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Doença inflamatória intestinal- 08/09 Introdução - Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn - Diferem de outras patologias que causam inflamação do tudo digestivo - Compartilham características epidemiológicas, clínicas e terapêuticas, mas apresentam diferenças entre si -Fisiopatologia ainda não é bem definida: distúrbio na regulação da imunidade da mucosa intestinal – processo inflamatório espontâneo provavelmente direcionado contra germes da microbiota fisiológica É um processo inflamatório ao nível do trato digestivo e várias condições podem causar esse processo inflamatório, como processo infeccioso, agressão por substancia irritativa. Mas cada DII tem uma característica de processo inflamatório relacionado ao processo autoimune. É o próprio sistema imunológico causando processo inflamatório no TGI. Cada doença tinha características especificas (em relação: nível de agressão tecidual, local de agressão, profundidade na parede do órgão). Elas são semelhantes em relação a mecanismos de ação de processo inflamatório: sistema imune causando lesão na parede do órgão, mas são bem diferentes uma da outra. Principais: retocolite ulcerativa e doença de Crohn Não sabe ao certo a fisiopatologia. Elas causam inflamações intestinais e Extraintestinais. Epidemiologia - Retocolite ulcerativa – incidência um pouco maior no sexo masculino - Doença de Crohn – incidência maior no sexo feminino (pratica mais comum em mulher as 2) - Mais frequentes em países de clima temperado do hemisfério norte - Idade (qualquer)– dois picos de incidência: Entre os 15 e 40 anos – principal adulto jovem Entre os 50 e 80 anos Fatores de risco - História familiar – principal fator de risco – genética 10 a 25% dos pacientes Parente de primeiro grau – incidência 100 vezes maior - Tabagismo Aumenta o risco e gravidade para doença de Crohn Fator protetor para retocolite ulcerativa RETOCOLITE: tabagismo é FATOR PROTETOR. Ele diminui a gravidade da doença. Na doença de crohn piora - População branca, principalmente judeus - Fatores genéticos: Doença de Crohn – gene NOD2/CARD15 A genética não é fator determinante: mesmo em gêmeos homozigoticos a concordância não é de 100%. Neles a concordância é de 80% se 1 tem o outro tem chance de 80% de ter. Então não é só o fator genético, tem outros fatores como: processos infeciosos, local, clima, alimentação, tabagismo (além de ser gatilho para manifestação da doença de Crohn, ele também pode aumentar a gravidade da doença. Já na retocolite o tabagismo diminui o processo inflamatório intestinal). Mais frequente em brancos e judeus em relação a outras populações. Tem um gene especifico que até 95% dos pacientes com Crohn tem ele. Microbiota é diferente. Anatomopatologia Retocolite ulcerativa - Doença acomete o reto e cólons - Acometimento da mucosa - Acometimento ascendente e uniforme Retocolite ulcerativa: inicia no reto e é um processo inflamatório ascendente que sobe pelo o cólon (acomete todo ele ou não), não acomete o canal anal. SOMENTE MUCOSA. ASCENDENTE e UNIFORME. Fig.1: reto reto e sigmoide (mais comum) colite. Fig.2: característica do processo inflamatório: age na mucosa, levando a uma irregularidade, processo inflamatório, friabilidade, perda do padrão vascular habitual. Na colonoscopia normal é possível ver: os vasos sanguíneos da mucosa de forma nítida, padrão vascular é preservado. Pseudopolipos: áreas de mucosa normal: 3°. Doença de Crohn - Doença acomete qualquer parte do tubo digestivo - Acomete principalmente o íleo terminal - Acometimento transmural – pode levar a formação de fístulas e estenoses - Acometimento descontínuo e focal – pode haver vários segmentos acometidos ao mesmo tempo É mais grave e acomete TODO TGI, desde a boca ao anus (ulceras orais, esofágicas, gástrica e intestinal). Acometimento salteado (descontinuo), qualquer parte do TGI, acomete transmural: TODA PARADE (mucosa, submucosa, muscular e serosa). Pode formar estenose e fistula. Doença muito grave. Quadro clínico Doença de Crohn - Dor abdominal e diarreia crônica – 75% - Perda de peso, febre e sangramento – 40 a 60% - Doença orificial – 10 a 20% - Massa palpável no quadrante inferior direito - Pode haver anemia - Pacientes alternam períodos sintomáticos da doença (fase aguda) com períodos assintomáticos Diarreia crônica (+4 semanas) quase sempre, diagnostico difícil, anemia, sangue nas fezes, perda ponderal, dor abdominal na fossa ilíaca direita (confunde com apendicite), períodos sintomáticos (aguda) e assintomáticos (remissão) entremeados. Acometimento no canal anal. Retocolite ulcerativa - Depende da extensão e localização da doença - Diarreia com sangue, muco e pus – acometimento retal - Diarreia sanguinolenta, dor abdominal e febre – acometimento colônico - Pode haver anemia - Pacientes alternam períodos sintomáticos da doença (fase aguda) com períodos assintomáticos Colite infecciosa, processo infecioso no trato digestivo baixo, já que é um processo inflamatório nessa região. Os sintomas dependem da extensão do acometimento. Reto: Diarreia com sangue, muco e pus – disenteria. Colônico: sintomas mais abdominais, febre, perda de sangue. Períodos sintomáticos (aguda) e assintomáticos (remissão) Manifestações Extraintestinais - Musculoesqueléticas Acometimento articular – geralmente quando há acometimento do cólon. Artrite periférica ou axial (espondilite anquilosante) Osteopenia e osteoporose Aumento do risco de fraturas Frequente: artrite periféricas até artrite axial espondilite anquilosante. Dificuldade absorção de cálcio fraturas. - Cutaneomucosas 0,5 a15% dos pacientes com Doença Inflamatório Intestinal Eritema nodoso – paniculite Pioderma gangrenoso – lesão ulcerativa relativamente indolor Acometimento de pele: eritema nodoso (nodulações dolorosas ao nível do tecido adiposo- fase ativa da doença) e pioderma gangrenoso (lesão ulcerativa- não está associado a fase ativa) - Hepatobiliares Colangite esclerosante primária Hepatite focal Esteatose hepática Pericolangite Pode acometer via biliar levando a inflamações como colangite. Colangite esclerosante: processo inflamatório e endurecimento das vias biliares muito grave- levar até a transplante. Hepatite, Esteatose e Pericolangite. - Oculares Irite, uveíte, conjuntivite e episclerite – 2 a 8% - Renais Cálculos renais de oxalato de cálcio e de ácido úrico – Crohn. - Coagulopatia Estado de hipercoagulabilidade Risco aumentado de trombose venosa profunda, embolia e/ou AVE Tem manifestações relacionadas com a fase aguda e outras com a fase de remissão/ assintomática. Exames de imagem- principais exames Colonoscopia Retocolite ulcerativa - Acometimento ascendente e contínuo, iniciando- se desde o reto - Desaparecimento do padrão vascular típico do cólon - Hiperemia, edema, mucosa friável, erosões, ulcerações e exsudato com muco, pus ou sangue - Pseudopólipos Melhor exame para retocolite é a colonoscopia. Uma vez que o comprometimento é ascendente e continuo e a transição é bem nítida. Mucosa com sinais de processo inflamatório: hiperemia, edema, ulcerações, sangramento, perde padrão vascular, pseudopólipos (áreas de mucosa normal entremeadas com inflamada que fica mais elevada). 1° acometimento de reto indo para o sigmoide. Tem a transição: área inflamada com micro ulcerações, sem vasos. Doença de Crohn - Padrão salteado, com áreas de lesão e áreas não acometidas - Úlceras aftóides, que podem levar a ulcerações lineares ou fístulas - Úlceras retilíneas com áreas de mucosa entremeadas – padrão em “pedra de calçamento” É mais complexa. Tempadrão salteado (não continuo) e varia muito padrão inflamatório. Melhor exame: íleo colonoscopia – colonoscopia que chegue ao íleo terminal e pode fazer biopsia. Tem ulceras, mucosa com aspecto muito irregular. Salteado, irregular e pedra de calcamento. Radiografia Contrastada- não ajuda muito Retocolite ulcerativa Pode mostrar a perda das haustrações do cólon – aspecto em “cano de chumbo” megacolon Doença de Crohn Pode evidenciar fístulas e estenoses Pode mostrar achados sugestivos de úlceras lineares e padrão em “pedra de calçamento” Ele não ajuda no diagnostico, mas é bom para complicações, principalmente em Crohn, na retocolite evita o contraste porque pode dar pressão e causar lesão. Na retocolite avançada com megacólon toxico e ter o aspecto de “cano de chumbo” que é a perda das alterações colônicas. Na doença de Crohn: o exame contrastado evidencia estenose. Imagens: Cano de chumbo/ ulcerações/ pseudopólipos. Tomografia Computadorizada Pode ser realizada a enterotomografia Permite a avaliação de fístulas e estenoses Permite a avaliação de perfuração intestinal e coleções Ajuda muito, tanto com contraste endovenoso quando o oral. Ele permite evidenciar estenose/estreitamento. Muito bom para pacientes com sintomas de complicação. Ressonância Magnética Permite achados parecidos com os da tomografia computadorizada Exames laboratoriais- não especifico Hemograma Anemia (por perda de sangue) e plaquetose. Provas de atividade inflamatória Elevação de PCR, VHS e alfa-1-gliproteína ácida. Podem estar alteradas Marcadores sorológicos- anticorpos importantes ASCA – anticorpo anti-Saccharomyces cerevisae: Presente em 60-70% dos pacientes com doença de Crohn e 10-15% dos pacientes com retocolite ulcerativa P-ANCA – anticorpo citoplasmático antineutrófilo perinuclear: presente em 60-70% dos pacientes com retocolite ulcerativa e 5-10% dos pacientes com doença de Crohn Auxilia em diagnostico difícil de fechar. Ideal pedir os 2 para ajudar definir diagnostico. Anatomopatológico- não especifico Retocolite ulcerativa Sinais de colite em atividade - distorção das criptas, infiltrado inflamatório mononuclear na lâmina própria e abscesso das criptas com acúmulo de neutrófilos. Doença de Crohn Achados semelhantes aos da retocolite ulcerativa. Única diferença é a presença de Granulomas não caseosos (podem ser encontrados em até 30% dos casos de doença de Crohn. É patognomônico em pacientes com quadro clínico sugestível). Diagnóstico Conjunto de achados clínicos, laboratoriais, de exames de imagem e histopatológicos Casos de colite em que não se consegue diferenciar retocolite ulcerativa de doença de Crohn são chamados de colite indeterminada (10 a 20% dos casos) Colite indeterminada: quando não é compatível com as outras duas. Diagnostico tem que ser um conjunto de fatores. São doenças de difícil diagnostico. Tratamento Medicamentos Derivados do 5-ASA (ácido 5- aminosalicílico) - Anti-inflamatória de ação tópica na mucosa intestinal - Compostos não ligados a sulfa – Mesalazina Princípio ativo liberado em pH em entre 6,0 e 7,0 – íleo terminal e cólon. Surgiu primeiro e tem muito efeitos colaterais. Liberada na região do íleo terminal. Ativada por pH 6-7. - Compostos ligados a sulfa – Sulfassalazina Princípio ativo liberado pela ação de bactérias do cólon Liberada pela microbiota intestinal. Corticoides - Medicamento utilizado na indução de remissão em pacientes que apresentam fase aguda da doença. Indicados em fases agudas (sintomas importantes) e refratários ao tratamento de 1° linha. Principalmente na retocolite. Antibioticoterapia - Possui efeito imunomodulador no intestino - Ciprofloxacino e metronidazol Momentos de fase aguda, alguns antibióticos têm efeito imunomodulador. Principal é o ciprofloxacino (quinolona imunomoduladora no TGI) + metronidazol. Imunomoduladores - Tiopurinas – azatioprina e mercaptopurina - Metotrexate – imunomodulador de segunda linha São medicações que modulam a hiperatividade do sistema imune. O mais usado é a azatioprina. 2° opção de tratamento para retocolite se já estiver usando mesalazina e não tiver resultado. Na doença de Crohn da mesma forma. Metotrexate não é muito usado mais. Biológicos - Na doença de Crohn, apresentação eficácia na indução da remissão e em manter os pacientes sem sintomas por períodos prologados. Revolucionaram o tratamento principalmente Crohn. Bloqueiam a hiperatividade do processo inflamatório. São os melhores, mas são muito caros. Anti-TNF - Infliximabe – quimérico (1° mas não era produzido a partir de substancia humana). - Adalimumabe – completamente humano (mais usado, trouxe bons resultados) - Certolizumabe-pegol – humanizado-peguilhado Anti-integrina α4β7 - Vedolizumabe - humanizado Retocolite ulcerativa- sugestão de tratamento Fase aguda (sintomas intensos) - Corticoterapia - Antibioticoterapia - Derivados do 5-ASA Pacientes com sintomas clássicos agudos (disenteria, dor abdominal, perda ponderal): internação, dieta zero, hidratação, sintomáticos e os específicos (corticoide, antibiótico e 5-ASA) Manutenção - Derivados do 5-ASA (anti-inflamatório especifico de mucosa, então tem um bom controle da doença). Casos refratários - Imunomoduladores e imunobiológicos (associa medicações: imunomodulador se não regular pode associar corticoide). Azatioprina e mesalazina e corticoide. São pacientes candidatos a cirurgia. Doença de Crohn- sugestão de tratamento Fase aguda - Corticoterapia - Antibioticoterapia - Mesalazina Pacientes com sintomas clássicos agudos (disenteria, dor abdominal, perda ponderal): internação, dieta zero, hidratação, sintomáticos e os específicos (corticoide, antibiótico e mesalazina). Manutenção* - Casos leves a moderados – imunomodulador, antibioticoterapia, derivados da 5-ASA - Casos graves – biológicos (pratica já usa ele de cara, porque tem mais controle e menos agudização da doença- causa muita complicação). Cirúrgico Doença de Crohn- evitar ao máximo - Apenas em casos de complicações referentes à doença - Deve ser evitado ao máximo É uma doença transmural, acomete muito então a chance da anastomose estenosar é maior. Retocolite ulcerativa - Pode ser curativa - Eletivamente só tem indicação nos casos refratários ao tratamento clínico - Proctocolectomia total Tem que tirar reto e colón e faz anastomose o íleo no canal anal. Complicações Sangramentos - Doença de Crohn – sangue oculto nas fezes - Retocolite ulcerativa – hematoquezia Megacólon tóxico - Acometimento muscular, perda do tônus e adelgaçamento da parede intestinal - Dilatação colônica com diâmetro superior a 6 centímetros na radiografia de abdome - Tratamento: Suporte clínico intensivo durante 12 a 24 horas. Ausência de resposta indica abordagem cirúrgica É muito grave, relacionada a processo inflamatório, sepse, dilatação do colón. É um processo inflamatório GRAVE. Geralmente são operados e não pode demorar muito. Estenoses - Ocorrem geralmente na doença de Crohn - Pode ser necessário tratamento cirúrgico, com a estenoplastia sendo o tratamento principal Fístulas - Doença de Crohn - Doença transmural, com risco de formação de fístulas Câncer - Aumento do risco de câncer colorretal na retocolite ulcerativa e na doença de Crohn - Relacionados à extensão do acometimento e a duração da doença - Risco mais evidente da retocolite ulcerativa - Pequeno aumento no risco de leucemia, linfoma e carcinoma de vias biliares Colonoscopia diagnostica retocolite próxima colonoscopia em 8 anos(pensando em rastreio de câncer colorretal) depois de 1-2 anos. Como é uma doença imune: sempre pensar em leucemia, linfoma (linhagem hematológica). Maior risco de carcinoma nas vias biliares. colorretal – 09/11 Neoplasia Anatomia Cólon e reto fazem parte da porção final do tubo digestivo. Cólon: absorção de água e eletrólitos. São importantes para metabolizar substancia, impedem que bactérias patogênicas ocupem espaços e causem infecção. Válvula íleo cecal lado direito, 1ª porção é o ceco (é onde está o apêndice, maior diâmetro) cólon ascendente (fixo ao peritônio) ângulo ou flexura hepática ângulo ou flexura esplênica cólon descendente (fixo ao peritônio) sigmoide reto. Colón tem aspecto de saculação que permite aumento da área absortiva. Esse aspecto se dá pelas travas fibrosas de tecido conjuntivo fibroso. Que são 3 no colón, são elas: Tênia colônica: inicia na base do apêndice termina no sigmoide. Reto: importante para a evacuação, nele estão as inervações que da sensação e sensibilidade de evacuar. Muito importante na fisiologia da evacuação. Tem capacidade absortiva. 15-17 cm, é dividido em 3 porções: baixo (0-5), médio (5- 10) e inferior (10-20cm). Vascularização: ampla, ramos principais de irrigação são ramos da artéria mesentérica superior e inferior. Tumor no colón: tira por blocos (bloco de vascularização). Tumor de reto baixo e médio: quimio e rádio. Epidemiologia- Mundo - 49 causa de morte por câncer no mundo - Cerca de 1.200.000 Casos novos por ano - Cerca de 609.000 Mortes por ano Neoplasia de prevalência importante Epidemiologia- Brasil - Novos casos (2020) - 40.990 20.520 Homens e 20.470 mulheres - Mortes (2019) - 20.578 10.191 Homens e 10.385 mulheres Não tem diferença importante entre homens e mulheres. Epidemiologia - Incidência em ascensão - Aumento importante da incidência após os 45-50 anos de idade - Pouco mais frequente em homens que em mulheres (1,4:1) - Mais da metade dos casos ocorre em pessoas com mais de 60 anos de idade A incidência vem aumentando por questões: alimentares, rastreio não adequado e aumento da expectativa de vida das pessoas (doença de idade avançada). Maioria: idade avançada Fatores de Risco - Idade - a partir dos 50 anos de idade, com pico aos 70 anos - Pólipos colorretais: grande maioria dos tumores de colón e reto são originados de pólipos (90-95%). Pólipo benigno que surgiu de uma renovação celular alterada ou pessoa com síndrome de polipose. Sempre pensar mucosa TGI sempre em constante renovação, a lamina basal produz célula sem parar. Em uma renovação forma célula neoplásica (pólipo) e nosso organismo não consegue combate-la, ele fica de 7-10 anos no reto para curar uma neoplasia. - Dieta - rica em gorduras, hipercalórica e pobre em fibras. Isso é visto pelo grupo populacional: África: taxa de neoplasia é bem menor, devido a precariedade da alimentação. No Brasil mesmo a taxa é maior na população que tem acesso a alimentação com maior taxa calórica. - Obesidade: é fator de risco para muitas, mas não sabe o motivo. Postula-se que: organismo fica em constante processo inflamatório. E a mucosa intestinal fica sobre o processo inflamatório e consequentemente aumenta o risco de formação de célula neoplásica. - Tabagismo: é fator de risco para TODAS neoplasias do TGI - Alcoolismo: é fator de risco para TODAS neoplasias do TGI - História pessoal e familiar de adenoma esporádico de cólon - História familiar de câncer colorretal - 1,5 a 5 vezes mais risco. 5x mais chances de ter se tiver alguém na família com. Entra no grupo de rastreio. - Síndromes de Polipose familiar - Câncer colorretal não polipoide hereditário - Síndrome de Lynch - Doença inflamatória intestinal – processo inflamatório crônico aumenta risco de neoplasia - Radioterapia – quando faz a radio por conta de outras neoplasias como de próstata. Fatores Protetores - Dieta rica em fibras vegetais, selênio, vitaminas B6, C e E - Betacaroteno - Exercício físico - AINE - Terapia de reposição hormonal AINE: porque diminui a inflamação do cólon. Terapia de reposição hormonal não sabe o motivo. RETOCOLITE: tabagismo é FATOR PROTETOR. Ele diminui a gravidade da doença. Na doença de crohn piora Etiopatogenia Neoplasia Colorretal - 95% - Adenocarcinoma - 90 a 95% - Esporádico - originado de um pólipo esporádico (surgiu ao acaso mas para virar um câncer maligno são de 7 a 10 anos, logo, mais 90% dos CA de colorretal seria prevenidos se o rastreio fosse realizado). - 5 a 10% - associado a Síndrome Genética Pólipos adenomatosos - Dentre os pólipos benignos, é o mais frequente. É o mais importante. Benigno mas pode malignizar - 30 a 40% da população acima dos 40 anos de idade tem pólipos - Prevalência aumenta com avançar da idade - Risco de malignização - Epitélio displásico (displasia) - Podem ocorrer desde o estômago até o reto - 90% no cólon e reto - Sésseis (liga direto na mucosa) ou pediculados (tem “trava”) - Solitários ou múltiplos - Esporádicos ou relacionados a síndromes hereditárias Pólipos podem ter displasia: taxa de aumento da replicação celular, ou seja, maior quantidade de células em um pólipo. O mais importante da displasia é a profundidade que ela acometeu: pode ser somente no epitélio superficial, pode ir na lamina basal (entrar na mucosa). Acima lâmina basal – displasia de baixo grau Abaixo da lâmina basal – displasia de alto grau. Pólipos podem estar presentes em todo TGI, mas a maioria é cólon e reto. Morfologia e histopatológica Os pólipos têm risco de malignizar e tem fatores que vão mostrar se ele tem risco maior ou menor de malignização. Risco de malignização, fatores: histologia, tamanho e grau de displasia. Histopatológica Tubular - mais comum e de melhor prognóstico Viloso - pior prognóstico - maior risco de malignização Classificação Tubular - Histopatologia tubular em mais de 75% do pólipo Viloso - Histopatologia vilosa em mais de 75% do pólipo Tubulovilosa - entre 25 e 75% Na colonoscopia o pólipo é retirado e é mandado para o patologista. As formas histológicas são: tubular e viloso. Quase todos mesclam os dois, mas classifica de acordo com a prevalência (+ 75%). Se ficar intermediário é tubuloviloso. Tubular: menor risco de malignizar MAIORIA Viloso: maior risco de malignizar Tamanho - Quanto maior o pólipo, maior o risco de malignização - Pólipos > 2 centímetros têm cerca de 40% de risco de malignização Displasia - Baixo grau - não acomete a lâmina própria e é a maioria dos casos. - Alto grau - acomete a lâmina própria e é a com maior risco de malignização. Pólipos Não Neoplásicos Pólipos Hiperplásicos - Segundo pólipo mais frequente - Pólipos sésseis diminutos em reto e sigmoide - Histopatologia: hiperplasia das criptas colônicas, sem displasia - Ausência de risco de malignidade É benigno, pequeno, claro, não é hiperemiado. É apenas hiperplasia e não tem nenhum risco de malignizar. Pólipos Inflamatórios - Doenças inflamatórias intestinais - Regeneração e cicatrização dos processos inflamatórios -Retocolite ulcerativa – pseudopólipos - Doenças inflamatórias intestinais aumentam risco de câncer de cólon É o pólipo da DII (pseudopólipos da colite – são áreas de mucosa normal intermeada por processo inflamatório). Pólipo em si não aumenta o risco, mas a DII aumenta. Pólipos Hamartomatosos - Pólipos pedunculados e grandes - Maioria - esporádicos e únicos - Crescimentocelular focal excessivo - células maduras normais agrupadas de forma anormal - alteração arquitetural - Geralmente volumosos - sintomáticos - sangramento, obstrução, intussuscepção - Síndromes hereditárias Polipose hamartomatosa juvenil Síndrome de Peutz-Jeghers Maior risco de malignização, são muito volumosos e sintomáticos, como sangramento, dor abdominal, alteração do TGI. Podem ser múltiplos ou únicos. São considerados um arranjo arquitetônico alterado de células normais. Conduta nos Pólipos - Polipectomia - Ressecção endoscópica de pólipos adenomatosos diminui incidência de câncer colorretal - Colonoscopia de controle deve ser realizada em casos de pólipos adenomatosos - Grau de displasia periodicidade da influência colonoscopia de controle Sempre retira o pólipo e manda para o histopatológico Síndromes de Polipose Intestinal Síndrome de Cronkhite-canada é genética, mas não é hereditária. Polipose Adenomatosa Familiar - Distúrbio autossômico dominante - 90% dos casos - Gene APC (adenomatous polyposis coli) - braço longo do cromossomo 5q21 perde mecanismo de contensão e formação de células adenomatosas. Então paciente tem múltiplos adenomas. Formas - Clássica - mais de 100 pólipos - Atenuada - 10 a 100 pólipos - Doença se manifesta na puberdade (clássica) - Pode apresentar tumores em outras partes do trato digestivo - Hiperpigmentação retiniana hipertrófica - 40 anos de aproximadamente pacientes vão idade 100% dos apresentar adenocarcinoma É uma doença associada a um gene especifico. Tem a forma clássica e atenuada. A forma clássica doença manifesta na puberdade, até os 40 anos 100% pacientes tem adenocarcinoma e os pólipos não são exclusivos do cólon e reto, então pode ter em outras partes do TGI aumentando o risco de neoplasias em outros órgãos. Tratamento História familiar da doença - Colonoscopia a partir dos 12 anos de idade - Pesquisa do gene APC - Endoscopia digestiva alta a partir dos 15 anos de idade - Colectomia total antes dos 20 anos de idade Todos com diagnostico de polipose adenomatosa familiar tem que fazer a colectomia. Síndromes Hereditárias de Polipose Tem a polipose adenomatosa familiar somada a outras alterações Síndrome de Gardner - Polipose adenomatosa familiar + osteomas + tumores de tecidos moles + dentes supranumerários Síndrome de Turcot - Polipose adenomatosa familiar + tumores do sistema nervoso central - Autossômico recessiva Síndrome de Peutz-leghers (hamartomatosa) - Autossômica dominante - Numerosos pólipos hamartomatosos + manchas melanóticas em pele e mucosas - Pólipos predominam no intestino delgado - Cânceres extraintestinais em cerca de 50% dos casos - Risco de neoplasia associada a síndrome Conduta: - Colonoscopia, trânsito de delgado e EDA a cada dois anos - USG de pâncreas anual - Mulheres: - USG pélvica + mamografia Polipose Hamartomatosa Juvenil Familiar - Autossômico dominante - 10 ou mais pólipos hamartomatosos colorretais - Manifestação - entre os 4-14 anos - Sangramento, hematoquezia, anemia intussuscepção - Risco de malignização ferropriva, intussuscepção - Risco de malignização Síndrome de Cowden - Autossômico dominante - Polipose juvenil familiar + pólipos hamartomatosos em pele e mucosas + outros tumores faciais, orais e hiperceratose palmoplantar - Risco aumentado de câncer de mama e tireóide Síndrome de Cronkithe- Canada - Raríssima - Não hereditária - Polipose hamartomatosa juvenil + alopecia + distrofia ungueal + hiperpigmentação cutânea - Descendentes de japoneses Câncer colorretal não polipóide hereditário - Síndrome de Lynch Aumenta o risco de câncer mas não tem pólipo. É a síndrome mais frequente que aumenta risco de CA colorretal. - Síndrome de câncer colorretal hereditário mais comum - 3 a 6% dos tumores colorretais - Mutação de genes do reparo do DNA - MMR - Doença não apresenta pólipos - Autossômico dominante - penetrância variável (em torno de 80%) - Câncer colorretal precoce (entre 35 e 45 anos de idade). História familiar - 70% dos pacientes com a doença desenvolvem a doença Tipos - Síndrome de Lynch tipo I - câncer colorretal - Síndrome de Lynch tipo II - câncer colorretal + tumores ginecológicos Diagnóstico Primeiro critério diagnostico foi o de Amsterdam. Jovem (<50 anos), gerações consecutivas (hereditária), excluir polipose familiar, anatomopatológica. Patogenia - Maioria dos casos - adenocarcinoma se origina de pólipo adenomatoso - Sequência adenoma - carcinoma - Teoria de Morson - Tempo médio de 5 a 10 anos entre adenoma chegar a carcinoma - Pode ocorrer invasão de estruturas adjacentes Metástases geralmente por via linfonodal (linfonodo regional) e hematogênica (sistema porta). Quadro clínico Assintomático/ oligossintomático: estágio inicial Para ter sintomas obstrutivos precisa ocupar pelo menos 60% da luz do órgão, ou seja, mais da metade. Os sintomas de alteração no transito são mais tardios no cólon direito uma vez que o diâmetro do mesmo é maior e a substancia é muito liquida ainda. Colón esquerdo e reto: diâmetro é menor e o sintoma é mais precoce. Fezes afiladas Alteração do hábito intestinal sem causa justificável Sangue nas fezes Dor abdominal Evacuação incompleta- tenesmo evacuatório Diarreia paradoxal: quando vence a pressão, passa de uma vez - Lesões iniciais - geralmente assintomáticas - Alteração de hábito intestinal - Hemorragia digestiva baixa - Dor abdominal - Perda de peso - Massa palpável - Anemia – lesão de colón direito - Hiporexia - Tenesmo evacuatório - Sintomas obstrutivos Diagnóstico e Estadiamento Pode suspeitar pelo quadro clinico, mas o diagnóstico é feito pela colonoscopia com anatomopatológico. - Anamnese e Exame Físico - Sintomas, exames laboratoriais (anemia ferropriva), exame abdominal, toque retal - Retossigmoidoscopia/colonoscopia: Padrão- ouro. Visualiza lesão e permite biópsia. Lesão vegetante, de forma irregular, ulcerada ou não, friável, sangrante Tem situações que não consegue chegar na lesão (ondulações, aderências), então faz outros exames como a colonoscopia virtual (TC mais focada no intestino). - Colonoscopia virtual: Casos em que não foi possível realização completa da colonoscopia - Clister opaco: Sinal da "maçã mordida" Mostra falha do enchimento - Tomografia Computadorizada: comprometimento extramural Metástases - Ressonância Magnética de Pelve - Tumores de Reto (boa para ver tumores de reto porque é boa para avaliar infiltração em estruturas adjacentes e linfonodal) - Ultrassom Endoscópico - PET-Scan - Antígeno Carcinoembrionário – CEA: Não é exame diagnóstico. Pode estar elevado em casos de metástases. Importante no seguimento pós- operatório. Se o CEA aumenta pode significar metástase a distância Estadiamento - TNM Tratamento - Tratamento Cirúrgico - Quimioterapia - Radioterapia - Ressecção colonoscópica - Tratamento Paliativo Tratamento Cirúrgico - Ressecção da lesão com margem de segurança macroscópica mínima de 05 cm para cólon. - Linfadenectomia - mínimo de 12 linfonodos na peça - Colectomia (da região envolvida) + Linfadenectomia adequada Faz ressecção segmentar do colón com a linfadenectomia. Os linfonodos acompanham a irrigação arterial e venoso, então no tumor tira toda lesão e o setor de irrigação e drenagem venosa da região. Margem macroscópica é de 5 cm para cada lado no colón e no reto 2 cm. Mas no geral tira o bloco da vascularização.Para considerar uma cirurgia oncologicamente completa precisa pelo menos de 12 linfonodos na peça. Quimioterapia - Adjuvante após tratamento cirúrgico - Tumores de reto baixo e médio - quimioterapia neoadjuvante - Tratamento de metástases hepáticas não- ressecáveis em abordagem cirúrgica É feita após a cirurgia, principalmente de cólon (faz cirurgia no cólon depois a quimioterapia). Tumores reto baixo e médio quimio neoadjuvante (antes da cirurgia para lesão regredir e facilitar resseção completa). Metástase hepática é indicação de quimio. Radioterapia - Tumores de reto baixo e médio - radioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia- diminui o tamanho da lesão, facilitando a cirurgia). Metástases - Ressecção cirúrgica - Quimioterapia Pequena: tira lesão e metástase Volumosa: tira lesão e vai para quimioterapia Tratamento Paliativo - Colostomia - Colectomia segmentar - Próteses endoscópicas - Tumores de reto médio e baixo - químio e radioterapia paliativas Fazer o melhor para paciente, para dar melhor qualidade de vida para paciente que não tem cura. Aumentar tempo de vida também. Seguimento Pós-Operatório - Tomografia computadorizada, colonoscopia e CEA periodicamente - 5 anos sem sinais de recidiva - cura Sempre acompanhar o paciente. Qualquer um alterado é recidiva e faz tratamento. Se metástase: quimio. Lesão metacrônica: surge após - cirurgia. Rastreio Médio risco - Idade maior que 50 anos - Ausência de história familiar de pólipo adenomatoso ou neoplasia colorretal - Ausência de sangramento anorretal oculto ou agudo - Exame de rastreio entre 50 e 75 anos de idade Alto risco - História familiar de pólipo adenomatoso ou neoplasia colorretal - Síndromes genéticas - Doença inflamatória intestinal - Exame de rastreio conforme patologia específica - Pesquisa de sangue oculto nas fezes - 1 em 1 ano - Retossigmoidoscopia - 5 em 5 anos - Colonoscopia virtual - 5 em 5 anos - Colonoscopia - 10 em 10 anos - Assintomáticos e sem fatores de risco - a partir dos 50 anos de idade* - Trabalho recente do NEJM indica que a idade ideal para início de rastreio nestes casos é a partir dos 45 anos - História família de câncer colorretal - a partir dos 40 anos de idade ou 10 anos da idade do diagnóstico da doença no familiar - Síndromes hereditárias - específico para cada doença Doenças anorretais benignas – 16/11 Definição Doenças benignas específicas que acometem região perianal, ânus e/ou canal anal. (Pode acometer também o reto). Anatomia do reto, ânus e canal anal Anus: parte externa/final do tudo digestivo. É recoberta por epitélio estratificado oriundo do ectoderma (da embriologia) é uma área muito sensível. Canal anal: região entre anus e reto. Tem importância fisiológica de sensibilidade. É dividido em 2 tipos: - anatômico (marca da transição do tecido de origem do ectoderma para o tecido de origem embriológica do endoderma) que é a linha pectinia ou linha Z. Importância fisiológica. Sensibilidade dolorosa muito alta. - cirúrgico: é um pouco acima do anatômico. Ele marca a transição do canal anal para o reto, porque essa transição se da ao nível do músculo elevador do anus (área de diferença de pressão). Importância cirúrgica. Sensibilidade dolorosa quase nula. Esfíncter anal interno: continuação da camada circular/muscular do reto. É um musculo involuntário, se mantem contraído o tempo todo. Quando reto é preenchido por fezes, ele se distende, libera estímulos nervosos que leva ao relaxamento do esfíncter anal interno. Reflexo inibitório ano retal. É involuntário, não controlamos Esfíncter anal externo: massa muscular mais importante/ robusta. É voluntario, logo, controlamos. Plexos vasculares: no nível do plano submucoso, na região do anus e canal anal tem os plexos. Eles têm parte venosa, arterial e tecido conjuntivo. São os plexos hemorroidários (são coxins vascularizados ao nível do submucoso). Eles existem a cima da linha pectinia (plexos internos) e a baixo da linha (plexos externos). Todo mundo tem os coxins, tem a doença quando coxins está dilatado, com tortuosidade, com perda da característica de tecido conjuntivo que da a sustentação com dilatação e sintomas. Colunas de morgagni: na transição do canal anal anatômico tem um pregueamento da mucosa que forma colunas. Entre elas têm pequenos orifícios onde drena conteúdo das glândulas perianais, são as criptas anais ou glandulares. Doenças anorretais benignas - Doença hemorroidária: mais frequente - Fissura anal: é a da imagem - Abscesso perianal - Fístula perianal Doença hemorroidária - Hemorroida – coxins de tecidos vasculares altamente especializados encontrados na submucosa do canal anal - Doença hemorroidária – coxins vasculares anormais que causam sintomas É uma doença de prevalência importante. O clinico geral precisa ter predomínio e saber o tratamento inicial. Hemorroida todo mundo tem, é um tecido especifico, especializada, constituído por tecido vascular e conjuntivo e está presente na camada submucosa na região do anus e canal anal. Quando o tecido esta anormal, dilatado e tortuoso e com sintomas pessoa tem a doença hemorroidária. Epidemiologia - Prevalência entre 10 e 20% da população em geral - Pico de prevalência entre 45 e 65 anos Fatores de risco - História familiar: principal - Constipação intestinal: considerável - Esforço prolongado: por aumento de pressão sob a vasculatura. - Hábito intestinal irregular: intercala diarreia com constipação - Gravidez: útero gravídico comprime os vasos ilíacos e as veias anorretais que drenam o sangue para circulação sistêmica, elas drenam para os vasos ilíacos. - Obstrução do retorno venoso (ex: hipertensão portal): geralmente são varizes anorretais, mas pode ser considerada doença hemorroidária - Idade avançada Classificação - Doença hemorroidária interna Acima da linha denteada Inervação sensitiva – pouca sensibilidade dolorosa - Doença hemorroidária externa Abaixo da linha denteada Doença hemorroidária interna - Primeiro grau – não prolaba pelo canal anal (não exterioriza pelo anus, logo não tem nenhuma alteração nele); - Segundo grau – prolaba pelo canal anal durante esforço evacuatório, exteriorizando-se pelo ânus, retornando espontaneamente quando cessado esse esforço (quando paciente vai evacuar o mamilo hemorroidário exterioriza pelo canal durante o esforço mas retorna espontaneamente); - Terceiro grau – prolaba pelo canal anal durante esforço evacuatório, exteriorizando-se pelo ânus, não retornando espontaneamente, necessitando ser recolocado digitalmente para o interior do canal anal (doença hemorroidária interna exterioriza no esforço físico e não retorna espontaneamente, mas se fazer manobra manual com dedo o mamilo volta para o canal anal); - Quarto grau – mamilo internado prolabado pelo canal anal (é a doença hemorroidária interna que não volta para o canal anal, ela permanece exteriorizada); Doença hemorroidária externa: origina no plexo hemorroidário abaixo da linha. Doença hemorroidária mista: tem conteúdo interno e externo Externa: aspecto roxo Interna: aspecto mais vermelho Quadro clínico - Geralmente trata-se de sangramento e desconforto anorretal indolor - Sangramento, desconforto anorretal, dificuldade com higiene, nodulação perianal, prolapso mucoso - Doença hemorroidária interna – geralmente indolor, exceto em casos de complicações Precisa distinguir quando paciente esta ou não em uma crise aguda. Geralmente a pessoa não tem muitos sintomas, não são importantes. Sintomático: sangramentoanorretal indolor, desconforto leve. Quando em crise (trombose, necrose): tem sintomas intensos dor importante, sangramento importante, dor anorretal, dor ao evacuar, doença mais edemaciada. Num geral é um desconforto leve e oligossintomáticos. Diagnóstico - Exame físico e anamnese adequada: paciente com queixas anorretais, faz inspeção no exame físico - Anuscopia: aparelho que consegue olhar o anus e identifica a doença - Retossigmoidoscopia/colonoscopia: avalia a doença interna. Tratamento Doença hemorroidária externa: SEMPRE CIRURGICO Mudanças dietéticas - Aumento da ingesta de águas e fibras - Tratamento de constipação intestinal - Deve ser feito em todos os casos de doença hemorroidária Mudança de alimentação é fundamental em qualquer paciente, principalmente se tiver constipação. O intestino preso é fator de risco, logo tem que intervir. Hábitos de vida - Higienização com água e sabonete após evacuar - Evitar uso de papel higiênico - Deve ser feito em todos os casos de doença hemorroidária Não pode usar papel higiênico, porque traumatiza a região do anus piorando a doença. Deve ser feita higienização com ducha (agua e sabonete). Tratamento – Tópicos - Anestésicos - Corticóides: resseção muito o tecido - Flebotônicos - Banho de assento; com agua morna - Medicamentos a base de heparina Tratamento – Medicamentos orais - Flebotônicos - Analgésicos São medicamento que se baseiam em medicações que diminuem a ação inflamatória, porque os componentes vasculares dos coxins estão inflamados. 3 primeiros: flebotonico. O 4 é uma pomada Procedimentos não-operatórios/em consultório - Ligadura elástica: Doença hemorroidária interna de primeiro, segundo e terceiro graus. Somente interna porque tem que ser uma área de sensibilidade dolorosa pequena. Tratamento cirúrgicos - Hemorroidopexia com stapler – PPH: qualquer doença hemorroidária interna, mas principalmente os casos de doença hemorroidária interna de segundo e terceiros graus. Somente para interna. Ela grampeia que resseca e liga todo plexo hemorroidário interno. Paciente as vezes fica com sensação do corpo estranho. Hemorroidectomia cirúrgica: - Doença hemorroidária interna de terceiro e quarto graus e doença hemorroidária externa. - Complicações – ulcerações, estenose anal, incontinência fecal Tratamento é cirúrgico se a pessoa quiser tratar. Não é indicação absoluta, uma vez que é benigna. Não causa outros problemas. Hemorroidectomia a Milligan-Morgan (técnica aberta) - Técnica mais utilizada hoje em dia. - Cicatrização por segunda intenção - Menor risco de estenose e infecção de sítio cirúrgico Técnica mais usada, resseca o mamilo, não sutura e deixa cicatrizar por segunda intensão. Diminui risco de infecção e estenose anal. Dói muito. Durante a inspeção anal: é descrita como um relógio. Períneo: 12 hrs e anal: 6 hrs. Na doença hemorroidária, geralmente se manifesta mais importante quando esta as: 3/7/11 hrs. Faz ressecção do mamilo hemorroidário e não faz sutura, deixa aberto que cicatriza por segunda intensão. A cicatrização é rápida, mas é muito dolorosa, primeira evacuação é muito dolorida. Hemorroidectomia a Ferguson (técnica fechada) Resseca o mamilo e sutura. Mas tem maior risco de infecção Complicações Trombose hemorroidária - Congestão, edema e dor - Dor de forte intensidade associada a sangramento É um dos quadros de crise aguda. Muito dolorosa, sangramento. Paciente tem sintomas mais exuberantes. Tem formação de pequenos trombos levando a edema e dor. Tratamento - Trombectomia (até 72 horas de iniciado o quadro) - Flebotônicos - Analgésicos - Banhos de assento - Pomadas contendo agente inflamatórios e hepatina Como está muito edemaciado, começa com o clinico: Flebotônicos orais e tópicos analgesia importante banho de assento em agua morna reavalia em 5/7 dias quando estiver menos inflamado e com menos dor opera (opera com tecido menos edemaciado então não resseca tanto). Trombectomia: é quando faz um corte, mas dói muito. Fissura anal Fenda longitudinal oval semelhante a uma úlcera localizada no canal anal, distal a linha pectínea É um machucado/ferida/ulceração na margem anal. Chega expor submucosa e muscular. Sensibilidade dolorosa é muito alta, então tem muita dor. Inspeção como um relógio: maioria nas 6 hrs (linha mediana posterior- 90%) ou anterior 10% (12hrs), se tiver fora dessa linha media, pensar em outras doenças. - 90% dos casos – fissuras são encontradas na linha mediana posterior - Quase 10% dos casos – fissuras são encontradas na linha mediana anterior - Fissuras fora da linha mediana – deve se levantar a hipótese de outras doenças – doença de Crohn, tuberculose, sífilis, HIV, carcinoma anal - Podem ocorrer em qualquer idade, mas geralmente são observadas em adultos jovens e de meia-idade - Etiopatogenia ainda não está completamente esclarecida – acredita-se que o trauma anal após evacuação com fezes ressecadas sejam a principal causa (após diarreias também pode acontecer) Classificação - Fissura anal aguda ou precoce (até 6 a 12 semanas) – úlcera ou rachadura linear na região do anoderma - Fissura anal crônica (mais de 12 semanas) – ulceração profunda, fibrose (película esbranquiçada), endurecimento das boras, aumento de tecido ao nível da linha denteada (papila hipertrófica) e plicoma sentinela Quadro clínico Dor anal: Principal sintoma – durante e após evacuação Obstipação intestinal – receio de defecar devido a dor Hematoquezia/enterorragia Demora na cicatrização: se dá por causa do ciclo. Quando paciente vai evacuar tem muita dor, então a pessoa evitar ir. Então, as fezes vão ressecando e dói ainda mais. Essa dor frequente ao evacuar leva a um estimulo no esfíncter anal interno, que aumenta o tônus dele. Mas quando ele aumenta a forca de contração (tônus) atrapalha o sangue chegar na lesão e consequentemente atrapalha na cicatrização. Diagnóstico - Anamnese e exame físico: - Anuscopia/ retossigmoidoscopia: para fissuras internas - Fissuras fora da linha mediana - biópsia Tratamento Conservador - É eficaz em cerca de 50% dos casos - Deve ser feita primeiramente em todos os casos de fissura anal mediana - Medicações tópicas para relaxamento do esfíncter anal interno: bloqueadores de canal de cálcio (Diltiazem a 2%), nitratos, toxina botulínica - Dieta - aumento da ingesta de água e fibras - Banho de assento em água morna - Não utilizar papel higiênico - Pomadas cicatrizantes e anestésicas Sempre começa com tratamento conservador/ clinico. Tratamento com analgésico, mudança dietética, medicamento tópico que diminui o tônus do esfíncter anal interno com isso sangue chega no machucado e permite a cicatrização. Toxina botulínica mais usada em fissura aguda refrataria. Cirúrgico - Casos refratários ao tratamento conservador - Exérese da fissura e rotação de retalho - Esfincterotomia parcial lateral interna – já foi o tratamento cirúrgico de escolha, hoje em desuso – risco de incontinência fecal Resseca região roda um retalho de pele sobre a fissura. Abscesso perianal - Processo infeccioso agudo, supurativo, caracterizado por coleção purulenta na região perianal - Etiologia: principal – Teoria criptoglandular – 90% dos casos Coleção purulenta e tem características de abscesso (edema, eritema, dor importante, calor local), é um processo infeccioso. Não sabe porque acontece, mas tem algumas teorias como a criptoglandular. Tem muitas glândulas anais que produzem secreções quesão drenadas para as criptas anais. Cada cripta drena 12/15 glândulas anais. No abscesso esse caminho por onde a glândula anal drena obstrui. Não sabe o motivo. Obstrui o caminho conteúdo da glândula acumula região densa em bactéria secreção favorece proliferação bacteriana abscesso. Posição anatômica do abscesso depende da posição anatômica da glândula obstruída. Localização – depende da localização anatômica da glândula obstruida - Abscessos perianais - Abscessos isquiorretais - Abscessos submucosos - Abscessos interesfincterianos - Abscessos pelvirretais Quadro clínico - Dor local de forte intensidade, tumefação e febre - Pode ocorrer dor retal intensa - Pode ocorrer sintomas urinários Exame físico - Abaulamento perianal, com dor e calor local - Pode ocorrer drenagem espontânea de coleção purulenta - Toque retal pode evidenciar abaulamento doloroso em reto - Exame proctológico duvidoso – ultrassom endorretal e/ou ressonância magnética Pode causar processo infeccioso amplo. Tratamento Urgência - Drenagem do abscesso - Antibioticoterapia Fistula perianal Definição: caminho que comunica o canal anal e reto sem ser o anus. Causa é após o abscesso perianal. - Comunicação anômala entre o epitélio do canal e/ou reto com a pele da região perianal - Principal causa – infecção criptoglandular (mais de 80% dos casos) - Outras causas – doença de Crohn, traumas anorretais, cirurgias anais prévias, tuberculose, actinomicose, linfogranuloma venéreo, sífilis Fistula: comunicação perianal com canal anal Classificação Quanto maior for a maça de esfíncter que a fistula atravessar, maior o cuidado no tratamento. Quadro clínico - História prévia de abscesso perianal - Drenagem de secreção purulenta com odor fétido em região perianal - Geralmente é indolor ou pouco dolorosa, mas pode apresentar dor, edema e febre em caso de acúmulo de secreção purulenta - Pode ocorrer dor a defecação, sangramento, edema Geralmente é assintomática ou oligoassintomatica, mas quando infecciona tem muitos sintomas. Pode ter sangramento, dor ao evacuar, saída de fezes. Exame físico - Orifício externo ou secundário quase sempre é identificado ao exame físico - Orifício interno não costuma ser identificado - Saída de secreção purulenta pelo orifício externa Regra de Goodsall-Salmon É uma regra mais teoria que tenta estimar o trajeto da fistula para direcionar o tratamento. Fístulas complexas ou de difícil avaliação - Tomografia computadorizada com contraste venoso e/ou retal - Ressonância magnética - Fistulografia - Ultrassom endorretal Principal causadora é a doença de Crhon, mas precisa de uma avaliação mais complexa. Principal exame é a ressonância magnética de pelve Tratamento Cirúrgico – Fistulotomia: - Em um tempo (1 abordagem cirúrgica) - Em 2 tempos – setonagem (2 abordagem cirúrgica- cicatrização por 2 intenção) Fístulas transesfincterianas altas Diminuir risco de incontinência Apendicite aguda – 23/11 Anatomia - Órgão tubular, estreito, oco e muscular - Começa na parede posteromedial do ceco, na junção das 3 tênias colônicas - Tamanho do apêndice pode variar, com média entre 5 e 9 centímetros - Posição do corpo e ponta do apêndice cecal é variável Epidemiologia - Considerada a causa mais comum de abdome agudo cirúrgico não-traumático - 1% de todas as cirurgias realizadas no mundo - Cerca de 8% dos indivíduos apresentam apendicite aguda em algum momento da vida - Incidência nos EUA – 9,38/10.000 indivíduos por ano - Pode acontecer em qualquer idade, mas a maior prevalência é entre os 10 e 30 anos de idade - Rara antes dos 02 anos de idade - Pequeno predomínio no sexo masculino Fisiopatologia - Na maioria dos casos (cerca de 70-90%) se identificam fatores obstrutivos Obstrução do apêndice cecal Distensão do apêndice e estase de secreção em luz apendicular Alteração vascular no apêndice cecal e hiperproliferação bacteriana Isquemia e processo inflamatório Necrose Perfuração - Fatores obstrutivos Principais – fecalito e hiperplasia dos folículos linfoides (de origem infecciosa) Outros: Áscaris, bário, sementes, restos de vegetais, tumores (carcinoide) Quadro clinico - Dor abdominal - Geralmente é o primeiro sintoma que surge Inicialmente dor vaga, de leve a moderada intensidade, em região epigástrica e periumbilical – dor visceral – distensão apendicular e inflamação do peritônio visceral Cerca de 12 horas após início do quadro – dor de forte intensidade em fossa ilíaca direita (ponto de McBurney) – dor somática – inflamação do peritônio parietal - Naúseas e vômitos - Hiporexia - Sintomas atípicos - Febre – geralmente em casos complicados Exame imagem Tomografia computadorizada de abdome - Método de maior acurácia diagnóstica na apendicite aguda - Achados - Diâmetro apendicular > 8 mm - Apêndice com parede espessada e líquido periapendicular, com maior captação de contraste - Infiltração da gordura periapendicular e do mesoapêndice - Coleções adjacentes ao apêndice - Apendicolito - Pneumoperitôneo Ultrassonografia - Sensibilidade e especificidade de cerca de 90% - Examinador-dependente - Exame de escolha em suspeita de apendicite em crianças, gestantes e pessoas que tenham contra- indicação ao uso de contraste endovenoso - Achados - Diâmetro apendicular > 8 mm - Distensão luminal e edema da mucosa - Apêndice não compressível ao transdutor do USG - Apendicolito - Coleção periapendicular - Sinal do alvo Classificação Fases: I- Catarral II- Flegmonosa III- Gangrenosa IV- Supurativa Tratamento - Tratamento é cirúrgico e deve ser realizado o mais rápido possível a partir do momento que o diagnóstico é feito - Apendicectomia Convencional Videolaparoscópica - Via Videolaparoscópica é o padrão-ouro atualmente - Antibioticoterapia Fases I e II – Profilática Fases III e IV - Terapêutica Situações Específicas Apendicite em crianças - Podem apresentar quadro atípico, com náuseas e vômitos importantes, febre - Diagnóstico tardio, principalmente em menores de 2 anos – paciente não consegue passar informações sobre o quadro clínico e não permite a realização do exame físico de forma adequada Apendicite na gestante - Apendicectomia – procedimento cirúrgico não obstétrico mais comum na gestação - Ponto doloroso muda de posição de acordo com o período da gestação - Perfuração apendicular aumenta muito o risco de complicação na gestação Apendicite no idoso - Geralmente apresentam quadro atípico, com dor de menor intensidade e se manifestando da forma característica da Apendicite Aguda apenas em fases mais avançadas - Diagnóstico tardio – maior incidência de perfuração e consequentemente piora do prognóstico - Febre é muito rara na Apendicite Aguda em idosos Diverticulite aguda – 23/11 Definições - Divertículo do cólon – herniações da mucosa e da submucosa através da camada muscular da parede do cólon - Divertículo do cólon é um “divertículo falso” ou pseudodivertículo – não é composto por todas as camadas da parede do cólon Forma de Apresentação - Diverticulose – 70 a 80% - Doença Diverticular – 20 a 30% - Complicações – 5% Diverticulite Hemorragia Digestiva Baixa PerfuraçãoObstrução - Diverticulose do cólon – divertículos colônicos e paciente assintomático - Doença diverticular do cólon – divertículos em cólon associados a sintomas, mas sem complicações - Dor abdominal tipo cólica em fossa ilíaca esquerda - Alteração do hábito intestinal - Alteração do aspecto das fezes Epidemiologia - Associada a idade avançada, dieta pobre em fibras, constipação intestinal, esforço evacuatório - Rara antes dos 40 anos de idade - Acomete cerca de 30% da população aos 60 anos de idade e cerca de 66% da população aos 80 anos de idade - Doenças hereditárias – doença policística, renal, síndrome de Marfan e síndrome de Ehlers-Danlos – aumentam risco de divertículos Patogenia - Alta pressão intraluminal Regiões de menor diâmetro da luz no cólon - Alterações na parede do cólon - Espessamento da camada muscular com diminuição do diâmetro do cólon - Fragilidade da parede do cólon com o envelhecimento Localização - Cólon sigmoide – 64% (a medida do diâmetro da luz do cólon sigmoide é menor) - Cólon sigmoide e outro segmento – 24% - Todo o cólon – 7% - Cólon sigmoide e cólon descendente – cerca de 90% dos casos Quadro clinico - 70 a 80% dos casos – assintomáticos - Diverticulose - 20 a 30% dos casos – Doença diverticular não complicada – sintomas sem complicações - 5% dos casos – Doença diverticular complicada - Complicações Diverticulite Hemorragia digestiva baixa Perfuração Obstrução Exame imagem Colonoscopia - Alta eficácia para diagnóstico de divertículos - Não deve ser realizada em suspeita de Diverticulite Aguda – risco de perfuração - Pode demonstrar complicações relacionadas a episódios de Diverticulite Aguda - Fístula - Estenose Tomografia Computadorizada de Abdome com contraste endovenoso - Exame de escolha em pacientes com suspeita de Diverticulite Aguda - Também pode evidenciar divertículos colônicos sem processo inflamatório - Achados - Espessamento parietal do cólon com maior captação de contraste - Borramento de gordura mesentérica adjacente - Abscessos e coleções abdominais - Pneumoperitôneo Enema opaco - Alta eficácia para diagnóstico de divertículos - Não deve ser realizado em suspeita de Diverticulite Aguda – risco de perfuração - Pode demonstrar complicações relacionadas a episódios de diverticulite Fístula Estenose Diverticulose dos Cólons Tratamento - Dieta rica em fibras - Alta ingesta hídrica diária Doença Diverticular Não complicada Complicada Diverticulite Hemorragia digestiva baixa Não complicada - Dieta rica em fibras - Alta ingesta hídrica - Analgésicos e antiespasmódicos - Mesalazina – áreas de doença diverticular intensa costumam apresentar estado de inflamação crônica localizada - Tratamento cirúrgico – não há consenso Diverticulite Aguda - Complicação mais frequente da doença diverticular - Causa mecânica - Fecalito obstrui divertículo – estase de secreção – proliferação bacteriana e distensão – alteração no suprimento vascular – isquemia, necrose e perfuração Quadro Clínico - Dor abdominal, geralmente em fossa ilíaca esquerda, com sinais de irritação peritoneal – “apendicite do lado esquerdo” - Topografia da dor abdominal de acordo com segmento do cólon que está acometido - Em estágios avançados apresenta peritonite difusa - Sintomas gerais: febre, náuseas, vômitos, anorexia, alteração de hábito intestinal, parada da eliminação de fezes e flatos Diagnóstico - Tomografia Computadorizada de Abdome com contraste endovenoso - Enema opaco e colonoscopia - contraindicados na Diverticulite Aguda – risco de perfuração Tratamento - Diverticulite aguda não complicada – Hinchey I - Sintomas leves – antibioticoterapia ambulatorial - Sintomas graves Internação hospitalar Suporte clínico Antibioticoterapia endovenosa - Diverticulite aguda complicada – Hinchey II - Internação hospitalar - Antibioticoterapia endovenosa e suporte clínico - Dieta conforme quadro clínico do paciente - Abscesso: < 2 centímetros – antibioticoterapia > 2 centímetros – antibioticoterapia e drenagem de abscesso - Pacientes que não apresentem melhora - reavaliação - Diverticulite aguda complicada – Hinchey III e IV - Tratamento cirúrgico - Colectomia segmentar com ressecção de segmento acometido pelo processo inflamatório - Cirurgia de Hartmann – diverticulite aguda no cólon sigmoide: Retossigmoidectomia + colostomia terminal + fechamento de coto retal Complicações - Abscesso - Perfuração - Fístula - Estenose - Obstrução - Forma pseudotumoral Hemorragia Digestiva Baixa - Segunda complicação mais frequente da doença diverticular - 85% dos casos – autolimitada - 70 a 80% dos casos - hematoquezia - Menos de 5% dos casos – enterorragia Tratamento - Estabilização hemodinâmica - Suporte clínico - Casos que sangramento não cessa - Tratamento endoscópico - Tratamento endovascular - Tratamento cirúrgico – colectomia segmentar
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