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Ginecologia Infecções sexualmente transmissíveis SÍFILIS ● Infecção pelo Treponema pallidum (espiroqueta) ● Transmissão sexual, hemática e vertical ● Incubação de 10-90 dias (média de 21 dias) 1. Sífilis primária ● CANCRO DURO - úlcera única indolor, endurecida, circular, fundo liso e limpo, bordos infiltrados ● Regressão espontânea de 3-8 semanas independente de tratamento. ● Infarto ganglionar (bubão sifilítico) indolor, móvel, sem sinais flogísticos, 1-2 semanas após o cancro,persiste por 6-7 semanas e regride. 2. Sífilis secundária ● Lesões polimorfas: ➔ Roséolas: pápulas ou lesões planas eritematosas que acomete o tronco ➔ Sifílides: lesões pápulo erosivas e hipertróficas de mucosas, mãos e pés ● Condiloma plano também pode estar presente. ● 6 semanas - 6 meses do contágio ● Sintomas associados: mialgia, artralgia, mal estar, febrícula ● Duração de 3-12 semanas e regride 3. Sífilis Latente ● Assintomático ● Diagnóstico sorológico ● Período entre a manifestação secundária e terciária 4. Sífilis terciária ● Tardia e dependente do sistema imune ● Representa ⅓ dos pacientes não tratados ➔ Goma ➔ Sífilis cardiovascular ➔ Neurossífilis Ginecologia 5. Sífilis congênita ● Causa de: abortamento, TPP, baixo peso, cegueira/surdez, malformações, déficit cognitivo, dentes de Hutchinson. ● Portador de sífilis congênita: ➔ Natimorto, RN, criança<2 anos →mãe com sífilis não tta ou inadequadamente tta ➔ RN com clínica de sífilis ou sorologia + → mãe com teste reagínico + ➔ Criança <2 anos, com identificação do treponema em campo escuro ➔ RN com VDRL 4x maior que o da mãe, ou com aumento dos títulos ou ausência de queda após 6 meses Diagnóstico: ● Teste treponêmico: Faz a identificação do treponema através de técnicas de campo escuro, coloração de lâmina, imunofluorescência direta; na maioria das vezes permanecem reagentes por toda a vida, mesmo após o tto ⇒ FTA-abs, ELISA, TPHA, TESTE RÁPIDO. ● Teste não treponêmico: são quantificáveis e importantes para o diagnóstico e monitoramento da resposta ao tratamento ⇒ VDRL Tratamento: ● Sempre tratar parceiro, abstinência até a cura e reptir VDRL 3-6-9-12 meses ● Tratamento imediato: Gestantes; Vitimas de violência sexual; Pessoas com chance de perda de seguimento (que não retornarão ao serviço); Pessoas com sinais/sintomas de sífilis primaria ou secundaria; Pessoas sem diagnostico prévio de sífilis. Ginecologia GONORRÉIA - Blenorragia ● Infecção pela Neisseria gonorrhoeae (diplococo gram negativo) ● Através do contato sexual, fômites e vertical ● 25 milhões de infecções por ano no mundo ● Infecção de mucosas - Cervice, reto e orofaringe ● Facilita a infecção pelo HIV, causa DIP, infertilidade tubária, gestação ectópica ● 60-80% dos casos são assintomáticos ● Sinais e sintomas geniturinários: Secreção mucopurulenta, dor pélvica/dispareunia, sangramento irregular, colo friável/hiperemia, disúria/polaciúria, DIP ● Diagnóstico: cultura da secreção ● Tratamento: Ceftriaxona (IM dose única) + azitromicina (1g VO dose única). ● TRATAR GONORREIA E CLAMÍDIA JUNTOS CANCRO MOLE (Úlcera de Ducreyi) ● Haemophilus ducreyi (cocobacilo gram negativo) ● Incubação 2-5 dias. Frequente associação com sífilis e herpes ● Diagnóstico: Clínico ou identificação do agente em cultura específica ● Pápula que progride para úlcera única ou múltipla, dolorosa, bordos amolecidos e escavados, com fundo purulento e fétido (infecção secundária), destruição local importante. ● Adenopatia (bubão cancróide) com supuração frequente → puncionar pus ● Tratamento: azitromicina (1g VO dose única - 1ª escolha) ou ceftriaxona (500mg EV dose única) LINFOGRANULOMA VENÉREO ● Chlamydia trachomatis (sorotipos L1,L2 e L3) - é uma bactéria intracelular obrigatório (tem comportamento de vírus) ● 7-21 dias de incubação ● Doença infecciosa sistêmica crônica ● Fases evolutivas: ➔ Primeira: ponto de inoculação – pequena úlcera indolor, precoce e fugaz ➔ Segunda: linfadenite inguinal crônica (após 4 dias) podendo supurar em 2 semanas ➔ Terceira: processo supurativo com áreas de fibrose cicatricial, formando fístulas – elefantíase e estenose Ginecologia ● Tratamento: Doxiciclina (100mg VO 12/12h por 21 dias), azitromicina como 2ª opção (1ª opção em gestante). OBS: o tratamento cura a infecção, mas podem ficar cicatrizes. Bubão só aspirar com agulha. CLAMÍDIA ● Infecção pela Chlamydia trachomatis (bactéria Gram negativo, sorotipos D a K) ● 30-50% das uretrites não gonocócicas ● Apresentação: DIP, Infertilidade tubária, Uretrite, Endocervicite mucopurulenta ● Tratamento: Doxiciclina ● Testar sorologia para HIV e sífilis DONOVANOSE ● Calymmatobacterium granulomatis (bacilo Gram negativo, intracelular) ● Incubação de 3-6 meses ● Úlcera genital INDOLOR com autoinoculação, raramente associadas a adenopatia. A forma mais comum é ulcerovegetante com abundante tecido de granulação e sangramento fácil ● Diagnóstico: clínico ou anatomopatológico ● Tratamento: azitromicina (3g ao total → 1g depois intervalo de 7 dias e assim por diante totalizando 3 semanas) HERPES SIMPLES 1 E 2 ● Infecção pelo DNA vírus ● Doença ulcerativa mais frequente, doença recorrente e incurável ● Evolução: Começa com vesículas → rompem e formam úlceras → cicatrizam e forma crosta. É frequente ter os 3 estágios no mesmo paciente. Ginecologia ● Episódios iniciais (primo infecção) são mais sintomáticos: podem ser acompanhadas de linfadenopatia inguinal dolorosa, disúria, febre, mal estar, mialgia. As úlceras podem estar no colo do útero. ● Recidivas: pródromos (parestesia, dor e prurido). Fatores desencadeantes: trauma, estresse, doenças sistêmicas, alterações imunes, menstruação, exposição a extremos de temperatura. ● Tratamento: aciclovir (VO) → vida encurtar o curso, diminuir a intensidade e diminuir os episódios. MOLUSCO CONTAGIOSO ● Poxvírus - infecção por contato direto ● Mais frequente em crianças e imunossuprimidos ● Pequenas pápulas, semi esféricas, bem delimitadas ● Tratamento por destruição local CONDILOMAS HPV ● Condiloma acuminado → HPV 6 e 11 ● Lesões papilomatosas, carnosas, úmidas e indolores (verrugas genitais) em especial no períneo mas podem aparecer em qualquer revestimento cutâneo ou mucoso. ● Transmissão sexual, vertical, contato com verrugas ● Tratamento: Ácido tricloroacético (ATA) - aplicado semanalmente até as lesões caírem; crioterapia, excisão cirúrgica. Vulvovaginites CANDIDÍASE ● Candida albicans em 80-92% dos casos. Durante a vida reprodutiva, 10% a 20% das mulheres serão colonizadas por Candida spp., de forma assintomática. ● Sintomas: prurido, ardência, corrimento geralmente grumoso, sem odor, dispareunia de introito vaginal e disúria externa. ● Sinais: eritema e fissuras vulvares, corrimento grumoso, com placas aderidas a parede vaginal, de cor branca, edema vulvar, escoriações e lesões satélites, por vezes, pustulosas pelo ato de coçar. ● Se oportuniza do momento que a imunidade está mais baixa. Ginecologia ● Fatores de risco: DM, AIDS, gestação, obesidade, uso de corticoides, uso de ACO, desequilíbrio da microbiota (uso de ATB) ● Exame a fresco: Hifas ● Tratamento: Miconazol (creme vaginal por 7 noites) e nistatina. Fluconazol VO 150mg dose única. Não precisa tratar parceiro. VAGINOSE BACTERIANA ● Agentes: Gardnerella vaginallis (bactéria anaeróbia), Peptostreptococcus, Provetella sp., Bacterioides sp., Mobiluncus sp ● Ocorre através do desequilíbrio da microbiota vaginal⇒ diminuição dos lactobacilos⇒ pH vaginal > 4,5⇒ favorece aparecimento de agentes microbianos. ● Normalmente assintomática, leucorréia fétida acinzentada e FÉTIDA ● Diagnóstico: leucorréia; pH > 4,5; Whiff-test (KOH 10%) positiva → com cheiro de peixe podre; exame a fresco. (3 dos 4 critérios) ● Tratamento: Metronidazol (não precisa tratar parceiro). Não tratar pacientes assintomáticas, exceto gestantes. TRICOMONÍASE ● Trichomonas vaginallis - Protozoário flagelado anaeróbio ● 4-35 % das vulvovaginites ● Incubação de 4-28 dias ● Corrimento esverdeado, bolhosa, abundante, pruriginosa● Gera pontinhos avermelhados no colo do útero - colo em morango ● pH > 4,5 ● Diagnóstico pelo exame a fresco (verá os flagelos) ● Tratamento: metronidazol. Deve tratar parceiro. DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA ● Conjunto de processos inflamatórios da região pélvica devido à propagação de micro-organismos a partir do colo do útero e da vagina para o endométrio, as tubas, o peritônio e as estruturas adjacentes. ● Principais: Chlamydia trachomatis e Neisseria Gonorrhoeae ; Gardnerella (vaginose bacteriana). Outros: mycoplasma, ureaplasma, E. coli, S. agalactiae; FATORES DE RISCO ● Idade (jovem) ● Baixo nível sócio econômico ● Comportamento sexual → Múltiplos parceiros sem uso de preservativo ● IST passada ou atual ● DIU (Cu) - somente 1º mês pós-inserção ● Manipulação uterina ● Tabagismo ● DIP prévia Ginecologia QUADRO CLÍNICO ● Dor pélvica ● Metrorragia, spotting e irregularidade menstrual ● Dispareunia ● Leucorréia purulenta ● Assintomática ● EF: dor à palpação dos anexos, secreção vaginal purulenta, DOR À MOBILIZAÇÃO DO COLO DIAGNÓSTICO ● Anamnese + exame físico ● Laboratorial quando houver dúvida: HMG, EAS, culturas, VDRL, b-HCG ● USTV, TC, RNM ● MAS diagnóstico é clínico TRATAMENTO ● Ceftriaxona 500mg IM dose única + Azitromicina 1g VO dose única OU Doxiciclina 100mg 12/12 por 14 dias + Metronidazol 500mg VO 12/12 por 14 dias. ● Indicação de internação: suspeita de abscesso, estado geral grave ou febre, falha do tratamento ambulatorial (72h), gestantes, intolerância aos ATB orais (gentamicina + clindamicina) COMPLICAÇÕES ● Precoces: ➔ Peri-hepatite - Fitz-Hugh-Curtis ➔ Abscesso tubo ovariano ➔ Morte ● Tardias: ➔ Infertilidade ➔ Ectópica ➔ Dor pélvica crônica/ dispareunia – aderências ➔ DIP recorrente (25%)
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