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Tema 4 – Trauma torácico Maria Laura Gonçalves Vieira – T XIV Representa 1 de cada 4 mortes – mortalidade relativamente alta. Menos de 10% dos traumas torácicos fechados requerem cirurgias, enquanto que de 15 a 30% dos penetrantes precisam de cirurgia Fisiopatologia Hipóxia → ↓ oferta de oxigênio Hipercarbia – ventilação inadequada Acidose metabólica – hipoperfusão tecidual Avaliação inicial no trauma de tórax AVALIAÇÃO PRIMÁRIA Identificar as lesões que causam risco iminente de morte (maioria não precisa de exame para diagnóstico) • Obstrução de vias aéreas • Pneumotórax hipertensivo • Pneumotórax aberto • Tamponamento cardíaco • Hemotórax maciço • Lesão de árvore traqueobrônquica / pneumotórax persistente Ressuscitação: • Controle das vias aéreas • Assegurar oxigenação / ventilação • Agulha / tubo de toracostomia Pneumotórax hipertensivo Fisiopatologia Lesão da parede torácica e/ou parênquima Entrada de ar no espaço pleural sem saída Ventilação com pressão positiva • Colapso do pulmão afetado • ↓ retorno venoso • ↓ ventilação do pulmão contralateral Diagnóstico – é clínico – não perder tempo fazendo exame de imagem • Angustia respiratória • Distensão das veias do pescoço – estase jugular • Hipertimpanismo (muito ar), pode ser timpânico • Cianose tardia • Murmúrio vesicular reduzido unilateralmente ou abolido • Desvio de mediastino Tratamento Descompressão imediata (5º EIC) seguida de drenagem torácica (evitar pneumotórax persistente) Pneumotórax aberto Fisiopatologia • Ferida torácica aspirativa com mais de 2/3 do diâmetro da traqueia – ar entra pela lesão • Hipoxia Tratamento Cobrir a ferida com curativo de 3 pontas (plástico da gaze, frascos de SF) → Tubo torácico – drenagem de tórax → Cirurgia definitiva para fechamento Hemotórax maciço Fisiopatologia • Perda sanguínea ≥ 1500ml na cavidade pleural • Lesão de vasos sistêmico / pulmonar • Colabamento → distensão de veias do pescoço • Choque com ausência de murmúrio vesicular e/ou macicez a percussão Diagnóstico • Murmúrio vesicular abolido • Choque • Percussão maciça ou submaciço Tratamento • Rápida restauração da volemia • Drenagem torácica • Cirurgia – toracotomia • Autotransfusão (melhor indicação é: sangue da cavidade torácica é limpo) – não é feito, geralmente não tem nos hospitais Tamponamento cardíaco Fisiopatologia • Ferimento penetrante • ↓ pressão arterial • Distensão das veias do pescoço • Abafamento de bulhas cardíacas • Evolui para AESP OBS: Choque obstrutivo clássico; comum em ferimentos penetrantes; tríade de Beck: estase jugular + abafamento de bulhas + choque/hipotensão. OBS: Toda lesão penetrante na área de Zidler (linha hemiclavicular direita até apêndice xifóide e até a linha hemiclavicular esquerda) deve aumentar a suspeita de tamponamento cardíaco Diagnóstico: US Tratamento • Manter vias aéreas patentes • Terapia EV • Pericardiocentese (punção de Marfan) – ao tirar 45ml, o coração destampona (ir tirando de 45 a 60ml, pois vai tamponar o tempo todo) • Pericardiotomia Pneumotórax persistente – lesão de árvore traqueobrônquica Fisiopatologia • Grande escape aéreo pelo dreno • Pneumotórax persistente ao RX, apesar do dreno • Sem melhora clínica a drenagem Tratamento • Passagem de segundo dreno, acima do primeiro • Pressão negativa • Intervenção • Broncoscopia Tórax instável – contusão pulmonar Fisiopatologia • Segmento parede torácica perde a continuidade óssea – retalho móvel • Duas ou mais fraturas em dois ou mais arcos costais em pelos menos dois pontos • Respiração paradoxal • Contusão pulmonar associada (todo tórax instável tem que ter contusão pulmonar) - Contusão pulmonar é hemorragia alveolar o Por que é grave? Porque tem contusão pulmonar e ela piora nas primeiras 72h Tratamento • Re-expansão pulmonar • Oxigênio • Infusão de fluidos criterioso • Intubação, se indicado o Insuficiência respiratória o Sinais de hipoxia (SatO2 < 91%) • Analgesia AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Identificar lesões potencialmente letais: • Pneumotórax simples • Hemotórax • Contusão pulmonar (pode ter contusão pulmonar sem tórax instável) • Tórax instável • Lesão cardíaca fechada • Ruptura traumática da aorta • Lesão diafragmática traumática • Ferimentos trnafixantes do mediastino Exame físico / testes diagnósticos Cuidados definitivos: • Controle das vias aéreas • Assegurar oxigenação / ventilação • Tubo de toracostomia • Suporte hemodinâmico • Cirurgia Outras indicações de drenagem de tórax Suspeita de lesão pulmonar grave: • Transferência por transporte aéreo ou terrestre • Anestesia geral • Ventilação com pressão positiva Toracotomia Indicações: • Débito imediato maior que 1500ml • Drenagem contínua de 200ml/h por 2 a 4 horas • Instabilidade hemodinâmica persistente sem causa extra torácicas Toracotomia de reanimação: toracotomia que é realizada dentro da sala de emergência com peito aberto. Cirurgião qualificado Indicações: • Lesões torácicas penetrantes e contusas • Atividade elétrica sem pulso Contraindicações: assistolia Vantagens em relação às demais: melhor massagem cardíaco, e resolução do tamponamento cardíaco (visto que quase sempre a principal causa será o tamponamento cardíaco). Retirada do dreno de tórax • Tratada doença que levou a drenagem • RX com pulmão expandido • Ausência de borbulhamento • Débito menor que 100ml em 24h • Mínimo de 24h de drenagem Cuidado!! • Pneumotórax simples pode evoluir para pneumotórax hipertensivo • Hemotórax coagulado e retido → drenagem de tórax e videotoracostomia para retirar coágulos retidos depois de dias • Lesão diafragmático • Falha no diagnóstico de lesão aórtica • Subestimar fraturas de costelas / contusão pulmonar • Idosos devem ter tratamento agressivo, visto que a clínica deles podem ser piores Avaliação do Raio X de Tórax A. vias aéreas estão centradas conforme os arcos costais B. pulmão – parênquima pulmonar (trama pulmonar chega até rebordos costais e ver se está substituída por algo mais branco ou mais preto) C. área cardíaca e mediastino – tamanho e localização (desviado ou não) D. diafragma – procurar irregulares E. esqueleto – focar nos arcos costais F. partes moles – procurar enfisema subcutâneo G. tudo que for externo – drenos, tubos... Muito preto → ar Mais branco → líquido
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