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Rita Juelg- 2022.2 Distopias Genitais PROLAPSO (prolapsus, latim = escorregar) queda, deslize ou deslocamento para baixo de uma peça ou órgão deslocamento permanente de qualquer segmento do aparelho genital de sua posição anatômica ou topografia normal protrusão de órgãos pélvicos e segmentos vaginais para dentro da vagina ou através dela descenso da parede vaginal anterior (cistocele) e/ou posterior (retocele), ou de ápice da vagina (utero ou cupula vacinal de pacientes histerectomizadas) Sociedade internacional Incontinência e Sociedade Internacional de Uroginecologia. Quando tem prolapso tem protrusão de um órgão. Fáscia endopélvica: · Apresenta condensações ao longo dos órgãos pélvicos. · Aparelho de suspensão. · Ligamento uterossacro: fixa a porção posterior da cérvix ao sacro. · Ligamento cardinal: ligamento de mackenrodt fixa a porção lateral da cérvix à parede pélvica. · Paracolpo: fixa a porção súpero lateral da vagina a parede pélvica. · Sintomas podem ocorrer em qualquer idade. · Padronização dos métodos diagnósticos→ prevalência dessa condição varia muito. · Colpo: vagina. · Septo retovaginal: localizado entre a parede vaginal posterior e o reto, do ligamento uterossacro ao corpo perineal (CP). · Fáscia vesicovaginal: estende-se da face anterior do colo uterino, onde se fixa através dos pilares vesicais, até o nível da uretra média, entre a parede vaginal anterior e a bexiga. A fáscia vesicovaginal se encontra atada lateralmente ao arco tendíneo, que é um espessamento da fáscia interna do ramo iliococcígeo do músculo elevador do anus. · Anel pericervical: condensação da fáscia endopélvica ao redor do colo uterino, formado pela confluência das estruturas acima citadas: ligamento uterossacro, septo refovagina, ligamento cardinal e fáscia vesicovaginal. · Aparelho de sustentação. · Músculo elevador do ânus. · Ramo iliococcígeo: vai do arco tendíneo bilateralmente ao meio do pelve, onde se funde com o ramo contralateral, formando a placa dos elevadores que se insere no cóccix. · Ramo puborretal: origina-se no púbis e faz uma alça abado do reto. · Ramo pubovisceral ou pubococcígeo: subdividido em três ramos, com origem no púbis e se inserindo na estrutura que dá o nome desses ramos: · Ramo pubovaginal: insere-se na parede superior e lateral da · vagina, ao nível da uretra média. · Ramo puboperineal: insere-se no CP, contribuindo na sua · Formação com fibras musculares. · Ramo puboanal: insere-se bilateralmente na parede lateral do anus entre o esfincter anal externo e interno. Fatores de risco: Fatores nutricionais (desnutrição). Envelhecimento: mais frequente acima dos 60 anos. Obstétricos: paridade, parto vaginal, fórceps, macrossomia fetal, 2° estágio prolongado. Menopausa. Raça: mulheres brancas e latinas. Doenças colágeno/elastina. Aumento da pressão abdominal: obesidade, tosse crônica, ocupacional (profissões que fazem força, estoquista, estivador, cuidadora, babá), constipação crônica, bulímica (faz força pra vomitar). Cirurgia prévia para correção de prolapso. Estilo de vida: esportes de alto impacto. Quadro Clínico: Sensação de peso ou bola na vagina. Urinários: incontinência ou retenção (prolapso avançado), polaciúria, TU de repetição, esvaziamento incompleto, incontinência de esforço. Intestinais: constipação, esvaziamento incompleto. Sexuais: frouxidão vaginal, dispareunia. Teoria de De Lancey: Nível I - sustenta o útero e o terço superior da vagina (ápice): formado pelas fibras do ligamento útero sacro e ligamentos cardinais; lesões deste nível determinam prolapso uterino ou de cúpula vaginal nas mulheres histerectomizadas e/ou enterocele. Só desce a parte de cima, mais difícil de ser visualizado. Nível Il - sustenta o terço médio; formado pelas fibras do paracolpos, fáscia vesicovaginal e septo retovaginal; lesões nessa região determinam prolapso da parede vaginal anterior (cistocele) e/ou posterior (retocele). Sente pressão nos dedos quando faz o toque. Nível II - compreende a fusão da vagina com as estruturas adjacentes (músculo elevador do ânus, o corpo perineal e a uretra): lesões deste nível quando ocorrem anteriormente determinam incontinência urinária; as lesões posteriores atingem o corpo perineal, podendo ocorrer ruptura perineal, incontinência fecal ou de flatos. Retocele: herniação. Baden Walker: Carúncula himenal (hímen roto) como ponto de referência. Mais novas tem mais caruncula, têm mais estrogênio, com o tempo afina. Realizada e valsalva. · Grau 0: sem prolapso. · Grau I: metade da distância entre o local original e a carúncula. · Grau II: ao nível da carúncula himenal. · Grau III: ultrapassa a carúncula mas não exterioriza por completo. · Grau IV: prolapso total. POP - Q (Pelvic Organ Prolapse Quantification): Ponto Aa: localizado na parede vaginal anterior, 3 cm no sentido proximal do meato uretral externo, o que corresponde à localização proximal do colo vesical. O valor descritivo da posição deste ponto pode variar de -3 a no máximo +3 cm em relação ao hímem, aferido em Valsalva. Ponto Ba: localizado na região de maior prolapso da parede vaginal anterior, entre o ponto Aa e o ponto C. Na ausência de prolapso, o ponto Ba coincide com o ponto Aa; aferido em Valsalva. Ponto C: representa a região mais distal do colo uterino; na mulher sem o colo uterino (histerectomizada), ele se localiza na parte mais saliente da cúpula vaginal; aferido em Valsalva. Ponto Ap: ponto localizado na linha média da parede vaginal posterior, 3 cm proximal ao hímen. Por definição, a variação do ponto Ap em relação ao hímen é de -3 a +3; aferido em Valsalva. Ponto Bp: localizado na região de maior prolapso da parede vaginal posterior, entre o ponto Ap e o ponto D, ou ponto C nas mulheres sem o colo uterino. Na ausência de prolapso, o ponto Bp coincide com o ponto Ap; aferido em Valsalva. Ponto D: representa a localização do fundo de saco posterior em mulheres que têm o colo uterino; quando o ponto C está muito mais positivo que o ponto D pode indicar um colo hipertrófico; nas mulheres sem o colo uterino, esse ponto é omitido; aferido em Valsalva. Hiato genital: medida entre o meato uretral externo e o hímen na linha média da parede vaginal posterior; aferido em situação de repouso. Corpo perineal: estende-se da margem posterior do HG ao ponto localizado no meio do esfíncter anal externo; aferido em situação de repouso. Comprimento vaginal total: distância da margem posterior do HG ao fundo de saco posterior (ponto D) ou cúpula da vagina (ponto C) na mulher histerectomizada; aferido em situação de repouso. Tratamento: Conservador: · Pessário vaginal: dispositivos inseridos na vagina, fornecem suporte estrutural a um ou mais compartimentos vaginais; opção terapêutica de primeira linha, baixo custo e não cirúrgica; variedade de modelos e tamanhos; desconforto, dor local, leucorreia e retenção urinária; estrogenização. · Indicações: alívio imediato dos sintomas do POP, pacientes em programação cirúrgica (deixa um tempo antes da cirurgia, melhora o epitélio vaginal para cirurgia), pacientes sem condições clínicas para serem submetidas a procedimento cirúrgico, mulheres que desejam engravidar ou já estão grávidas, prevenção do aumento do estadiamento do prolapso. · Fisioterapia: treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP); melhora os sintomas e o grau de prolapso (estágios I e II); não reduz anatomicamente prolapso grave, porém ameniza sintomas e melhora trofismo do assoalho pélvico. Cirúrgico: · Definitivo. · Não existe técnica ideal. · Obliterativo: · Mulheres com múltiplas comorbidades (evitar cirurgias mais extensas). · Mulheres inativas sexualmente - curta duração operatória. · Baixo risco cirúrgico e morbidade perioperatória. · Baixo risco de recorrência. · Complicações: sangramento e disfunções do trato urinário. · Reconstrutivo: · Compartimento anterior: colporrafia anterior, telas. · Compartimento posterior: colporrafia posterior, reparo do defeito transverso, reparo transanal. · Defeito apical: tratamento do prolapso de cúpula ou uterino (com ou sem preservaçãodo órgão), pode ser via abdominal ou vagina.
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