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Anemia aplástica severa Também chamada anemia aplástica, é um distúrbio caracterizado por pancitopenia associada a medula óssea hipocelular e sem evidência de infiltração neoplásica, mieloproliferativa ou fibrose. Pancitopenia é comum, podendo ocorrer anemia, hemorragias muco-cutânea e infecções. Faz parte das síndromes de falência medular e um atraso no diagnostico pode ser fatal. Síndromes de falência medular: podem ser congênitas ou adquiridas. Exemplos são anemia aplástica severa; síndrome mielodisplásica; leucemia mieloide aguda; hemoglobinuria paroxistica noturna; síndromes mieloproliferativas. Muitas dessas doenças são sobreponíveis ou evolutivas. EPIDEMIOLOGIA: + Incidência: 2 a 6 casos por 1.000.000 habitantes por ano. No Paraná 2,6 casos por 1.000.000 habitante por ano. + Dois picos incidência, sendo o primeiro entre 15-25 anos e o segundo acima de 60 anos de idade. + Relacionada ao baixo nível socioeconômico. ETIOLOGIA E PATOGENIA: não se sabe a causa certa, mas exposição a drogas, agentes químicos, radiação e doenças podem causar anemia aplástica. É definida como idiopática nos casos que não há evidencia de indicação causal (50-75%). Mecanismo: antigamente acreditava-se que a doença poderia ocorrer por: lesão intrínseca da célula progenitora hematopoética; mecanismo imune no desencadeamento e manutenção das citopenias; ateração de microambiente da medula óssea. Hoje já se sabe que ocorre por um mecanismo autoimune. Causas adquiridas: + Agentes químico e drogas: agrotóxicos, benzeno, antibiótico cloranfenicol (1/20.000 a 1/60.000). + Agentes físicos: radiação ionizante. + Agentes virais: Epstein-Barr, HIV, parvovirus e vírus não identificado para hepatites. Nesse últimotem quadro agudo de icterícia e aumento de transaminases seguido de anemia aplastica. + Doenças imunes: fasciite eosinofílica, timoma, doença do enxerto contra o hospedeiro. + Hemoglobinúria paroxística noturna (HPN). + Gestação. Causas constitucionais (hereditárias): anemia de Fanconi, disceratose congênita, purpura amegacariocítica, anemia aplástica familiar. + Anemia de Fanoni: doença genética de herança autossômica recessiva, com evolução fatal. Inicio de manifestações clinicas hematológicas na infância, cerca dos 6 a 8 anos. - Há insuficiência da medula óssea e malformações congênitas (presentes ao nascimento). Pode ter mancha café com leite, malformações osteomuscular, baixa estatura, malformação cardíaca, malformação renal. Entretanto, cerca de 20% dos indivíduos afetados tem aparência normal. - Defeito na célula mesenquimal pluripotente na medula óssea. Esses defeitos enzimáticos estão relacionados com o processo de reparação do DNA. - Diagnóstico quando aparecem manifestações hematológicas. QUADRO CLÍNICO: sintomas relacionados a queda nos níveis hematimétricos. + Trombocitopenia: manifestações hemorrágicas (petéquias, metrorragia ou gengivorragia). + Anemia: astenia, cefaleia, dispneia. + Infecções: bacteriana, viral ou fungica. ACHADOS LABORATORIAIS: + Pancitopenia. + Hemácias normocromicas e macrocitica, isso porque a quantidade de hemoglobina é pequena ea medula o pouco que consegue produzir tenta fazer uma célula maior. + Reticulócitos 0-3%. Importante nas anemias para ver se medula é hiper ou hiporreativa. + Neutropenia, tendo importância prognóstica - contagem absoluta menor que 500 representarisco de morte. Esse risco é muito maior quando ela é menor que 200. - Neutropenia febril: neutrófilo abaixo de 500 e febre. É uma emergência, usar cefalosporina dequarta geração ou carbapenêmicos. + Monocitopenia. + Trombocitopenia. Abaixo de 20 mil plaquetas tem risco de hemorragia espontânea. DIAGNÓSTICO: Análise de medula óssea: mielograma, imunofenotipagem, cariótipo e biopsia. Indicado para bicitopenia e pancitopenia (raramente monocitopenia). + Aspirado: coloca agulha na medula óssea e aspira. Pode ser feita de forma ambulatorial. - Achados: espiculas substituída por material gorduroso. Celularidade se encontra apenas emcélulas do estroma, macrófagos, linfócitos e plasmócito (residual). + Biopsia de medula óssea: avaliação da celularidade global, afastar outras doenças infiltrativas (mielofibrose, tricoleucemia, leucemias agudas, metástases). + Estudo citogenético: usualmente normal. + Avaliação de quebras cromossômicas: após exposição de substâncias clastogênicas (DEB,mitomicina, cisplatina) nos pacientes com menos de 20 anos para afastar anemia de Fanconi. Diagnóstico diferencial pancitopenia:+ Infiltração medular: mielofibrosis, mieloescerose; carcinoma metastático (principalmente rim, pulmão, próstata, mama e tireoide); leucemia aguda; mieloma múltiplo; linfomas; doenças de acúmulo; síndromes mielodisplásicas (sobretudo hipoplásica). + Hemoglobinúria paroxística noturna: doença hemolítica adquirida rara. É uma doença clonal da célula troco hematopoiética que resulta na produção de células sanguíneas, exibindo alterações características: hemólise intravascular, tendência a trombose e/ou falência da medula óssea. + Hiperesplenismo: esplenomegalia congestiva; desordens de acumulo de lipídio; sarcoidose; doença de Calazar. Pela destruição das células. + Infecções: tuberculose disseminada, infecção fungica disseminada, septicemia. + Anemia megaloblastica + Coagulopatia de consumo: CIVD. PROGNÓSTICO: atualmente cura completa ou parcial em 70% dos paciente com anemia aplástica severa ou grave. Isso tem relação com a intensidade da neutropenia; refratariedade à transfusão plaquetária; atraso no diagnóstico; e atraso na terapia. TRATAMENTO: o objetivo regeneração da hematopoese deficiente e reduzir os riscos determinados pelas citopenias por meio de medida de apoio. Tratamento imunossupressor ou transplante de medula óssea. Tratamento das complicações: situação de emergência - colher culturas, antibiótico, suporte hemodinâmico, transfundir se for o caso (pode atrapalhar transplante - reação). Melhorar a condição do paciente para não morrer. Tratamento imunossupressor: globulina anti-timocitica; ciclosporina e corticoide (predinisona). + Granulócitos menor que 200 e plaquetas menor que 20.000 são considerados fatores relacionados a uma maior mortalidade e menor sobrevida. Transplante de medula óssea: idade menor que 40 anos e doador HLA compatível (irmão 25% compatibilidade). Menor número de transfusões e menor número de comorbidades.
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