Buscar

Tema 2 Vias aéreas

Prévia do material em texto

Tema 2 – Vias aéreas 
Maria Laura Gonçalves Vieira – T XIV 
O item B do atendimento inicial ao politraumatizado é avaliação de 
oxigenação e ventilação. 
Para que se tenha uma oxigenação adequada é necessário vias 
aéreas pérvias e ventilação adequada (tórax expande). 
O comprometimento da via aérea é uma causa de morte evitável 
imediata. Causas: 
• Falha em identificar a necessidade de reestabelecer a 
permeabilidade das vias aéreas 
• Incapacidade de restabelecer a permeabilidade das vias aéreas 
• Posicionamento incorreto e deslocamento dos dispositivos de 
permeabilização 
• Falha em reconhecer a necessidade de ventilação 
• Aspiração de conteúdo gástrico 
Obstrução das vias aéreas 
Súbito e completo: corpo estranho 
Insidioso e parcial: secreção na via aérea 
Progressivo: choque anafilático e edema glote 
Recorrente (“vai e volta”): queda da base da língua 
RECONHECIMENTO DA OBSTRUÇÃO DAS VA 
Trauma de crânio: 
• Evitar aspiração 
• Proporcionar via aérea definitiva 
• Intubar com glasglow < 8 (coma pelo ATLS, sendo incapaz de 
proteger VA, evitando broncoaspiração 
Trauma de face: 
• Hemorragias 
• Avulsões dentárias 
• Secreções 
• Fraturas 
Trauma cervical: 
• Penetrantes / fechados → IOT 
• Lesões vasculares 
• Hematomas intensos em expansão → IOT 
Trauma de laringe: 
• Rouquidão 
• Enfisema subcutâneo 
• Fratura palpável 
• NÃO faz cricotireoidostomia cirúrgica, pois promove 
desabamento da traqueia – fazer IOT ou traqueostomia 
Grande queimado: 
• Rouquidão – ficar muito atento que é problema 
• Escarro carbonáceo 
• Sinais de queimadura na face – importante saber o mecanismo 
da queimadura (saber se tem queimadura de via aérea ou não) 
SINAIS OBJETIVOS DE OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS 
Olhe: 
• Agitado / torporoso 
• Cianose (tardia) 
• Tiragem / uso de musculatura acessória da respiração (pouco 
frequente no adulto) 
• Taquipneia – TODAS as obstruções 
Escute: 
• Ruídos anormais 
• Respiração ruidosa 
• Roncos / estridor / rouquidão 
Palpe: 
• Traqueia centralizada 
• Enfisema subcutâneo (lesão de traqueia, laringe, esôfago, tórax) 
Ventilação inadequada 
Reconhecimento da ventilação inadequada: alteração da mecânica 
respiratória e/ou depressão do SNC 
Sinais objetivos da ventilação inadequada 
Olhe: movimentos respiratórios – simetria 
Palpe / escute: crepitação e dor à palpação e ausculta cardíaca 
Oximetria de pulso: ideal é ≥ 95%, mas para pacientes graves é 
aceitável > 91%. Para um paciente leve deve esta acima de 95%. 
90% é ruim independente da situação. Principal função é para 
observar a melhora do paciente. 
Tratamento 
Todo paciente traumatizado deve receber oxigênio suplementar, 
inclusive DPOC, até tratar a causa. Ele respira quando diminui o 
O2, mas ninguém acordado para de respirar; por um curto período 
de tempo pode ofertar oxigênio suplementar para o paciente DPOC, 
senão ele vai ter hipóxia; deixar o O2 a 100% até descobrir a causa. 
Todo paciente traumatizado deve estar adequadamente imobilizado 
– colar cervical sem hiperextensão do pescoço 
Para abordar a via aérea do paciente, deve-se chamar o paciente 
• Responde → via aérea pérvia 
• Não responde → obstrução 
o Corpo estranho – sangue, vômito, secreção → 
aspirar → se resolver → oxigênio 
o Queda da base da língua sobre a orofaringe → 
manobras de Jaw Thrust (elevação da mandíbula) e 
Chin lift (elevação do queixo e extensão da cabeça) 
→ se resolver, coloca cânula de Guedel → oxigênio 
Se não desobstruiu com manobras - paciente ainda não responde → 
apneia → via aérea definitiva (cânula endotraqueal com cuff 
inflado e conectado a uma fonte de oxigênio) 
VIA AÉREA DEFINITIVA 
Indicações: 
• Coma 
• Lesão de via aérea 
• Trauma craniano 
• Lesão maxilo-facial 
• Aspiração 
• hipóxia 
Tipos 
VAD orotraqueal: mais comum 
VAD nasotraqueal: intubação às cegas 
• Contraindicada em casos de apneia e/ou fratura de crânio 
(sinal do Guaxinim) (A cânula nasotraqueal, diferente da via 
aérea definitiva nasotraqueal, tem CI apenas com fratura de 
crânio) 
• Principal indicação: trauma raquimedular – não movimentar a 
cabeça 
VAD cirúrgica: 
• Indicação absoluta: quando IOT não foi possível ser realizada 
• Indicações relativas: fratura de laringe 
• Insuflação em jato – cricotireoidostomia por punção (NÃO É 
DEFINITIVA): indicada para hipoxia, mas, de maneira geral, 
não é boa 
o Contraindicações 15L/min; 5-7L/min, trauma 
cranioencefálico (acúmulo de CO2) 
o Tempo limite de uso é de 40 minutos 
• Cricotireoidostomia cirúrgica: preferível na emergência 
o Não é recomendada em menores de 12 anos e em 
trauma de laringe 
Depois de 24 a 72h deve ser feita uma traqueo 
IOT 
 Preferencialmente em sedação, mas na geração COVID, prefere-se 
IOT em sequência rápida. Preparar-se para via aérea definitiva 
cirúrgica 
Pré-oxigenar a 100% 
Sedação: 
• Etomidato 0, mg/kg ou 30mg 
• Midazolam 0,1-0,7 mg/kg 
Analgésico potente: fentanila 0,001 – 0,005 mcg/kg 
Bloqueador neuromuscular: succinilcolina 1 – 2mg/kg (CI em 
hipercalcemia – renal crônico dialíticos) 
Cuidados: 
• Tentativas prolongadas de intubação 
• Após intubação traqueal e ventilação positiva → alerta 
para complicações pulmonares 
• Vômitos e aspiração

Continue navegando