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SÍNTESE DE MATERIAIS 1 γFe2O3 Aluno: Gabriel Delier Santos da Silva DRE: 118050890 Aluna: Larissa de Oliveira Algusto DRE: 118032923 Disciplina: Química inorgânica Experimental 1 Professores: Marta Eloisa Medeiros Thiago Custodio dos Santos Rio de Janeiro, Novembro, 2022 1. OBJETIVO Sintetizar óxido de ferro (III), Fe2O3, maghemita e avaliar sua aplicação para adsorção de alaranjado de metila. 2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2.1 Síntese do material γFe2O3 A metodologia de síntese adotada foi baseada na utilizada por Hui Hui e Salimi (2020) [1]. Em dois béqueres foram pesados, separadamente, 4,03 g de FeCl3 e 3,50 g de FeSO4 • 7H2O, adicionando-se um volume de água destilada suficiente para a solubilização completa dos sais. Ambas as soluções foram misturadas e mantidas sob agitação magnética tendo seu pH ajustado para 11 utilizando uma solução 5% m/v de NaOH. Após o ajuste de pH, a mistura foi mantida a 50°C sob agitação constante por 30 minutos, utilizando um termômetro para monitoramento, Posteriormente, a mistura foi filtrada e lavada com água destilada. Nas águas de lavagem foi feita a verificação da presença de SO4 2- com uma solução previamente preparada de BaCl2. Não verificando-se mais a presença do ânion em questão, o sólido foi seco em estufa à 105°C por 24 horas. Passado este período, o sólido foi homogeneizado e pulverizado em grau e pistilo de ágata, tendo sido realizado análise por difração de raios-X (DRX), utilizando o software da Bruker- AXS’s Diffracplus EVA com o banco de dados PDF4 + 2021 para identificação e espectroscopia de infravermelho. 2.2 Aplicação de γFe2O3 para adsorção de alaranjado de metila (MO) A metodologia para avaliar a aplicação da maghemita (γFe2O3) como adsorvente de alaranjado de metila foi baseada no trabalho de Deligeer e Zhao (2011) [2]. Foi preparado uma solução 100 mg/L de alaranjado de metila. Em 20,0 mL desta solução foi adicionado 0,10 g da maghemita sintetizada. A mistura foi mantida sob agitação por 1 hora e 30 minutos, monitorando-se o pH, que foi mantido em 7. Passado este tempo, a mistura foi filtrada, e a solução filtrada foi submetida a análise em espectroscopia UV-VIS em conjunto com a solução de alaranjado de metila antes do tratamento. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 3.1 Síntese e caracterização de γFe2O3 As Equações 1 – 3 mostram as etapas de formação da maghemita de acordo com a metodologia de síntese adotada. A Equação 4 apresenta a reação global para o processo. Fe2+(aq) + 2 Fe 3+ (aq) + 8OH - (aq) → Fe3O4(s) + 4 H2O(l) (1) Fe3O4(s) + 0,25 O2(g) + 4,5 H2O(g) → 3 Fe(OH)3 (2) 2 Fe(OH)3(s) → γFe2O3(s) + 3 H2O (3) Fe2+(aq) + 2Fe 3+ (aq) + 8OH - (aq) + 0,25 O2(aq) + 0,5 H2O(aq)→1,5 γFe2O3(s) + 4,5 H2O(l) (4) As massas dos reagentes iniciais foram pesadas para obter de 3,02 g de produto final, estequiometricamente, de acordo com a Equação 4. A massa de produto obtida foi de 3,57 g, o que forneceria um rendimento de 118,2 %. Entretanto, após a secagem do sólido, durante a raspagem do material do papel de filtro, foi verificado que uma camada do papel havia sido raspada juntamente com o sólido. Esta camada encontrava-se impregnada com a maghemita, possuindo também propriedade magnética quando em contato com ímã de neodímio. O máximo de sólido foi separado, visual e mecanicamente, do papel de filtro impregnado, e a massa obtida de sólido foi de 1,70 g, fornecendo um rendimento de 56,3 %. A Figura 1 apresenta uma fotografia da camada de papel de filtro raspada e impregnada com maghemita. A camada impregnada com papel de filtro possivelmente é ocasionada pela formação das nanopartículas de maghemita, de acordo com o trabalho de Beh Hui Hui e Salimi (2020) [1]. Figura 1: Fotografia do produto, maghemita (γFe2O3), e do papel de filtro impregnado. A Figura 2 apresenta o difratograma obtido. Por meio da comparação deste difratograma com a base de dados utilizada, o sólido sintetizado corresponde ao desejado. Devido ao perfil que o difratograma apresenta, verifica-se que há presença de um uma espécie amorfa, sendo o papel de filtro que não foi completamente separado do sólido. Além disso, o sólido não se apresentava na granulometria requerida pelo equipamento, já que é possível verificar um elevado sinal de ruído. Figura 2: Difratograma do produto final Além da caracterização por difração de raios-X, foi importante realizar uma análise por espectroscopia de infravermelho tanto dos reagentes quanto do produto formado com o objetivo de identificar a presença de picos que indiquem a formação da ligação química de interesse ou, ainda, a ausência de picos mais intensos no intervalo 4000 a 400 cm-1, faixa em que a espectroscopia foi realizada. Isso também pode ser interpretado como um indício da formação da ligação de interesse caso a deformação da ligação apenas possa ser identificada em faixas inferiores a 400 cm-1. Dito isso, as espectroscopias apresentadas pelas Figuras 3A, 4A, 5 são referentes aos reagentes utilizados para a síntese e a apresentada pela Figura 6 é referente ao produto obtido. Figura 3A. Espectroscopia de infravermelho do cloreto de ferro III, FeCl3 O cloreto de ferro III é uma molécula de geometria piramidal e simetria C3v. Essa classe de moléculas apresenta quatro modos normais de vibração (Figura 4) que são ativas no infravermelho. Figura 3B. Modos normais de vibração de moléculas piramidais C3v [3] Isso indica que quatro bandas, cada uma representando um modo normal de vibração, deve estar presente na espectroscopia. Entretanto, os estiramentos de metais ligados a halogênios frequentemente apresentam valores baixos sendo que, para metais ligados a cloro, M-Cl, esses valores geralmente aparecem na faixa de 300 a 200 cm-1 [3]. No caso do FeCl3, isso também é observado pois, de acordo com o tabelado em Nakamoto (2009), as frequências vibracionais para o FeCl3 são: ν1 = 363.0 cm -1 ν2 = 68.7 cm -1 ν3 = 460.2 cm -1 ν4 = 113.8 cm -1 Portanto, as frequências vibracionais de estiramento da ligação Fe-Cl não devem estar visíveis na faixa de 4000 a 400 cm-1. É possível observer, na Figura 3, uma banda com aspecto arredondado na faixa de 3500 a 3000 cm-1, um pico bem definido na região de 1620 cm-1 e uma banda pouco proeminente na região de 600 a 500 cm-1. A banda na faixa de 3500 a 3000 cm-1, em razão de seu arredondamento proeminente, é característica de ligações de hidrogênio O-H devido à presença de água. Isso é coerente devido à higroscopicidade acentuada do cloreto de ferro III que, além de ser relatada em handbooks, foi visualmente observada uma vez que, apesar de o reagente utilizado para a síntese ser anidro, ainda foi possível verificar umidade dentro do frasco. Além disso, a banda de 1620 cm-1, também proeminente, corrobora a higroscopicidade do reagente utilizado, pois é uma banda característica do estiramento angular da molécula de água, geralmente a presença desse pico acompanha o pico arredondado na faixa de 3500 a 3000 cm-1. É algo que também é comumente observado em compostos hidratados [3]. Finalmente, a banda arredondada na faixa dos 600 a 500 cm-1, pouco proeminente, pode ser resultado da combinação das bandas características das frequências vibracionais da ligação Fe-Cl, uma vez que apresenta uma intensidade fraca e as bandas isoladas não podem ser observadas na faixa de 400 a 4000 cm-1. Figura 4A. Espectroscopia de infravermelho do sulfato de ferro II heptahidratado, FeSO4 • 7H2O A espectroscopia B apresenta quatro picos proeminentes nas faixas de 3200, 1650, 1090 e 620 cm- 1 sendo os dois primeiros picos citados, assim como no discutido na espectroscopia A, referentes à elevada presença de água no sal, uma vez que o reagente utilizado é um sal heptahidratado. Acerca das demais bandas observadas, épreciso realizar uma análise mais cuidadosa devido a presença do sulfato, uma vez que o íon sulfato livre e o íon coordenado a metal apresentam simetrias diferentes e, portanto, padrões de picos diferentes. As simetrias observadas para esse íon bem como para seus complexos é representada pela Figura 4B. Figura 4B. Simetrias do íon sulfato e livre e dos diferentes modos de coordenação de metais ao sulfato [3] Para os três tipos de simetrias apresentadas pela Figura 4B, os estiramentos ν1 e ν3 apresentam valores próximos a 1000 e 1100 cm-1, respectivamente. Entretanto, de acordo com a simetria apresentada, o estiramento ν3 pode apresentar ramificações em razão da maior quantidade de modos normais de vibração. A Tabela 1, retirada de Nakamoto (2006), apresentada a quantidade de modos normais de vibração tanto no infravermelho quanto no Raman. Tabela 1. Modos normais de vibração para Infravermelho e Raman De acordo com essa tabela, moléculas de metais não coordenados ao íon sulfato, ou seja, correspondente ao grupo pontual Td, não apresenta ramificações em ν3, apresentando apenas um pico proeminente para essa frequência vibracional. Entretanto, as moléculas de metais coordenados, representados pelos grupos pontuais C3v e C2v apresentam, respectivamente, duas e três ramificações do pico em 1100 cm-1. Para uma melhor visualização do que está sendo discutido, pode-se tomar como base o espectro comparativo a seguir, também retirado de Nakamoto (2006). Figura 5. Espectroscopia de Infravermelho do íon sulfato (SO4 2-) livre A linha cheia (superior), é o espectro correspondente a uma molécula onde o íon sulfato está livre, apresentando um pico proeminente em 1100 cm-1 e ν1 bem fraco, correspondendo à tabela acima. Já as linhas pontilhadas intermediária (C2v) e inferior (C3v) apresentam, respectivamente, ramificações em duas e três bandas de ν3, sendo ν1 um pouco mais proeminente ao observado para o grupo pontual Td. Com base nessas características, é correto dizer que o reagente utilizado, sulfato de ferro II heptahidratado, é uma molécula em que o íon sulfato é livre, não apresentando evidências de coordenação em seu espectro, uma vez que apresenta apenas um pico proeminente em torno de 1100 cm-1. Além disso, outro fato que corrobora essa afirmação é a presença de apenas um pico proeminente em 620 cm-1, aproximadamente. Essa pico corresponde ao estiramento ν4 [3], também observado na tabela acima sem a presença de ramificações para a simetria Td, enquanto para as demais simetrias, apresenta o mesmo número de ramificações que o estiramento ν3. Figura 6. Espectroscopia de infravermelho do hidróxido de sódio, NaOH O espectro referente ao hidróxido de sódio apresenta banda bastante proeminente em todo o espectro em razão da sua higroscopicidade, apresentando bastante água e interações de hidrogênio, como já foi discutido anteriormente. Entretanto, é válido observar a proeminência de uma banda em torno de 630 cm-1. A presença dessa banda ocorre porque é sábido que o hidróxido de sódio, em contato com o ar, absorve umidade e CO2 atmosférico, levando à formação de Na2CO3 [5]. Portanto, a banda proeminente observada refere-se à presença de CO3 2- na amostra. Esse conhecimento pode ser importante para verificar se há presença considerada de ânions CO3 2- no produto formado de forma a auxiliar na interpretação de seu espectro. Figura 7. Espectroscopia de infravermelho do produto obtido, Fe2O3 A análise da espectroscopia obtida para o óxido de ferro III foi baseada no trabalho de Beh Hui Hui e Salimi (2020) [1], o qual foi utilizado como base para a síntese do óxido. De acordo com esse trabalho, as frequências vibracionais dos grupos funcionais mais característicos que devem estar presentes na espectroscopia da maghemita são aquelas referentes à ligação Fe-O, ao grupo hidroxila e ao dióxido de carbono atmosférico. Essas últimas estão comumente presentes na espectroscopia devido às características adsortivas da maghemita. Em relação às bandas características do grupo hidroxila, advindo da água adsorvida, é possível observar bandas já anteriormente discutidas nos espectros dos reagentes, ressaltando o pico arredondado ao redor de 3400 cm-1 e o pico em cerca de 1660 cm-1. Segundo Beh Hui Hui e Salimi (2020) [1], esses picos corresponderiam à água adsorvida. Além de água, o trabalho de Beh Hui Hui e Salimi (2020) [1] ressalta que, em razão do contato com a atmosfera, a espectroscopia da maghemita deve apresentar uma banda correspondente ao CO2 adsorvido do ar atmosférico. Essa banda deve estar na faixa dos 2300 cm -1. Existe uma banda próxima a esse valor na Figura 6. Entretanto, ela não deve ser proeminente, pois a formação de picos ocorre apenas durante a mudança de momento de dipolo das moléculas, o que explica essa pouca proeminência no caso do CO2, uma vez que é uma molécula de caráter apolar. As bandas referentes à água e ao dióxido de carbono são bandas que caracterizam o caráter adsortivo da maghemita. Porém, para classificar o composto, é necessário identificar bandas que correspondam à vibração da ligação Fe-O. Nesse sentido, é possível identificar três bandas. A banda de menor frequência nesse espectro, por volta de 630 cm-1 corresponde à frequência vibracional da ligação Fe-O, o que assegura a presença de ligação ferro e oxigênio. A segunda banda, identificada no trabalho base, em quatro amostras diferentes, inerente à formação da maghemita pura, é o pico próximo a 880 cm-1. O Espectro D também apresenta essa banda. Apesar de o artigo não explicitar a que tipo de vibração essa banda se encaixa, é um forte indicativo de que o composto obtido foi de fato a maghemita. Por fim, a banda mais proeminente do Espectro D é observada em 1440 cm-1, próximo do correspondente à vibração do complexo ferrofásico citado no artigo. 3.2 Aplicação de γFe2O3 na adsorção de alaranjado de metila Corantes azo são uma classe de compostos químicos com o grupo -N=N- como grupo cromogênico, possuindo uma estrutura altamente conjugada propiciando uma ampla faixa espectral de cores para indústria alimentícia e têxtil. Estes corantes possuem uma significativa toxicidade e potencial carcinogênico, pois apesar de o corpo humano possuir enzimas responsáveis pela clivagem destes compostos, ocorre a geração de radicais N-hidoxi, capazes de reagir com os componentes do DNA. Sendo assim, há uma evidente importância para o tratamento de efluentes da indústria têxtil, alimentícia ou qualquer outro ramo industrial que utilize tais corantes para diminuir a quantidade de azo compostos despejadas no ambiente (Zanoni e Yamanaka, 2016 [6]). Um dos métodos mais eficientes e simples para o tratamento de efluentes é a adsorção. Materiais magnéticos possuem uma vantagem adicional pela simplicidade de separação submetendo o efluente tratado a um campo magnético. Deste modo, a maghemita sintetizada e caracterizada foi avaliada como adsorvente para alaranjado de metila (MO), cuja estrutura se encontra na Figura 8, um azo-corante utilizado para atingir colorações entre laranja e vermelho (Zanoni e Yamanaka, 2016 [6]; Deligeer e Zhao, 2011 [2]). Figura 8. Estrutura do alaranjado de metila As condições utilizadas para o ensaio de adsorção foram definidas com base nos resultados encontrados por Deligeer e Zhao (2011) [2]. Em seu trabalho, verifica-se que após 10 minutos da adição da maghemita na solução de alaranjado de metila atinge-se a capacidade máxima de adsorção (cerca de 90%), mantendo-se constante até os 30 minutos de ensaio. Para o pH do meio, verificou-se que para pH 7 ou inferior se tem os melhores percentuais de adsorção, variando muito pouco na faixa estudada, de 3 – 7, desde modo, por simplificação do ensaio realizado neste trabalho, foi escolhido a realização do ensaio em pH neutro. Com relação à concentração e massa de maghemitautilizadas, os resultados mostraram que a concentração de alaranjado de metila e a capacidade de adsorção possuem uma relação linear crescente, desde modo, foi escolhido a concentração e massa de maghemita necessária para observação visual evidente de diferença de cor, correspondendo à 100 mg/L de alaranjado de metila e uma massa de 100 mg de maghemita. A Figura 9 apresenta uma fotografia do ensaio de adsorção de alaranjado de metila. Figura 9. Fotografia do ensaio de adsorção de alaranjado de metila utilizando γFe2O3 como adsorvente. Da esquerda para direita: Solução de alaranjado após adsorção com γFe2O3; Solução de alaranjado de metila 100 mg/L, antes do ensaio de adsorção. A Figura 10 apresenta o espectro UV-Visível para o ensaio de adsorção. Analisando o espectro, observa-se que existe uma diminuição significativa da absorbância entre as soluções antes a após o ensaio de adsorção. O comprimento de onda de máxima absorbância ocorre entre o intervalo de 460 – 465 nm, possuindo absorbâncias máxima de 1,70 e 0,43 para a solução de alaranjado de metila antes e após o ensaio de adsorção, respectivamente. Figura 9. Espectro UV-Visível das soluções de alaranjado de metila antes (em laranja) e após (em azul) o ensaio de adsorção. Valendo-se da lei de Lambert-Beer (5), onde “A” é a absorbância, “ɛ” é o coeficiente de absortividade molar, “b” é o caminho ótico e “c” a concentração, é possível estimar a concentração restante de alaranjado de metila, considerando que não há mudança do valor de ɛ e que as cubetas utilizadas na medição possuem mesmo caminho ótico. A = ɛ.b.c (5) Como para ambas soluções, antes e após adsorção, “b” e “ɛ” serão os mesmos, e obtendo-se a razão entre as absorbâncias, a Equação 5 pode ser reescrita como a Equação 6 Aantes Adepois = Cantes Cdepois (6) Substituindo os valores, obtém-se uma concentração de alaranjado de metila restante de 25,29 mg/L, ou seja, foi realizada a remoção de 74,71% de alaranjado de metila da solução. 1,70 0,43 = 100 mg/L Cdepois Cdepois = 25,29 mg/L Percentual de remoção = 𝐶𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠− 𝐶𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 𝐶𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑥 100 = 100 𝑚𝑔/𝐿 − 25,29𝑚𝑔/𝐿 100 𝑚𝑔/𝐿 𝑥 100 = 74,71 % Em seu trabalho, Deligeer e Zhao (2011) [2] obtiveram remoções de cerca de 90% de alaranjado de metila de uma solução sintética nas condições utilizadas neste trabalho. Esta diferença de percentuais de remoção pode ser explicada pela presença de papel de filtro no sólido sintetizado, ou seja, a massa pesada de maghemita não correspondia apenas a este produto, mas sim ao produto e ao papel de filtro impregnado com maghemita. Além disso, durante a realização do ensaio de adsorção, ao adicionar a massa pesada de maghemita verificou-se que uma parcela da massa ficou grudada no agitador magnético, podendo também ter contribuído para este menor percentual de remoção. 4. CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos para caracterização, o produto desejado foi sintetizado com êxito, com um possível rendimento de 56,3 %, já que ao coletar o sólido para pesagem e utilização, uma parte do papel de filtro impregnado com o produto foi coletada juntamente, possivelmente por se tartar de uma nanopartícula, de acordo com o trabalho de Beh Hui Hui e Salimini (2020) [1]. A utilização da maghemita para tratamento de efluentes contendo o corante alaranjado de metila se mostrou eficiente, tendo sido capaz de remover 74,71% da concentração inicial (100 mg/L) de alaranjado de metila de uma solução sintética. Comparando este resultado com o trabalho de Deligeer e Zhao (2011) [2], o percentual de remoção neste trabalho se apresentou menor, possivelmente pela presença de papel de filtro no produto, que levou a uma massa real de maghemite menor que o desejado, além disso, ao realizar o ensaio de adsorção, notou-se que parte da maghemite ficou grudada ao agitador magnético, diminuindo a eficiência do processo de adsorção. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] HUI, B, H; SALIMI, M, N; Production of Iron Oxide Nanoparticles by Co-Precipitation method with Optimization Studeis of Processing Temperature, pH and Stirring RATE, Conf. Series: Materials Science and Engineering, 743, 2020. [2] ASUHA, S; GAO, Y. W; DELIGEER, W; YU, M; SUYALA, B; ZHAO, S; Adsorptive Removal of Methyl Orange Using Mesoporous Maghemite, J Porous Mater, p 581 – 587, v 18, 2011. [3] NAKAMOTO, K. Infrared and Raman Spectra of Inorganic and Coordination Compounds. Handbook of Vibrational Spectroscopy, 2006. [4] NAKAMOTO, K. Infrared and Raman Spectra of Inorganic and Coordination Compounds, part A: Theory and applications in inorganic chemistru. John Wiley & Sons, 2009. [5] PATNAIK, Pradyot. Handbook of Inorganic Chemicals. New York: McGraw- Hill, 2002. [6] ZANONI, M. V. B.; YAMANAKA, H.; Corantes – Caracterização química, toxicológica, métodos de detecção e tratamento. Editora Cultura Acadêmica, SP, 2016
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