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Sangramento Uterino Anormal

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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Sangramento Uterino Anormal 
Introdução 
Definição: 
O sangramento uterino anormal (SUA) é a perda menstrual 
excessiva, levando a uma perda da qualidade de vida da 
mulher. 
É considerado anormal de acordo com a quantidade, da 
duração ou do intervalo do ciclo menstrual. 
 
Considerações: 
Não se deve utilizar o termo sangramento uterino disfuncional, 
uma vez que esse termo era utilizado para os sangramentos 
com disfunções hormonais. 
Além disso, na avaliação etiológica da SUA se deve utilizar o 
PALM-COEIN. 
Em casos de sangramento uterino anormal sem repercussão 
sistêmica, a identificação da causa do sangramento é 
imprescindível para iniciar o tratamento, enquanto que no 
sangramento uterino anormal de causa não estrutural o 
tratamento clínico sempre deve ser a primeira opção. Por fim, 
na SUA, em geral, a primeira opção é o tratamento 
medicamentoso, ficando o tratamento cirúrgico para falha ou 
contraindicação a tratamento clínico ou em casos de 
instabilidade hemodinâmica. 
Etiologia 
As principais causas na menacme de SUA são: 
- Pólipos; 
- Adenomiose; 
- Leiomioma; 
- Malignidade ou hiperplasia; 
- Coagulopatias; 
- Disfunção ovariana; 
- Fator endometrial; 
- Iatrogenia; 
- Não especificado. 
 
As etiologias variam de acordo com a fase de vida que se 
encontra aquela mulher, de modo que: 
- Na infância: a vulvovaginite é a principal causa, sendo 
importante considerar também as causas traumáticas e 
dermatológicas; 
- Na adolescência: predominam o sangramento por 
disfunção ovulatória (anovulação) e as coagulopatias. Não se 
deve ignorar gravidez, abuso sexual e IST; 
- Idade reprodutiva: prevalecem os sangramentos 
relacionados à gravidez e às IST’s. Além disso, com o avanço 
da idade, aumenta a chance de neoplasias benignas, como 
os pólipos endometriais e os leiomiomas; 
- Perimenopausa: o sangramento uterino por disfunção 
ovulatória se torna o achado mais prevalente, seguido das 
neoplasias benignas e malignas; 
- Menopausa: atrofia, pólipos endometriais e neoplasias 
malignas do endométrio são as principais causas. 
Condutas 
No atendimento de urgência: 
No atendimento de urgência de uma paciente com SUA 
devemos: 
- Realizar uma anamnese detalhada, focando nas 
características do ciclo menstrual e nas comorbidades; 
- Realizar um exame físico geral, abdominal, especular e de 
toque vaginal; 
- Exames complementares: 
 Beta HCG para afastar gravidez; 
 Hemograma; 
 USG pélvica para afastar causas estruturais (de 
preferencia transvaginal se já teve início a vida 
sexual). 
 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
OBS: SUA Agudo: é uma perda de sangue de forma aguda, 
que leva a uma instabilidade hemodinâmica ou anemia. 
OBS1: A curetagem uterina, além de auxiliar na parada do 
sangramento agudo, fornece material para estudo histológico 
do endométrio, sendo relevante realizar em mulheres na 5ª 
década de vida, obesas, hipertensas ou naquelas que já 
tenham feito uso repetitivo de esteroides sexuais. 
 
Tratamento 
SUA agudo: 
O manejo da fase aguda depende da faixa etária, o estado 
geral da paciente e o volume de sangramento. 
Além disso, a terapia hormonal é considerada a primeira linha 
de tratamento do SUA agudo. 
- Hormônios: 
 Estrogênio + Progesterona: 
 Deve conter no mínimo 30-35 mcg de 
Etinilestradiol; 
 Progesterona; 
 
 
- Antifibrinolíticos: 
 Ácido tranexâmico. 
- Se repercussão hemodinâmica: 
 Estabilizar a mulher; 
 Investigação etiológica. 
De acordo com as causas estruturais: 
- Pólipos: neste caso devemos proceder com a Polipectomia 
por Histeroscopia; 
- Adenomiose: devemos realizar: 
 1ª opção: Tratamento hormonal, incluindo ACO, DIU 
de levanogestrel; 
 Definitivo: histerectomia. 
- Leiomiomas: 
 Tratamento medicamentoso: ACO combinado, DIU 
com levanogestrel, Antifibrinolíticos e AINES; 
 Tratamento cirúrgico. 
- Malignas: tratamento específico. 
 
 
De acordo com as causas não estruturais: 
- Coagulopatias: 
 Doença de Von Willenbrand: ocorre uma redução 
do fator de VW, o que gera menor agregação 
plaquetária, fazendo com que a paciente sangre 
por um período prolongado; 
 Sintomas: sangramento excessivo, epistaxe, 
sangramentos em gengivas, equimoses; 
 Devemos tratar apenas se houver 
sangramento ativo ou se a mulher for 
submetida a tratamentos invasivos ou em 
casos em que o sangramento pode gerar 
uma repercussão sistêmica; 
 Tratamento: Desmopressina; ácido 
tranexâmico (para fluxos aumentados); 
hormônios; fator de vW recombinante; 
 Uso de anticoagulantes. 
- Ovulatória: o tratamento é baseado no uso de hormônio, 
Antifibrinolíticos e no tratamento da doença de base. 
 SOP: 
 Sintomas: 9 ciclos ou menos em 1 ano + 
hiperandrogenismo clínico (acne, 
Hirsutismo) ou laboratorial (elevação de 
androgênios- SDHEA, testosterona total) + 
12 folículos antrais ou volume > 10 cm³; 
 Tratamento: 
- 1ª opção: ACO combinado; 
- 2ª opção: progesterona de segunda fase; 
- 3ª opção: corticoide: prednisona 5 mg ou 
0,5 mg de dexametasona; 
- 4ª opção: Espironolactona: 25-100 mg 
2x/dia por 21 dias + ACO; 
- MEV: cessar tabagismo, perder peso; 
- Para fertilidade: Citrato de clomifeno. 
- Cirúrgico. 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
 
 Hipotireoidismo; 
 Hiperprolactemia; 
 Drogas que interferem na dopamina; 
 Estresse. 
- Endometrial: o tratamento se baseia no uso de hormônios, 
Antifibrinolíticos e uso de AINES; 
- Iatrogênica: neste caso temos o uso prolongado de 
progestágenos injetáveis que podem levar a uma atrofia 
endometrial, além do uso de DIU. 
- Não classificada: 
 Miohipertrofia: tratamento medicamentoso ou 
cirúrgico; 
 Malformações arteriovenosas: tratamento através de 
embolização arterial ou coagulação dos vasos. 
RESUMINDO SUA AGUDO E CRÔNICO: 
 
 
OBS: O análogo do GNRH não é tão utilizado, uma vez que 
gera um hipogonadismo hipogonadotrófico, o que gera 
sintomas de climatério e aumento do risco de osteoporose. 
OBS1: AINES: são utilizados no período menstrual da paciente, 
uma vez que o uso a longo prazo gera vários efeitos 
colaterais.

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