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COMPLICAÇÕES PÓS operatorias

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COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 
• Depende do porte da cirurgia, do quadro clínico do paciente, da presença de comorbidades, da faixa etária, 
do ASA e outros.
1)FEBRE E INFECÇÃO 
-Temperatura elevada pode ocorrer após cirurgias e 
não ser necessariamente um sinal de complicação 
séria. Causa específica de febre é identificada em 
apenas 20% dos casos, restante pode ser devido uma 
resposta normal ao trauma cirúrgico. 
-Causas infecciosas de febre pós-operatórias, maioria 
das infecções são decorrentes de contaminação a 
cirurgia, das VA na anestesia ou de cânulas e cateteres 
inseridos na sala de cirurgia. Podem ser causados por 
fatores locais (corpo estranho, hematoma, seromas, 
necrose, etc.) e sistêmicos (choque, obesidade, 
vasoconstritores, uremia, corticoides, idade, 
imunossupressão, cigarro, alcoolismo, etc.) que 
podem comprometer as defesas contra 
contaminação. 
-Manifestações locais: sinais clássicos de processo 
inflamatório (dor, calor, rubor e edema). 
Manifestações sistêmicas: calafrios, febre, mal-estar e 
adinamia. 
-São elas: 
 Atelectasia: febre 24h após cirurgia. 
 Infecção do sítio cirúrgico: febre inicia após o 
5º dia P.O. 
 Parótide pós-cirúrgica: febre inicia após 2 
semanas. 
 Pelve e espaço subfrênico são os sítios mais 
comuns de sepse abdominal. 
 Acesso venoso e acesso central pode ser 
causa de infecção mais oculto, com trombo 
contaminado na ponta do cateter (realizar 
troca e cultura). 
-Causas miscelâneas de febre no pós-operatório: 
 Tromboflebite: causa de infecção no 3º dia 
P.O., pode ser infecciosa (contaminação do 
cateter, tto é a remoção do cateter, fazer 
cultura, inserir antibióticos e, se necessário, a 
extirpação da veia) ou não infecciosa (pct com 
reposição hídrica prolongada e recebendo 
drogas nocivas às veias, como propofol – irrita 
as veias). 
 Parotidite: é raro, tem fatores predisponentes 
(má higiene oral, desidratação, idade 
avançada e desnutrição). A febre inicia após 2 
semanas, geralmente por estafilococus, 
diagnosticado pela palpação da parótida 
edemaciada e saída de pus do ducto de 
Stensen, tto com antibiótico e, se progredir, 
com drenagem. 
-Causas não infecciosas de febre pós-operatórias 
 Transfusão sanguínea 
 Reação a medicamentos 
 Manifestação de uma doença de base 
(câncer) 
 Crise tireotóxica 
 Feocromocitoma – tumor benigno que libera 
catecolaminas que causam hipertermia ou 
crise hipertensiva, tto com alfa e beta-
bloqueadores e nitroprussiato. 
 Hipertermia maligna (1 a cada 50k adultos) é 
uma rara complicação após uso de relaxante 
muscular (succinilcolina) e anestésicos 
inalatórios, determinada por liberação de 
cálcio do sarcoplasma da musculatura 
esquelética. Sintomas: febre, taquicardia, 
rigidez, cianose, acidose metabólica e 
hipercalemia. Tto com dantroleno (bloqueia 
liberação de cálcio). 
2)FERIDA OPERATÓRIA 
-Hematoma é uma coleção de sangue na ferida, pct 
com problema de coagulação, uso de AAS e heparina 
proporciona maior risco (por isso faz a suspensão 
deles 8 dias antes da cirurgia, se for necessário 
continuar uso, troca heparina/varfarina por 
clexane/enoxaparina e tem cuidado a mais na 
cauterização de feridas e etc.). Aumenta a incidência 
de infecção. Os pequenos são absorvidos pelo 
organismo, os grandes precisam ser drenados e 
realizado ligadura de vasos sangrantes para evitar 
infecções. Insuficiência hepática também promove ao 
paciente ter uma maior chance de hematomas, pois o 
fígado ele produz todos os fatores de coagulação – 
exceto o 8. 
-Seroma é uma coleção de fluido que não seja pus ou 
sangue (gordura liquefeita + soro + linfa), grandes 
seromas ocorrem em cirurgias com lesão de linfáticos, 
sem sinais de infecção. Ex.: mastectomia, 
linfadenectomia inguinal. Maioria é absorvida pelo 
próprio organismo, mas aqueles maiores podem 
evoluir com infecções secundárias. 
-Deiscência da ferida operatória é a ruptura parcial 
ou total de uma ou todas camadas da ferida, pode ser 
precoce (evisceração – 1% das laparotomias, 
mortalidade de 20%) ou tardia (na forma de hérnia 
incisional, internamente – 1% após cicatrização 
primária, 10% em feridas infectadas e 30% após 
evisceração e reoperação) – no popular: ¨ponto torou 
e abriu a ferida¨. 
-Fatores que interfere com cicatrização: infecção, DM, 
imunossupressão, obesidade, corticoides etc. ou por 
causa de aumento da pressão intra-abdominal. 
-Fatores do fechamento: 
1. Força tênsil do material de sutura – 
resistência que o material de sutura possui 
para manter os tecidos coaptados até sua 
cicatrização. Preferir fio monofilamentar 
(prolene ou vycril), pois não tem espaços para 
proliferação de bactérias. 
2. Características do nó na sutura – fio 
monofilamentar precisa de vários nós para 
ficar seguro, cerca de 7. 
3. A profundidade e o número de suturas usadas 
– devem manter 1cm de distância e 1cm de 
borda da ferida. Suturas devem ser firmes, 
contudo, deve-se evitar força excessiva pois 
pode ocorrer estrangulamento do tecido, 
levando a isquemia. Suturas separadas tem 
maior segurança. 
4. Sítio da incisão – laparotomia mediana tem 
menor incidência de deiscência que incisão 
paramediana, pois usa apenas tecido de 
aponeurose e diminui risco de hernia 
incisional. 
-O tto da evisceração é analgesia e cobertura das 
vísceras com compressas estéreis e úmidas e 
encaminhar ao CC para reoperação; tto para hérnia 
incisional (recorrência de 40%) é reparar após 6 
meses, quando já há estabilização dos tecidos, pode 
complicar com hérnia encarcerada e estrangulada 
(alças saem pelo orifício herniado com 
comprometimento da circulação sanguínea). 
4)RESPIRATÓRIAS 
-Analgesia é de extrema importância, pois a dor limita 
a expansibilidade pulmonar e causa menor drenagem 
da região. 
-Atelectasia é uma condição pós-cirúrgica em que as 
vias aéreas menores e os alvéolos perdem a patência 
e colapsam, é a complicação cirúrgica mais comum 
após anestesia geral. Podem 
ser subsegmentar, segmentar, 
lobar ou total, podendo 
ocorrer por oclusão de VA por 
secreção. Febre inicia 24h após 
a cirurgia. 
-Apresentam febre, taquicardia 
e aumento da FR, redução de FTV, redução do MV, 
roncos e macicez à percussão. RX com opacidade 
pulmonar variável, desvio do mediastino homolateral 
e hiperinsuflação compensadora do pulmão restante. 
-Tto com fisioterapia respiratória com drenagem 
postural, exercícios respiratórios, deambulação 
precoce, analgesia. Em casos graves, ventilação 
mecânica com pressão de expiração final positiva ou 
aspiração com broncoscopia. 
-Pneumonite aspirativa é a aspiração do conteúdo 
gástrico estéril, há lesão química pelo ácido clorídrico 
que cai na via respiratória. Prevenção é o jejum 
adequado (sólidos 8h e líquidos 6h), uso de sonda 
nasogástrica na urgência. Sintomas: dispneia, cianose, 
taquicardia, roncos, sibilos. Partículas grandes podem 
obstruir VA causando colapso e parada respiratória. 
-Pneumonia aspirativa é complicação da 
broncoaspiração, ocorre geralmente após inalação de 
conteúdo da orofaringe que contém bactéria 
(anaeróbio), associado com pobre higiene oral e uso 
prolongado de tubos nasogástricos e endotraqueais. 
Fatores de risco: pacientes neurológicos (maior 
dificuldade de reflexos), fumantes e idosos. 
-Tem predileção pelo 
pulmão direito (brônquio-
fonte é + vertical), sintomas 
se desenvolvem 
gradualmente com febre, 
tosse produtiva, roncos, 
estertores crepitantes e 
redução de MV. Pode ter 
abscesso pulmonar. Tto 
com antibioticoterapia. 
-Insuficiência respiratória é uma condição em que há 
inabilidade de manter adequadamente as trocas 
gasosas nos pulmões. Só consegue manter essas 
trocas gasosas às custas de extensivo aumento do 
trabalho cardiopulmonar. Ventilação mecânica em 
pO2 <60mmHg ou pCO2 > 60mmHg. Fatores 
etiológicos: respiratórios (aspiração, toxicidade 
oxigênio, pneumonia, contusão pulmonar), via 
sanguínea (sepse, transfusão, embolia gordurosa e 
pancreatite aguda) e outros (TCE, trauma). 
5)ÍLEO PARALÍTICO-Persistência da imobilidade além do tempo normal 
do peristaltismo intestinal, influenciado por vários 
fatores, ocorre por acumulo de secreções e gases que 
leva a distensão abdominal ou distúrbios eletrolíticos 
associados ou não ao jejum prolongado. Tempo de 
recuperação da motilidade digestiva normal: 
• Intestino delgado: 24h 
• Estômago: 48h 
• Cólon: 3 a 5 dias 
-Síndrome de Ogilvie: forma localizada de íleo 
paralítico envolvendo o intestino grosso (cólon 
proximal). 
-Causas: inflamatórias (abdominais, retroperitoneais – 
hematoma, pancreatite – ou torácicas), sistêmicas 
(toxemia severa, hiponatremia, hipocalemia e 
hipomagnesemia), iatrogênicas (bário em exames pré-
operatórios, opiáceos, antidepressivos tricíclicos, 
parasimpaticolíticos – buscopam). 
-Quadro clínico com desconforto 
e distensão abdominal, ruídos 
hidroaéreos ausentes ou 
diminuídos. RX abdome com 
distensão das alças do intestino 
delgado e grosso, níveis 
hidroaéreos. 
-Tto consiste em corrigir a causa primária, 
deambulação precoce e uso de sonda nasogástrica. 
Obs.: antagonista opioide seletivo (alvimopan) está 
indicado para prevenir íleo paralítico nos EUA. 
6)OBSTRUÇÃO INTESTINAL MECÂNICA 
-Aderência pós-cirúrgica é a causa mais comum de 
obstrução, seguido por hérnia interna. Não é P.O. 
imediato. 
-Quadro clínico da maioria dos pct é um período curto 
de regularização do trânsito intestinal, seguido por 
dor abdominal (cólica) progressiva, náuseas e vômitos 
– quadro de abdome agudo obstrutivo. 
-RX abdome com níveis 
hidroaéreos, distensão de 
alças, ausência de gás no 
reto e sinal de 
¨empilhamento de 
moeda¨. 
-Tto inicial é conservador 
(sonda nasogástrica e observação), após 48h ou piora 
do quadro com taquicardia, faz laparotomia para 
desfazer aderências. Mas na maioria dos casos, há 
resolução espontânea. 
7)TROMBOSE VENOSA PROFUNDA(TVP) 
-A trombose das veias dos membros inferiores é um 
importante causa de morbidade em pacientes 
cirúrgicos, podendo ter consequência fatal – trombo 
pode migrar das veias dos MMII e embolizar artérias 
pulmonares. 
-Tríade de VIRCHOW: estase sanguínea + lesão de 
parede vascular + hipercoagulabilidade. 
-Mais risco em: 
• Idade >40 anos (o risco duplica a cada década) 
• Cirurgia geral de grande porte (ex. abdominal, 
>2h); 
• 50% dos pct com prótese do quadril que ficam 
acamados (90% no lado operado); 
• 38% em pct com trauma raquimedular TRM 
(maior risco nos primeiros 15 dias); 
• Cirurgia oncológica (risco 2-3x maior que em 
cirurgia geral); 
• Repouso no leito por mais de 7 dias (80% vs. 
15% em <7 dias). 
-50% dos pacientes com evidencia de TVP na 
venografia não apresentam sinais clínicos de TVP. A 
maioria dos casos fatais de embolia pulmonar não 
apresentam sinais clínicos de TVP. 
-Sinais e sintomas: dor (50%), edema (75%), aumento 
da consistência muscular (50%), dor à palpação 
muscular, dor no trajeto venoso, sinal de Homans 
(50% - panturrilha ¨empedrada¨), dilatação das vv. 
superficiais (46%). Obs.: 10% apresentam como 
manifestação inicial a embolia pulmonar. 
 
-Diagnóstico com exames de imagem não invasivos: 
• Ultrassom duplex (USG + Doppler colorido) – 
sensibilidade para veia proximal de 97% e veia 
da panturrilha de 73%. Mais usado!!! 
• Pletismografia de impedância (grava as 
mudanças de volume sanguíneo das 
extremidades) – boa sensibilidade e 
especificidade pra veia proximal 
• Venografia por TC – melhor exame para 
trombose ileofemoral (mais profundo) 
• Venografia por ressonância – melhor 
sensibilidade para TVP da panturrilha. Pouco 
usado (mais caro). 
-Tto com anticoagulação com heparina (controlar com 
TTPA (deixar 1,5 a 2x do valor normal), heparina de 
baixo peso molecular e uso warfarin (controla com TP) 
+ terapia trombolítica (uroquinase, estreptoquinase e 
r-TPA (ativador do plasminogênio tissular 
recombinante) + filtro de veia cava (diminui risco de 
embolia pulmonar, impede passagem de trombos 
¨como um guarda-chuva¨). 
-Profilaxia para pct que serão submetidos a cirurgia 
com: 
 Baixo risco: medidas profiláticas. 
 Moderado risco: medidas profiláticas e iniciar 
2h antes da cirurgia heparina de baixo peso 
molecular – 500 UI SC 2x/dia ou enoxaparina 
20mg SC 1x/dia. 
 Alto risco: medidas profiláticas e iniciar 12h 
antes da cirurgia a heparina de baixo peso 
molecular – 5000 UI SC 3x/dia ou enoxaparina 
40mg SC 1x/dia. 
*Preferir enoxaparina – menos hemorragias. 
• Em geral, faz deambulação precoce, elevação dos 
MMII, exercícios ativos/passivos dos MMII, meias 
de compressão elástica e compressão pneumática 
intermitente. 
-Quadro com variáveis importantes para entender o 
risco do paciente: 
 TEP ou TVP prévios: já pontua. 
 FR elevada: provavelmente estão com septicemia, 
alguma descompensação cardíaca ou metabólica. 
O simples fato da FR alta, já eleva risco de 
tromboembolismo. 
 Cirurgia recente ou imobilização: aumenta o risco. 
 Sinais clínicos de TVP: 3, risco bem maior. 
 Diagnóstico alternativo menos provável que EP: 3, 
já está suspeitando. 
 Hemoptise: 1. 
 Câncer: 1. Pcte oncológico ou que possuem 
doenças inflamatórias crônicas, possuem mais 
risco. Professor relata que recentemente perdeu 
um paciente com doença de Cronh bem avançada. 
8)INSUFICIÊNCIA RENAL 
-IRA é definida como uma redução na excreção de 
produtos pelos rins que leva a uma elevação da ureia 
e creatinina. Oligúria ocorre com débito urinário 
menor que 35 ml/hora. Causas: 
• Pré-renal: insuficiência cardíaca, drogas 
vasoativas, hipovolemia. 
• Renal: geralmente segue uma IRA pré-renal não 
corrigida (causa cirúrgica). É referida como 
necrose tubular aguda. Pode ser causada por uso 
de drogas nefrotóxicas, hemólise e uso de 
contraste venoso. 
• Pós-renal: aumento prostático, ligadura de ureter 
bilateral em cirurgia ginecológica, histerectomia é 
a principal causa de lesão do ureter. 
-Tto consistem em identificar a causa. Faz reposição 
hídrica 500-1000mL solução isotônica IV/30-60min 
(débito urinário desejável de 40mL/hora) em pré-
renal. 
-Em resposta <40mL/h, deve-se acessar o volume 
circulatório e manitol 25mg + furosemida 250mg IV 
em 20 minutos ou dopamina 2 a 5 mg/kg/h para 
estimular a diurese. 
-Sem resposta, desconfia-se de renal ou pós-renal. 
-Indicações de diálise: 
1. Potássio sérico >6,5 
2. Acidose metabólica severa 
3. Sobrecarga hídrica 
4. Uremia – SNC (sonolência, tremores, coma e 
convulsões), SCV (pericardite e 
tamponamento pericárdico), pulmões 
(congestão pulmonar e pleurite) e aparelho 
digestivo (náuseas, vômitos e hemorragias 
digestivas).

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