos práticos do Direito (os técnicos da Administração Pública, os 
juízes, os magistrados do Ministério Público, os advogados, os notários, os conservadores dos 
registos, consultores jurídicos de empresas. 
 
04.12.2019 
Sumário 
- Jurisprudência 
_________________________________//__________________________________ 
 
Jurisprudência 
A jurisprudência é o conjunto das decisões dos tribunais (jurisprudência do tribunal 
constitucional). 
Em Portugal a decisão judicial de um caso concreto não constitui precedente obrigatório para 
o julgamento de casos idênticos no futuro que surjam perante o mesmo tribunal, quer perante 
tribunais inferiores, cada juiz está colocado numa posição de independência perante os outros 
(art.203º CRP). 
Em Portugal a jurisprudência enquanto conjunto de decisões dos tribunais não é, portanto, 
uma fonte do direito. 
No entanto, a jurisprudência é fonte do direito nos casos em que os tribunais adotem decisões 
dotadas de força obrigatória geral (Tem de ser respeitadas por todas as 
autoridades/entidades publicas ou privadas). Isto é decisões que comportem normas gerais, 
abstratas e obrigatórias. (Art.281º, nº1 e 3 119º, nº1 da CRP). 204º CRP, ao nível da fiscalização 
concreta. 
 
 
 Princípios Gerais de Direito 
Lei 
Noção de lei: Lei é um texto imposto através das formas do ato normativo que contiver regras 
jurídicas. Tem vários sentidos. 
✓ Lei em sentido formal ou “lei formal” (ou solene) é aquela que se reveste das formas 
destinadas ao exercício da função legislativa (leis de revisão constitucional, leis da AR, 
decretos-lei do Governo e decretos-legislativos regionais). 
✓ Lei em sentido material ou “lei material” corresponde à definição de lei como fonte de 
direito. 
Pode uma lei formal não ser uma lei em sentido material (Ex. uma lei que nacionalize uma 
empresa). 
Pode uma lei em sentido material não ser uma lei em sentido formal (Ex. uma portaria que 
aprova um regulamento de exames). Neste caso falamos de leis comuns. 
Nota: 
-Competente em direito- “Ter poder para” 
 
 
 
 
 
 
➢ Art. 112 nº1 da CRP- 3 tipos de atos legislativos previstos na Constituição. 
a) Leis 
b) Os decretos de lei 
c) Os decretos legislativos regionais 
Quando se fala em Lei material o que temos de referir é a lei como fonte do direito. A lei em 
sentido material contém regras jurídicas (se não tiver pelo menos 1 normas nunca poderá 
será ser classificado como lei em sentido material). As leis em sentido formal também são leis 
em sentido material (normalmente). Em regra, as leis solenes são fonte do direito. 
Pode acontecer uma lei em sentido formal não ser uma lei em sentido material. 
Quando uma lei da AR não contém pelo menos 1 regra jurídica chama-se lei-medida. (Ex. Lei 
que nacionalize uma empresa). 
As leis em sentido material não são leis em sentido formal são leis comuns. 
Nota: 
-Portaria: Ato normativo criado por um ou mais ministros em nome do governo. 
 
 
Lei = Direito (sentido mais amplo) 
Lei como fonte de direito 
Lei como ato legislativo 
Lei da assembleia da república (mais restrito) 
Lei entendida como 
Órgão de soberania, em Portugal tem 
competência política, legislativa e 
administrativa. Quando tem competência 
legislativa adota decreto-lei. 
 
 
O governo é o principal órgão da 
administração publica portuguesa. 
 
 Princípios Gerais de Direito 
Os ministros são órgãos da administração publica. 
 
Leis centrais e leis regionais. 
As regiões autónomas dos Açores e da Madeira têm poder legislativo próprio (Art.227º, nº1 a) 
e b) da CRP). 
Leis comuns- Ex. regulamentos autárquicos (ver regime jurídico das autarquias locais). 
Noção de regulamento administrativo: ato normativo criado no exercício de poderes jurídico-
administrativos. 
• Serão leis centrais se também se aplicarem aos Açores e Madeira (236º CRP). 
 
Leis Centrais 
 
 
 
Leis Regionais 
 
 
 
As regiões autónomas têm poder para criar leis (leis regionais). Art.225º CRP. 
As autarquias locais não têm poder legislativo, ou seja, os municípios e freguesias não podem 
criar leis em sentido formal, só podem criar as leis comuns que são vulgarmente conhecidas 
como regulamentos administrativos. 
 
Pessoas coletivas territoriais 
o Estado 
o Regiões Autónomas 
o Autarquias Locais 
Nota: 
-Não confundir os órgãos do Estado com os órgãos das regiões autónomas e autarquias locais. 
228º Da CRP 
O Estatuto político administrativo das regiões autónomas em Portugal são leis com valor 
reforçado, ou seja, uma lei com valor hierárquico superior às outras (entendia como sentido de 
ato legislativo) 
 
Aplicam-se em 
todo o território 
nacional. 
Aplicam-se apenas nas 
regiões autónomas. 
 Princípios Gerais de Direito 
Nota: 
-Leis ordinárias: É uma lei que não é uma lei reforçada.A maior parte das leis e dos decretos-
lei são leis ordinárias. 
Como sabemos se uma lei é uma lei reforçada? 
Resposta: Temos de recorrer ao nº3 do art.112º da CRP em 1º lugar. 
Nota: 
-Uma lei ordinária não pode contrariar uma lei reforçada, caso o fizer sofre de um vício de 
ilegalidade. 
-Se um diploma regional (lei regional) contrariar o estatuto da respetiva região autónoma sofre 
de um vicio de ilegalidade. 
A nossa Constituição reserva certas matérias para a competência legislativa dos órgãos de 
soberania em rigor reserva essas competências para a AR. 
“Reserva de Lei” - É o conjunto de matérias que estão reservadas à Assembleia da República. 
A reserva de lei distingue-se em reserva absoluta e reserva relativa. Art 164º e 165º da CRP. 
Não confundir regulamentos administrativos com regulamento da União Europeia. 
Atos legislativos ≠ Regulamento administrativo 
 
 
 
 
O conselho europeu é uma instituição da União Europeia, o conselho da UE é outra instituição 
da União Europeia e o Parlamento Europeu é outra instituição da União da Europa. 
Conselho da UE ≠ Conselho Europeu ≠ Conselho da Europa 
O conselho europeu é o principal órgão, a principal instituição política, é o órgão político por 
excelência da União Europeia. Estão lá representados os chefes de estado e/ou chefes de 
governo. 
O conselho da União Europeia tem poderes legislativo tal como o parlamento europeu e em 
conjunto criam os regulamentos da União Europeia. 
Nota: 
- Não confundir iniciativa legislativa com competência legislativa. Iniciativa é a penas um poder 
para dar início a um processo legislativo. 
Pergunta: Quem tem competência legislativa em Portugal? 
Resposta: AR, governo e Assembleias Legislativas regionais dos Açores e da Madeira. 
227º 3º as RAM podem desenvolver para o âmbito regional uma lei de base da saúde por ex. 
poder regulamentar (criar regulamentos administrativos). 
Criado no exercício do poder 
jurídico administrativo São criados no exercício 
do poder legislativo 
 
 Princípios Gerais de Direito 
Pergunta: Como chamam-se os regulamentos regionais? 
Resposta: Decretos regulamentares regionais 
Pergunta: Um decreto regulamentar regional é uma lei? 
Resposta: A resposta pode ser diferente tendo em conta o sentido da palavra lei. 
 
11.12.2019 
Sumário 
- Regulamentos 
_____________________________________-//____________________________ 
Atos legislativos- Leis comuns e como tal distinguem das leis em sentido formal. 
São adotadas no exercício da função legislativa em Portugal temos 3 tipos atos legislativos 
(112º CRP). 
Às leis formais compete a inovação, em princípio só as leis solenes é que podem inovar (criar 
algo novo). Os regulamentos são fundamentalmente regulamentos de execução. 
Existem em Portugal vários tipos de regulamentos administrativos e em maioria são de 
execução, ou seja, dá execução a uma lei, vêm detalhar o que está na lei. Contudo nem sempre 
nem sempre é assim (Art.112º, nº7 da CRP). Só é possível, em Portugal, criar regulamentos 
independentes se existir uma lei previa habilitante. 
Nº6 o governo tem competência para criar ri 
Quando o governo adota ri esse regulamento tem necessariamente de revestir a forma de 
decreto regulamentar (tipo de regulamento governamental entre outros). 
Noção de regulamento administrativo- ato normativo criado no exercício de poderes jurídico-
administrativos. 
Espécies de regulamentos administrativos: 
❖ Regulamentos governamentais (decretos-regulamentares, resoluções do Conselho de 
Ministros com conteúdo normativo, portarias e despachos normativos); 
❖ Regulamentos regionais; 
❖ Regulamentos Municipais; 
❖ Regulamentos das freguesias; 
❖ Regulamentos das demais entidades dotadas de autonomia regulamentar (Ex. 
Institutos Públicos). 
Nota: 
Regulamento administrativo e ato administrativo são ambos manifestações da atividade 
administrativa, mas há uma grande diferença: o regulamento administrativo é um ato 
normativo (contem regras jurídicas gerais e abstratas) o ato administrativo contém uma 
decisão sobre uma situação individual e concreta (ex. expropriação de um terreno para a 
construção de uma autoestrada, o embargo de uma obra…). 
 Princípios Gerais de Direito 
Conceito de regulamento administrativo- 135º do Código do procedimento administrativo. 
O governo é o principal órgão da administração pública em Portugal. 
Dentro dos regulamentos governamentais há vários tipos, ou seja, podem revestir formas 
diferentes: decretos regionais, resoluções do conselho de ministros com conteúdo normativo, 
portarias (são da autoria de um ou mais ministros em nome do governo), despachos 
normativos (adotados por um ministro em nome de um ministério que são serviços 
administrativos do governo). 
Art.199º da CRP 183 184 
Regulamentos regionais 
-Decreto legislativo regional alínea d) 227 da CRP 
Noção de regulamento administrativo: ato normativo criado no exercício de poderes jurídico-
administrativos. 
Regulamentos de execução e regulamentos independentes (v. art. 112.º, nº 7 e art. 199, º, c) 
e g) da CRP). 
Espécies de regulamentos administrativos 
• Regulamentos governamentais (decretos-regulamentares, resoluções do Conselho de 
Ministros com conteúdo normativo, portarias e despachos normativos) 
• Regulamentos regionais (v. art. 227.º, nº1, al. d) e art. 232.º, nº1 da CRP) 
• Regulamentos municipais (art. 241.º CRP e regime jurídico das autarquias locais) 
• Regulamentos das freguesias (Idem) 
• Regulamentos das demais entidades dotadas de autonomia regulamentar (p. ex. dos 
Institutos Públicos) 
Nota: 
-Regulamentos: Depende da sua publicação no Diário da República e, nalguns casos a 
publicação pode ser feita na publicação oficial da entidade pública, e na Internet no sítio 
institucional da entidade em causa. (Idem e 139.º do CPA). 
 
 
Desvalores do ato legislativo 
✓ Inexistência (v. art. 137.º e art. 140.º da CRP) 
✓ Invalidade: a lei é inválida sempre que for desrespeitada uma regra sobre a produção 
jurídica (p. ex. uma lei inconstitucional é nula) 
✓ Ineficácia devido à falta de publicação (v. art. 119., º nº 2 da CRP) 
Cessação da vigência das leis 
• Costume contrário à lei 
• Caducidade 
 Princípios Gerais de Direito 
• Revogação (a data relevante é a da publicação) 
Não repristinação (v. art. 7.º, nº 4 C.C.) 
Tipos de revogação: 
o Expressa ou tácita 
o Total (ab-rogação) ou parcial (derrogação) 
o Global 
Hierarquia das leis 
• Constituição 
• Leis de valor reforçado (art. 112.º, nº 3 da CRP) 
• Leis e decretos-leis (art. 112.º, nº 2 CRP) 
• Decretos-legislativos regionais (art. 112.º, nº4 CRP) 
• Regulamentos administrativos e dentro destes temos a seguinte hierarquia, salvo se os 
regulamentos não governamentais configurarem normas especiais (art. 138.º, nº 1 do 
CPA) 
• Regulamentos governamentais segundo a seguinte ordem hierárquica: decretos-
regulamentares, Resoluções do Conselho de Ministros, portarias e despachos 
normativos 
• Regulamentos regionais 
• Regulamentos dos municípios 
• Regulamentos das freguesias 
Quanto aos regulamentos de outras entidades dotadas de autonomia regulamentar também 
estão numa posição hierárquica à dos regulamentos governamentais. Por sua vez, em caso de 
conflito entre um regulamento de uma entidade com autonomia regulamentar e um 
regulamento regional ou local a situação terá que ser analisada caso a caso. 
18.12.19 
Sumário 
-Interpretação da Lei 
___________________________________//______________________________ 
A interpretação e a integração das lacunas 
Noção de interpretação- A atividade que nos permite, a partir da fonte, chegar ai sentido da 
regra nela contida. Entender o verdadeiro sentido e alcance das normas jurídicas. 
O ponto de partida da interpretação da lei é sempre a letra da lei. 
Regras legais sobre a interpretação (art.9º C.C). 
 
 Princípios Gerais de Direito 
Elementos lógicos da interpretação (art.9º, nº1C.C) 
➢ Sistemático 
➢ Histórico (precedentes normativos, ou seja, leis anteriores; trabalhos preparatórios e o 
ocassio legis, é o circunstancialismo social que motivou a aparecimento daquela lei) 
➢ Teleológico (o para quê de uma lei). Apreender a finalidade de uma lei. 
Mas também o preâmbulo da lei, os títulos das seções dos diplomas, as epígrafes dos artigos. 
Nota: 
-Preâmbulo: É um texto que aparece no início de uma lei antes dos artigos, explica o 
circunstancialismo social… Os preâmbulos da lei não são vinculativos, ou seja, não contém 
normas jurídicas. Todas as leis têm preâmbulo, mas nenhum preâmbulo contém normas 
jurídicas. O preâmbulo serve para ajudar. 
-As epigrafes explicam qual é o objeto das disposições. 
Interpretação doutrinal e interpretação autêntica 
Interpretação doutrinal- Não tem qualquer consequência sobre a fonte em causa (art.6º e 
art.8º, nº3 do C.C). 
Interpretação autêntica- É a que é realizada por uma fonte que não é hierarquicamente 
inferior à das fontes interpretada (art.13º, nº1 do C.C). 
Noção de integração de lacunas 
Na integração a regra não está expressa nem implícita nas fontes. 
Lacuna: Situação que deve de ser juridicamente regulada, mas não o é. A lacuna pode ser de 
previsão ou de estatuição. Ex. se houver uma contradição entre soluções legais dadas a 
determinado caso podemos ter uma lacuna de estatuição (interpretação ab-rogante). O 
mesmo acontece se a lei impõe um fim, e falta o processo ou o órgão indispensável para a 
obtenção desse fim. 
Processos de integração das lacunas da lei (art.10º C.C) 
Análogo ≠ Igual 
 
 
Exemplo de recurso à analogia 
Uma regra que regula as sociedades por quotas pode ser aplicável às sociedades anonimas, 
havendo a mesma razão de decidir. A analogia pressupõe que as semelhanças são mais 
relevantes do que as diferenças. 
Proibições da analogia 
❖ Regras penais que definem crimes e estabelecem as penas e respetivos efeitos (art.29º 
CRP). 
❖ Regras excecionais (art.11º C.C). 
 
É semelhante 
 Princípios Gerais de Direito 
Relação entre a lei e o direito internacional e o da EU, Hierarquia das fontes do direito nos 
manuais 
Direito internacional (art.8º CRP) e está acima da própria constituição portuguesa. Os tratados 
internacionais estão acima das leis 
Nota 
Uma coisa é a hierarquia das leis outra é a hierarquia das fontes do direito. 
A lei e o costume estão ao mesmo nível.

Continue navegando