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Métodos Diagnósticos PATOLOGIA Estudo das causas (etiologia), processos (patogenia), evolução e consequências das doenças, através das alterações estruturais e funcionais nas células, tecidos e órgãos (fisiopatologia). Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Autópsia Sinais: indícios objetivos, podem ser observados. Sintomas: subjetivos, queixas do paciente. Síndrome: conjunto de sinais e sintomas que ocorrem simultaneamente Biópsia Exame de fragmentos de tecidos ou peças. Análise macroscópica e microscópica. Busca alterações que possam estabelecer diagnóstico e laudo. Anticorpos contra antígenos celulares específicos. Pode ter um marcador já ligado (direta) ou pode precisar de um segundo anticorpo como marcador (indireta). Pode determinar a histogênese de neoplasias. Citopatologia Imuno-histoquímica (IHQ) Exame de cadáver (necropsia) com diagnóstico de lesões e propondo as causas básicas das doenças e da morte. Feito de forma sistemática, incluindo pele, mucosas, fâneros, cavidade pleural e peritoneal, retirada e dissecção de órgãos torácicos e abdominais, intestino, genitais e cérebro. Órgãos medidos e pesados, buscando-se alterações macroscópicas. Imunofluorescência Exame microscópico Esfregaços ou centrifugados celulares. Não avalia o tecido como um todo. Esfoliativa: material de raspagem de lesões ou de descamação natural Aspirativa (PAAF) Pode ainda ser feita a partir da análise de líquidos cavitários. IHQ com anticorpos estão ligados a moléculas fluorescentes. Hibridização in situ Sondas de ácidos nucleicos dirigidas contra sequências específicas do material genético. Exames por biologia molecular compreendem principalmente a PCR, extraindo e analisando o material genético da amostra em questão. Classificação dos processos patológicos Degenerações/alterações do metabolismo Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Alterações circulatórias Degenerações propriamente ditas, infiltração, sobrecarga, deposição, necrose, moléstia de armazenamento, pigmentações ou calcificações patológicas. Morte Somática Hiperemia, isquemia, edema, hemorragia, trombose, embolia e infarto. Pode ser notada por sinais de morte ou cadavéricos, que são classificados em sinais abióticos e sinais transformativos: Neoplasias ou tumores Formas descontroladas de proliferação celular. Alterações do crescimento e desenvolvimento Agenesias (atrofia congênita de um órgão ou tecido), hipoplasias (desenvolvimento defeituoso ou incompleto de um tecido ou órgão com causa congênita ou adquirida), hipertrofia (aumento do tamanho da célula), hiperplasia (aumento do número de células), atrofia (diminuição no tamanho da célula) e metaplasia (célula adulta substituída por outro tipo celular). Inflamações Respostas imunológicas. anotações Morte Somática: morte do indivíduo. é dada pela morte encefálica (atividade cerebral elétrica, metabólica ou de perfusão cessa irreversivelmente). Sinais abióticos: Sinais transformativos: → Imediatos (perda de consciência, insensibilidade, arreflexia, imobilidade, perda de tônus muscular, apneia, assistolia, midríase paralítica) → Consecutivos (desidratação da pele, resfriamento, manchas de hipóstase, rigidez, coagulação do sangue). → Destrutivos Autólise: Destruição do próprio organismo (causas endógenas da própria morte). Acontece rapidamente onde as enzimas são muito presentes. Putrefação: Ação bacteriana sobre células e tecidos desvitalizados. Maceração: Desprendimento da epiderme. → Conservadores: Mumificação natural, saponificação: Lesões Celulares LESÕES REVERSÍVEIS Correspondem aos processos degenerativos, que são reações celulares à lesão. Decorrem do acúmulo de substâncias no interior da célula. São classificados de acordo com o produto acumulado Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Aumento do volume celular por acúmulo de água e eletrólitos. Células parenquimatosas (rim, fígado e coração). Órgão pálido, com peso e volume aumentados. Células tumeifeitas com citoplasma clareado, núcleo normoposicionado. Mitocôndrias vesiculosas e distensão do retículo endoplasmático. Hipóxia, desacoplamento mitocondrial, agressão de membrana, vômitos e diarreia, febre. Degeneração hidrópica Acúmulo de gorduras neutras no fígado, rim ou miocárdio. Aumento de volume e peso do órgão, que adquirirá consistência diminuída e cor amarelada. O fígado terá borda redonda e macia em abdomes planos. Citoplasma vacuolizado com núcleo periférico. Hipóxia, desnutrição proteico- calórica/energética, consumo de etanol, aumento da ingestão de alimentos, adrenalina, GH e cortisol Degeneração gordurosa - Esteatose Acúmulo de colesterol e seus ésteres no citoplasma de gordura. Xantomas: localizado; Asterosclerose: sistêmico; Complexas: associadas a defeitos enzimáticos. Degeneração gordurosa - Lipidose Acúmulo de proteínas no interior de células ou tecidos, que adquirirão aspecto hialino (homogêneo, brilhante e eosinófilo). Intracelular: coagulação das proteínas celulares intracitoplasmáticas, com acúmulo de grânulos. Estado tóxico-infeccioso, intoxicações exógenas, vírus, deficiência de selênio e vitamina E, etc. Hepatócitos, miocárdio, músculo esquelético e vasos. Propriamente ditas: atinge o tecido conjuntivo fibroso colágeno e a parede de vasos. Cicatrizes e lúpus são exemplos. Degeneração Hialina (hialinose) Tecido: aspecto gelatinoso e consistência viscosa. Núcleo periférico e células em “anel de sinete”. Degeneração Mucóide Vacúolos claros mal delimitados e de diferentes tamanhos, aumento do volume celular. Hiperglicemia (Diabetes Mellitus), corticoides, tumores hepatocelulares. Degeneração Glicogênica Lesões Celulares LESÕES IRREVERSÍVEIS Correspondem à apoptose e à necrose Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Processo programado, com ativação gênica e participação de endonucleases. Não há resposta inflamatória nem autólise, apenas fagocitose dos corpúsculos apoptóticos por macrófagos. Retração celular (diminuição do volume citoplasmático), condensação da cromatina, fragmentação da célula com formação de corpúsculos apoptóticos (corpos hialinos e eosinofílicos) sem perda da integridade da membrana. Esses corpos apoptóticos serão fagocitados por macrófagos. Geralmente afeta células individuais. Dependente de ATP. Apoptose inseticidas), agentes biológicos (vírus, bactérias, fungos), mecanismos imunes, distúrbios genéticos, nutricionais, envelhecimento, etc. Lesão tecidual pode ser regenerada. Aumento do tamanho celular, degeneração das organelas celulares, com perda da integridade da membrana e lise total da célula. Citoplasma mais acidófilo e o núcleo será reduzido (picnose), fragmentado (cariorrexe) e dissolvido (cariólise). Geralmente afeta grupos de células Não requer ATP. Hipóxia, anóxia, isquemia e radicais livres, agentes físicos (mecânicos, temperatura, variações de pressão, radiação, corrente elétrica), agentes químicos (venenos, drogas, poluição, Necrose Necrose de coagulação (isquêmica) Área: infarto. Desnaturação das proteínas de proteólise das células mortas, fazendo com que a arquitetura básica do tecido seja mantida por um certo tempo. Necrose liquefativa (coliquativa) Células prontamente digeridas Tecido em uma massa viscosa líquida, sendo esse material necrótico chamado de pus (acúmulo de leucócitos mortos). Infecções bacterianas focais, infecções fúngicas, e no SNC (é o único tipo de necrose que o SNC sofre!). Necrose gangrenosa Necrose de coagulação que afeta membros e suas extremidades, comprometendo todos os seus tecidos. Seca (ressecamento e mumificação, de cor enegrecida) Úmida (supuração com putrefação, por bactérias anaeróbias) Gasosa (bactérias anaeróbicas produzem gases que se acumulam em bolhas). Adaptações celulares e alterações do crescimento As adaptações são alterações reversíveis em tamanho, número, fenótipo, metabolismo ou funções das células, em resposta a alterações de seu ambiente. Caso a célula seja incapaz de se adaptar, sofrerá lesão celular. Anatomiapatológica Bianca Bergamasco T89 ALTERAÇÕES NO CRESCIMENTO CELULAR Diminuição da célula Pode ser fisiológica ou patológica, local ou generalizada. Causas: redução da carga de trabalho; perda de inervação; diminuição do suprimento sanguíneo; nutrição inadequada; perda de estimulação endócrina; envelhecimento; compressão tecidual Mecanismo: diminuição da síntese proteica e aumento da degradação de proteínas, principalmente pela via ubiquitina-proteassoma. Atrofia Aumento do tamanho celular (célula hipertrofiada tem sua capacidade estrutural e funcional aumentadas). Causas: aumento da demanda funcional, desequilíbrio na produção hormonal, hiperestimulação. Mecanismo: aumento da produção de proteínas celulares. Pode ser seletiva (apenas uma determinada organela, por exemplo). Hipertrofia ALTERAÇÕES NA PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR Aumento do número de células. Causas: aumento da demanda funcional, compensação, desregulação endócrina, inflamação, hiperestimulação. Mecanismo: turn over celular positivo por aumento da proliferação (fatores de crescimento) e/ou diminuição da apoptose. Hiperplasia Diminuição do número de células. Causas: mesmas da atrofia. Mecanismo: turn over celular negativo por diminuição da proliferação e/ou aumento da apoptose. Hipoplasia Mudança do tipo celular. Causas: estresse ambiental. Mecanismo: reprogramação de células-tronco por meio de citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular. Metaplasia Anomalias durante o desenvolvimento que resulta em células com tamanho, forma e características alteradas. Mecanismo: alta taxa de divisão celular e falha na diferenciação. Displasia Não formação da estrutura/órgão. Agenesia Não desenvolvimento da estrutura/ órgão. Aplasia Pigmentação PIGMENTOS Exógenos: oriundos do exterior, introduzidos no organismo, depositam-se no organismo, fagocitados por macrófagos ou drenados por vasos linfáticos (podem ser imunogênicos. Endógenas: Melanina, bilirrubina, hemossiderina e lipofuscina. Antracose, tatuagens, siderose e argiria Ausência de produção: albinismo Áreas focais de perda de melanina: Vitiligo Nevo congênito gigante: diversos melanócitos acumulados Melanoma: câncer que afeta os melanócitos Eumelanina: receptor "normal" Feomelanina: polimorfismo do MC1R; indivíduos com menos proteção da UV. pigmento da pele 1. 2. Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Melanina Bilirrubina Quando não degradada liga-se a partes dos núcleos da base, causando quernícera Conjugada: ou direta, ligada a proteínas Não conjugada: ou indireta produto da degradação da hemoglobina 1. 2. Hemossiderina Pigmento brilhante, amarelo ouro, granular, amorfo e principalmente produto da degradação da hemoglobina Hemociderose: acúmulo dessa substância nos tecidos Local: Hemorragias e Hiperemias passivas e prolongadas, principalmente nos pulmões e baço Sistêmica: anemias hemolíticas, hemocromatose ou qualquer hiperprodução da substância. intracelular. 1. 2. Lipofuscina derivado da oxidação de lipídeos ou de lipoproteínas, geralmente insaturados. Antracose Acumulação pulmonar Partículas são fagocitadas por macrófagos formando tecido cicatrizado nos pulmões Tatuagem Pigmentos insolúveis introduzidos com agulhas Grânulos são fagocitados por histócitos ou retidos no tecido fibroso Argiria Amalgama usada para fechar cárie (continha prata) anotações Distrófica: Depósito aparece como grumos finos e brancos. Metastática: Principalmente nos tecidos intersticiais da mucosa Calculose/litíase: calcificação em estruturas tubulares. Calcificação: deposição anormal de cálcio Necrose, apoptose e morte somática Adaptações celulares Alterações funcionais ou estruturais em resposta a mudanças fisiológicas ou patológicas Hipertrofia: Aumento de tamanho das células e, consequentemente, do tecido (ex: útero na gravidez, coração em condições de pressão alta) Hiperplasia: aumenta o número de células (ex: mama durante a amamentação); patológica: estímulo excessivo ou inapropriado por fatores hormonais ou de crescimento (ex: aumento dos ductos prostáticos) Atrofia: diminuição numérica e de tamanho das células (ex: útero após parto, desuso, desnervação, problemas hormonais, isquemia, desnutrição ou compressão) Metaplasia: substituição de um tecido por outro (geralmente epitelial) (ex: fumantes e a substituição do epitélio ciliado por um mais resistente e sem cílios) 1. 2. 3. 4. Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Alterações patológicas que podem ser revertidas quando o estímulo é removido ou quando a causa é leve (não afeta a membrana ou o núcleo celular) Lesões reversíveis Lesões irreversíveis Alterações patológicas que não podem ser revertidas, afetam a membrana e/ou o núcleo Morte celular Ocorre quando a adaptação não é possível. é um mecanismo natural para a remoção de uma célula desnecessária ou potencialmente prejudicial, podendo ser patológica ou fisiológica. Acidental: quando há dano instantâneo à integridade física celular Apoptose ou programada: diminuição do tamanho celular, fragmentação do núcleo, membrana e conteúdo celular íntegros, Necrose: morte associada à falta de circulação sanguínea naquele tecido. Características contrárias ás citadas na apoptoseLiquefação: tecido transformado em líquido 1. 2. 3. Gordurosa: tecido transformado em gordura Cseosa: impressão de buracos ao microscópio Gangrenosa: isquemia grave Hemorrágica: tem hemorragia (juro) anotações Diminuição da síntese de ATP: lesão isquêmica e hipóxica Radicais livres derivados do oxigênio Homeostasia do Cálcio Defeitos na permeabilidade da membrana Lesão mitocondrial irreversível Agente químicos e infecciosos Causas das lesões celulares: Revisão P1 DEFINIÇÕES RECORRENTES Picnose: Alterações nucleares caracterizadas por condensação e contração nuclear. Hipotrofia: Redução quantitativa dos componentes estruturais e das funções celulares, resultando em diminuição do volume das células e dos órgão atingidos. Hipertrofia: Aumento de tamanho das células e, consequentemente, do tecido Hipoplasia: Diminuição da população celular de um tecido, órgão ou uma parte do corpo. Metaplasia: Mudança de um tecido adulto em outro da mesma linhagem Neoplasia: Lesão caracterizada por alterações da proliferação e diferenciação celulares, acompanhadas de redução ou perda da diferenciação entre as células. Hiperemia: Aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos e tecidos. Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Hemociderose: acúmulo dessa substância nos tecidos Local: Hemorragias e Hiperemias passivas e prolongadas, principalmente nos pulmões e baço Sistêmica: anemias hemolíticas, hemocromatose ou qualquer hiperprodução da substância. intracelular. 1. 2. Lipofuscina derivado da oxidação de lipídeos ou de lipoproteínas, geralmente insaturados. Antracose Acumulação pulmonar Partículas são fagocitadas por macrófagos formando tecido cicatrizado nos pulmões Tatuagem Pigmentos insolúveis introduzidos com agulhas Grânulos são fagocitados por histócitos ou retidos no tecido fibroso Argiria Amalgama usada para fechar cárie (continha prata) anotações Distrófica: Depósito aparece como grumos finos e brancos. Metastática: Principalmente nos tecidos intersticiais da mucosa Calculose/litíase: calcificação em estruturas tubulares. Calcificação: deposição anormal de cálcio CORRELAÇÕES RECORRENTES Necrose por liquefação: pus Necrose por coagulação: Isquemia Necrose gomosa: Sífilis terciária Necrose caseosa: Tuberculose Apoptose: Infecções virais Distúrbios Circulatórios Anatomia patológicaBianca Bergamasco T89 Edema Desequilíbrio entre os fatores que regem a hidrodinâmica entre interstício e meio intravascular, com acúmulo anormal de líquido no meio intersticial, cavidades ou articulações. Fatores desencadeantes: ↓ Pressão hidrostática intersticial; ↑ Pressão oncótica intersticial; ↑ Pressão hidrostática sanguínea: ↓ Pressão oncótica sanguínea; Acúmulo de sódio no interstício Localizado:inflamatório, rico em proteínas. Líquido chamado exsudato (alto teor proteico, turvação, alta densidade e número elevado de células) Sistêmico: Líquido denominado transudato (baixo teor proteico, limpidez, baixa densidade, número reduzido de células). Insuficiência cardíaca congestiva (ICC), desnutrição, insuficiência hepática, etc. 1. 2. 3. 4. 5. Hemorragia Extravasamento de sangue no espaço extracelular. Suas causas incluem traumas, aumento da pressão intravascular, doenças na parede vascular, diáteses hemorrágicas devido a alterações no mecanismo de coagulação ou por defeito da parede vascular. Classificadas: Origem: capilar, venosa, arterial ou cardíaca; Visibilidade: externa ou interna; Volume: petéquias, equimoses, hematoma, púrpura. Local: De modo geral, podem ser cavitárias, viscerais ou intersticiais/teciduais. 1. 2. 3. 4. Hiperemia ou congestão Aumento local do volume sanguíneo por intensificação do aporte de sangue (hiperemia) ou diminuição de seu escoamento venoso (congestão). Hiperemia: processo ativo com vermelhidão (eritema), pulsação local e calor. Acontece em casos de inflamação, queimadura, radiação, envenenamento, órgãos em atividade ou agressões teciduais no geral. Congestão: processo passivo. Edema, estase sanguínea, hiperpigmentação, proliferação fibrosa, etc. Distúrbios Circulatórios HEMOSTASIA Conjunto de fatores fisiológicos (parede vascular, plaquetas e sistema de coagulação) com finalidade de estancar o sangramento, mantendo o sangue no estado líquido dentro dos vasos, e induzir um tampão hemostático (massa solidificada de sangue) no local de solução de continuidade dos vasos. Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Trombose Coágulo sanguíneo dentro dos vasos (trombo) de um organismo vivo. Trombo é uma massa sólida friável, seca, inelástica, aderido à parede vascular ou do endocárdio e formado por camadas de hemácias e outras células sanguíneas e camadas de fibrina (“estrias de Zahn”). Constituído de plaquetas, hemácias, fibrina e leucócitos. Hialino/branco: Predomínio de plaquetas. Vermelho: Predomínio de hemácias. Oclusivos: Toda a luz do vaso. Murais/parietais: Apenas parte da luz do vaso. Flutuantes: Livre na cavidade cardíaca ou no interior de um aneurisma. Tríade de Virchow: lesão endotelial, alteração do fluxo sanguíneo e hipercoagulação e hipercoagulabilidade do sangue. Pode causar: hiperemia passiva, embolia, isquemia, infarto ou edema. 1. 2. 3. 4. 5. Embolia Transporte de êmbolo pela circulação até que seja retido em vaso de menor calibre, ecludindo-o. Êmbolos podem ser: Sólidos: Fragmentos de trombo ou tumores, placas de ateroma ou corpos estranhos. Líquidos: Em traumas de partes moles, fraturas generalizadas, queimadura ou líquido amniótico. Gasosos: Cirurgias obstétricas ou lesão torácica. Direto: Deslocamento no sentido do fluxo sanguíneo. Paradoxal: Do sistema venoso para o arterial, ou vice-versa. Retrógrado: Deslocamento contrário à circulação Pode causar: Hipóxia, anóxia, isquemia, necrose, congestão, edema, degeneração celular, morte celular e infarto. Tromboembolismo Pulmonar: Origem nas veias íleofemorais ou da panturrilha. Hipertensão, hemorragia e infarto pulmonar, edema e morte. Tromboembolismo Arterial: Origem no coração ou na aorta. 1. 2. 3. 4. 5. 6. anotações Na ateriosclerose, a projeção das placas de ateroma faz com que os cristais de colesterol da placa rompam o endotélio e possibilitem a trombose. Além disso, dificultam a circulação aumentando ainda mais a incidência de trombos. Distúrbios Circulatórios Fenômenos circulatórios causados por obstrução intravascular Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Isquemia Deficiência no suprimento sanguíneo por conta de uma diminuição na oferta ou por aumento da demanda. A obstrução causadora determinará sua intensidade, sendo classificada em total ou parcial. Pode ser também: Rápida: Decorrente de um trombo. Lenta: Obstrução progressiva e gradual (ex: placas de ateroma) Causas: Diminuição da diferença pressórica entre artérias e veias, obstrução da luz vascular, aumento da viscosidade do sangue, aumento da demanda sanguínea. Fatores determinantes da gravidade: Sensibilidade à hipóxia ou anóxia do órgão, tipo de irrigação, circulação colateral, velocidade da obstrução, momento funcional do órgão, capacidade do sangue de transportar oxigênio. 1. 2. Infarto definidos, mas área de coloração bem delimitada, em forma de cunha (o ápice da cunha aponta para o vaso obstruído). Em órgãos com circulação colateral, o formato de cunha nem sempre será bem delimitado. Aspectos microscópicos: No agudo se observa necrose de coagulação ou liquefativa (6 a 12h após o infarto), reação inflamatória, tecido de granulação Exemplos: infarto agudo renal, infarto agudo do miocárdio, infarto renal antigo (ou cicatrizado), etc. Vermelho/hemorrágico: Obstrução arterial ou venosa em órgãos frouxos (pulmão, intestino) ou com irrigação dupla ou rica circulação colateral. A área de necrose será submetida a uma intensa hemorragia associada à obstrução vascular. Aspectos macroscópicos: área vermelho-escura em forma de cunha ou segmentar. Aspectos microscópicos: necrose de coagulação ou liquefativa, com reação inflamatória, hemorragia e tecido de granulação. Exemplos: infarto de padrão liquefativo no tecido cerebral, infarto hemorrágico cerebral, infarto hemorrágico testicular, infarto hemorrágico pulmonar, etc. Um infarto pode ser eliminado, com formação de cavidades ou transformação em líquido seroso com cavidades císticas; pode ser reparado, com substituição do tecido necrótico por fibrose ou gliose e pode ser reabsorvido. Área de necrose tecidual causada por isquemia prolongada. É irreversível. Branco/anêmico: Obstrução arterial em órgãos sólidos (coração, baço, rins, sistema nervoso etc.) ou com circulação terminal (pouca ou nenhuma circulação colateral). Características macroscópicas: Área pálida de coloração branco amarelada com limites pouco Inflamação Reação fisiológica dos tecidos frente a uma agente agressor, visando eliminar, neutralizar e destruí-lo. Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Características Saída de líquidos e células (exsudação), induzindo o processo de reparo celular e de destruição do agente lesivo. Sinais cardinais (locais): rubor, calor, tumor, dor e perda de função. Rubor e calor: decorrentes de vasodilatação local. Tumor: extravasamento de líquido, com formação de edema. Dor: compressão dos nervos pelo tumor e liberação de mediadores químicos Sinais sistêmicos: febre, taquicardia, leucocitose, aumento de velocidade de hemossedimentação (VHS), proteína C reativa (PCR) e glicoproteína ácida (mucoproteína). 1. 2. 3. Fase vascular: Mediadores químicos serão processados e haverá restabelecimento do fluxo, com vasodilatação e aparecimento de hiperemia e edema. Fase exsudativa: Exsudação plasmática: saída de plasma principalmente das vênulas. Exsudato. Exsudação celular: Elementos celulares. De acordo com o estágio da inflamação, os elementos celulares encontrados serão distintos: Fase degenerativa-necrótica: produtos das células inflamatórias induzem destruição tecidual. Fase produtiva-reparativa: angiogênese e fibrose. Os principais mediadores são: aminas vasoativas (histamina e serotonina), componentes plasmáticos (bradicinina, complemento, fibrinogênio/fibrina) e metabólitos do ácido araquidônico (prostaglandinas, leucotrienos, tromboxanos). 1. 2. Na inflamação aguda, predominam neutrófilos e eosinófilos. Na inflamação crônica, predominam basófilos, mastócitos, macrófagos, linfócitos e plasmócitos. Classificação Tempo de evolução: aguda, crônica ou recidivante; Agente patológico: específica ou inespecífica; Tipo de reação tecidual: exsudativa, proliferativa ou mista. Divisão Fase irritativa ou alterativa: liberação de mediadores químicos responsáveis pela vasodilatação e pelo aumento da permeabilidade vascular local. Inflamação Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 ExsudativaExsudato celular e plasmático no foco inflamatório devido ao aumento da permeabilidade vascular. Mais comum na fase aguda Subclassificação Serosa: exsudato aquoso, pobre em células, mas rico em proteínas. Inclui vesículas ou bolhas. Exemplos: bolha devido queimadura, rinite serosa, etc. Mucosa ou catarral: exsudato viscoso com alto teor de mucina. Purulenta ou supurativa: exsudato rico em células polimorfonucleares e em células necróticas do pus. Fibrinosa: exsudato rico em fibrina, originando placas esbranquiçadas principalmente sobre as mucosas e as serosas. Exemplo: pericardite fibrinosa, inflamação diftérica, etc. Hemorrágica: exsudato rico em hemácias. Exemplo: glomerulonefrite aguda hemorrágica. Necrotizante ou ulcerativa: exsudatos serosos, fibrinosos ou purulentos, mas que são irreversíveis. A ulceração acontece quando a necrose é superficial, levando à perda do revestimento epitelial. Exemplo: gangrena gasosa, fasciite necrotizante, etc. Mista: predomínio de dois ou mais exsudatos simultaneamente. Proliferativa Aumento dos elementos teciduais de reparação no foco inflamatório (células inflamatórias, como linfócitos e macrófagos, com capacidade proliferativa) Mais comum na fase crônica, como consequência da fase reprodutiva- reparativa da inflamação. Uma inflamação aguda pode evoluir com eliminação do agente agressor e retorno da estrutura normal; eliminação do agente agressor, mas com lesão tecidual e fibrose ou com permanência do agressor com evolução para inflamação crônica. Subclassificação Não granulomatosa: linfócitos e plasmócitos. Ex: gengivites, pulpites, pielonefrites crônicas e conjuntivites foliculares no tracoma; Granulomatosa: macrófagos (originam granulomas; locais de hiperplasia reacional de macrófagos a agentes inanimados ou animados de baixa virulência). Granulomas tuberculoides: células epitelioides. Completos se possuírem células epitelioides, halo linfocitário e células gigantes de Langhans ou incompletos se possuírem apenas células epitelioides; Granulomas não tuberculoides: não possuem células epitelioides. De corpo estranho caso possuam células gigantes de corpo estranho ou difusos caso possuam macrófagos dispostos difusamente com citoplasma basófilo. 1. 2. Células epitelioides são macrófagos modificados com citoplasma amplo, eosinofílico e com células justapostas. Células gigantes multinucleadas são formadas pela junção de diversos macrófagos, podendo ser de Langhans (núcleos em ferradura) ou de corpo estranho (núcleos no centro). Revisão P2 DEFINIÇÕES RECORRENTES Hiperemia: Aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos em um órgão ou tecido Granuloma: Inflamação crônica caracterizada pelo acúmulo de macrófagos modificados (células epitelióides)/hiperplasia reacional de macrófagos a agentes de baixa virulência ou focal, avascular, do sistema mononuclear macrofágico, como resposta a agentes agressores de baixa virulência Exsudato: Rico em células, associado ao aumento da permeabilidade vascular Regeneração: restituição completa do tecido, morfologicamente e funcionalmente. Cicatrização: resposta tecidual a lesões ou inflamações em órgãos internos incapazes de regeneração. Embolia: Corpo sólido, líquido ou gasoso capaz de obstruir a luz vascular total ou parcialmente. Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Reação Tecidual Depende de fatores relacionados ao agente e ao tecido lesado CORRELAÇÕES RECORRENTES Alteração na drenagem linfática: mastectomia com linfadenectomia/filariose Aumento da pressão hidrostática: insuficiência cardíaca congestiva/TVP Redução da pressão oncótica por deficiência na síntese proteica: hepatopatias crônicas/cirrose hepática Redução da pressão oncótica por perdas proteicas: nefropatias/síndrome nefrótica Granulomas Granuloma do tipo estranho: granuloma em torno de partículas não imunogênicas Tuberculose: granuloma com necrose caseosa Hanseníase virchowiana: granuloma com macrófagos associados Paracoccidioidomicose: granuloma com neutrófilos associados Granuloma a fio de sutura: macrófagos, colágeno, escassos linfócitos e células gigantes multinucleadas, com presença de material refringente polarizável associado Tuberculóide completo: tuberculose Tuberculóide incompleto: sarcoidose Granuloma não tuberculóide: agentes inanimados (fio de sutura) ou difuso (hanseníase virchowiana) Embolia Pode ser pulmonar, gordurosa, líquida, ou gasosa. Fatores de risco: Obesidade, tabagismo, diabetes, sedentarismo, pós-cirurgico, etc. Aumento da permeabilidade vascular: inflamações agudas Característica s Aguda Crônica Início Rápido (minutos- dias) Lento (semana- meses) Fenômeno Exsudação Proliferação Lesão no tecido Exsudação Fibroblastos (colágeno) e fibrose Infiltrado celular Leucócitos: neutrófilos e hemácias Monócitos, macrófagos e linfócitos Revisão P2 Anatomia patológicaBianca Bergamasco T89 Trombose Alteração do fluxo sanguíneo: Policitemia Vera Lesão endotelial: Placa ateromatosa Hipercoagulabilidade do sangue: Hiperemia passiva/congestão, aneurisma Inflamação Com base na reação tecidual, podem ser exsudativas, proliferativas ou mistas. Proliferativa: fase crônica, podendo ser granulomatosa ou não, por exemplo, tuberculose. Úlcera péptica gástrica/ blastomicose/sarcoidose Exsudativa: mais frequentes na fase aguda. Pode ser serosa (ascite), fibrosa (pericardite em “pão com manteiga” comum na artrite reumatóide), hemorrágica (hemorragias), purulenta ou mista. Pericardite/salpingite supurativa/empiema pleural fibrinosa/abscesso pulmonar Mista: doença da arranhadura do gato. Aguda: eliminação do agente agressor e retorno da estrutura local normal; eliminação do a.a. com lesão tecidual e fibrose; permanência do a.a. com evolução para inflamação crônica. Fase produtiva: tentativa de reparar as fases alterativa e exsudativa. Crônicas inespecíficas: linfócitos, plasmócitos e macrófagos Os fatores de crescimento de fibroblastos e de derivado de plaquetas estão relacionados à neoformação vascular O exsudato pode exibir composição variável e acordo com o agente agressor Neoplasias Lesão formada pela proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução da diferenciação celular, em consequência de alterações nos genes que regulam crescimento e diferenciação. Apresenta massa anormal de tecido, cujo crescimento não está coordenado ao dos tecidos normais, persistindo mesmo se a causa que o provocou cessar (há exceções) Pleomorfismo (variação de formato e tamanho do núcleo e citoplasma) Hipercromasia nuclear (núcleo escurecido) Mitoses atípicas Alta relação núcleo/citoplasma Perda de diferenciação celular em células neoplásicas (consequência do aumento da proliferação). Características: Anatomia patológica Bianca Bergamasco T89 Anaplasia Mutações de oncogênese acontecem em quatro tipos de genes: Proto-oncogenes: codificam fatores de crescimento, receptores desses fatores e proteínas sinalizadoras envolvidas na divisão celular Genes supressores tumorais: perda da heterozigosidade por deleção ou mutação Genes que regulam a apoptose Genes que codificam enzimas de reparo de DNA Alterações que ativam proto- oncogenes em oncogenes: Mutação tipo ponto (oncogene RAS no câncer de pulmão) Amplificação gênica Rearranjo cromossômico Mutagênese de inserção (gene viral se insere em gene do hospedeiro). Exemplo: HBV, HPV. Neoplasias geram tumores, mas nem todo tumor é neoplásico Oncogenes: indutores de câncer que estimulam a proliferação celular. Múltiplos eventos genéticos, com acúmulo de mutações que conferem malignidade às células neoplásicas. Podem ser causados por vírus, agentes físicos, químicos, oncogenes endógenos etc. São proto-oncogenes até sofrerem uma mutação que os transforme em oncogenes. Oncogênese/carcinogênese Iniciação: alteração irreversível e não letal no material genético, sem alterações morfológicas, ausência de limiar de dose Promoção: replicação sustentada pela interação das células e agentes. Nessa fase, se a interação cessar,a evolução da neoplasia será reversível. Causada por agentes diretos (capacidade de se ligar ao DNA e causar danos diretos; Ex: alquilantes) ou indiretos (devem ser metabolizados em uma forma ativa que pode se ligar ao DNA. São pró- carcinógenos; Ex: hidrocarbonetos policíclicos, aminas aromáticas) Fases da oncogênese
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