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Hipertensão Portal - 08/09 Anatomia Sistema porta: veia porta é muito importante porque interliga 2 redes de capilares fundamentais. Num geral as veias: sangue de algum órgão coração pulmão reoxigenar sangue arterial. Mas a veia porta: interliga 2 sistemas capilares e não somente levar o sangue de volta para o coração. Nesse sistema o sangue do TGI e do baço são levados ao fígado pela veia porta. Função do fígado: síntese de substancias (proteína e carboidratos)usa micromoléculas absorvidas no tubo digestivo para o fígado fazer a sua função de síntese de substancias. Além disso, ele metaboliza substancias toxicas (amônia- toxica SNC) absorvidas ao nível do tubo digestivo. Sangue do baço passa pelo fígado porque muitos dos metabolitos da fragmentação dos componentes da célula são metabolizados no fígado. Sistema porta: leva sangue ao fígado, faz parte da oxigenação e vascularização hepática. É uma veia que leva sangue há um órgão. Fluxo médio de sangue 1500ml por minuto e 75% do fluxo pela veia porta. Formação da veia porta: esplênica e mesentérica superior. Todas outras veias são tributárias. Hipertensão portal: aumento de pressão na veia porta (vários motivos) e o sangue não consegue fluir e as veias ficam sobrecarregadas e regurgitadas Pedículo hepático: via biliar (mais anterior a direita), artéria hepática (mais anterior à esquerda) e veia porta (posterior confluência das veias esplênica e mesentérica superior nível da região posterior do pâncreas). Sangue entra no fígado pela veia porta, artéria hepática bifurca até formar os capilares (vasos em níveis microscópios) unidade funcional do fígado lóbulo hepático (pentágono ou hexaedro) no vértices tem 3 pequenos ramos: veia porta, artéria hepática e começa formar as vias biliares. Quando sangue chega no lóbulo hepático ele passa pelo labirinto (capilares do fígado) como se o sangue estivesse saindo do vaso e entra no interstício pelos labirintos e irriga os hepatócitos. Labirintos/ locais que o sangue passa para irrigar os hepatócitos são os sinusoides hepáticos. Então sangue chega no fígado pelas artérias e veias ganha sinusoide hepático (capilares do fígado) irriga os hepatócitos (fileira amarela) sangue chega ao centro do lóbulo hepático conflui e forma a veias centro lobulares (leva sangue do fígado para o coração) veia hepáticas (direita, esquerda e media) veia cava coração. DEFINIÇÃO Pressão na Veia Porta > 10 mmHg ou gradiente de pressão Sistema Porta/Sistema Cava > 5 mmHg. A pressão normal é em torno de 10-5 mmHg. Não é fácil chegar com cateter na veia porta diretamente, então faz medidas mais fáceis de gradiente de pressão através de capterização das veias hepáticas, mede então o gradiente de pressão que é em torno de 5mmHg. SÍNDROME Esplenomegalia congestiva Varizes gastroesofágicas Circulação colateral portossistêmica Hipertensão portal é uma síndrome: porque ela é um conjunto de sintomas e alterações. Mais característica: esplenomegalia (veia esplênica engorgitada e o baço aumenta), varizes gastroesofágica e circulação colateral (forma que o sangue consegue passar e chegar a circulação). FISIOPATOLOGIA Aumento da resistência ao fluxo venoso portal Aumento do fluxo sanguíneo portal Vasodilatação esplâncnica Maior causa: algo que atrapalha o sangue passar (trombo). Aumento da resistência é a principal causa. O aumento do fluxo sanguíneo (fistula com artérias e veias hepáticas sangue arterial na veia porta) e vasodilatação esplâncnica. ETIOLOGIA Pré-hepáticas São antes do fígado (atrapalha sangue passar antes), principais: trombose veia porta, trombose de veia esplênica, compressões (tumor). Intra-hepáticas Pré-sinusoidal Sinusoidal Pós-sinusoidal São dentro do fígado: pré-sinusoidal (espaço porta, antes dos labirintos), sinusoidal (nos labirintos= cirrose hepática) e pós-sinusoidal (veias centro lobulares). Pós-hepáticas Aumento de resistência: veias hepáticas e cava. QUADRO CLÍNICO - Circulação colateral portossistêmica Varizes esofagogástricas- causa grave morte Circulação colateral abdominal Varizes anorretais Se tem aumento da resistência: sangue tem dificuldade para passar. Veia começa a ficar dilatada e ter distensão. Quando não consegue passar ela faz comunicações recanaliza e forma varizes esôfago gástricas (drena o sangue das veias gástricas esquerda, direita e curta). Varizes de esôfago/ circulação colaretal abdominal (circulação em cabeça de medusa)/ varizes anorretais. - Esplenomegalia- baço aumentado e função também (destrói mais células do componente sanguíneo pancitopenia por excesso de ação do baço- hiperesplenismo) - Encefalopatia hepática: causas que envolvem insuficiência hepática. Sangue com dificuldade passar pelo fígado. Um dos componentes que o fígado sintetiza é a amônia (toxica para SNC), então se o sangue não passar pelo fígado e não metabolizar amônia ela ganhar circulação e age no SNC (toxicidade, confusão mental, distúrbios de tônus muscular, quadros graves e comatosos). Se tiver insuficiência hepática também. - Ascite: tipo transudato. Causas intra-hepáticas sinusoidais, pós-sinusoidais e causas pós- hepáticos. A nível do sinusoides a pressão está aumentada e o sangue quer passar não consegue. Então se a pressão aumenta a parte fluida do sangue extravasa e ganha compartimento abdominal. DIAGNÓSTICO - Os achados característicos da síndrome de hipertensão portal devem levar a suspeita da doença - Na maioria dos casos os exames servem para confirmar ou afastar alguma doença que possa levar à hipertensão portal - USG com Doppler - Achados ao exame não confirmam diagnóstico, mas podem sugerir - Calibre da veia porta > 15 mm - Fluxo hepatofugal - Esplenomegalia Endoscopia Digestiva Alta - Presença de varizes esofagogástricas confirma diagnóstico de hipertensão porta O diagnóstico: achados clínicos de anamnese, comorbidades, exames físicos e exames de imagem e laboratorial. USG: ajuda vendo o fluxo sanguíneo. Se a veia está com a pressão aumentada ela aumenta o diâmetro (normalmente não ultrapassa 12 mm) que não hipertensão portal é maior que 15 mm. O sangue começa fazer caminho contrário (hepatofugal). Esplenomegalia é comum (heterogenicidade do fígado, volume aumentado). EDA: se tiver varizes de esôfago é hipertensão portal. (Patognomônico). CAUSAS - Pré-hepáticas - Trombose da veia porta – principal - Fístula arteriovenosa esplâncnica - Trombose de veia esplênica - Compressão extrínseca Trombose: aumenta resistência, trombofilia, trauma, tumor. Fistulas pode ser pós trauma- aumento de fluxo. Trombose veia esplênica. Compressão extrínseca (tumor). CAUSAS -Intra-Hepáticas Pré-sinusoidal: Esquistossomose hepatoesplênica e Hiperplasia portal idiopática – Síndrome de Banti Esquistossomose hepatoesplênica: - Principal causa intra-hepática pré- sinusoidal de hipertensão portal. - Brasil – endêmica em Minas Gerais e Nordeste - Hipertensão portal sem insuficiência hepática importante - Fase precoce – reação granulomatosa nas vênulas hepáticas - Fase crônica – fibrose intensa no espaço porta – Fibrose de Symmers O parasita causa processo inflamatório não tem a insuficiência hepática. Na fase crônica tem a barriga d’agua com o comprometimento sinusoidal (fibrose de Symmers) Hiperplasia portal idiopática – Síndrome de Banti (avaliada na Ásia- são aglomerados na parede arterial dos espaços porta). Sinusoidal: Cirrose hepática, Hepatite aguda e Hepatite crônica - Cirrose hepática – principal causa - Causa mais comum dehipertensão porta no mundo e no Brasil - Nódulos de regeneração – comprimem sinusóides - Fibrose do espaço de Disse e a contração celular – aumento da resistência do fluxo portal hepático Cirrose hepática: é a principal causa e causa alteração na estrutura do fígado. Mudança da arquitetura microscopia do fígado, não tem mais os labirintos. Tem os nódulos de regeneração. - Hepatite aguda - Hepatite crônica Hepatite principalmente as agudas fulminantes e crônicas podem causar hipertensão Pós-sinusoidal - Doença hepática veno-oclusiva CAUSAS - Pós-hepáticas - Síndrome de Budd-Chiari - Obstrução aguda ou crônica da veia hepática - Desordens mieloproliferativas (policitemia vera), hemoglobinúria paroxística noturna, trombofilias, gravidez, uso de contraceptivos, neoplasias - Dor intensa em quadrante superior direito, hepatomegalia, ascite e icterícia - Forma crônica/subaguda – aparecimento insidioso dos problemas É a trombose da veia hepáticas. Aumenta resistência no sistema porta. Pode ser aguda, crônica. Causada por desordem mieloproliferativa, doenças, gravidez, anticoncepcional, trombofilia congênitas. Geralmente precisa de transplante hepático. - Obstrução da veia cava inferior - Doenças cardíacas Insuficiência cardíaca congestiva Pericardite constritiva TRATAMENTO Se a doença tem tratamento (reversão), trata a doença. Ex.: esquistossomose, trombose veia porta. Se a condição não tem tratamento ou causou alteração irreversível: não tem como resolver (trata complicações). Uma dos problemas mais grave são as varizes de esôfago. Paciente já é debilitado, distúrbio de coagulação, então se ele tiver sangramento pode ser fatal. 1° momento: prevenir sangramento beta bloqueadores não seletivos (propranolol e nadolol) Se varizes mais calibrosas/ sangramento seria desastroso em insuficiência hepática descompensada: tratamento endoscópio com ligadura elástica. Tratamento cirúrgico: é muito raro. - Varizes gastresofágicas Beta bloqueadores não seletivos – Propanolol: profilaxia de hemorragia digestiva alta em todos os casos de varizes esofagogástricas Ligadura elástica – varizes de médio e grosso calibre, varizes apresentando red spots, varizes esofagogástricas em pacientes com insuficiência hepática descompensada (Child C) e em caso de hemorragia digestiva alta Tratamento cirúrgico – sangramento refratário e tratamento medicamentoso e endoscópico Leva em conta: 3 parâmetros laboratoriais (albumina, bilirrubina, fatores de coagulação) e 2 parâmetros clínicos (ascite e encefalopatia). Associado a insuficiência hepato celular. - Ascite Tratamento da doença de base Repouso Restrição de sal e água na dieta Diurético: espironolactona – 100 a 400 mg/dia. Furosemida – 40 a 160 mg/dia Tratamento de ascite depende da causa. Ascite em paciente cirrótico. Restringir agua e sal. Diuréticos (espironolactona- polpa potássio e furosemida- espolia potássio) sempre em dose mínima e aumenta com cuidado. Em ascite refrataria: puncionar o liquido, retira liquido precisa repor albumina (+5litros). - Paracentese: ascite refratária e insuficiência respiratória decorrente da ascite. Se retirada maior que 5 litros – fazer 6 a 10 g de albumina para cada litro retirado Derivações portossistêmicas e shunt peritônio-venoso Transplante hepático – paciente cirrótico que resolve hipertensão portal e insuficiência hepática. Tumores Benignos e Malignos do Fígado - 08/09 - Tumores Benignos: Hemangioma, Hiperplasia Nodular Focal e Adenoma Hepático - Tumores Malignos: Carcinoma Hepatocelular e Metástases Hepáticas Hemangioma - Neoplasia hepática mais comum - Epidemiologia: Sexo feminino, Terceira e quinta década de vida - Características: geralmente pequenos – menores que 3 centímetros. Tendem a crescer durante gestação ou uso de estrógenos. Não há risco de malignidade - Quadro Clínico: Maioria – assintomáticos. Sintomas – dor abdominal e sintomas referentes a compressão extrínseca. Ruptura e sangramento espontâneo é raro. Coagulopatia de consumo no interior do tumor e evidência de coagulação intravascular disseminada – CIVD – Síndrome de Kasabach-Merritt. - Exames de Imagem: USG de abdome – Inespecífico. Tomografia computadorizada de abdome: fase arterial – captação periférica e fase venosa – contraste atinge o centro do tumor - Conduta - Expectante – Acompanhamento com exames de imagem periodicamente - Cirúrgico: Sintomáticos e Complicações Hemangioma: é o tumor hepático mais comum. É benigno. É como se fosse uma dilatação vascular. Mais frequente em mulheres entre 20-30 e 40-50 anos. São lesões únicas e pequenas. Não tem fator de crescimento importante. Não maligniza. Assintomático (achado de exame). Sintomas apenas quando são muito volumosos. Podem ter sangramento (ruptura raro e grave) para fora e dentro dele mesmo-somente os grandes. Pode ter choque hemorrágico – sangramento importante órgão tenta parar consome plaquetas e fator de coagulação piora o estado de distúrbios de coagulação (CIVD- distúrbio de coagulação causado por sangramento síndrome de Kasabach- Merritt). Exames de imagem bom ser contrastado: emangioma é o mais fácil de diagnosticar. Aspecto característico: fase arterial o contraste capta na região periférica e na fase venosa a parte central da lesão é preenchida pelo contraste. Conduta: acompanhamento, não intervém uma vez que não tem sintomas. Só opera se tiver complicações ou sintomas. Hiperplasia Nodular Focal - Segundo tumor benigno hepático mais comum - Epidemiologia: sexo feminino, principalmente entre a segunda e quinta década de vida - Características: maioria são lesões menores que 5 centímetros. Não há risco de malignidade - Exames de Imagem - USG de abdome – Inespecífico - Tomografia computadorizada de abdome: Lesão com captação na fase arterial e cicatriz central - Tratamento - Expectante – Acompanhamento com exames de imagem periodicamente - Cirúrgico: Sintomáticos, Complicações e Crescimento da lesão 2° benigno mais comum, frequente em mulheres. São lesões pequenas, mas pouco maiores que hemangiona e sem risco de malignização. Característica: são um emaranhado de células normais que estão dispostas de forma alterada. Exame: capta mais contraste na fase arterial e no centro da lesão tem área hipervascularizada (cicatriz central da hiperplasia nodular focal). Na fase venosa contraste some. Tratamento: acompanhar 1X ao ano, não intervém. Se for lesão grande ou com complicação indica cirurgia. Biopsia se tiver dúvida diagnostica. Se crescer pode ser adenoma uma vez que a hiperplasia não cresce. Adenoma Hepático - Terceiro tumor benigno hepático mais comum - Epidemiologia: Mulheres em idade fértil. Associação evidente com anticoncepcionais orais - Características: Geralmente lesões maiores que 3 centímetros. Lesões hipervascularizadas. Risco de complicações hemorrágicas e risco de malignidade - Exames de Imagem: - USG de abdome – inespecífico - Tomografia computadorizada de abdome: Lesão com captação arterial periférica e núcleo hipovascular central - Tratamento: Geralmente está indicada a ressecção cirúrgica 3° benigno. Mais frequente em mulher. Impacto direto do uso de hormônio, gestação e anticoncepcional (adenoma aumenta de tamanho). Características: lesões maiores, podem ser múltiplas, componente vascular: vascularização rica arterial. Risco de sangramento e complicação. Risco de malignidade (RESSECAR). Exame de imagem: impregnação importante na fase arterial, centro hipovascularizado, fase venosa mais homogêneo. Tratamento: indica ressecçãocirúrgica. Mas gera muita dúvida, uma vez que é muito complexo. Hoje em dia em lesões menores de 3cm indica acompanhamento. Em homem: sempre cirurgia por maior risco de malignidade. Carcinoma Hepatocelular - Neoplasia bastante agressiva - Terceira causa de morte por câncer no mundo - Principal fator predisponente é a cirrose hepática - Epidemiologia: Japão, China e outras localidades da Ásia, África – incidência mais alta. 2 a 8 vezes mais frequente em homens do que em mulheres É o tumor maligno primário do fígado. É uma lesão muito agressiva, diagnosticada em fases tardias e causa importante de óbitos. Ela acontece geralmente em fígado que tem algum fator agressor ao fígado. Precisa ter alguma doença que agride o fígado. Principal causa: cirrose hepática. Incidência varia no mundo, mas Ásia e África é mais comum. Mais frequente em homens. Cirrose hepática: hepatites por vírus e álcool. Hepatite C crônica Hepatite B: cronifica menos no adulto. Mas o vírus quando cronifica liga ao material genético do hospedeiro (muda material genético do hepatócito sem ter cirrose). Hepatite C: crônica - tem a cirrose depois o carcinoma. Hoje tem cura. Doença hepática alcoólica: álcool é hepatotoxico. Esteatose-hepatica não alcoólica: doença hepatica gordurosa. Pode levar a cirrose. Tem aumentado muito devido ao aumento da obesidade. Hemocromatose: doença metabólica (acumulo de ferro no figado). Toxinas exógenas: de fungos Tirosinemia: doença da infância que leva a cirrose Esteroides anabolizantes: hepatite medicamentosa Contraceptiva oral: risco mínimo - Quadro Clínico: - Pacientes sintomáticos geralmente já apresentam doença avançada - Hepatomegalia, emagrecimento, dor abdominal, massa abdominal - Ascite, icterícia, esplenomegalia, febre - Todo paciente com fatores de risco para Carcinoma Hepatocelular deve fazer exames de rastreio periodicamente Estágio inicial: assintomático. Fígado aumenta de volume. Doença muito agressiva: dor abdominal, altera nível de consciência, icterícia e febre. Sobrevida curta. - Diagnóstico: Paciente de risco: deve fazer rastreio (USG). 6 em 6 meses ou anual de acordo com o risco. - Importante – Todo paciente com fatores de risco para Carcinoma Hepatocelular deve fazer exames de rastreio periodicamente - Exames de rastreio – exame de imagem e Alfafetoproteína - Exames de Imagem: USG de abdome (Exame de triagem e podem identificar lesões superiores a 0,5 centímetros). Tomografia Computadorizada Helicoidal de Abdome (Exame de escolha. Lesão hipodensa na fase sem contraste, com grande captação de contraste na fase arterial e o washout (eliminação de contraste) na fase venosa. Em paciente com fator de risco para CHC, a presença de lesão hepática maior que 02 centímetros com comportamento característico à Tomografia de Abdome já fecha diagnóstico de CHC. Pode se apresentar com outros aspectos na tomografia computadorizada). Padrão característico: se encontrado em pessoa com risco já é diagnostico. Lesão com mais de 2 cm, captar muito contraste na fase arterial e sumir na fase venosa (washout). Não precisa de anatomopatológico. Já é diagnostico. Fígado cirrótico: superfície irregular. Arterial capta e venosa some. Ressonância Magnética: (Apresentação variável. Hipersinal em T1 e hipossinal em T2. Uso de contraste – característica semelhante à TC). Ressonância: diferencia de sinais mesmo sem contraste. Estadiamento: - Tratamento: Curativo: Ressecção cirúrgica. Transplante hepático. Terapia ablativas* Paliativo: Quimioembolização. Quimioterapia (falta de resposta a quimioterápicos. Sorafenib). Radioterapia. - Tratamento Cirúrgico: Ressecção: Lesão única, pequena (preferencialmente menores que 3 centímetros) em pacientes sem cirrose ou com hepatopatia compensada (Child A). Contraindicações à ressecção: Metástases extra-hepáticas, tumor multifocal ou difuso, cirrose avançada, comorbidades importantes Transplante hepático: Trata ao mesmo tempo o tumor e a cirrose. Critérios de Milão: Lesão única menor que 05 centímetros. 03 lesões de até 03 centímetros. Ausência de invasão vascular. Ausência de metástases hepáticas a distância. - Terapias Ablativas: Alcoolização Radiofrequência Lesões de até 03 centímetros tem melhor resposta Sem possibilidade de avaliação de margem de segurança Recorrência Tratamento: Rastreio e diagnostica em estágio inicial ressecção cirúrgica (única chance de cura). Terapia ablativas (cura ou não) – pode ter recidiva. Paliativos: aumenta sobre vida dos pacientes. Cirurgia: ressecção. Paciente precisa ter condição de ressecar a lesão (lesão única, pequena <3, cirrose compensada. Não indica: metástase, múltiplo, cirrose avançada e comorbidades) e ter clínica. Transplante hepático: tratar o câncer e disfunção hepática ao mesmo tempo. Critérios de milão: deve ter um número de lesões, sem lesão vascular e metástase. Terapia ablativas: tem muita recidiva e não dá para avaliar margem de segurança. Metástase Hepática - Tumor maligno mais frequente do fígado - Metástase de câncer colorretal, de pulmão, mama, trato gastrointestinal, trato genitourinário, pele e outros - Disseminação hematogênica - Sincrônicas – concomitantes ao tumor primário - Metacrônicas – após o tumor primário ser ressecado - Exames: CEA – Monitorização de recorrência da doença e Tomografia computadorizada de abdome (lesões hipodensas com realce heterogêneo ou anelar de contraste na fase portal - Tratamento: Ressecção e Quimioterapia São os tumores malignos mais frequente do fígado. São metástases vindas de outros órgãos. Principal: colorretal, pulmão, mama. Disseminação hematogenica (tumor de TGI causa- todo sangue do TGI passa pelo fígado). Sincrônica: mesmo tempo do tumor. Metacrônica: após ressecção do tumor primário. Exames: antígeno carcino embrionário (CEA) aumenta com metástase no TGI. Serve como parâmetro no pós-operatório. TC: fase venosa a periferia fica mais corada. Tratamento: depende do sitio primário. Se for do TGI ressecção ou tira o primário e encaminha para quimioterapia. Foto 1: tem 1 metástase. Tira ela Foto 2: muita metástase então ressecção a lesão primaria e parte para a quimioterapia. E a resposta influencia o prognostico. Se sobrar só uma metástase, retira ela. (para quimio ressecção quimio). Referências Bibliográficas - SABISTON, Tratado de Cirurgia 19° edição - Rev. Assoc. Med. Bras. vol.59 no.5 São Paulo Sept./Oct. 201. Carcinoma hepatocelular: epidemiologia, biologia, diagnóstico e terapias - Clínica Cirúrgica – HC-USP-Rasslan,Samir / Gama- rodrigues,Joaquim José / Machado,Marcelo Cerqueira Cesar - Neoplasias hepáticas: caracterização por métodos de imagem, Radiol Bras vol.41 no.2 São Paulo Mar./Apr. 2008 - Medcurso Colelitíase - 14/09 Colelitíase: calculo na via biliar. Colecistolitíase (pedra na vesícula) e de algumas complicações: colecistite aguda, Coledocolitíase e Colangite Aguda. Anatomia das Vias Biliares - Vesícula Biliar Orgão piriforme Capacidade entre 30 e 60 ml Função de armazenamento e concentração da bile Irrigação arterial pela Artéria Cística – geralmente é ramo da Artéria Hepática Direita. Podem ocorrer variações anatômicas Gânglio de Mascagni: Geralmente próximo a Artéria Cística Vértices dos lóbulos hepáticos espaço porta (ramo da artéria, veia porta e da via biliar) os vasos da artéria e veia os vasos estão ramificando para levar o sangue. Via biliar fininha está começando dali ela conflui para formar a via biliar. A bile produzida no fígado drenada pela via biliar (via biliar ductohepático direito e esquerdo ducto hepático comum ducto cístico ducto colédoco ) duodeno. O fígado produz a bile que é drenado pela via biliar principal até chegar ao duodeno. Na via tem a vesícula biliar que é um “reservatório” de bile. A vesícula não faz parte da via biliar principal (comunica fígado e duodeno). Função da bile: digestão de lipídios e absorção de gorduras. Vesícula: órgão piriforme, capacidade de 30-60ml, armazena bile. Porções anatômica: corpo, fundo e infundíbulo. Comunica vesícula a via biliar principal: ducto cístico. Irrigada pela artéria cística (ramo da artéria hepática direita). Colecistolitíase Epidemiologia - Uma das doenças mais comuns do Aparelho Digestivo. - Estima-se que 10 a 15% da população mundial tem ou terá cálculos biliares. - Europa – 20 a 30% da população acima dos 50 anos de idade apresenta calculose biliar. - Brasil – 9,3% da população em geral e 20 a 30% da população acima dos 50 anos de idade apresenta calculose biliar. Doença muito comum. Atinge de 8 -30% da população geral. Quanto mais avança idade aumenta a chance. 2° cirurgia eletiva mais realizada no mundo. Fisiologia - Bile - solução contendo água, colesterol, fosfolípides (lecitina), sais biliares, bilirrubina conjugada, protéinas e eletrólitos - Fígado produz cerca de 500 a 1000 ml de bile ao dia - Bile é lançada no duodeno e auxilia na digestão de gorduras no intestino - Cerca de 95% do conteúdo biliar é reabsorvido no intestino delgado, principalmente no íleo terminal, e retorna ao fígado através do sistema venoso portal – Circulação entero-hepática Porque forma cálculo da bile: ela é um composto sintetizada pelos hepatócitos no fígado que tem vários componentes (água, proteína, eletrólitos, sair biliares, colesterol- muito frequente). Os componentes têm que estar em equilíbrio de concentração, se tiver desequilíbrio solução fica supersaturada e pode precipitar sais de colesteróis formando os cálculos. Principal cálculo colesterol. Maioria da bile produzida é reabsorvida ao longo do trato digestivo (principalmente no íleo terminal 95%). Fisiopatologia - Fosfolípides e sais biliares são as principais substâncias responsáveis pela solubilidade do colesterol na bile - Alterações na concentração dessas substâncias pode levar a formação de bile hipersaturada, predispondo à formação de cálculos - Triângulo de Admirand-Small Alteração na concentração de sais biliares e fosfolipídios (colesterol só é solúvel pela presença deles). Então se tem muito colesterol na bile supera a solubilidade precipitação. Muito sais biliares e fosfolipídios e pouco colesterol muito difícil formar cálculo. Pouco sais e fosfolipídios e muito colesterol comum cálculo. Tipos de Cálculos Cálculos de Colesterol ou amarelo - 80% dos cálculos biliares - Resultam da alteração da homeostase do colesterol na bile - Puros – maiores e em menor quantidade - Mistos (com mucina) – menores e múltiplos São os mais comuns, 80%. São formados de biles hiperconcentrada de colesterol. Pode ser colesterol puro ou misturado. Cálculos Pretos - Formados de colesterol, bilirrubina não conjugada e mucina – principal componente é o Bilirrubinato de Cálcio - Estados em que há elevação da bilirrubina indireta - Doenças hemolíticas crônicas e insuficiência hepática - Geralmente são cálculos múltiplos e pequenos Preto: típico de situações com excesso de bilirrubina indireta (soluto que é conjugada pelos hepatócitos e elevada ao duodeno). Situações com excesso de bilirrubina indireta organismo leva a um excesso na bile. Fatores de risco: doença hemolítica crônica (síndromes hemolíticas, anemia) e insuficiência hepática (fígado não corverte direta indireta). Cálculos Marrons - Bilirrubinato de cálcio, sais de cálcio, colesterol e ácidos graxos - Cálculo primário da via biliar principal - Estase e processos infecciosos - Geralmente cálculos de consistência amolecida Forma na via biliar principal. Geralmente é causada pela bile parada. Cresce em camadas lobo desmancha fácil. Fatores de Risco - Sexo feminino: estrogênio aumenta a secreção de colesterol pelo hepatócito e progesterona diminui a contratilidade da vesícula biliar - Idade avançada +40 anos - Gestação e multiparidade - Obesidade – mais colesterol na bile - 4 Fs – female, fourty, fertile, fat - Síndrome metabólica – circunferência abdominal aumentada + diabetes + HAS + dislipidemia - Perda de peso rápida - Drogas: ceftriaxone, estrogênios pós-menopausa, nutrição parenteral total. Algumas medicações aumentam colesterol na bile, reposição hormonal - Fatores genéticos e ambientais: parente de primeiro grau – incidência 4 a 5 vezes maior e Etnia. História familiar e raças especificas influenciam muito - Dieta: hipercalórica, rica em açúcar de fácil absorção, pobre em fibras, cálcio e vitamina C - Dismotilidade vesicular: diabetes mellitus, hipertrigliciridemia. Dificuldade de lançar a bile no duodeno. - Doença hemolítica crônica: microesferocitose hereditária, anemia falciforme. - Cirrose hepática. Bilirrubina indireta na bile. - Ressecção cirúrgica do íleo terminal - Doenças do íleo terminal - Tabagismo - Álcool - Sedentarismo - Nutrição Parenteral Quadro Clínico- colecistolitíase - Assintomática - Sintomática: não complicada e complicada (Colecistite, Coledocolitíase e Pancreatite). - 60 a 85% dos casos – pacientes assintomáticos ou oligossintomáticos Dor - Tipo cólica ou aperto em hipocôndrio direito, que pode ter irradiação para dorso, região interescapular ou ombro direito - Geralmente a dor dura em torno de 30 minutos a 4 horas. Episódios de dor com duração superior a 6 horas sugerem complicação (colecistite, pancreatite aguda) - Geralmente associada a náuseas, vômitos e inapetência - Quadro pode ser precipitado por alimentação gordurosa, mas também pode ocorrer sem associação com alimentação Presença de febre, dor constante, irritação peritoneal, icterícia, colúria, acolia fecal – indica presença de complicação Geralmente são assintomáticos ou oligossintomáticos. Tem digestão lenta, plenitude pós-prandial. Quadro de cólica biliar e dor intensa são minorias. Pessoa tem sintomas ou sintomas associado a complicações. Sintomas: colecistolitíase sintomática não complicado Sintomas + complicações: colecistolitíase sintomática complicada. Dor: tipo cólica, forte intensidade, no hipocôndrio direito, com irradiação para o epigástrio, associado a náuseas e vômitos (dor muito intensas estimula vomito). Inapetência pela dor. É uma dor que vem em ciclos. Como funciona a dor: vesícula com cálculo pessoa alimentou em alguma contração da vesícula o cálculo impacta na saída da vesícula bile não consegue sair vesícula fica contraindo para lançar a bile cólica. É ocasional porque em algum momento o cálculo se solta e volta para vesícula. Dor mais de 6hrs + febre + icterícia = complicação. Diagnóstico Ultrassonografia de abdome Principal exame na avaliação de cálculos da vesícula biliar – relação custo-benefício Alta sensibilidade (>95%) e especificidade (>98%) Achado: imagem hiperecogênica com sombra acústica posterior Pode não conseguir identificar cálculos com diâmetro inferior a 3 mm Pode avaliar ainda se há sinais de colecistite e dilatação de vias biliares Exames Laboratoriais Transaminases – TGO e TGP: Podem estar elevadas quando há lesão de hepatócitos Enzimas canaliculares – Fosfatase Alcalina e Gama GT: Podem estar elevadas quando há aumento da pressão nas vias biliares (obstrução) Bilirrubinas: Podem estar elevadas quando há obstrução das vias biliaresNa Colecistolitíase, geralmente os exames laboratoriais estão normais Diagnostico: suspeita que está com pedra ou achados de exames. Melhor exame de imagem: USG USG: sensibilidade e especificidade >95%. E bom custo benefício. Característica: cálculo hiperecogênico (branco) com sombra acústica posterior. Raio X pode mostrar se for calcificado. TC pode ser se ele tiver cálcio (poucos). Ressonância pode ser visto como uma falha de enchimento. Exames laboratoriais: Transaminase (TGO e TGP) quando tem lesão de hepatócitos 2 aumentada mais de 2X o valor referência pensa em obstrução de biliares. Enzimas canaliculares. Tratamento- cirúrgico Colecistectomia: convencional, videolaparoscópica ou por robótica. Indicações de Colecistectomia Colecistolitíase sintomática Pacientes assintomáticos: Colecistolitíase com cálculo maior que 3 centímetros. Pólipo de vesícula biliar maior que 1 centímetro. Colecistolitíase e doença hemolítica crônica. Anormalidade congênita da vesícula biliar – vesícula biliar dupla, vesícula biliar séssil. Microlitíase biliar. Vesícula em porcelana. Pacientes com Colecistolitíase e imunodeprimidos. Pacientes com Colecistolitíase que morem em locais remotos, de difícil acesso. Pacientes com Colecistolitíase e Diabetes Mellitus Tratamento: sempre tirar a vesícula. Feito de forma tradicional ou robótico. Pode tirar ela porque não faz parte da via biliar principal. Indicação: todas pessoas que tiver pedra (pratica). Exceção cirúrgica: risco cirúrgico muito alto. Teoria: não sintomático – cálculo maior que 3 cm (causa CA), pólipo de vesícula maior que 1cm. Microcálculo. Deginesias de vesículas. Anemia hemolítica crônica. Diabetes, imunodeprimidos. Mora em locais remotos. Vesícula em porcelana (vesícula inflama e desinflama- risco de CA). Colecistite aguda - Aproximadamente 25% dos pacientes com colelitíase desenvolverão colecistite aguda em algum momento da vida - 95% dos casos - litiásica – Impactação de cálculo em infundíbulo da vesícula biliar ou ducto cístico - Cerca de 50% dos casos – processo infeccioso É uma complicação. É o processo inflamatório da vesícula. 20-25% pacientes com pedra na vesícula tem algum processo inflamatório. A inflamação pode ser muito grave e complexa – dificulta tratamento cirúrgico, aumenta risco de complicações. Quase todos casos de Colecistite (inflamação) são em situações de cálculos na vesícula. Fisiopatologia - Impactação do cálculo no infundíbulo ou ducto cístico – impossibilidade de esvaziamento da vesícula biliar – distensão da vesícula biliar e aumento da pressão intraluminal – isquemia e congestão da mucosa – processo inflamatório Pessoa tem Colecistite aguda: Impactação do cálculo na saída ou na entrada da vesícula. A mucosa continua liberando secreção que não tem como sair acumula vesícula distende aumenta pressão na parede da vesícula. Sangue tem dificuldade para chegar e sair da vesícula isquemia e congestão processo inflamatório. Metade dos casos de Colecistite são por infecção mostrando que o processo fisiopatológico é aumento da pressão da parede da vesícula, isquemia e congestão. Quadro Clínico - Dor abdominal em epigástrio e hipocôndrio direito, de forte intensidade, que pode irradiar para região infraescapular – dor persiste por mais de 6 horas - Hiporexia, náuseas e vômitos - Pode ocorrer febre, geralmente baixa - Sinal de Murphy – Interrupção do movimento inspiratório com compressão de ponto cístico Dor constante, começa e não para. Irritação peritoneal (Sinal de murphy). Muita dor na descompressão brusca. Icterícia. Diagnóstico USG de abdome - Cálculo impactado no infundíbulo - Espessamento da parede da vesícula biliar - Líquido perivesicular - Sinal de Murphy ultrassonográfico - Aumento do diâmetro transverso do fundo da vesícula biliar Cintilografia biliar - Método mais específico no diagnóstico de Colecistite Aguda - Raramente utilizado USG: calculo impactado no infundíbulo, parede da vesícula bem espessada, aumento do diâmetro da vesícula, liquido perivesicular. Dor durante o exame (sinal de Murphy ultrassonográfico) Cintilografia biliar: é o exame mais especifico, mas não é feito na pratica. Marcador na veia do paciente que é eliminado na bile. Se tem Colecistite então marcador não é mostrado. Tratamento - Dieta zero - Hidratação - Antibioticoterapia - Sintomáticos - Colecistectomia, idealmente entre 24 e 48 horas do início do quadro É uma urgência então tratamento enquanto antes. Internar dieta zero hidratar antibiótico Colecistectomia o quanto antes. Tipos Incomuns de Colecistite Aguda Colecistite Aguda Alitiásica - Menos de 5% dos casos de colecistite aguda - Pacientes graves em cuidados intensivos, politraumatizados graves, grandes queimados, pós-operatório de grande porte, jejum prolongado com nutrição parenteral, imunossuprimidos, algumas doenças sistêmicas (sarcoidose, lúpus eritematoso sistêmico). - Tratamento – Colecistectomia Colecistite Enfisematosa Aguda - 1% dos casos de colecistite aguda - Gás na parede da vesícula biliar - Paciente – homem idoso, diabético - Clostridium perfringens, Clostridium welchii, Escherichia coli - Tratamento - Colecistectomia Tipos raros: Colecistite Aguda Alitiásica – é muito rara, pessoas muito graves, nunca em paciente hígido. Politrauma, TCE, sepse, quadros de internação e o tratamento é cirúrgico. Colecistite Enfisematosa Aguda – a única diferença é o processo infecioso, tem calculo associado. Bactérias que proliferam na bile. Tratamento cirúrgico. Homem branco, idade avançada e diabético. Mostra ar na vesícula Complicações Síndrome de Mirizzi Perfuração Fístula – comunica vesícula e outros órgãos Íleo biliar Síndrome de Mirizzi: calculo em todo ducto cístico e infundíbulo. Processo inflamatório tão grande que comprime a via biliar. Paciente ictérico. Pode ser gravíssimo porque cria complicações em outros órgãos (intestino) produzindo fistulas que prejudica tratamento. Coledocolitíase Classificação - Origem: Primária (cálculo formado no colédoco) – 5%. Secundária (passagem de cálculo da vesícula biliar para o colédoco) – 95% - Diagnóstico pós- colecistectomia: Residual - < 2 anos. Primário ou recorrente - > 2 anos . São cálculos na via biliar. Maioria dos casos são secundaria: cálculo da vesícula que migra para o colédoco – 90%. Primaria: calculo formado no colédoco – minoria. Para ter a formação no colédoco precisa ter estase de bile no colédoco. Fatores de risco: estenose de via biliar, parasitose. Etiopatogenia - 95% dos casos - passagem de cálculo da vesícula biliar para o colédoco: Coledocolitíase ocorre em 5 a 10% dos pacientes com colecistolitíase - 5% dos casos - cálculos se formam na própria via biliar principal – cálculo marrom. Estase da bile na via biliar principal – estenose, cistos biliares, corpos entranhos (fio de sutura, vermes - Ascaris lumbricoides e Clonorchis sinensis – Colangite piogênica recorrente). Hiperproliferação bacteriana na bile – desconjugação da bilirrubina direta em indireta. Quadro Clínico - Dor abdominal tipo cólica biliar – semelhante a dor na colecistolitíase sintomática - Icterícia do tipo obstrutiva e flutuante, com síndrome colestática (colúria e acolia fecal) - Náuseas, vômitos, inapetência Dor em tipo colica no hipocondrio direito, paciente ictericoo. Acolia fecal (muda coloracao das vezes porque a bile não chega ao duodeno). Excesso de absorcao de bilirrubina excesso no rins colúria. Sindrome colestatica (ictericia, coluria e acoliafecal) Exames laboratoriais - Transaminases – TGO e TGP: podem estar elevadas, principalmente em quadros arrastados - Enzimas canaliculares – Fosfatase Alcalina e Gama GT: geralmente estão elevadas - Bilirrubinas: geralmente elevadas, com predomínio de bilirrubina direta. Icterícia flutuante. Exames: TGO TGP elevada – bile parada no figado. Diagnóstico - Colangiorressonância Magnética - Sensibilidade de 95% e especificidade de 90% - Principal exame na suspeita de coledocolitíase - Permite visualização detalhada das vias biliares - Exame não invasivo Colangiografia: avalia via biliar principal – se estiver dilatada. É possível fazer com ressonância. Tratamento - Endoscópico – Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE). É uma endoscopia avançada. Entra na via biliar principal e tira o cálculo sem precisar cortes. Indicado com confirmação diagnostico. - Cirúrgico: Cirurgia Convencional ou Videolaparoscópica. - Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE). Pode ser diagnóstica e/ou terapêutica. Complicações - pancreatite aguda, colangite, perfuração duodenal Colangite aguda - Infecção bacteriana do trato biliar associada a obstrução parcial ou total do sistema biliar - Coledocolitíase – causa mais comum – 60 a 90% dos casos Tem obstrução e infecção bacteriana da via biliar. Fisiopatologia Obstrução da via biliar Colonização da bile por bactérias entéricas Supercrescimento bacteriano Aumento da pressão na via biliar Bactérias são pressionadas através da membrana canalicular e dos hepatócitos para a circulação sistêmica Quadro Clínico - Paciente com obstrução da via biliar associada a dor abdominal em hipocôndrio direito, febre e icterícia – Tríade de Charcot – cerca de 90% dos casos - Colangite Aguda e sepse: Tríade de Charcot associada a hipotensão arterial e confusão mental – Pêntade de Reynold – 10% dos casos – alta letalidade Dor abdominal, ictérico e febre. Tríade de Charcot. Se continuar piorando tem sinais de sepse (processo inflamatório mais intenso associado a alterações associadas a resposta inflamatória sistêmicas - vasodilatação). Pêntade de Reynold: paciente com colangite bacteriana aguda + hipotensão + alterações neurológicas. Colangite bacteriana com sepse. Tratamento - Tríade de Charcot – Antibioticoterapia + tratamento da obstrução da via biliar após tratamento da infecção - Pêntade de Reynold – Antibioticoterapia + desobstrução da via biliar com urgência Referências Bibliográficas - SABISTON, Tratado de Cirurgia 19° edição - Clínica Cirúrgica – HC-USP-Rasslan,Samir / Gama- rodrigues,Joaquim José / Machado,Marcelo Cerqueira Cesar Pancreatite aguda/crônica e tumores pancreáticos.– 21/08 Principal componente é o acinar que produz as enzimas digestivas ativas e inativas do pâncreas. Amilase carboidratos e lipase lipídeos. Também produz proteases na forma inativa que são chamados de zimunogênicos – tripsina e quimiotripsina. Pancreatite Aguda Definição - Processo inflamatório agudo do pâncreas que, dependendo da intensidade, pode acometer tecidos peripancreáticos e/ou levar a falência múltipla de órgãos - Autodigestão tecidual do pâncreas por suas próprias enzimas - 50 a 80 casos/100.000 habitantes/ano – EUA - 19 casos/100.00 habitantes/ano - Brasil - Morbidade em torno de 25% e mortalidade entre 6 e 10% Fisiopatologia - Fisiopatologia da Pancreatite Aguda ainda não é totalmente definida - Fator obstrutivo no ducto pancreático ou alteração que leve a ativação de enzimas pancreáticas em tecido pancreático - processo inflamatório pancreático. (Por algum motivo essas enzimas (proteases) inativas são ativadas ainda na região pancreática levando a um processo de autodigestão) (O pepsinogênio é ativado pela enteroquinase e forma a pepsina) - Processo inflamatório pode levar a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) – vasodilatação e perda de líquido para o terceiro espaço – hipoperfusão tecidual - SIRS e hipoperfusão tecidual podem levar a falência de órgãos Classificação Quanto a alterações específicas no Pâncreas Pancreatite Aguda Edematosa - 80 – 90% dos casos - Edema do pâncreas, sem necrose, complicações locais ou sistêmicas - Autolimitada, durando cerca de 3 a 7 dias - Mortalidade de 1% (Processo inflamatório leve sem repercussão inflamatória sistêmica importante, boa resposta ao tratamento geralmente em 3 dias a uma semana, menor mortalidade) Pancreatite Aguda Necrosante ou Necro- Hemorrágica - 10 – 20% dos casos - Extensa necrose parenquimatosa, hemorragia retroperitoneal, com quadro sistêmico grave - Mortalidade de 30 – 60% (A inflamação faz formação de sangramento, necrose pancreática, repercussões importantes (sistêmica), morbidade 100% porque sempre deixa alguma sequela) Quando tem um processo inflamatório muito intenso já tendência de citocinas e vasodilatadores inflamatórios que leva a vasodilatação e o volume intravascular fica diminuído (menos hiperperfundidos) o sangue fica mais concentrado (hematócrito menor) podendo levar a falência orgânica que é um dos marcos principais de pancreatite. Critérios de Atlanta Modificados (2012) Pancreatite Aguda Leve Ausência de falência orgânica ou complicações locais (necrose) (não há complicação local grave) Pancreatite Aguda Moderada Falência orgânica transitória, que responde ao tratamento clínico e apresenta resolução em até 48 horas. Complicações locais ou sistêmicas, sem persistência de falência orgânica (Com base na falência de órgãos e complicações sistêmicas) Pancreatite Aguda Grave Falência orgânica persistente por mais de 48 horas. Necrose pancreática: (Falência orgânica mantida e necrose local grave) • Pós 48h de tratamento é grave Etiologia Biliar Principal causa de pancreatite aguda – 50 a 60% dos casos (cálculo na vesícula que conseguiu sair da vesícula -> foi no colédoco e fica parado naquele segmento comum entre o colédoco e o ducto pancreático -> a secreção exócrina chega ao pâncreas e não consegue passar devido ao cálculo -> levando a um processo inflamatório) Em média 3 a 7% dos paciente com colecistolitíase apresentam pancreatite aguda em algum momento Alcoólica 20 a 30% dos casos de pancreatite aguda Geralmente ocorre em indivíduo alcoolista inveterado crônico – acometimento crônico do pâncreas Hipertrigliceridemia (tem que ser muito elevado - causa mais rara) 1,3 a 3,8% dos casos Geralmente em níveis de triglicérides superiores a 1000 mg/dl, mas pode ocorrer com valores entre 500-1000 mg/dl (Pode ter pancreatite sem elevação de amilase, única causa possível) Hipercalcemia Valores > 12 mg/dl Causa rara de pancreatite aguda – menos de 0,5% dos casos Hiperparatireoidismo primário (pensar em câncer de paratireoide porque ele produz paratormônio e se tem muita produção leva a muita produção de cálcio - não é comum) Induzida por fármacos Imunossupressores Pacientes HIV positivos: antirretrovirais (didanosina) e pentamidina (tratamento de pneumocistose). Vários fármacos podem causar pancreatite Trauma Causa importante em pacientes pediátricos (principal causa de pancreatite em crianças é por trauma) CPRE (manipulação da papila duodenal) Principal complicação da CPRE Outras causas - Hereditária, fibrose cística, viroses, infecções bacterianas, parasitoses (Ascaris lumbricoides), obstrução ductal crônica, vasculite, alterações morfológicas do pâncreas, envenenamento por escorpião Idiopática (quando não tem causa definida) 70% - microlitíase 30% - disfunção do esfíncter de Oddi Quadro clinico - Dor abdominal aguda – 95a 100% dos casos- Epigástrica, em faixa, insidiosa e progressiva, pode apresentar irradiação para flancos e dorso. (Dor em faixa ou em barra que acomete andar superior do abdômen, forte intensidade e que não cessa - constante -, pode irradiar pra dorso, geralmente associado com náuseas, vômitos e inapetência…) - Naúseas e vômitos – 80% - Inapetência/hiporexia - Íleo paralítico – distensão abdominal - Sintomas gerais – febre, astenia, mal-estar, hiporexia - SIRS intensa pode levar a insuficiência orgânica - Equimose – ocorre em 5 a 7% dos casos e é sinal clínico de gravidade Sinal de Cullen – equimose periumbilical Sinal de Gray-Turner – equimose em flancos Sinal de Fox – equimose no ligamento inguinal Pacientes com Pancreatite Aguda Grave - Sinais de processo inflamatório sistêmico – taquicardia, taquipnéia, hipotensão, confusão mental - Gravidade da Pancreatite Aguda geralmente está associada a intensidade do processo inflamatório e presença de necrose pancreática Exames laboratoriais Amilase sérica - Elevação se inicia 2 a 12 horas após início do quadro clínico com normalização dos valores em 3 a 6 dias - Sensibilidade de 85 – 90% e especificidade de 70 – 75% - Para critério diagnóstico, considerar valores acima de 3 vezes o limite superior da normalidade Lipase sérica - Elevação se inicia 2 a 12 horas após início do quadro clínico com normalização dos valores em 7 a 10 dias (meia vida mais longa e por isso mais específica na avaliação diagnóstica de pancreatite) - Sensibilidade similar à amilase, porém mais específica (fica mais tempo elevada) - Para critério diagnóstico, considerar valores acima de 3 vezes o limite superior da normalidade Amilase sérica + lipase sérica – sensibilidade de 95% e especificidade de 95% (Muitas doenças podem elevar amilase e lipase, mas na pancreatite aguda é um aumento drástico, então o aumento para os diagnósticos precisa ser de 3 vezes maior e aumento das duas) Pancreatite Aguda (pedir hemograma para avaliar hematócrito e leucocitose) Exames de imagem Tomografia computadorizada de abdome com contraste EV Melhor exame de imagem para estudo do pâncreas Pode indicar gravidade da lesão, mostrando necrose pancreática ou complicações, como pseudocistos e abscessos pancreáticos Indicações: Dúvida diagnóstica Sinais clínicos e laboratoriais de piora clínica Ausência de melhora após 72 horas de tratamento Piora clínica após melhora inicial com tratamento USG de abdome Avaliar possibilidade de Pancreatite Aguda ser de etiologia biliar Edema pancreático, alteração de ecogenicidade, presença de coleção ou pseudocisto Diagnóstico Critérios 1- Critério clínico – presença do quadro clínico sugestivo (está presente em quase 100% dos pacientes) 2- Critério laboratorial – amilase e lipase séricas com valor 3x acima do valor de referência (em casos de hipertriglicérides, pancreatite alcoólica também pode não ter aumento de amilase…) 3- Critério por exame de imagem – alteração ao exame de imagem sugestiva de pancreatite aguda (Diagnóstico - pelo menos 2 dos 3 critérios) (Limitação do Ranson- ter q esperar 48h) (Apache II não precisa esperar 48h, se for maior que 8 já é pancreatite grave) Diagnóstico – pelo menos 2 dos 3 critérios Critérios de gravidade Ranson: Maior ou igual a 3 – pancreatite grave Apache II: Maior ou igual a 8 – Pancreatite Grave Tratamento Pancreatite aguda leve Dieta zero Hidratação vigorosa Sintomáticos: Analgésicos – evitar morfina* (aumenta tônus do esfíncter de Oddi) Antieméticos Protetor gástrico Reintrodução da dieta assim que possível: Critérios para reintrodução da dieta – resolução do quadro de dor abdominal, peristalse presente, ausência de náuseas e que paciente apresente apetite Pancreatite aguda grave Suporte intensivo Dieta – controverso: Os estudos mais recentes orientam que na pancreatite aguda grave a dieta deve ser iniciada precocemente por SNE, preferencialmente posicionada no jejuno por EDA* Em alguns casos é necessária nutrição parenteral total Hidratação vigorosa Sintomáticos Complicações da pancreatite aguda Necrose pancreática - Complicação mais temida da pancreatite aguda (lembrar que pancreatite leve acontece entre 3-7 dias) - Não ocorre antes de 2 semanas do início do quadro de pancreatite aguda - Antibioticoterapia - casos de confirmação ou quadro sugestivo de necrose pancreática infectada (na literatura não se indicia antibioticoterapia profilática porque acaba com as bactérias boas e deixa o paciente suscetível a proliferação de fungos) - Antibióticos de escolha - Carbapenêmicos e quinolonas - Necrose pancreática infectada – indicação de necrosectomia pancreática (quando o paciente tem inflamação aguda não se indica tratamento cirúrgico a não ser no caso de necrose pancreática infectada) Pseudocisto pancreático - Coleção líquida intra ou peripancreática não infectada, envolta por cápsula fibrosa, após 4 semanas do início do quadro de pancreatite aguda - Ocorre em 10% dos casos de pancreatite aguda - É causa de elevação persistente da amilase sérica - Tratamento: Assintomáticos – seguimento com exame de imagem (a maioria regride) Sintomáticos – indica intervenção: Drenagem externa – alta taxa de recidiva, Tratamento endoscópico e Tratamento cirúrgico – drenagem cirúrgica interna ou ressecção do pseudocisto (Lembrar que amilase e lipase não é marco de gravidade e sim exame diagnóstico) Pancreatite Aguda Biliar - Casos leves a moderados – colecistectomia na mesma internação, após resolução da pancreatite - Casos graves – colecistectomia 6 a 8 semanas após resolução do quadro - Colangiografia para avaliação da via biliar principal Pancreatite Crônica Introdução - Definição – doença inflamatória crônica que leva a destruição do parênquima pancreático com formação de fibrose - Processo irreversível - Pode levar a insuficiência pancreática exócrina e endócrina - É fator de risco para adenocarcinoma de pâncreas Fisiopatologia Agressão crônica ao pâncreas Formação de plugs proteicos nos ductos pancreáticos Calcificação dos plugs proteicos e obstrução dos ductos pancreáticos Fibrose e insuficiência pancreática Etiologia - Alcoólica – causa mais frequente – 70 a 90% dos casos - Idiopática – segunda causa mais frequente – 5 a 10% dos casos - Existem outras causas, raras Quadro clinico - Dor – Sintoma principal e o mais frequente Andar superior do abdome, podendo ocorrer irradiação para o dorso Intensidade e frequência variável Pode ser mais intensa após a alimentação - Emagrecimento e desnutrição Dor ao se alimentar Insuficiência exócrina – deficiência de enzimas digestivas – síndrome disabsortiva - Insuficiência pancreática exócrina Esteatorréia: Perda excessiva de gordura nas fezes. Principal sintoma que reflete a insuficiência pancreática exócrina Insuficiência pancreática endócrina: DM tipo II Avaliação diagnostica Tratamento - Dor Tratamento muito difícil Analgesia escalonada Cessar ingesta de bebida alcoólica Tratamento cirúrgico - Insuficiência exócrina Enzimas pancreáticas – Pancreatina - Tratamento do DM Adenocarcinoma de pâncreas Introdução - Um dos tumores mais letais em oncologia clínica - Pancreatectomia é a única modalidade terapêutica potencialmente curativa - Apenas 15 a 20% dos pacientes podem ser submetidos a pancreatectomia com chance curativa - Mesmo em pacientes com potencial curativo por cirurgia, a sobrevida em 5 anos é de 5% - Pacientes com doença localmenteinvasiva – sobrevida de 7 a 9 meses - Pacientes com doença metastática – sobrevida de 5 meses - Brasil: 2% de todos os tipos de câncer. 4% do total de mortes por câncer Fatores de Risco - Idade superior a 45 anos - Sexo masculino - Raça negra - Fatores hereditários Risco 40 a 70 vezes maior Síndromes familiares (síndromes de câncer pancreático hereditário): pancreatite crônica hereditária, Peutz-Jeghers, Von Hippel-Lindau, ataxia-telangectasia, síndrome de Lynch II, presença de mutações em BRCA 1 e 2 - Pancratite crônica - Diabetes mellitus - Tabagismo - Obesidade - Alterações genéticas Patologia - 85 a 90% - Adenocarcinoma - 80 a 90% - ductal - Localização 60 a 70% - cabeça do pâncreas 5 a 10% - corpo 10 a 15% - cauda Quadro clinico - Lesões em estágio inicial geralmente são assintomáticas - Lesões localizadas na cabeça do pâncreas Inicialmente – assintomático ou sintomas inespecíficos Icterícia, dor abdominal e perda de peso Icterícia progressiva, com presença de vesícula palpável – sinal de Courvoisier- Terrier - Lesões localizadas no corpo e cauda do pâncreas Dor abdominal e perda de peso Geralmente diagnosticadas em estágio avançado Massa abdominal Exames de Imagem - Tomografia Computadorizada com contraste EV Exame de escolha Permite avaliar o tamanho da lesão, invasão de estruturas adjacentes, acometimento linfonodal e presença ou não de metástases à distância, dilatação de vias biliares Alta sensibilidade e especificidade Marcadores Tumorais - CA 19.9 Em valores elevados (> 90 U/ml) apresenta especifidade de 85% para câncer de pâncreas Deve ser solicitado nos casos de suspeita de tumor de pâncreas Importante no seguimento pós-operatório de pacientes submetidos a cirurgia curativa Estadiamento - Até estágio IIB – lesão ressecável - Apenas 10 a 20% apresentam lesão ressecável ao diagnóstico Tratamento - Doença potencialmente operável - Diagnóstico histológico pré-operatório não é necessário para o tratamento – achados clínicos e radiológicos já autorizam cirurgia - Tumor de cabeça de pâncreas – Pancreatoduodenectomia – Cirurgia de Whipple - Tumores de corpo e cauda de pâncreas – Pancreatectomia corpocaudal - Quimioterapia adjuvante - Tratamento paliativo - Lesão irressecável ou pacientes sem status cirúrgico para abordagem cirúrgica - Obstrução biliar – passagem de stents por CPRE ou derivação biliodigestiva Tratamento paliativo - Dor: Analgesia escalonada, bloqueio do plexo celíaco - Diarréia, má absorção e perda de peso: enzimas pancreáticas - pancreatina - Obstrução duodenal: Gastrojejunoanastomose paliativa ou passagem de stent metálico por endoscopia Diarreia - 28/10 Definição - Eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida, geralmente acompanhado de: - Aumento do número de evacuações diárias (> 3x ao dia) - Aumento da massa fecal (> 200 gramas/dia) Tubo Digestivo Diarreia - Desequilíbrio entre absorção e secreção de fluídos pelos intestinos - Redução da absorção e/ou aumento da secreção Classificação- Duração - Aguda – menos que 2 semanas - Sub-aguda, protraída ou persistente – entre 2 e 4 semanas - Crônica – mais que 4 semanas Classificação- Mecanismo fisiopatológico - Diarreia osmótica Substância osmoticamente ativa e não absorvível pelo epitélio intestinal na luz intestinal Maior quantidade de líquido retida na luz do tubo digestivo Exemplos: sais de magnésio, sorbitol, manitol, lactulose, deficiência de lactase (intolerância a lactose) - Diarreia secretória não-invasiva Geralmente toxina, droga ou substância neuro-hormonal estimulando a secreção ou inibindo a absorção hidroeletrolítica Exemplos: lavativos estimulantes (bisacodil, fenoftaleína), bactérias produtoras de toxina (cólera) - Diarreia invasiva ou inflamatória Lesão direta da mucosa – liberação de citocinas e mediadores inflamatórios – estimula secreção intestinal e aumento da motilidade Disenteria – sangue, muco e pus nas fezes Exemplos: parcela importante das diarreias infecciosas, doença inflamatória intestinal - Diarreia disabsortiva Diarreia com esteatorréia - aumento da eliminação fecal de lipídeos Exemplos: doença celíaca, insuficiência pancreática, doença de Crohn, giardíase - Diarreia funcional Hipermotilidade intestinal Exemplos: síndrome do intestino irritável e neuropatia diabética Classificação – Gastroenterocolite Aguda - Topografia no tubo digestivo Trato digestivo alto – estômago, duodeno, jejuno Trato digestivo baixo – cólon Classificação – Topografia no tubo digestivo - Trato digestivo alto – estômago, duodeno, jejuno Diarreia – poucos episódios diariamente, grande volume a cada evacuação Síndrome da Gastroenterite Aguda – naúseas, vômitos, hiporexia, dor abdominal difusa - Trato digestivo baixo – cólon Diarreia – vários episódios diariamente, pequeno volume a cada evacuação Dor abdominal tipo cólica, febre, tenesmo evacuatório, disenteria, urgência evacuatória Diarreia aguda Causas infecciosas - Infecções virais – rotavírus, norovírus, citomegalovírus - Protozoários – Entamoeba, Giardia - Bactérias: Staphylococcus aureus – toxinas pré- formadas (intoxicação alimentar) – principal causa de disenteria aguda. Escherichia coli – produção de enterotoxinas (Sorotipo O157:H7 – síndrome hemolítico-urêmica). Invasão da mucosa – Shigella, Campylobacter, Salmonella, Escherichia - Outras causas – medicações, toxinas, etc. Quadro Clínico - Geralmente cursam com 3 a 7 evacuações diárias, perda de menos de 1 litro de líquido nas fezes por dia - Podem ocorrer náuseas, vômitos, hiporexia, dor abdominal tipo cólica, febre baixa - Podem ocorrer casos graves, com vários episódios de evacuação por dia e perda importante de fluídos – Cólera Tratamento - Dieta – conforme aceitação do paciente - Hidratação: um dos principais problemas na diarreia é a desidratação – hidratação é parte fundamental do tratamento Sintomáticos - Dor abdominal – analgésicos e antiespasmódicos - Naúseas e vômitos – antieméticos - Protetores gástricos podem ser utilizados - Antidiarreicos devem ser evitados - Probióticos podem ser utilizados Antimicrobianos - Na maioria dos casos não são necessários* - Indicada nos casos de diarreia aguda do trato digestivo baixo e disenteria - Antibióticos - Ciprofloxacino, ciprofloxacino associado a metronidazol, levofloxacino, amoxicilina + clavulanato, sulfametoxazol + trimetoprin (Bactrin), doxiciclina - Antiparasitários – metronidazol, secnidazol, albendazol, nitazoxanida - Antifúngicos - fluconazol Diarreia crônica - Duração superior a 4 semanas - Principais causas Deficiência de lactase (intolerância a lactose) – principal causa de diarréia osmótica crônica Insuficiência pancreática Doença inflamatória intestinal Causas infecciosas: Colite pseudomembranosa. Infecção por protozoários – amebíase Síndromes disabsortivas Síndrome do intestino irritável do tipo diarréia Colite pseudomembranosa - Processo inflamatório induzido por toxinas bacterianas, caracterizado por placas exsudativas aderidas a mucosa do cólon - Toxinas do Clostridium difficile - Principal etiologia: uso de antibióticos – eliminam bactérias da flora intestinal e permitem o crescimento exagerado do Clostridium difficile Fisiopatologia da Colite pseudomembranosa - Toxinas A (enterotoxina) e B (citotoxina) - Quadro clínico pode variar desdeuma diarréia não invasiva a um quadro de colite fulminante - Diagnóstico: pesquisa de toxinas do Clostridium difficile nas fezes – principal exame. PCR do gene da toxina B, colonoscopia, coprocultura, tomografia - Tratamento: Casos leves a moderados – Metronidazol via oral Casos graves – Vancomicina via oral Complicações podem necessitar abordagem cirúrgica Casos recidivados - novos ciclos de antibioticoterapia ou transplante de microbiota fecal Diarreia causada por protozoários - Entamoeba e Giardia – principais - Outros - Cryptosporidium, Cyclospora - Geralmente causam quadros de diarreia inflamatória crônica, mas podem causar quadros agudos - Tratamento – metronidazol, secnidazol, nitazoxanida Cólera - Doença infecciosa intestinal aguda - Vibrio cholerae toxigênico dos subgrupos O1 e O139 – bacilo gram negativo em forma de vibrião com flagelo - Transmissão fecal-oral - Quadro clínico varia desde dor abdominal e diarréia leves até quadros de dor abdominal intensa e diarréia aquosa abundante, com desidratação intensa - Diagnóstico: Identificação da bactéria em amostras de vômito ou fezes do paciente - Tratamento Hidratação conforme quadro clínico Antibióticos: Adultos – doxiciclina (primeira escolha), azitromicina, ciprofloxacino. Crianças – eritromicina, azitromicina (primeira escolha), doxiciclina, ciprofloxacino. Gestantes – eritromicina, azitromicina (primeira escolha) Escherichia coli entero-hemorrágica – produtora da toxina Shiga - Subtipo O157:H7 - Síndrome hemolítico-urêmica: Pacientes com disenteria que apresente anemia hemolítica microangiopática, plaquetotopenia e insuficiência renal aguda - Ingesta de alimentos contaminados - Diagnóstico – cultura das fezes (coprocultura) - Tratamento: Suporte intensivo e Antibioticoterapia Síndromes disabsortivas Definição - Conjunto de sinais e sintomas que resultam da incapacidade do trato gastrointestinal em utilizar os nutrientes da dieta, seja por distúrbios nos processos de digestão, seja por distúrbios nos processos de absorção Deficiência de Lactase (Intolerância a Lactose) - Primária Mais comum em negros Causa mais comum de diarréia crônica no mundo - Secundária Qualquer doença que cause lesão dos enterócitos - Fisiopatologia: Lactose deixa de ser quebrada em glicose + galactose – permanece na luz intestinal – age como substância osmótica e sofre ação das bactérias, produzindo gás - Quadro clínico: Plenitude pós-prandial, cólicas abdominais, flatulência e diarreia - Diagnóstico: quadro clínico e exames: Teste oral de tolerância a lactose Teste de exalação de hidrogênio - Tratamento: - Abstinência de alimentos que contenham lactose - Lactase em cápsulas Doença Celíaca – Intolerância ao Glúten - Espru não-tropical ou espru celíaco - Doença autoimune de caráter permanente que só aparece em indivíduos geneticamente pré- dispostos, desencadeada pela exposição ao glúten da dieta - Glúten – proteína contida na semente dos cereais – trigo, centeio, cevada. Gliadina – fração tóxica - Epidemiologia - Indivíduos brancos - 1:1000 indivíduos - 10% apresentando quadro clínico típico – maioria oligossintomático ou assintomático - Fisiopatologia: Digestão parcial do glúten Liberação da gliadina Ligação da Gliadina à Transglutaminase Tecidual (enterócitos na mucosa do intestino delgado) Resposta imune contra complexo Gliadina – Transglutaminase Tecidual (complexo principal de histocompatibilidade (MHC) classe II HLA-DQ2 (95% dos casos) e HLA-DQ8 (5% dos casos) Lesão da mucosa intestinal. - Quadro clínico: Sinais e sintomas dependem da extensão do acometimento intestinal Síndrome disabsortiva leve, com diarréia crônica, dispepsia, flatulência e/ou perda ponderal Síndrome disabsortiva grave, com distensão abdominal, diarréia crônica com esteatorréia, déficit pondero-estatural e carência de múltiplos nutrientes Anemia – deficiência de ferro, ácido fólico, vitamina B12 Doença óssea – deficiência de cálcio e vitamina D Coagulopatia – deficiência de vitamina K Hiperceratose cutânea – deficiência de vitamina A Neuropatia – deficiência de vitamina E Manifestações atípicas (extra-intestinais): fadiga, depressão, anemia ferropriva refratária, osteopenia/osteoporose, baixa estatura, atraso na puberdade, amenorreia, infertilidade, dermatite herpetiforme - Diagnóstico: Sorologia Anti-transglutaminase tecidual IgA (95% de sensibilidade e especificidade) Anti-gliadina IgG (anti-transglutaminase tecidual IgA negativo e dosagem de IgA total baixa) Anti-endomísio – pouco utilizado Endoscopia digestiva alta com biópsia de duodeno Atrofia das vilosidades, hiperplasia das criptas, infiltrado linfocítico - Tratamento Retirada do glúten da dieta – boa resposta na maioria dos casos Reposição de nutrientes em casos necessários Hérnias de parede abdominal - 05/11 Introdução - Hérnia – deriva da palavra em latim para “ruptura” - Definição: Protusão anormal de órgão ou tecido por um defeito em suas paredes circundantes - Parede abdominal – local mais frequente das hérnias Epidemiologia - Entre 500.000 e 600.000 cirurgias para tratamento de hérnia nos EUA por ano: 15% de todas as cirurgias - Estima-se que 5% da população população em geral apresenta ou apresentará hérnia de parede abdominal Região inguinal – 80% 95% - Inguinal 5% - Femoral Umbilical – 12% Hérnias inguinais Anatomia Músculo Oblíquo externo - Origem nas 7ª e 8ª costelas e fibras seguem em sentido ínfero-medial - Aponeurose originada ao nível da crista ilíaca e linha hemiclavicular - Entre espinha ilíaca antero-superior e tubérculo púbico – espessamento da aponeurose – Ligamento Inguinal ou Poupart - Abertura de formato oval na aponeurose do músculo oblíquo externo – superior e levemente lateral ao tubérculo púbico – Anel Inguinal Superficial Músculo Oblíquo Interno - Origem na metade superior do ligamento inguinal, dois terços anteriores da crista ilíaca e fáscia lombar - Inserção na cartilagem das 8ª, 9ª e 10ª costelas e linha - Canal inguinal – limite superior Músculo Transverso do Abdome - Canal inguinal – limite superior - Parte medial da aponeurose do músculo oblíquo interno funde-se com fibras da aponeurose do músculo transverso do abdome – Tendão ou área conjunta Fáscia Transversal - Camada de tecido conjuntivo abaixo da camada muscular Anel Inguinal Profundo - Falha na fáscia transversal, na região superior e lateral no canal inguinal, por onde passa o cordão espermático nos homens e o ligamento redondo do útero nas mulheres Vasos Epigástricos Inferiores - Originados dos vasos ilíacos, atravessam o canal inguinal em sua parede posterior e comunicam-se com vasos epigástricos superiores no músculo reto abdominal - Referência anatômica para diferenciar hérnias inguinais direta e indireta Canal Inguinal - Estende-se entre os anéis inguinal interno e externo - Trajeto oblíquo de posterior para anterior, de lateral para medial e de superior para inferior - Cerca de 4 Centímetros de comprimento - Limites Anterior ou superficial – aponeurose do músculo oblíquo externo Superior – aponeuroses do músculo oblíquo interno e transverso Inferior – ligamento inguinal e lacunar Posterior ou profundo – fáscia transversal e fibras do músculo e aponeurose do transverso - Nervos: Ílio-hipogástrico, ilioinguinal e ramo genital do nervo genitofemoral - Homem – cordão espermáticoFibras do músculo cremaster Artéria testicular Plexo Pampiniforme Ramo genital do nervo genitofemoral Ducto deferente - Mulher – ligamento redondo do útero Classificação - Indireta ou oblíqua externa – lateral aos vasos epigástricos inferiores - Direta – medial aos vasos epigástricos inferiores Epidemiologia - Mais frequente em homens do que em mulheres – 89,3% em homens e 10,7% em mulheres - Forma indireta mais frequente do que forma direta – 62% indireta e 38% direta - Mais frequente do lado direito do que do lado esquerdo - Mais frequente em idades mais avançadas Hérnia inguinal indireta - Considera-se que a etiologia da hérnia inguinal indireta seja congênita – persistência ou não- fechamento do canal ou conduto peritônio vaginal - Lateral aos vasos epigástricos inferiores - Conteúdo herniário pode se pronunciar em bolsa escrotal Hérnia inguinal direta - Medial aos vasos epigástricos inferiores - Triângulo de Hesselbach – área aonde se pronunciam as hérnias inguinais diretas Limite súperolateral – Vasos epigástricos inferiores Limite medial – margem lateral do músculo reto abdominal Limite inferior – ligamento inguinal Triângulo de Hesselbach: Fatores de risco - Defeitos congênitos e adquiridos são responsáveis pela maioria das hérnias inguinais - Situações em que ocorre aumento da pressão intra-abdominal - Sexo masculino - Idade avançada - Prematuridade e baixo peso ao nascer - Anormalidades congênitas – deformidades pélvicas ou extrofia de bexiga - Doenças do colágeno - Tabagismo Quadro clinico - Podem ser assintomáticas - Abaulamento em região inguinal - Desconforto ou peso na região da virilha, que piora com situações que aumentem a pressão intra-abdominal - Redutível – conteúdo da hérnia retorna espontaneamente ou mediante manipulação para a cavidade abdominal - Encarcerada – conteúdo da hérnia não pode ser reduzido mediante manipulação - Estrangulada – hérnia encarcerada que apresenta comprometimento da vascularização - Hérnias encarcerada e estrangulada – urgências cirúrgicas Exame físico - Paciente em ortostase e decúbito dorsal horizontal - Paciente deve fazer manobras para aumento da pressão abdominal Diagnostico - Anamnese e exame físico - Exames de imagem: Ultrassonografia e Tomografia computadorizada Classificação Tratamento - O tratamento das hérnias inguinais é cirúrgico - Fundamentos principais Redução do conteúdo herniário Reforço da parede posterior do canal inguinal - Pode ser realizada por técnica aberta ou laparoscópica Tratamento cirúrgico Técnica de Bassini - 1884 - Aproximação do tendão conjunto ao ligamento inguinal - Desvantagem – elevado índice de incidência, em torno de 30% Técnica de Shouldice - Considerada uma das melhores técnicas sem utilização de prótese - Quando realizada por cirurgião experiente, apresenta taxa relativamente baixa de recidiva (inferior a 3%) - Reforço da parede posterior em sutura em 4 planos utilizando a fáscia transversal, tendão conjunto e ligamento inguinal Técnica de Lichtenstein – 1986 - Técnica livre de tensão - Utiliza tela de Marlex (polipropileno para reforço da parede posterior do canal inguinal - Tela é fixada ao tubérculo púbico, ligamento inguinal e tendão conjunto - Baixos índices de recidiva (inferior a 1%) - Desvantagens – inguinodinia devido a presença da tela e fibrose local Técnica Laparoscópica - 2 abordagens – abordagem totalmente extraperitoneal (TEP) e abordagem pré-peritoneal transabdominal (TAPP) - Dissecção do peritônio do espaço pré-peritoneal, redução do conteúdo herniário e fixação da tela no espaço pré-peritoneal - Baixas taxas de recidivas – similar a técnica de Lichtenstein - Menos dor pós-operatória e menor tempo para retorno às atividades Hérnias femoral Introdução - Extrusão de contéudo intrabdominal pelo canal femoral - Cerca de 3% das hérnias da região da virilha - Mais frequente em mulheres do que em homens – 10:1. Anatomia – bacia mais larga, menos alta e mais inclinada - Mais frequente do lado direito - Apresenta maior risco de encarceramento e estrangulamento Anatomia Canal Femoral - Anterior – Ligamento inguinal - Medial – Ligamento lacunar ou de Gimbernat – extensão do ligamento inguinal e trato iliopúbico - Lateral – veia femoral - Posterior – Ligamento ileopectíneo ou e Cooper – espessamento do periósteo ao longo do ramo superior do púbis Quadro clinico - Hérnias pequenas podem ser assintomáticas ou oligossintomáticas - Abaulamento em topografia abaixo do ligamento inguinal - Encarceramento ou estrangulamento – dor intensa, pode ocorrer risco de obstrução intestinal Tratamento - O tratamento é cirúrgico - Redução do conteúdo herniário e correção do defeito herniário Tratamento cirúrgico Técnica de McVay - Aproximação do tendão conjunto ao ligamento de Cooper - Técnica bastante utilizada nestes casos - Risco de recidiva – não é uma técnica livre de tensão Tipos especiais - Hérnia de Littré – presença de divertículo de Meckel dentro do saco herniário de uma hérnia inguinal - Hérnia de Amyand – presença de apêndice cecal dentro do saco herniário de uma hérnia inguinal - Hérnia de Garengeot – presença de apêndice ceal dentro do saco herniário de uma hérnia femoral - Hérnia de Richter – hérnia inguinal ou femoral com encarceramento da borda antimesentérica de alça de intestino delgado Hérnias umbilical Introdução - Protrusão anormal de conteúdo intra-abdominal através do orifício umbilical não obliterado (congênita) ou reaberto (adquirida) Epidemiologia - Cerca de 12% das hérnias da parede abdominal - Pode ser congênita ou adquirida - É mais frequente em mulheres do que em homens, principalmente a hérnia umbilical adquirida Hérnia umbilical congênita - 10 a 20% dos recém-nascidos - 6 a 10 vezes mais frequentes em negros do que em brancos - Na grande maioria dos casos o anel umbilical se fecha espontaneamente até os 3 a 4 anos de idade Hérnia umbilical adquirida - Mais frequente em mulheres do que em homens - Associada a situações de aumento de pressão intra-abdominal Quadro clinico - Abaulamento ou protuberância em anterior ou adjacente ao umbigo - Pode apresentar dor e desconforto local Diagnostico - Anamnese e exame físico - Casos duvidosos – pode se utilizar de exames de imagem USG de parede abdominal Tomografia de abdome Tratamento Hérnia umbilical congênita* - Geralmente não se opera antes dos 4 anos de idade – alta chance de fechamento espontâneo até os 4 anos de idade - Defeitos herniários volumosos podem ser operados antes dos 4 anos de idade Hérnia umbilical adquirida - O tratamento é sempre cirúrgico – não há fechamento espontâneo Tratamento cirúrgico Técnicas - Fechamento do defeito herniário com sutura simples Pequenos defeitos herniário Bons resultados Técnica de Mayo - Técnica de sobreposição de aponeurose em 2 planos - Vem sendo menos realizada – técnica sob tensão – risco de recidiva Técnica de fechamento do defeito herniário e colocação de tela de polipropileno - Defeito herniário volumoso (maior que 3 centímetros) - Baixo índice de recidiva Doença arterial obstrutiva periférica e Insuficiência venosa de membros inferiores –5/11 Doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) Definição - Oclusão ou semioclusão de segmentos de artérias que nutrem os membros inferiores Fatores de risco - Fatores de risco para
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