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Alciris Marinho Corrêa Rodrigues
Atenção Primária 
e a Estratégia 
Saúde da Família
Unidade 1
Livro didático 
digital
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
ALCIRIS MARINHO CORRÊA RODRIGUES
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Olá. Meu nome é Alciris Marinho Corrêa Rodrigues. 
Sou formada em Enfermagem, e Administração, sou 
especialista em Micropolítica da Gestão e Trabalho em 
Saúde, Gestão da Docência do Ensino Superior, MBA 
em Gestão Hospitalar, com uma experiência técnico-
profissional e educacional na área de saúde pública, 
de mais de 28 anos. Nestes anos todos trabalhei em 
Saúde Pública e Regulação em Serviços de Saúde. 
Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir 
minha experiência de vida e de docência àqueles 
que estão começando em suas profissões. Por isso 
fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz 
em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Autor 
ALCIRIS MARINHO CORRÊA RODRIGUES
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de 
aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Introdução.............................................................................10
Competências......................................................................11
Atenção primária a saúde: aspectos teóricos e 
suas implicações na organização dos sistemas de 
saúde.......................................................................................12
Aspectos teóricos e históricos da APS..................................12
 Os princípios norteadores da APS............................18
 O Sistema único de saúde orientado pela 
atenção primária......................................................................22
O papel da Atenção Primária na construção do 
SUS...................................................................................................26
Política Nacional de Atenção Básica-PNAB.............30
PNAB-Política Nacional da Atenção Básica/2017..........30
Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem 
operacionalizados na Atenção Básica.....................31
Atribuições dos profissionais da Atenção Básica..........36
Tipos de Equipes da Atenção Básica PNAB/2017........37
Suspensão dos recursos da Atenção Básica....................38
A Atenção Básica na Rede de Atenção à Saúde............39
Infraestrutura, ambiência e funcionamento da Atenção 
Básica...........................................................................................................40
 Tipos de Unidades e Equipamentos de Saúde...41
Funcionamento de unidades e Satisfação do 
usuário na AB.............................................................................42
Trajetória da implantação/implementação da 
estratégia saúde da família (esf)..................................46
Implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF).....46
Implementação da Estratégia Saúde da Família (ESF)....
...........................................................................................................................49
Diretrizes operacionais da ESF ......................................57
Estratégia Saúde da Família diretrizes baseadas no 
contexto SUS...........................................................................................58
Bibliografia...........................................................................63
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 9
UNIDADE
01
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família10
Você sabia que a Atenção Primária a Saúde (APS) 
é reconhecida como a estratégia de organização 
da atenção à saúde direcionada para responder 
as demandas de saúde de forma regionalizada, 
contínua e sistematizada atendendo a maior parte das 
necessidades de saúde de uma população, por meio 
de integração de ações preventivas e curativas, bem 
como a atenção a indivíduos e comunidades. Em nosso 
País, a APS vem coligada aos princípios da Reforma 
Sanitária, determinando que o Sistema Único de Saúde 
(SUS) passe a adotar a denominação de Atenção 
Básica à Saúde (ABS) dando ênfase a reorientação do 
modelo assistencial, agregado a um sistema universal 
e integrado de atenção à saúde. O advento das leis 
Orgânicas da Saúde, a Lei 8.080/90, e Lei 8.142/90, 
instituíram respectivamente o firmamento do SUS, e 
o Controle Social. Esse enunciado procura sintetizar a 
Atenção Primária à Saúde em seus aspectos teóricos 
e suas implicações na organização dos sistemas 
de saúde, sua Política Nacional de Atenção Básica, 
trajetórias e diretrizes operacionais da ESF. Vamos 
lá? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar 
neste universo!
INTRODUÇÃO
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 11
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nossa 
função é auxiliar você no desenvolvimento dos 
seguintes objetivos da aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Compreender a abordagem entre a atenção 
primária e a saúde, entendendo todo o aspecto 
teórico- histórico do desenvolvimento da atenção 
como conceito para a saúde brasileira.
2. Entender a Política Nacional de Atenção Básica 
na nova configuração organizativa e funcional em 
diretrizes traçadas e suas implicações para a Atenção 
Primária a Saúde- (APS).
3. Identificar a trajetória da implantação/
implementação da Estratégia Saúde da Família (ESF).
4. Conhecer as diretrizes operacionais da ESF, 
como modelo prioritário de organização e ampliação 
da AB no Brasil. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta 
rumo ao conhecimento? Ao trabalho!
COMPETÊNCIAS
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família12
Atenção primária a saúde: aspectos 
teóricos e suas implicações na organização 
dos sistemas de saúde.
Ao término deste capítulo você será capaz de 
entender como funciona a Atenção Primária poderá 
ser distinguida de outros tipos de modelo de atenção 
à saúde. Isto será fundamental para entender o 
campo de atuação da ESF relacionado a sua profissão. 
Reconhecendo que a capacidade e o desempenho 
do sistema de serviços de saúde são fundamentais 
quando falamos na porta de entrada em ABS. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Aspectos teóricos e históricos da APS
A atual visão de APS surgiu de forma inicial no Reino 
Unido, no ano de 1920, com o Relatório Dawson que 
explanava sobre a organização do sistema de atenção à 
saúde em distintos níveis: serviços domiciliares, centros 
de saúde primários, centros de saúde secundários, 
serviços suplementares e os hospitais de ensino (PENN 
et al., 1920). Esse antigo apontamento delineou as 
funções do tipo de nível de atenção e as semelhanças 
que deveriam existir entre os níveis, este documento 
representouo ponto precursor da regionalização dos 
sistemas de atenção à saúde organizados com alicerces 
na saúde da população, sendo diretamente influente 
na organização desses sistemas em vários Países. Mas 
somente na Conferência de Alma-Ata, em setembro 
de 1978, foi tecida uma definição fundamentada 
em cuidados essenciais à saúde, aprimorados em 
tecnologias acessíveis, que conduzam os serviços de 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 13
saúde o mais perto possível dos ambientes de vida e 
trabalho das pessoas, estabelecendo desta maneira, 
o primeiro nível de contato com o sistema nacional de 
saúde e o primeiro componente de um processo de 
contínua de atenção em saúde (ALMA-ATA, 1978). 
A conferência em questão foi realizada pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS), trazendo 
uma mudança de paradigmas, e mobilizando um 
movimento de Atenção Primária em Saúde, esse teve 
como apoiadores profissionais, instituições, governo, e 
associações da sociedade civil, pequenas organizações e 
investigadores unidos em prol de melhorias para a saúde 
buscando respostas sobre gritantes desigualdades 
sociais em saúde em todo o mundo. A Declaração de 
Alma-Ata (1978) pontuou os aspectos de justiça social 
e o direito de melhor saúde para todas as populações 
dos Países, participação e solidariedade. Neste mesmo 
ano, já se pautava várias experiências de necessidade 
de mudança no modelo existente na saúde, mas com 
leitura um pouco diferente no Brasil, o movimento 
da Reforma Sanitária brasileira já recomendava um 
juízo de um sistema universal de saúde, de uma APS 
fortalecida, abrangente e integral, sendo o marco inicial 
na necessidade de mudança do Modelo Hegemônico 
Biomédico que existia (CAPRA,2012). 
NOTA:
Em novembro de 1986, foi realizada a 1ª 
Conferência Internacional sobre Promoção da 
Saúde, em Ottawa, Canadá, ficou conhecida 
como a Carta de Ottawa, que tinha como 
pressuposto a Promoção da Saúde, como 
um processo que enfatiza o aumento da 
capacidade dos indivíduos e das comunidades 
para controlarem a sua saúde, no sentido de 
melhorias.
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família14
Com o advento da promulgação da Constituição 
Federal de 1988, trouxe para o Brasil, a necessidade de 
configuração de Leis Orgânicas de Saúde, a resposta 
foi a criação da Lei 8.080/90 e a Lei 8.142/90, que 
instituíram respectivamente o SUS, e o controle social. 
Segundo Oliveira (2007), na busca pelo fortalecimento 
dos princípios doutrinários e organizativos do Sistema 
Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde (MS) 
fundamentou-se nos ensaios de saúde de países 
como a Canadá, Espanha, Inglaterra e Cuba, com o 
propósito de implementar modificações na assistência 
ambulatorial a nível nacional. Os países acima citados 
estabeleceram seus sistemas de saúde priorizando 
à atenção de acesso universal, contínua e integral 
correlacionada à comunidade, criando sistemas 
direcionados para Atenção Primária à Saúde (APS). O 
Brasil então faz sua saída de um sistema centralizado, 
privatizado e focalizado na atenção médico-hospitalar, 
para adentrar ao Sistema Único de Saúde um modelo 
arquitetado de forma coletiva, com responsabilidade 
nas três esferas de governo, com doutrina: universal, 
descentralizada, participativa, com a inovação do 
controle social, aprimorado no conceito ampliado de 
saúde, que se ampara na qualidade de vida configurada 
na promoção, prevenção e atenção, atendendo todos 
os brasileiros sem distinção. 
Fundamentado nas Leis Orgânicas da Saúde, 
surge então incrementando o sistema em 1991, 
idealizado pelo Ministério da Saúde (MS), o Programa 
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) visando 
cooperar para uma qualidade de vida melhor, 
buscando o processo de trabalho maciçamente 
direcionado a educação em saúde. O programa vem 
trabalhar esses aspectos de maneira objetiva e direta 
os problemas cruciais da saúde da comunidade, surge 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 15
a figura do agente comunitário de saúde (ACS), que 
procurar identificar por meio de visitas domiciliares a 
necessidade da comunidade onde está inserido.
Em 1994, o Ministério da Saúde implanta o 
Programa Saúde da Família (PSF) este de maneira 
seletiva e direciona às populações de risco. Surgem 
novos atores no processo de educação e saúde as 
equipes formadas por médico ‘generalista’, enfermeiro, 
auxiliar de enfermagem, unidos a agentes comunitários 
de saúde, que trabalham em áreas com a população 
adscrita e se responsabilizariam pela atenção à saúde 
de aproximadamente 4.500 pessoas. Nos anos iniciais, 
a implantação do PSF foi de forma lenta e gradual. 
Até o ano de 1999, o país cobria somente 15% da 
população, em geral em municípios menores. Porém 
com as mudanças progressivas, em 1998, houve a 
impulsão do incentivo financeiro per capita repassado 
inteiramente do Governo Federal aos municípios, 
crescendo a ampliação do programa. Os municípios 
detentores ações de assistência direta à saúde da 
população passa a fortalecer os serviços de atenção 
primária à saúde, destacando o aumento da oferta de 
atenção primária à saúde, reduzindo as barreiras de 
acesso, estruturando os serviços de atenção primária, 
ampliando a resolutividade dos serviços terapêuticos 
e diagnósticos, e promovendo a interlocução entre 
equipamentos da rede de serviços a fim de organizar o 
processo de trabalho, e articulando ações de vigilância 
e assistência.
Para Sampaio (2008), muitos movimentos 
foram efetivados propendendo ao fortalecimento 
da APS no Brasil, merecendo ênfase a concepção 
do Departamento de Atenção Básica pelo Ministério 
da Saúde em 2000. O Programa Saúde da Família 
encontrava-se em rica expansão, e este fato foi 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família16
consolidado como estratégia prioritária visando 
reorganizar a Atenção Básica no Brasil, o governo 
institui a Portaria Nº 648, de 28 de março de 2006, 
onde ficava estabelecido que o PSF como estratégia 
prioritária do Ministério da Saúde para organizar a 
Atenção Básica priorizando os princípios doutrinários 
do SUS. Em decorrência de um processo de uma franca 
desospitalização e o entendimento da importância da 
humanização do Sistema Único de Saúde, o programa 
passa a ser visto de forma mais positiva, a Política 
Nacional de Atenção Básica e do Pacto pela Saúde e 
Pela Vida no ano de 2006, estão em plena autonomia 
e são implementados por documentos que buscam 
a reiteração de prioridade trazendo a consolidação e 
a qualificação da Estratégia Saúde da Família focada 
no modelo de APS e centro ordenador das redes de 
atenção à saúde (BRASIL, 2004; BRASIL, 2006.
Figura1: Unidade Saúde da Família
Fonte: https://www.paulista.pe.gov.br/site/noticias/detalhes/5309
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 17
Consolidar a ESF – Estratégia saúde da família 
constituirá em construí-la, em vistas a evidências 
produzidas internacionalmente em sistemas de saúde 
e no Brasil, como a política imperativa da APS no SUS, 
implicará a criação de nova agenda para a APS que 
estará centralizada na resolutividade dos problemas 
que motivaram a desobstrução dos entraves do PSF 
e levaram à exaustão do ciclo da atenção básica à 
saúde. O SUS manifestada uma visão de APS como 
baixa complexidade ao organiza-la em três níveis de 
atenção: a atenção básica, de baixa complexidade; a 
atenção de média complexidade; e a atenção de alta 
complexidade. Essa separação fundamenta-se no grau 
de densidão das tecnologias empregadas, não tendo 
a ver com a complexidade da atenção à saúde nesses 
níveis. Para o CONASS (2007), a terminologia “Atenção 
Básica empregada pelo Ministério da Saúde Brasileiro 
para indicar a atenção primária, resulta da necessidade 
de caracterizar a proposta da saúde da família da 
proposição dos “cuidados primários de saúde”, mais 
voltados a vinculação da visão de atenção primitiva à 
saúde, desta forma adota-se a nomenclatura Atenção 
Básica na definição da APS no brasil, que traz comoestratégia básica a atuação a Saúde da Família.
Em 2018, foi a vez da Conferência Global da 
OMS sobre Atenção Primária em Saúde, realizada no 
mês de outubro em Astana, no Cazaquistão, onde 
nova declaração foi ressaltada sobre o papel decisivo 
da atenção primária à saúde mundial. A declaração 
apontou o papel crucial da importância dos cuidados 
primários de saúde como garantidora do desfrute 
de alto padrão de saúde possível. A declaração atual 
renovou o compromisso político com a atenção 
primária à saúde perante os governos, organizações 
profissionais, acadêmicos, organizações não-
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família18
governamentais, e organizações globais de saúde e 
desenvolvimento. 
EXPLICANDO MELHOR:
De forma contrária à disposição internacional 
ao uso de “Atenção Primária” (AP), a palavra 
“Atenção Básica” (AB) foi oficializada pelo Brasil, 
que passou a instituir assim suas secretarias e 
documentos oficiais. (BRASIL, 2006a). Acesse 
ainda: (https://bit.ly/3040zOR). E leia a nova 
Declaração de Astana. 
Os princípios norteadores da APS-Eixos 
estruturantes (Essenciais e Derivados) 
Diversas concepções teó m a Vigilância em 
saúde, dentre outros eixos com suas características 
distintas e diretrizes. Vamos lá! Aqui mostraremos a 
você os detalhes sobre as fundamentais norteadores 
da APS, que são: Orientação para a comunidade, 
Primeiro Contato, Acessibilidade, A longitudinalidade 
e Coordenação do cuidado. 
SAIBA MAIS:
Orienta-se por eixos estruturantes que, 
na bibliografia internacional, auferem a 
denominação de atributos essenciais que são: 
atenção ao primeiro contato, longitudinalidade, 
integralidade e coordenação; e atributos 
derivados que estão focalizados: na orientação 
familiar e comunitária e competência cultural 
(STARFIELD,2002).
https://bit.ly/3040zOR
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 19
De acordo com a Portaria nº2.436 /2017, a Atenção 
Básica à Saúde– ABS. Em seu Art. 2º: A Atenção Básica 
é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares 
e coletivas que envolvem promoção, prevenção, 
proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, 
redução de danos, cuidados paliativos e vigilância 
em saúde, desenvolvida por meio de práticas de 
cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com 
equipe multiprofissional e dirigida à população em 
território definido, sobre as quais as equipes assumem 
responsabilidade sanitária. Art. 3º São alguns dos 
Princípios do SUS e da RAS a serem operacionalizados 
na Atenção Básica: Universalidade; Equidade; e 
Integralidade. 
Tendo como os Atributos Norteadores Essenciais:
SAIBA MAIS:
O Primeiro contato, é um ´princípio da APS, 
expressão é usada para enfatizar a questão 
da acessibilidade e o uso dos serviços de 
saúde pelos usuários a cada nova situação 
problemática de saúde, ou o retorno de 
um mesmo problema o qual não foi sanado 
(STARFIELD,2002). Concluindo, o primeiro 
contato indica a porta de entrada dos serviços 
de saúde, portanto, quando a população 
e a equipe de saúde compreendem que 
aquele serviço é pautado como o primeiro 
recurso a ser procurado na ocorrência de uma 
necessidade ou problemática de saúde.
É importante pontuar a questão do acesso 
em comparação com a acessibilidade em geral 
comumente são usados como sinônimos, porém 
a significação não é a mesma, quando falamos de 
acessibilidade esta volta-se para a questão da oferta 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família20
de serviços à população, enquanto que o acesso 
se pontua na maneira que as pessoas têm o acesso 
a estes serviços, a ideia fundamental é a garantia a 
entrada nos serviços de saúde. Para que haja o acesso 
e a acessibilidade frente a necessidade destes serviços 
serem ofertadas pela porta de Entrada oficial que é a 
Atenção Primária, mas para que haja o atendimento 
desses serviços é importante a adoção de ferramentas 
de planejamento de ações, organização de trabalho 
horizontal, e compartilhamento no processo decisório, 
além da abordagem disciplinar.
A Longitunalidade outro princípio marcante 
implica na relação duradoura entre os profissionais 
de saúde e usuários, o vínculo interpessoal faz toda 
a diferença, o tratamento no conhecimento do outro 
é o atributo que tende a proporcionar a dimensão do 
tratamento com precisão, diminuindo desta forma 
as referências desnecessárias para especialistas, 
e a redução de processos desnecessários na alta 
complexidade. 
SAIBA MAIS:
De acordo com Starfield (2002), “a essência 
da longitudinalidade é uma relação pessoal 
ao longo do tempo, independentemente do 
tipo de problemas de saúde ou até mesmo da 
presença de um problema de saúde, entre um 
paciente e uma equipe de saúde”. Essa relação 
entre profissional de saúde e usuário se delineia 
no vínculo, confiança, forte responsabilização 
com o outro, criando a otimização e resolução 
dos problemas em seu território adscrito. 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 21
SAIBA MAIS:
A integralidade possui quatro dimensões: 
primazia das ações de promoção, garantia da 
atenção nos três níveis de complexidade da 
assistência, articulação das ações promoção, 
prevenção e recuperação, e abordagem 
integral do indivíduo e das famílias, e torna-se 
um atributo relevante a ser levado em conta 
na avaliação da qualidade do cuidado, dos 
serviços e dos sistemas de saúde, em geral, 
naqueles direcionados para uma política de 
cuidados primários. (CONILL,2004).
Desde 2003, o Ministério da saúde no Brasil, 
promove a Política Nacional de Humanização (PNH) 
que tem como proposta o acolhimento como potencial 
de ampliação das práticas de cuidado (GOMES,2005). 
Os princípios da Política Nacional de 
Humanização repousam no norteamento de clínicas, 
éticas e políticas, procurando não apenas abreviarem-
se ao campo biológico, mas também pela busca do 
reconhecimento dos direitos dos usuários em poder 
compartilhar em todos os processos que falam a 
respeito da vida relacionada aos serviços de saúde 
(BRASIL, 2013c, 2016).
O atributo da integralidade, é um dos eixos 
princípiológico na construção do Sistema único de 
saúde-SUS, a integralidade como princípio adere ao 
Modelo organizado, hierarquizado e descentralizado, 
com sistemas formais operantes entre setores com 
referência e contrarreferência, dependendo de uma 
rede articulada de serviços antenados em todos os 
níveis de assistência à saúde, de forma resolutiva, 
harmoniosa e rápida e resoluta.
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família22
A coordenação do cuidado é a característica 
que se conceitua na articulação entre serviços e 
ações na área da saúde sincronizada e direcionada, 
a finalidade desta é oferecer ao usuário SUS um 
conjunto de serviços e informações que repliquem 
na integralidade dos serviços de saúde em diversos 
pontos estruturantes da rede de atenção à saúde, 
incluindo pontos que compreendam as unidades APS. 
Os atributos derivados tais como orientação 
familiar e comunitária e competência cultural constitui 
um paradigma inovador para o SUS, sendo de essencial 
valor para a reorganização dos serviços de saúde e 
da própria ESF. Esse direcionamento, de maneira 
obrigatória, vai envolver um sistema de Vigilância da 
saúde que concretize a priorização da vigilância do 
espaço/população/família/comunidade relacionada 
ao episódio da doença e não mais a forma classicista, 
focalizada no indivíduo. (OLIVEIRA,2009).
DEFINIÇÃO:
As Redes de Atenção à Saúde (RAS) organizam-
se por meio de pontos de atenção à saúde, ou 
seja, locais onde são ofertados serviços de 
saúde que determinam a estruturação dos 
pontos de atenção secundária e terciária. Nas 
RAS o centro de comunicação é a Atenção 
Primária à Saúde (APS), sendo esta ordenadora 
do cuidado (UFMA/UNA-SUS, 2016). 
O Sistema único de saúde orientado pela atenção 
primária 
O fortalecimento da Atenção Primária no Brasil 
aconteceu com a ampliação de cobertura das equipes 
de Saúde da Família (eSF), esta é a configuração 
organizativa brasileirada atenção primária à saúde, se 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 23
dando de maneira uniforme em estados da Federação. 
O esforço tripartite ultrapassou as barreiras político-
partidárias conseguindo prosseguir na implantação das 
normas constitucionais. Sendo a entrada preferencial 
dos usuários com no sistema único de saúde.
NOTA:
A Constituição Federal (CF) de 1988 
fundamentou os elementos constitucionais 
para o surgimento do SUS, como política 
pública de responsabilidade do Estado, 
o sistema de proteção social regulado na 
Seguridade Social, garantindo às pessoas 
a universalização dos direitos básicos 
concernentes à saúde, à previdência e à 
assistência social (BRAVO, 2009).
O modo estruturante dos sistemas municipais 
de saúde ajustados na Estratégia Saúde da Família 
desencadeou um extraordinário movimento de 
reordenação do modelo de atenção de saúde no SUS. 
A estratégia procura desempenhar os princípios da 
APS. Utilizando os serviços de saúde de forma racional 
no uso dos níveis assistenciais.
Na ESF, o trabalho em equipe é visto como um 
dos pilares estruturantes na modelo atenção básica 
com intercâmbio constante e intenso de trabalhadores 
de saúde em suas diferentes categorias e com 
heterogeneidade de conhecimentos e habilidades 
que interatuam entre si para que o cuidado do 
usuário se fundamente na visão holísta do cuidado, 
e na intervenção técnico-científica, reforçando a 
abordagem comunitária da ESF.
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família24
IMPORTANTE:
Além do fortalecimento na atenção 
primária, o Ministério da Saúde em 2011, 
cria o Programa Nacional de Melhoria do 
Acesso e da Qualidade (PMAQ), lançado 
pela Portaria 1.654, de 19 de julho de 2011. 
A finalidade deste programa era ampliar o 
acesso e a qualidade do cuidado na Atenção 
Básica. Organizado em quatro fases que se 
formataram num ciclo contínuo de melhoria 
do acesso e da qualidade da Atenção Básica: 
que se dispõe a Adesão e Contratualização; 
Desenvolvimento; Avaliação Externa; e 
Recontratualização.
A Portaria nº 340, de 4 de março de 2013, também 
vem requalificar a Unidades Básicas de Saúde (UBS), 
como alvo de permitir o repasse de incentivos financeiros 
para a construção de UBS municipais e distritais como 
forma de prover infraestrutura apropriada às Equipes 
de Atenção Básica para desempenho de suas ações. 
A UBS, faz parte da atenção básica de saúde. Nestas 
unidades é possível receber atendimentos básicos em 
especialidades como Pediatria, Ginecologia, Clínica 
Geral, Enfermagem e Odontologia. Os principais serviços 
ofertados são consultas médicas, procedimentos 
básicos de inalações, injeções, curativos, imunização, 
serviço de diagnostico laboratorial, odontologia, 
referências para especialidades e fornecimento de 
medicação básica. A UBS, faz parte da porta oficial 
de entrada dos usuários na atenção básica, com a 
nova PNAB/2017, no artigo 6º, evoca que todas as 
unidades serão denominadas UBS-Unidade Básica 
de Saúde. Ainda no Parágrafo único: “Todas as UBS 
são consideradas potenciais espaços de educação, 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 25
formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em 
serviço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS”. 
Nas últimas décadas, as dinâmicas sociais produziram 
amplas transformações na sociedade brasileira, 
determinando uma complexidade social, econômica, 
demográfica e ambiental sem precedentes, que 
difundiu respeitável desafios para os gestores do SUS. 
(OPAS,2011) ”.
Figura 2 – Estrutura Operacional da ABS na Rede Assistencial 
Fonte:www.saude.gov.br. (Acesso em 20/07/2019)]].
De acordo com Mendes (2011). A Atenção Básica 
em rede, tem como objetivo é evitar a “escalada” do 
sofrimento do paciente na hierarquia assistencial, o 
fluxo da organização em rede, é muito mais ágil em 
termos de assistência, de modo que o sofrimento dos 
pacientes seja aliviado já nos primeiros atendimentos 
e nos níveis primários da rede.
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família26
O papel da Atenção Primária na construção 
do SUS 
INTRODUÇÃO:
Convidamos você a revisar aspectos 
teóricos e históricos da APS, a trajetória 
histórica que precede a emergência do SUS, 
e na urgência de criação das Leis orgânicas, 
com o auge da carta Magna de 1988, apesar 
de todo o contexto histórico e político, se 
tornou decisivo para a possibilidade do 
exercício político na batalha pela cidadania 
em nosso país. Vamos lá!
A construção do Sistema Único de Saúde avançou 
nos últimos anos com a abrangência da criação de 
novas ESFs em território nacional, em detrimento a 
expansão da APS. (CONASS, 2011). Por conseguinte, 
outro ponto importantíssimo deste crescimento pauta-
se na implementação e aperfeiçoamento da APS, isso 
vai aprimorar o fortalecimento da promoção à saúde.
 A reorientação do modelo assistencial 
fundamentado em foco nos usuários do SUS, 
trabalho em equipe, território definido, integralidade, 
corresponsabilidade, intersetorialidade, envolvimento 
dos autores no processo e a participação popular, 
foram imperativos na construção deste processo. 
 Segundo Mendes (2009), os sistemas de 
atenção à saúde constituem respostas sociais, frente 
as demandas e preferências sociais, e devem ser 
articuladas conforme as necessidades de saúde 
apresentadas pela população, que são expressadas 
em situações epidemiológicas e demográficas.
A construção social da APS é uma proposta 
prática que visa a formas de reorganizar o trabalho 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 27
das equipes de atenção primária e das unidades 
de saúde, com educação permanente, utilizando o 
MACC Modelo de Atenção às Condições Crônicas, o 
Procedimento Operacional Padrão (POP), a Regulação 
Assistencial aos eventos agudos e na atenção as 
condições crônicas não agudizadas. (CONASS,2018).
Figura 3: Construção Social-APS 
Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/apresentacoes/
eugenio_vilaca.pdf .(Acesso em 20/07/2019).
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família28
IMPORTANTE:
Desde 2017, uma inovadora plataforma 
difundida pelo Ministério da Saúde amparará 
os gestores no planejamento de ações 
em saúde. Estamos falando do DigiSUS 
Gestor, que até 2020 ficará inteiramente 
disponível e favorecendo não somente os 
gestores, mas toda a população brasileira. A 
plataforma concentrará distintas fontes de 
dados de relevância para o planejamento 
das ações no setor, os gestores poderão 
fazer o monitoramento dos indicadores e 
metas pactuadas para a saúde, e com isso 
tomarão as decisões estratégicas para cada 
situação apresentada.
SAIBA MAIS:
Quer saber mais sobre esse Tema, assista 
ao Programa Em Pauta na Saúde, do Canal 
Saúde. goo.gl/Xv4YGg.
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 29
RESUMINDO:
E então? Entendeu? Agora, só para termos 
certeza de que você verdadeiramente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que a história nos mostrou que 
a ideia de atenção primária foi empregada 
como forma de organização dos sistemas de 
saúde pela primeira vez no chamado Relatório 
Dawnson, em 1920, por requerimento do 
governo Britânico, o qual serviu para discussão 
para mudanças no sistema de proteção social 
depois da Primeira Guerra Mundial. A finalidade 
deste Relatório era organizar a provisão de 
serviços de saúde para toda a população de 
determinada região. Verificamos também que 
os princípios norteadores da APS são: primeiro 
contato, acessibilidade, Longitunalidade, 
integralidade e coordenação do cuidado. 
Outro eixo importante é a construção social do 
SUS e da APS, este processo de construção 
social da APS está baseou-se numa estrutura 
de demanda das necessidades de saúde 
da população adstrita às equipes de APS, 
ajustando as ofertas, feitas na regulação dos 
sistemas, e a efetividade da RAS-rede de 
atenção à Saúde.
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família30
Política Nacional de AtençãoBásica-
PNAB
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
apontar as mudanças introduzidas pela Portaria nº 
2.436, de 21 de setembro de 2017, que aprova a Política 
Nacional de Atenção Básica, constituindo a revisão de 
diretrizes para a organização da Atenção Básica, no 
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
PNAB-Política Nacional da Atenção 
Básica/2017
A recente PNAB atende processos que 
acrescentem a competência clínica das equipes, que 
fortaleçam práticas de microrregulação nas Unidades 
Básicas de Saúde (UBS), estas compreendem a gestão 
de filas, exames e consultas descentralizadas para as 
UBS, permitindo a comunicação intersetorial com as 
centrais de regulação e os serviços especializados, 
ajustadas por pactuação de fluxos e protocolos, apoio 
matricial e apoio a distância.
No Art.1º da Portaria nº2.436/2017, introduz em seu 
parágrafo único: “A Política Nacional de Atenção Básica 
considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção 
Primária à Saúde - APS, nas atuais concepções, como 
termos equivalentes, de forma a associar a ambas os 
princípios e as diretrizes definidas neste documento”. 
E no Art. 2º, e seus incisos, define: “A Atenção Básica 
é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares 
e coletivas que envolvem promoção, prevenção, 
proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, 
redução de danos, cuidados paliativos e vigilância 
em saúde, desenvolvida por meio de práticas de 
cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 31
equipe multiprofissional e dirigida à população em 
território definido, sobre as quais as equipes assumem 
responsabilidade sanitária”.
Os incisos§1º ao 4º, fala sobre uma Atenção 
Básica como porta de entrada principal e centro 
comunicadora da RAS, que tem a finalidade de 
coordenar o cuidado e ordenar as ações e serviços 
ofertados na rede de forma gratuita, de acordo com as 
necessidades e demandas do território, ponderando 
os determinantes e condicionantes de saúde. Aduz 
a proibição de qualquer exclusão fundamentada em 
idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, 
orientação sexual, identidade de gênero, estado 
de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, 
limitação física, intelectual, funcional e dentre outras, 
afirmando adotar estratégias contra esse tipo de 
estigmatização.
Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem 
operacionalizados na Atenção Básica
Os princípios que serão operacionalizados na AB, 
pela atual PNAB/2017 são: 
a) Universalidade;
b) Equidade; e
c) Integralidade.
 
As diretrizes adotadas na Política nacional de 
Atenção Básica são: 
Diretrizes:
a) Regionalização e Hierarquização;
b) Territorialização;
c) População Adscrita;
d) Cuidado centrado na pessoa;
e) Resolutividade;
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família32
f) Longitudinalidade do cuidado;
g) Coordenação do cuidado;
h) Ordenação da rede; e
i) Participação da comunidade.
A PNAB tem sua estratégia prioritária na Saúde 
da Família, refletida na expansão e consolidação 
da Atenção Básica. Têm-se ainda a relevância no 
reconhecimento de outros tipos de estratégias da AB, 
mas os princípio e diretrizes devem ser observados, 
necessitando de seu convertimento em ESF. 
Outro eixo de estruturação que a portaria dá 
como condição eficaz é a integração entre a Vigilância 
em Saúde e Atenção Básica, para o atingimento 
de resultados das necessidades populacionais, 
observadas na perspectiva da intra e intersetorialidade. 
Desta forma, tendo como finalidade processos de 
trabalho que considerem os determinantes, os riscos 
e danos à saúde da população.
A PNAB/2017, informa que todos os 
estabelecimentos de saúde que prestem ações e 
serviços de Atenção Básica, na esfera SUS, serão 
chamados Unidade Básica de Saúde - UBS. As UBS 
serão estabelecidas como potenciais espaços de 
educação, desenvolvimento de recursos humanos, 
pesquisa, educação em serviço, inovação e avaliação 
tecnológica para a RAS.
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 33
EXPLICANDO MELHOR:
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 
é decorrência da bagagem de conhecimento 
constituído por um conjunto de atores 
com comprometimento no incremento e a 
materialização do Sistema Único de Saúde 
(SUS), durante toda a história do sistema, 
portaria da ABS, é dinâmica e contemporânea, 
segue as transformações ao longo do 
processo democrático e mudanças na 
atenção à saúde, instituídas pelos movimentos 
sociais, população, trabalhadores e gestores 
das três esferas governamentais. A Portaria 
de 2017, em conformidade com as normas 
do SUS, agora num arranjo definido com a 
organização em Redes de Atenção à Saúde 
(RAS) como estratégia para uma assistência 
integral e voltado às necessidades de saúde 
da população.
Responsabilidades dos Entes Federados na 
PNAB/2017
IMPORTANTE:
As responsabilidades comuns entre todas 
as esferas do governo, pela atualizada 
PNAB, em consonância com Portaria 
nº2.436/2017, o Art.7º estão em:
I - Contribuir para a reorientação do modelo 
de atenção e de gestão com base nos 
princípios e nas diretrizes contidas da 
portaria de 2017;
II - Apoiar e estimular a adoção da Estratégia 
Saúde da Família - ESF como estratégia 
prioritária de expansão, consolidação e 
qualificação da Atenção Básica;
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família34
III - Garantir a infraestrutura adequada e 
com boas condições para o funcionamento 
das UBS, garantindo espaço, mobiliário e 
equipamentos, além de acessibilidade de 
pessoas com deficiência, de acordo com as 
normas vigentes;
IV - Contribuir com o financiamento tripartite 
para fortalecimento da Atenção Básica;
V - Assegurar ao usuário o acesso 
universal, equânime e ordenado às ações e 
serviços de saúde do SUS, além de outras 
atribuições que venham a ser pactuadas 
pelas Comissões Intergestores;
VI - Estabelecer, nos respectivos Planos 
Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde, 
prioridades, estratégias e metas para a 
organização da Atenção Básica;
VII -desenvolver mecanismos técnicos e 
estratégias organizacionais de qualificação da 
força de trabalho para gestão e atenção à saúde, 
estimular e viabilizar a formação, educação 
permanente e continuada dos profissionais, 
garantir direitos trabalhistas e previdenciários, 
qualificar os vínculos de trabalho e implantar 
carreiras que associem desenvolvimento do 
trabalhador com qualificação dos serviços 
ofertados às pessoas;
VIII - garantir provimento e estratégias de 
fixação de profissionais de saúde para a 
Atenção Básica com vistas a promover 
ofertas de cuidado e o vínculo;
IX - Desenvolver, disponibilizar e implantar 
os Sistemas de Informação da Atenção 
Básica vigentes, garantindo mecanismos 
que assegurem o uso qualificado dessas 
ferramentas nas UBS, de acordo com suas 
responsabilidades;
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 35
X - Garantir, de forma tripartite, dispositivos 
para transporte em saúde, compreendendo 
as equipes, pessoas para realização 
de procedimentos eletivos, exames, 
dentre outros, buscando assegurar a 
resolutividade e a integralidade do cuidado 
na RAS, conforme necessidade do território 
e planejamento de saúde;
XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as 
ações da Atenção Básica nos territórios;
XII - estabelecer mecanismos de 
autoavaliação, controle, regulação e 
acompanhamento sistemático dos 
resultados alcançados pelas ações da 
Atenção Básica, como parte do processo 
de planejamento e programação;
XIII - divulgar as informações e os resultados 
alcançados pelas equipes que atuam na 
Atenção Básica, estimulando a utilização 
dos dados para o planejamento das ações;
XIV - promover o intercâmbio de 
experiências entre gestores e entre 
trabalhadores, por meio de cooperação 
horizontal, e estimular o desenvolvimento 
de estudos e pesquisas que busquem 
o aperfeiçoamento e a disseminação de 
tecnologias e conhecimentos voltados à 
Atenção Básica;
XV - Estimular a participação popular e o 
controle social;XVI - Garantir espaços físicos e ambientes 
adequados para a formação de estudantes 
e trabalhadores de saúde, para a formação 
em serviço e para a educação permanente 
e continuada nas Unidades Básicas de 
Saúde;
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família36
XVII - Desenvolver as ações de assistência 
farmacêutica e do uso racional de 
medicamentos, garantindo a disponibilidade 
e acesso a medicamentos e insumos em 
conformidade com a RENAME, os protocolos 
clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a 
relação específica complementar estadual, 
municipal, da união, ou do distrito federal 
de medicamentos nos pontos de atenção, 
visando a integralidade do cuidado;
XVIII - Adotar estratégias para garantir um 
amplo escopo de ações e serviços a serem 
ofertados na Atenção Básica, compatíveis 
com as necessidades de saúde de cada 
localidade;
XIX - Estabelecer mecanismos regulares de 
auto avaliação para as equipes que atuam 
na Atenção Básica, a fim de fomentar as 
práticas de monitoramento, avaliação e 
planejamento em saúde; e
XX -Articulação com o subsistema Indígena 
nas ações de Educação Permanente e 
gestão da rede assistencial.
 Estas são as responsabilidades 
que deverão ser cumpridas, por 
compartilhamento dos entes federados.
Atribuições dos profissionais da Atenção 
Básica
A PNAB de 2017, vem trazendo as atribuições dos 
profissionais que compõe a ESF: 
a) Gerente de Atenção Básica: a nova PNAB 
indica a inclusão de um gerente para colaborar na 
qualificação e aprimoramento do processo de trabalho 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 37
nas UBS, mas, cabe ao gestor, avaliar a necessidade 
deste profissional na UBS.
b) Agente Comunitário de Saúde (ACS): de 
maneira excepcional, com capacidade técnica e com 
formação específica, o ACS poderá realizar a aferição 
da pressão arterial, temperatura axilar, assim como a 
medição da glicemia capilar e realizar técnicas limpas 
de curativos.
c) Integração das atividades dos ACS e ACE: o 
ACS e o ACE devem compor uma Equipe de Atenção 
Básica ou uma Equipe de Saúde da Família, esta é a 
inovação desta política, mas precisam estar ordenados 
por profissionais de saúde de nível superior, com 
a atenção a gestão compartilhada entre a Atenção 
Básica e a Vigilância em Saúde.
Tipos de Equipes da Atenção Básica 
PNAB/2017
De acordo com a Portaria atualizada, foram 
destacados os tipos de equipe de composição na 
PNAB:
a) Equipe de Saúde da Família (eSF): Esta 
composta dos profissionais médico, enfermeiro, auxiliar 
e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário 
de saúde e/ou agente de endemias. Os locais onde 
há população vulnerável será obrigatório 100% de 
cobertura. Nas áreas de risco e vulnerabilidade social o 
teto máximo de 750 pessoas por agente. A quantidade 
de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) fica a critério 
da gestão municipal, não se obriga mais o quantitativo 
de quatro (4) ACS/eSF.
b) Equipe da Atenção Básica (eAB): Composta 
de médico, enfermeiro, auxiliares e/ou técnicos de 
enfermagem. Podem fazer parte ou não da equipe: 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família38
dentistas, auxiliar ou técnico de saúde bucal, ACS e 
Agentes de Combate a Endemias (ACE). A carga horária 
menor por categoria deve ser de 10 horas, atingindo 
no máximo três profissionais por categoria. A carga 
horária distribuída é de responsabilidade do gestor.
c) Equipe de Saúde Bucal (eSB): Poderá haver 
na UBS, as equipes de saúde bucal, que operam na 
atenção básica, instituída por um cirurgião-dentista 
e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde 
bucal. Os profissionais de saúde bucal que compõem 
as equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção 
Básica (eAB) devem estar ligados a uma UBS ou a 
Unidade Odontológica Móvel, podendo se formar em 
duas modalidades.
ACESSE:
Confira na revista do CONASS- O que muda 
com a reformulação da Política Nacional 
de Atenção Básica? Confira. Acesse: 
https://www.conass.org.br/biblioteca/pdf/
revistaconsensus_24.pdf. 
Suspensão dos recursos da Atenção Básica
Poderá haver suspensão de recursos financeiros 
da Atenção Básica (PNBA,2017), pelo Ministério da 
Saúde quando não existir alimentação regular dos 
sistemas pelos Municípios aos bancos de dados 
informatizados. Nos seguintes casos:
 Falta de envio de produção mensal ao Sistema 
de Informação por três meses consecutivos;
 Descumprimento de carga horária mínima;
 Falta de qualquer um dos profissionais que 
fazem parte das equipes por um período superior a 
sessenta dias;
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 39
ACESSE:
O Conselho Nacional de Saúde (CNS), 
a Sociedade Brasileira de Medicina de 
Família e Comunidade (SBMFC) e o COFEN 
– Conselho Federal de Enfermagem, 
pesquisadores expuseram, ao longo do 
processo de reformulação, os riscos dos 
novos termos da PNAB. Acesse: 
http://analisepolit icaemsaude.org/oaps/
noticias/?id=fee14e80c2c5a86c4a2549377fd3def0
 Inconsistência no CNES –Cadastro Nacional de 
Estabelecimentos de Saúde por erro de duplicidade 
profissional, falha de registro e ausência de categoria 
profissional necessária a equipe.
A Atenção Básica na Rede de Atenção à 
Saúde
A gestão municipal deve coordenar e articular 
o cuidado, além de criar condições para que a 
referência aos serviços especializados ambulatoriais, 
sejam concretizados de forma real na Atenção Básica, 
de acordo com a PNAB/2017 fica a responsabilidade, 
com a AB de:
a) ordenar o fluxo dos usuários nos demais pontos 
de atenção da RAS;
b) gerir a referência e contrarreferência em outros 
pontos de atenção; e
c) estabelecer relação com os especialistas que 
cuidam das pessoas do território.
http://analisepoliticaemsaude.org/oaps/noticias/?id=fee14e80c2c5a86c4a2549377fd3def0
http://analisepoliticaemsaude.org/oaps/noticias/?id=fee14e80c2c5a86c4a2549377fd3def0
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família40
Infraestrutura, ambiência e funcionamento 
da Atenção Básica
A infraestrutura e a ambiência da UBS, pela 
nova PNAB, deve estar adequada ao quantitativo da 
população adscrita, fundamentada em especificidades 
de cada categoria, cabendo acompanhar os processos 
de trabalho das equipes e à atenção à saúde dos usuários. 
Para tanto os parâmetros de composição devem estar em 
consonância com a densidade demográfica, o arranjo, ao 
desempenho e os tipos de equipes, perfil da população 
deve ser sempre considerado, e as ações e serviços 
de saúde a serem realizados. Outro fato considerável 
é que sejam antevistos espaços físicos e ambientação 
adequada para a formação acadêmica, e para a formação 
em serviço de profissionais de saúde de nível superior, 
e médio voltada para a educação permanente na UBS. 
O cadastramento no Sistema de Cadastro Nacional de 
Estabelecimentos de Saúde (SCNES), é obrigatório de 
acordo com os regulamentos. A Unidade Básica de 
Saúde deve estar dentro das normas sanitárias.
As UBS poderão ter pontos de apoio para 
o atendimento de populações dispersas (rurais, 
ribeirinhas, assentamentos, áreas pantaneiras, 
etc.), com reconhecimento no SCNES, bem como 
nos instrumentos de monitoramento e avaliação. A 
estrutura física dos pontos de apoio deve respeitar as 
normas gerais de segurança sanitária.
A ambiência da UBS refere-se ao conjunto 
arquitetônico, percebido como o lugar social, 
profissional e de relações interpessoais, que deve ser 
acolhedor e humanizado, e saudável para usuário e 
profissional de saúde.
Para isso existem componentes que atuam 
como modificadores e qualificadores do espaço, 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 41
recomenda-se contemplar: recepção acolhedora sem 
grades, pois podem intimidar e dificultar o processo 
de comunicação, identificação dos serviços ofertados, 
escala dos profissionais, horários de funcionamento do 
local, e fluxos sinalizados, conforto térmico e acústico, 
e espaços que respeitem as pessoas com deficiência, 
de acordo com a legislação vigente.
Além da segurança de infraestrutura e ambiência 
apropriadas,para a cumprimento da prática 
profissional, deve dispor de equipamentos necessários 
para a prestação de serviços de assistência à saúde, 
recursos humanos certificados, e materiais e insumos 
regulares as necessidades apresentadas.
Tipos de unidades e equipamentos de Saúde
A Portaria 2.436/2017, vem apresentando os tipos 
de Unidades e equipamentos de Saúde, no âmbito da 
atenção básica: 
a) Unidade Básica de Saúde
Esta Unidade Básica deverá ter os seguintes 
ambientes: consultório médico e de enfermagem, 
consultório que haja banheiro, espaço destinado a 
realização de procedimentos (sala de procedimentos), 
sala de imunizações, espaço para assistência 
farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de coleta/
exames, sala de curativos, ambiente com expurgo, 
sala de esterilização, observação, coletivas para os 
profissionais de saúde da Atenção Básica. Caso esta 
tenha a equipe de saúde bucal, será imprescindível 
consultório odontológico com equipo odontológico 
completo. Além destas deverá conter a parte para 
realização administrativa da unidade, tais como: área 
de recepção, espaço para registros e arquivamento de 
prontuários, espaço multiprofissional de acolhimento 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família42
à demanda espontânea, administração e gerência, 
banheiro para uso público e para funcionários, entre 
outros ambientes caso haja a necessidade.
b) Unidade Básica de Saúde Fluvial
Recomenda-se os espaços: Consultório médico, 
e de enfermagem, local para assistência farmacêutica, 
laboratório, sala de vacina; sala para a realização 
procedimentos, caso haja a equipe de saúde bucal, 
será indispensável consultório odontológico com 
equipo odontológico completo. A área de recepção, 
banheiros público e de exclusivo para os funcionários; 
sala de expurgo, cabines com leitos em número 
aceitável para toda a equipe, além da cozinha e outros 
ambientes em conformidade com a necessidade.
c) Unidade Odontológica Móvel
Aconselha-lhe que haja: um veículo adaptado 
para tal objetivo, que é atendimento em saúde bucal, 
e deverá estar equipado com: compressor para uso 
odontológico com sistema de filtragem, raios-x para 
radiografias periapicais e interproximais, aventais de 
chumbo; conjunto peças de mão com micromotor, 
contendo peça reta e contra ângulo, que tenha alta 
rotação, gabinete odontológico, cadeira odontológica, 
equipo odontológico e refletor odontológico, unidade 
acessória odontológica, mocho odontológico, 
autoclave, amalgamador; fotopolimerizador, e 
refrigerador.
Funcionamento de unidades e satisfação do usuário 
na AB
Segundo a Portaria 2.436/2017, recomenda-se 
que as Unidades Básicas de Saúde funcionem com 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 43
carga horária mínima de 40 horas por semana, no 
mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do 
ano, permitindo acesso à população:
Horários alternativos de funcionamento podem 
ser pactuados por meio de instâncias de participação 
social, mas para isso devem atender expressamente a 
necessidade da população, mas sempre que possível, 
deve ser a atenção a carga horária mínima descrita na 
Portaria 2.436/2017.
A UBS deve monitorar a satisfação dos usuários, 
proporcionando o registro de elogios, críticas ou 
reclamações, isto poderá ser descrito por meio de 
livros, caixas de sugestões, e se possível em canais 
eletrônicos. Devem ainda garantir o acolhimento e 
escuta ativa e qualificada das pessoas, até aquelas 
que não fazem parte da abrangência da unidade, com 
classificação de risco e encaminhamento responsável 
de acordo com as necessidades apresentadas, 
articulando-se de forma resolutiva com outros 
serviços, em conformidade com as linhas de cuidado 
estabelecidas.
Deverá estar afixado em local visível, próximo à 
entrada da UBS:
 Identificação e horário de atendimento;
 Mapa de abrangência, observando neste a 
cobertura de cada equipe;
 Identificação do Gerente da Atenção Básica, 
dentro do território, e dos profissionais de cada equipe 
da UBS;
 Identificação de serviços disponíveis na UBS; e
 Detalhamento das escalas de atendimento de 
cada equipe.
A PNAB analisa processos que acrescentem 
a capacidade clínica das equipes, que fortaleçam 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família44
práticas de microrregulação nas Unidades Básicas de 
Saúde (UBS), relacionadas a gestão de filas, exames e 
consultas descentralizadas, comunicação intersetorial 
diretamente com as centrais de regulação, e com 
serviços especializados, pactuação de protocolos e 
fluxos, com apoio matricial e apoio a distância.
Figura 4 – Estrutura Operacional da ABS na Rede Assistencial de Saúde
Fonte: https://www.cnm.org.br/cms/biblioteca/A%20nova%20Politica%20
Nacional%20de%20Aten%C3%A7%C3%A3o%20B%C3%A1sica%20-%20PNAB%20
-%20Portaria%202.436_2017.pdf](Acesso: 04/07/2017)]].
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 45
VOCÊ SABIA?:
Com nova política da Atenção Básica amplia 
acompanhamento domiciliar a mais de 5 
milhões de hipertensos e diabéticos. Uma 
das medidas é a valorização da atuação dos 
agentes comunitários de saúde, que passam 
a ter mais atribuições, como medir pressão, 
glicemia e fazer curativos. A expectativa é 
ampliar de imediato o acompanhamento 
domiciliar de 4,5 milhões de pacientes 
hipertensos e 1,12 milhão de pacientes 
diabéticos. Vai aumentar o número de equipes 
de saúde aptas a receber recursos federais, 
dando maior apoio aos estados e municípios 
no atendimento nas unidades básicas, principal 
porta de entrada do SUS. Acesse:http://www.
saude.gov.br/noticias/agencia-saude/29706-
nova-politica-da-atencao-basica-amplia-
acompanhamento-domiciliar-a-mais-de-5-
milhoes-de-hipertensos-e-diabeticos.
A Política de Reformulação da Atenção Básica 
de 2017, veio com a proposta de integração das ações 
da vigilância em saúde (VS) com a atenção básica 
(AB), é um grande passo do Ministério da Saúde, esta 
política está sendo considerada como um enorme 
desafio do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, 
considerada em todas as esferas de gestão. Apesar 
de diversas normas criadas, e também estratégias 
ordenadas no intuito de estimular essa conexão, 
assim como esforços institucionais na tentativa de 
viabilizar, organizar estruturas técnico administrativas 
locais, e repasse de recursos financeiros, para a 
integração dessas duas áreas de conhecimento está 
em fase de integração. A PNAB, fala da importância 
de 40 hs semanais de trabalho da equipe, mas enfoca 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família46
horários alternativos devidamente acordados com 
as instâncias de participação social, atendendo as 
devidas necessidades da população. Tipifica as UBS, e 
os equipamentos a serem usados, fala da ambiência 
como forma de acolhimento e humanização nos 
serviços de saúde. Analisa processos de trabalho com 
ênfase na capacidade clínica das equipes, visando o 
fortalecimento de práticas conectadas a gestão de filas, 
exames e consultas descentralizadas, comunicação 
intersetorial diretamente com as centrais de regulação, e 
com serviços especializados, pactuação de protocolos 
e fluxos, com apoio matricial e apoio a distância.
Trajetória da implantação/
implementação da Estratégia Saúde da 
Família (ESF)
 
Ao término deste capítulo você entenderá como 
se deu a trajetória de implantação e implementação 
da ESF, fundamentando o modelo de atenção à saúde 
adotado no Brasil. Isto será fundamental para entender 
porque a ESF, é fundamental ao falarmos de ABS. 
Então vamos! Mergulhar no mundo do conhecimento 
desta competência?
Implantação da Estratégia Saúde da 
Família (ESF) 
A atuação tradicional do setor saúde sempre 
incutiu que a forma de ver compreensão do indivíduo 
de forma isolada de seu contexto familiar e dos 
valores socioculturais, fragmentando a assistência, e 
descontextualizando-o de suas realidades familiar e 
comunitária. (BRASIL,2000).
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 47
Em 1994, foi crucial para a Criação do ProgramaSaúde da Família (PSF). Em se primeiro documento 
oficial foi o denominado de “Programa Saúde da 
Família: dentro de casa”. Criação de procedimentos 
vinculados ao PSF e ao PACS na Tabela do SIA/SUS.
O PACS, 1991, já havia pelo Ministério da Saúde 
(MS), tendendo contribuir para a qualidade de vida, 
com a presença de profissionais ACS, o governo 
federal, capacitou os agentes para investir de forma 
maciça em educação em saúde. Já havia sido criado, 
porém faltava um programa de caráter organizativo e 
substitutivo para a consolidação na Atenção Básica. 
NOTA:
É ponto importante a ressaltar é o a 
implantação do SIAB, iniciando em 1993, 
nessa época sua primeira denominação 
foi Sistema de Informação do Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde (SIPACS), 
para monitoramentos das ações do PACS. 
Ulteriormente, com a agregação de outros 
profissionais na equipe do programa Saúde 
da Família – o médico e o auxiliar de 
enfermagem (atualmente Estratégia Saúde 
da Família - ESF), houve o repaginamento do 
sistema, para adicionar a Equipe de Saúde 
da Família, passou a ser chamar SIAB que 
agregava dados e informações pertinentes 
ao território, problemas e responsabilidade 
sanitária diferenciando dos outros sistemas 
(DATASUS, 2010). Atualmente com a ESF, 
conta com o sistema da Estratégia e-SUS 
AB, estes estão sendo utilizados desde 2013 
e são atualizados constantemente. Com 
isto, os municípios que e contam como o 
Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família48
ou Coleta de Dados Simplificada (CDS) 
a versão mais recente disponibilizada 
do sistema, garantindo a qualidade na 
transmissão dos dados coletados. Nesse 
contexto, não por acaso, o primeiro 
aplicativo desenvolvido para AB priorizou 
os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), 
dada a capilaridade das ações no território. 
(BRASIL,2017). Com a inserção dos ACE, 
pela PNAB,2017, estes além de usar os 
formulários e sistemas da vigilância, vão 
poder realizar registros de informações nas 
Fichas de Cadastro Domiciliar e Territorial, 
e na Ficha de Visita Domiciliar do eSUS-
AB. A microárea comum para registrar 
a produção nessas fichas é a microárea 
onde está a residência da família visitada, 
deliberada pela territorialização efetivada 
juntamente com a equipe de atenção básica.
Continuando a trajetória da implantação em 1996, 
foi designada a Norma Operacional Básica - NOB 
01/96 – como modelo de financiamento para AB, para 
a sustentação desse nível de atenção. Dispostos em 
Pisos: PAB Fixo (Piso de Atenção Básica fixo per capita) 
e PAB variável.
Em 1997, para dar apoio matricial houve a 
implantação dos Pólos de Capacitação, Formação 
e Educação Permanente de Recursos Humanos 
para solidificar a capacitação do Saúde da Família. 
O documento oficial enfatizava “PSF: como uma 
estratégia para a reorientação do modelo assistencial”, 
apontado pelos profissionais de saúde e gestores do 
SUS e organizações de ensino. Os dois programas 
passam a terem sua inclusão na agenda de prioridades 
da política de saúde. 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 49
A NOAS/SUS 01/02, instituída pelo MS determina 
duas condições de participação do município na 
gestão do SUS:
A Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada, pela 
qual o município se certifica a receber um montante 
deliberado em base per capita para o financiamento 
das ações de atenção básica, e a Gestão Plena do 
Sistema Municipal, pela qual o município recebe o 
integral de recursos federais que foram programados 
para custear a assistência em saúde, prestada em seu 
território de abrangência.
EXPLICANDO MELHOR:
A Implantação da Estratégia Saúde da Família 
(ESF) tem como proposta a reorganização 
da Atenção Básica no país, em consonância 
com os preceitos do Sistema Único de 
Saúde, esta é reconhecida pelo Ministério 
da Saúde e gestores estaduais e municipais 
como estratégia de expansão, qualificação e 
consolidação da atenção básica.
Implementação da Estratégia Saúde da 
Família (ESF)
Ao se falar em implementação, na prática esta 
fase, não se constitui no simples cumprimento de ações 
previamente delineadas, configura-se num processo 
de renegociações de acordo com as eventualidades.
Implementar é pôr em prática as ações da 
estratégia saúde da Família. A implementação das 
atividades, está fundamentada na priorização de 
solução dos problemas de saúde mais frequentes, 
avaliando a responsabilidade da assistência resolutiva 
à demanda espontânea. Tais atividades planejadas 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família50
e programadas em cada unidade local compõem o 
escopo do Plano e da Programação Anual de Saúde do 
Município. Os resultados obtidos nas unidades locais 
agregam o Relatório de Gestão Municipal (BRASIL, 
2009).
Dessa forma, é fundamental que o processo de 
trabalho esteja engajado em atividades programadas, 
descritas na Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 
2017, este é o grande desafio das Equipes, a excelência 
de sua implementação:
I - Definição do Território e Territorialização - A 
gestão deve definir o território de responsabilidade de 
cada equipe. A equipe deve conhecer o território de 
atuação para programar suas ações de acordo com o 
perfil e as necessidades da comunidade, considerando 
diferentes elementos para a cartografia: ambientais, 
históricos, demográficos, geográficos, econômicos, 
sanitários, sociais, culturais, entre outros. Nesse 
processo, a Vigilância em Saúde (sanitária, ambiental, 
epidemiológica e do trabalhador) e a Promoção da 
Saúde se mostram como referenciais efetivos para a 
assimilação da rede de causalidades e dos elementos 
que exercem deliberação sobre o processo saúde-
doença, amparado na percepção dos problemas 
de saúde da população onde a equipe planeja as 
estratégias de intervenção. A Articulação da AB com 
a Vigilância em Saúde, de modo a ser aconselhado a 
adoção de um território único para duas as equipes, 
em que o Agente de Combate às Endemias trabalhe 
em conjunto com o Agente Comunitário de Saúde 
e os demais membros da equipe multiprofissional 
de AB na identificação das necessidades de saúde 
da população e no planejamento das intervenções 
clínicas e sanitárias. Nessa lógica, possibilitando a 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 51
formatação do território, pactuação e negociação 
com a gestão e a equipes, para que o usuário seja 
atendido fora de sua abrangência territorial, estando 
em diálogo e informação sobre o usuário com a equipe 
referenciada. 
II - Responsabilização Sanitária – Neste papel, 
as equipes devem assumir o seu território de referência 
(adstrição), analisando as questões sanitárias, 
ambientais, tais como desastres, controle da água, 
solo, ar; epidemiológicas consideradas como: surtos, 
epidemias, notificações, controle de agravos, culturais 
e socioeconômicas, cooperando nas necessidades de 
intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de 
saúde dos usuários com residência fixa, os itinerantes 
que estão descritos como aqueles de população 
em situação de rua, ciganos, circenses, andarilhos, 
acampados, assentados, entre outros , e até mesmo 
trabalhadores da área adstrita.
III - Porta de Entrada Preferencial - a Atenção 
Básica é analisada como porta de entrada preferencial 
do Sistema Único de Saúde (SUS), quando não há 
resolutividade dos problemas. Destaca-se aqui que 
o primeiro atendimento às urgências/emergências, 
acolhimento, organização do escopo de ações e do 
processo de trabalho de acordo com demandas e 
necessidades da população, respeitando protocolos 
e diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos de 
encaminhamento para os outros pontos de atenção 
da RAS. Mesmo que o usuário acesse a rede por 
outro nível de atenção, ele deve ser referenciado à 
Atenção Básica para assegurar o acompanhado, e a 
continuidade do cuidado.
IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento 
de relações de vínculo e responsabilização 
entre a equipe e a população do seu território de 
AtençãoPrimária e a Estratégia Saúde da Família52
atuação, facilitando a adesão do usuário ao cuidado 
compartilhado com a equipe.
V - Acesso - A unidade de saúde deve ser 
acolhida de forma integral, em seu território, de forma 
universal e sem diferenciações excludentes. O Acesso 
está incluído na capacidade do serviço em responder 
às necessidades de saúde da população seja esta 
residente ou itinerante. Isso alude em dizer que as 
necessidades da população, tem como foco básico a 
acepção do escopo de ações e serviços ofertados, e 
também a forma como esses serão organizados para 
que haja o funcionamento da UBS de maneira favorável 
ao usuário, permitindo diferenciações de horário de 
atendimento que poderá ser estendido, sábado, entre 
outros horários, formas de agendamento, a fim de 
assegurar o acesso. Recomenda-se evitar barreiras de 
acesso, tais como o fechamento da unidade em horário 
de almoço ou em períodos de férias, entre outros, 
impedindo ou restringindo a acesso da população. 
VI - O acolhimento a equipe deve assegurar que 
este esteja presente todas as relações de cuidado, nos 
encontros entre trabalhadores de saúde e usuários, nos 
atos de receber e escutar as pessoas, suas necessidades, 
problematizando e reconhecendo como legítimas, 
avaliando o risco e vulnerabilidade das famílias do 
território, avaliando o grau de vulnerabilidade e risco, 
menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe, 
com especial atenção para as condições crônicas.
VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional – Deve 
atender a diversidade e complexidade das situações que 
acontece na Atenção Básica, promovendo atendimento 
integral com diferentes formações profissionais 
trabalhando com ações compartilhadas, com processo 
interdisciplinar centrado no usuário, congregando 
práticas de vigilância, promoção e assistência à saúde, 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 53
bem como matriciamento ao processo de trabalho 
cotidiano. Possibilitando sempre que possível integração 
com profissionais de outros níveis de atenção.
VIII - Resolutividade - Capacidade de identificar 
e intervir nos riscos, necessidades e demandas de 
saúde da população, atingindo a solução de problemas 
de saúde dos usuários. A equipe deve ser resolutiva 
desde o contato inicial, até demais ações e serviços 
da AB de que o usuário necessite. Garantindo o amplo 
escopo de ofertas e abordagens de cuidado, de modo 
a concentrar recursos, maximizar as ofertas e melhorar 
o cuidado, encaminhando de forma qualificada o 
usuário que necessite de atendimento especializado. 
Utilizando ferramentas da clínica ampliada, gestão 
da clínica e promoção da saúde, para ampliação da 
resolutividade e abrangência da AB.
DEFINIÇÃO:
Entende-se por ferramentas de Gestão 
da Clínica um conjunto de tecnologias de 
microgestão do cuidado destinado a promover 
uma atenção à saúde de qualidade, como 
protocolos e diretrizes clínicas, planos de 
ação, linhas de cuidado, projetos terapêuticos 
singulares, genograma, ecomapa, gestão de 
listas de espera, auditoria clínica, indicadores de 
cuidado, entre outras. Para a utilização dessas 
ferramentas, deve-se considerar a clínica 
centrada nas pessoas; efetiva, estruturada 
com base em evidências científicas; segura, 
que não cause danos às pessoas e aos 
profissionais de saúde; eficiente, oportuna, 
prestada no tempo certo; equitativa, de forma 
a reduzir as desigualdades e que a oferta do 
atendimento se dê de forma humanizada. 
(PNAB,2017).
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família54
VIII - Promover atenção integral, contínua e 
organizada à população adscrita, fundamentada 
em necessidades sociais e de saúde, por meio 
do estabelecimento de ações de continuidade 
informacional, interpessoal e longitudinal com a 
população. Buscando a atenção integral e de qualidade, 
resolutiva e que contribua para o fortalecimento da 
autonomia das pessoas no cuidado à saúde. O alcance 
da integralidade do cuidado, deve envolver a equipe 
de forma que tenham a concepção sobre a ampliação 
da clínica, o conhecimento sobre a realidade local, o 
trabalho em equipe multiprofissional e transdisciplinar, 
e a ação intersetorial.
IX - Realização de ações de atenção domiciliar 
destinada a usuários que possuam problemas de saúde 
controlados/compensados e com dificuldade ou 
impossibilidade física de locomoção até uma Unidade 
Básica de Saúde, que necessitam de cuidados com 
menor frequência e menor necessidade de recursos 
de saúde, para famílias e/ou pessoas para busca ativa, 
ações de vigilância em saúde e realizar o cuidado 
compartilhado com as equipes de atenção domiciliar 
nos casos de maior complexidade.
X - Programação e implementação das 
atividades de atenção à saúde de acordo com 
as necessidades de saúde da população, com 
a priorização de intervenções clínicas e sanitárias 
nos problemas de saúde segundo critérios de 
frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-
se aqui o planejamento e organização da agenda de 
trabalho compartilhada de todos os profissionais, e 
recomenda- se evitar a divisão de agenda segundo 
critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, 
gênero e patologias dificultando o acesso dos 
usuários. Recomenda-se a utilização de instrumentos 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 55
de planejamento estratégico situacional em saúde, 
que seja ascendente e envolva a participação popular 
(gestores, trabalhadores e usuários).
XI - Implementação da Promoção da Saúde 
como um princípio para o cuidado em saúde, 
alcançando a sua seriedade para o olhar sobre o 
território e o perfil das pessoas, considerando a 
determinação social dos processos saúde-doença 
para o planejamento das intervenções da equipe, 
contribui também para a qualificação e diversificação 
das ofertas de cuidado. 
XII - Desenvolvimento de ações de prevenção 
de doenças e agravos em todos os níveis de 
acepção deste termo (primária, secundária, terciária e 
quaternária), que priorizem perfis epidemiológicos e os 
fatores de risco clínicos, comportamentais, alimentares 
e/ou ambientais, bem como aqueles verificados pela 
produção e circulação de bens, prestação de serviços 
de interesse da saúde, ambientes e processos de 
trabalho. O alvo dessas ações é prevenir o aparecimento 
ou a persistência de doenças, agravos e complicações 
preveníeis, impedindo intervenções desnecessárias e 
estimulando o uso racional de medicamentos.
XIII - Desenvolvimento de ações educativas 
por parte das equipes que atuam na AB, esses 
sistematizados de maneira a interferir no processo 
de saúde-doença da população, no incremento de 
autonomia, individual e coletiva, e na procura por 
qualidade de vida e promoção do autocuidado pelos 
usuários.
XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em 
interlocução com escolas, equipamentos do 
SUAS, associações de moradores, equipamentos de 
segurança, entre outros, que tenham importância na 
comunidade, integrando projetos e redes de apoio 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família56
social, direcionados para o desenvolvimento de uma 
atenção integral;
XV - Implementação de diretrizes de 
qualificação dos modelos de atenção e gestão, tais 
como, a participação coletiva nos processos de gestão, 
a valorização, fomento a autonomia e protagonismo 
dos diferentes sujeitos implicados na produção de 
saúde, autocuidado apoiado, o compromisso com a 
ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, 
a constituição de vínculos solidários, a identificação 
das necessidades sociais e organização do serviço em 
função delas, entre outras;
XVI - Participação do planejamento local de 
saúde, e também o monitoramento e a avaliação 
das ações na sua equipe, unidade e município; 
visando à readequação do processo de trabalho e 
do planejamento frente às necessidades, realidade, 
dificuldades e possibilidades analisadas.
RESUMINDO:
A implantação do Saúde da Família no Brasil, 
teve uma trajetória iniciada em 1994, com a 
criação do Programa Saúde da Família (PSF)que vem assinalar uma inovadora estratégia de 
atenção à saúde e de reorientação do modelo 
de assistência. A partir desses pressupostos, 
o Brasil levantou a bandeira do processo de 
mudança do modelo assistencial. A partir 
deste fato, a concepção do PSF como atenção 
à saúde da comunidade cresceu, então o PSF 
passa a não ter limitações de um programa 
setorial, focal, e veio sendo expandindo, a 
construção de uma nova maneira realizar o 
cuidado em saúde, e com isto reorganizou a 
APS, ganhando escopo de estratégia, baseado 
no princípios do SUS, com este sucesso, no 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 57
NOTA:
O Programa Nacional de Melhoria do 
Acesso e da Qualidade da Atenção Básica-
PMAQ. Tem como objetivo básico induzir 
a ampliação do acesso e a melhoria da 
qualidade da atenção básica, tendo como 
base a garantia de padrão de qualidade 
comparável nacional, regional e localmente 
tendo em vista uma maior transparência 
e efetividade das ações governamentais 
direcionadas à Atenção Básica em Saúde. 
Ac e s s e : h t t p : //1 8 9 . 2 8 . 1 2 8 . 1 0 0 /d a b /
docs/portaldab/documentos/Manual_
Instrutivo_3_Ciclo_PMAQ.pdf. 
ano de 2006 a operacionalização deixa de ser 
apenas um programa, e ganha a autoridade 
de estratégia de reorganização do modelo 
de atenção, a Estratégia Saúde da Família 
(ESF). Com a nova PNAB, de 2017, em seu 
Art.5º a ESF passa a ser a Porta Prioritária da 
RAS, e passa a ter em sua integração entre a 
Vigilância em Saúde e Atenção Básica, sendo 
a condição essencial para o alcance de metas 
e resultados que acolham às necessidades de 
saúde da população adscrita, tendo a ótica da 
integralidade da atenção à saúde e visando 
o estabelecimento de processos de trabalho 
que considerem os determinantes, os riscos 
e danos à saúde, na perspectiva da intra e 
intersetorialidade. 
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/Manual_Instrutivo_3_Ciclo_PMAQ.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/Manual_Instrutivo_3_Ciclo_PMAQ.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/Manual_Instrutivo_3_Ciclo_PMAQ.pdf
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família58
Diretrizes operacionais da ESF 
Dando continuidade à reflexão sobre a temática 
da Equipe de Saúde da Família, você já parou para 
pensar sobre a importância das diretrizes operacionais 
para a efetivação do trabalho em equipe, e o 
compartilhamento de trocas de saberes integrantes. 
Neste capítulo você vai conhecer que as diretrizes 
estão fundamentadas no SUS, e qual a relevância para 
uma assistência de qualidade. Então vamos lá! Viajar 
na nave do conhecimento. 
As diretrizes operacionais sobrevêm por meio 
da definição territorial da clientela, a noção da família 
como foco da assistência, o trabalho em equipe 
interdisciplinar e multiprofissional e o vínculo entre 
os profissionais e as famílias assistidas (COSTA e 
CARBONE 2009).
Estratégia Saúde da Família diretrizes 
baseadas no contexto SUS 
As diretrizes normativas da AB (PORTARIA Nº 
2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017,) em consonância 
com o SUS, e AB que são:
 Regionalização e Hierarquização: relacionada 
aos pontos de atenção da RAS, enfocando a Atenção 
Básica como ponto de comunicação destas diretrizes. 
Pauta-se regiões de saúde como um recorte 
espacial estratégico com finalidade de planejamento, 
organização e gestão de redes de ações e serviços 
de saúde numa localidade, e a hierarquização para 
a organização de pontos de atenção da RAS entre si, 
com fluxos e sistemas de referências.
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 59
 Territorialização e Adstrição: Estas arranjadas 
como forma de admitir o planejamento, programação 
descentralizada, desenvolvimento de ações setoriais 
e intersetoriais com focadas em território geográfico 
específico, com impacto na situação, nos condicionantes 
e determinantes da saúde das pessoas e coletividades 
que compõem determinado espaço, e, portanto, 
adstritos a este. 
 Cuidado Centrado na Pessoa: O desenvolvimento 
de ações relacionadas ao cuidado de forma singularizada, 
auxiliando as pessoas a ampliarem os conhecimentos, 
aptidões, competências, e confiança imprescindível para 
conduzir e tomar decisões fundamentadas sobre sua 
própria saúde e seu cuidado de saúde efetivo. O cuidado 
é concebido com as pessoas, baseando nas suas 
necessidades e potencialidades voltadas para uma vida 
autônoma e plena. A comunidade, assim como outras 
formas de coletividade, juntamente com a família, são 
meios relevantes, determinadas vezes condicionantes 
ou determinantes na maneira de vida das pessoas e, por 
consequência, no cuidado.
 Resolutividade: A resolutividade, vai ajustar-se na 
importância da Atenção Básica, se configurar de forma 
resolutiva, usando e articulando desiguais tecnologias de 
cuidado tanto individual, como coletivo, por meio de uma 
clínica ampliada de forma a constituir vínculos positivos e 
intervenções clínica e sanitariamente efetivas, localizada 
na pessoa, no aspecto de ampliação dos graus de 
autonomia dos sujeitos e grupos sociais. A resolutividade 
deve ter a capacidade de resolver a grande maioria 
das dificuldades de saúde da população, ordenando o 
cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando se 
fizer importante na resolução dos problemas.
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família60
 A Longitudinalidade do cuidado: implica nesta 
continuidade da inclusão de cuidado, a construção 
de vínculo e responsabilização a qual envolve 
profissionais e usuários em relação ao tempo, de 
forma permanente e consistente, acompanhando 
os efeitos das intervenções em saúde e de outras 
informações de vida das pessoas, evitando a prejuízo 
de referências e reduzindo os riscos de iatrogenia que 
são causados por desconhecimento das histórias de 
vida e da deficiência de coordenação do cuidado.
A coordenação do cuidado visa organizar, 
acompanhar e estabelecer o fluxo dos usuários entre os 
pontos de inserção de atenção das RAS. Reconhecido 
como o centro de comunicação da RAS, e responsabiliza-
se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes 
pontos por uma relação horizontal, contínua e 
integrada, tendo como objetivo a produção da gestão 
compartilhada da atenção integral. Arquitetando-se a 
diversas estruturas das redes de saúde e intersetoriais, 
públicas, comunitárias e sociais. A ordenação de redes 
de atenção à saúde (RAS) tem se indicado como 
uma configuração de sistemas de saúde dinâmico 
para contestar atuais desafios epidemiológicos e 
estruturais destes sistemas. Planejando a organização 
dos usuários sob a sua responsabilidade, organizando 
as necessidades da população na área de sua 
abrangência, quando relacionada aos outros pontos de 
atenção à saúde, cooperando para que o planejamento 
das ações, fique em consonância com a programação 
dos serviços de saúde, baseadas nas necessidades de 
saúde das pessoas. A Participação da comunidade: 
vem exercitar a participação das pessoas, e a orientação 
comunitária das ações de saúde na Atenção Básica 
e absorvendo a competência cultural no cuidado, 
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 61
como forma de ampliar sua autonomia e capacidade 
na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas 
e coletividades do território adscrito. Ponderando em 
face ao enfrentamento dos decisivos e condicionantes 
de saúde, através de articulação e integração das ações 
intersetoriais e orientação organizativas dos serviços 
de assistência à saúde, partindo de primícias e lógicas 
centradas nas pessoas e no exercício do controle social.
Figura 5 –Linhas de Cuidados na RAS- APS
Fonte: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/35090/mod_resource/
content/1/un2/top3_1.html.(Acesso :22/07/2019)]].
Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família62
Passando níveis diferentes de assistência em 
resposta às necessidades reveladas pelos usuários, a 
concretização de toda a rede integrada de serviços, 
a qual situa-se como componente estruturante de 
todo