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Alciris Marinho Corrêa Rodrigues Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família Unidade 1 Livro didático digital Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor ALCIRIS MARINHO CORRÊA RODRIGUES Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Olá. Meu nome é Alciris Marinho Corrêa Rodrigues. Sou formada em Enfermagem, e Administração, sou especialista em Micropolítica da Gestão e Trabalho em Saúde, Gestão da Docência do Ensino Superior, MBA em Gestão Hospitalar, com uma experiência técnico- profissional e educacional na área de saúde pública, de mais de 28 anos. Nestes anos todos trabalhei em Saúde Pública e Regulação em Serviços de Saúde. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida e de docência àqueles que estão começando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Autor ALCIRIS MARINHO CORRÊA RODRIGUES INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro- jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Introdução.............................................................................10 Competências......................................................................11 Atenção primária a saúde: aspectos teóricos e suas implicações na organização dos sistemas de saúde.......................................................................................12 Aspectos teóricos e históricos da APS..................................12 Os princípios norteadores da APS............................18 O Sistema único de saúde orientado pela atenção primária......................................................................22 O papel da Atenção Primária na construção do SUS...................................................................................................26 Política Nacional de Atenção Básica-PNAB.............30 PNAB-Política Nacional da Atenção Básica/2017..........30 Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica.....................31 Atribuições dos profissionais da Atenção Básica..........36 Tipos de Equipes da Atenção Básica PNAB/2017........37 Suspensão dos recursos da Atenção Básica....................38 A Atenção Básica na Rede de Atenção à Saúde............39 Infraestrutura, ambiência e funcionamento da Atenção Básica...........................................................................................................40 Tipos de Unidades e Equipamentos de Saúde...41 Funcionamento de unidades e Satisfação do usuário na AB.............................................................................42 Trajetória da implantação/implementação da estratégia saúde da família (esf)..................................46 Implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF).....46 Implementação da Estratégia Saúde da Família (ESF).... ...........................................................................................................................49 Diretrizes operacionais da ESF ......................................57 Estratégia Saúde da Família diretrizes baseadas no contexto SUS...........................................................................................58 Bibliografia...........................................................................63 Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 9 UNIDADE 01 Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família10 Você sabia que a Atenção Primária a Saúde (APS) é reconhecida como a estratégia de organização da atenção à saúde direcionada para responder as demandas de saúde de forma regionalizada, contínua e sistematizada atendendo a maior parte das necessidades de saúde de uma população, por meio de integração de ações preventivas e curativas, bem como a atenção a indivíduos e comunidades. Em nosso País, a APS vem coligada aos princípios da Reforma Sanitária, determinando que o Sistema Único de Saúde (SUS) passe a adotar a denominação de Atenção Básica à Saúde (ABS) dando ênfase a reorientação do modelo assistencial, agregado a um sistema universal e integrado de atenção à saúde. O advento das leis Orgânicas da Saúde, a Lei 8.080/90, e Lei 8.142/90, instituíram respectivamente o firmamento do SUS, e o Controle Social. Esse enunciado procura sintetizar a Atenção Primária à Saúde em seus aspectos teóricos e suas implicações na organização dos sistemas de saúde, sua Política Nacional de Atenção Básica, trajetórias e diretrizes operacionais da ESF. Vamos lá? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nossa função é auxiliar você no desenvolvimento dos seguintes objetivos da aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender a abordagem entre a atenção primária e a saúde, entendendo todo o aspecto teórico- histórico do desenvolvimento da atenção como conceito para a saúde brasileira. 2. Entender a Política Nacional de Atenção Básica na nova configuração organizativa e funcional em diretrizes traçadas e suas implicações para a Atenção Primária a Saúde- (APS). 3. Identificar a trajetória da implantação/ implementação da Estratégia Saúde da Família (ESF). 4. Conhecer as diretrizes operacionais da ESF, como modelo prioritário de organização e ampliação da AB no Brasil. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! COMPETÊNCIAS Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família12 Atenção primária a saúde: aspectos teóricos e suas implicações na organização dos sistemas de saúde. Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a Atenção Primária poderá ser distinguida de outros tipos de modelo de atenção à saúde. Isto será fundamental para entender o campo de atuação da ESF relacionado a sua profissão. Reconhecendo que a capacidade e o desempenho do sistema de serviços de saúde são fundamentais quando falamos na porta de entrada em ABS. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Aspectos teóricos e históricos da APS A atual visão de APS surgiu de forma inicial no Reino Unido, no ano de 1920, com o Relatório Dawson que explanava sobre a organização do sistema de atenção à saúde em distintos níveis: serviços domiciliares, centros de saúde primários, centros de saúde secundários, serviços suplementares e os hospitais de ensino (PENN et al., 1920). Esse antigo apontamento delineou as funções do tipo de nível de atenção e as semelhanças que deveriam existir entre os níveis, este documento representouo ponto precursor da regionalização dos sistemas de atenção à saúde organizados com alicerces na saúde da população, sendo diretamente influente na organização desses sistemas em vários Países. Mas somente na Conferência de Alma-Ata, em setembro de 1978, foi tecida uma definição fundamentada em cuidados essenciais à saúde, aprimorados em tecnologias acessíveis, que conduzam os serviços de Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 13 saúde o mais perto possível dos ambientes de vida e trabalho das pessoas, estabelecendo desta maneira, o primeiro nível de contato com o sistema nacional de saúde e o primeiro componente de um processo de contínua de atenção em saúde (ALMA-ATA, 1978). A conferência em questão foi realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), trazendo uma mudança de paradigmas, e mobilizando um movimento de Atenção Primária em Saúde, esse teve como apoiadores profissionais, instituições, governo, e associações da sociedade civil, pequenas organizações e investigadores unidos em prol de melhorias para a saúde buscando respostas sobre gritantes desigualdades sociais em saúde em todo o mundo. A Declaração de Alma-Ata (1978) pontuou os aspectos de justiça social e o direito de melhor saúde para todas as populações dos Países, participação e solidariedade. Neste mesmo ano, já se pautava várias experiências de necessidade de mudança no modelo existente na saúde, mas com leitura um pouco diferente no Brasil, o movimento da Reforma Sanitária brasileira já recomendava um juízo de um sistema universal de saúde, de uma APS fortalecida, abrangente e integral, sendo o marco inicial na necessidade de mudança do Modelo Hegemônico Biomédico que existia (CAPRA,2012). NOTA: Em novembro de 1986, foi realizada a 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, em Ottawa, Canadá, ficou conhecida como a Carta de Ottawa, que tinha como pressuposto a Promoção da Saúde, como um processo que enfatiza o aumento da capacidade dos indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de melhorias. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família14 Com o advento da promulgação da Constituição Federal de 1988, trouxe para o Brasil, a necessidade de configuração de Leis Orgânicas de Saúde, a resposta foi a criação da Lei 8.080/90 e a Lei 8.142/90, que instituíram respectivamente o SUS, e o controle social. Segundo Oliveira (2007), na busca pelo fortalecimento dos princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde (MS) fundamentou-se nos ensaios de saúde de países como a Canadá, Espanha, Inglaterra e Cuba, com o propósito de implementar modificações na assistência ambulatorial a nível nacional. Os países acima citados estabeleceram seus sistemas de saúde priorizando à atenção de acesso universal, contínua e integral correlacionada à comunidade, criando sistemas direcionados para Atenção Primária à Saúde (APS). O Brasil então faz sua saída de um sistema centralizado, privatizado e focalizado na atenção médico-hospitalar, para adentrar ao Sistema Único de Saúde um modelo arquitetado de forma coletiva, com responsabilidade nas três esferas de governo, com doutrina: universal, descentralizada, participativa, com a inovação do controle social, aprimorado no conceito ampliado de saúde, que se ampara na qualidade de vida configurada na promoção, prevenção e atenção, atendendo todos os brasileiros sem distinção. Fundamentado nas Leis Orgânicas da Saúde, surge então incrementando o sistema em 1991, idealizado pelo Ministério da Saúde (MS), o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) visando cooperar para uma qualidade de vida melhor, buscando o processo de trabalho maciçamente direcionado a educação em saúde. O programa vem trabalhar esses aspectos de maneira objetiva e direta os problemas cruciais da saúde da comunidade, surge Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 15 a figura do agente comunitário de saúde (ACS), que procurar identificar por meio de visitas domiciliares a necessidade da comunidade onde está inserido. Em 1994, o Ministério da Saúde implanta o Programa Saúde da Família (PSF) este de maneira seletiva e direciona às populações de risco. Surgem novos atores no processo de educação e saúde as equipes formadas por médico ‘generalista’, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, unidos a agentes comunitários de saúde, que trabalham em áreas com a população adscrita e se responsabilizariam pela atenção à saúde de aproximadamente 4.500 pessoas. Nos anos iniciais, a implantação do PSF foi de forma lenta e gradual. Até o ano de 1999, o país cobria somente 15% da população, em geral em municípios menores. Porém com as mudanças progressivas, em 1998, houve a impulsão do incentivo financeiro per capita repassado inteiramente do Governo Federal aos municípios, crescendo a ampliação do programa. Os municípios detentores ações de assistência direta à saúde da população passa a fortalecer os serviços de atenção primária à saúde, destacando o aumento da oferta de atenção primária à saúde, reduzindo as barreiras de acesso, estruturando os serviços de atenção primária, ampliando a resolutividade dos serviços terapêuticos e diagnósticos, e promovendo a interlocução entre equipamentos da rede de serviços a fim de organizar o processo de trabalho, e articulando ações de vigilância e assistência. Para Sampaio (2008), muitos movimentos foram efetivados propendendo ao fortalecimento da APS no Brasil, merecendo ênfase a concepção do Departamento de Atenção Básica pelo Ministério da Saúde em 2000. O Programa Saúde da Família encontrava-se em rica expansão, e este fato foi Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família16 consolidado como estratégia prioritária visando reorganizar a Atenção Básica no Brasil, o governo institui a Portaria Nº 648, de 28 de março de 2006, onde ficava estabelecido que o PSF como estratégia prioritária do Ministério da Saúde para organizar a Atenção Básica priorizando os princípios doutrinários do SUS. Em decorrência de um processo de uma franca desospitalização e o entendimento da importância da humanização do Sistema Único de Saúde, o programa passa a ser visto de forma mais positiva, a Política Nacional de Atenção Básica e do Pacto pela Saúde e Pela Vida no ano de 2006, estão em plena autonomia e são implementados por documentos que buscam a reiteração de prioridade trazendo a consolidação e a qualificação da Estratégia Saúde da Família focada no modelo de APS e centro ordenador das redes de atenção à saúde (BRASIL, 2004; BRASIL, 2006. Figura1: Unidade Saúde da Família Fonte: https://www.paulista.pe.gov.br/site/noticias/detalhes/5309 Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 17 Consolidar a ESF – Estratégia saúde da família constituirá em construí-la, em vistas a evidências produzidas internacionalmente em sistemas de saúde e no Brasil, como a política imperativa da APS no SUS, implicará a criação de nova agenda para a APS que estará centralizada na resolutividade dos problemas que motivaram a desobstrução dos entraves do PSF e levaram à exaustão do ciclo da atenção básica à saúde. O SUS manifestada uma visão de APS como baixa complexidade ao organiza-la em três níveis de atenção: a atenção básica, de baixa complexidade; a atenção de média complexidade; e a atenção de alta complexidade. Essa separação fundamenta-se no grau de densidão das tecnologias empregadas, não tendo a ver com a complexidade da atenção à saúde nesses níveis. Para o CONASS (2007), a terminologia “Atenção Básica empregada pelo Ministério da Saúde Brasileiro para indicar a atenção primária, resulta da necessidade de caracterizar a proposta da saúde da família da proposição dos “cuidados primários de saúde”, mais voltados a vinculação da visão de atenção primitiva à saúde, desta forma adota-se a nomenclatura Atenção Básica na definição da APS no brasil, que traz comoestratégia básica a atuação a Saúde da Família. Em 2018, foi a vez da Conferência Global da OMS sobre Atenção Primária em Saúde, realizada no mês de outubro em Astana, no Cazaquistão, onde nova declaração foi ressaltada sobre o papel decisivo da atenção primária à saúde mundial. A declaração apontou o papel crucial da importância dos cuidados primários de saúde como garantidora do desfrute de alto padrão de saúde possível. A declaração atual renovou o compromisso político com a atenção primária à saúde perante os governos, organizações profissionais, acadêmicos, organizações não- Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família18 governamentais, e organizações globais de saúde e desenvolvimento. EXPLICANDO MELHOR: De forma contrária à disposição internacional ao uso de “Atenção Primária” (AP), a palavra “Atenção Básica” (AB) foi oficializada pelo Brasil, que passou a instituir assim suas secretarias e documentos oficiais. (BRASIL, 2006a). Acesse ainda: (https://bit.ly/3040zOR). E leia a nova Declaração de Astana. Os princípios norteadores da APS-Eixos estruturantes (Essenciais e Derivados) Diversas concepções teó m a Vigilância em saúde, dentre outros eixos com suas características distintas e diretrizes. Vamos lá! Aqui mostraremos a você os detalhes sobre as fundamentais norteadores da APS, que são: Orientação para a comunidade, Primeiro Contato, Acessibilidade, A longitudinalidade e Coordenação do cuidado. SAIBA MAIS: Orienta-se por eixos estruturantes que, na bibliografia internacional, auferem a denominação de atributos essenciais que são: atenção ao primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação; e atributos derivados que estão focalizados: na orientação familiar e comunitária e competência cultural (STARFIELD,2002). https://bit.ly/3040zOR Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 19 De acordo com a Portaria nº2.436 /2017, a Atenção Básica à Saúde– ABS. Em seu Art. 2º: A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. Art. 3º São alguns dos Princípios do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica: Universalidade; Equidade; e Integralidade. Tendo como os Atributos Norteadores Essenciais: SAIBA MAIS: O Primeiro contato, é um ´princípio da APS, expressão é usada para enfatizar a questão da acessibilidade e o uso dos serviços de saúde pelos usuários a cada nova situação problemática de saúde, ou o retorno de um mesmo problema o qual não foi sanado (STARFIELD,2002). Concluindo, o primeiro contato indica a porta de entrada dos serviços de saúde, portanto, quando a população e a equipe de saúde compreendem que aquele serviço é pautado como o primeiro recurso a ser procurado na ocorrência de uma necessidade ou problemática de saúde. É importante pontuar a questão do acesso em comparação com a acessibilidade em geral comumente são usados como sinônimos, porém a significação não é a mesma, quando falamos de acessibilidade esta volta-se para a questão da oferta Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família20 de serviços à população, enquanto que o acesso se pontua na maneira que as pessoas têm o acesso a estes serviços, a ideia fundamental é a garantia a entrada nos serviços de saúde. Para que haja o acesso e a acessibilidade frente a necessidade destes serviços serem ofertadas pela porta de Entrada oficial que é a Atenção Primária, mas para que haja o atendimento desses serviços é importante a adoção de ferramentas de planejamento de ações, organização de trabalho horizontal, e compartilhamento no processo decisório, além da abordagem disciplinar. A Longitunalidade outro princípio marcante implica na relação duradoura entre os profissionais de saúde e usuários, o vínculo interpessoal faz toda a diferença, o tratamento no conhecimento do outro é o atributo que tende a proporcionar a dimensão do tratamento com precisão, diminuindo desta forma as referências desnecessárias para especialistas, e a redução de processos desnecessários na alta complexidade. SAIBA MAIS: De acordo com Starfield (2002), “a essência da longitudinalidade é uma relação pessoal ao longo do tempo, independentemente do tipo de problemas de saúde ou até mesmo da presença de um problema de saúde, entre um paciente e uma equipe de saúde”. Essa relação entre profissional de saúde e usuário se delineia no vínculo, confiança, forte responsabilização com o outro, criando a otimização e resolução dos problemas em seu território adscrito. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 21 SAIBA MAIS: A integralidade possui quatro dimensões: primazia das ações de promoção, garantia da atenção nos três níveis de complexidade da assistência, articulação das ações promoção, prevenção e recuperação, e abordagem integral do indivíduo e das famílias, e torna-se um atributo relevante a ser levado em conta na avaliação da qualidade do cuidado, dos serviços e dos sistemas de saúde, em geral, naqueles direcionados para uma política de cuidados primários. (CONILL,2004). Desde 2003, o Ministério da saúde no Brasil, promove a Política Nacional de Humanização (PNH) que tem como proposta o acolhimento como potencial de ampliação das práticas de cuidado (GOMES,2005). Os princípios da Política Nacional de Humanização repousam no norteamento de clínicas, éticas e políticas, procurando não apenas abreviarem- se ao campo biológico, mas também pela busca do reconhecimento dos direitos dos usuários em poder compartilhar em todos os processos que falam a respeito da vida relacionada aos serviços de saúde (BRASIL, 2013c, 2016). O atributo da integralidade, é um dos eixos princípiológico na construção do Sistema único de saúde-SUS, a integralidade como princípio adere ao Modelo organizado, hierarquizado e descentralizado, com sistemas formais operantes entre setores com referência e contrarreferência, dependendo de uma rede articulada de serviços antenados em todos os níveis de assistência à saúde, de forma resolutiva, harmoniosa e rápida e resoluta. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família22 A coordenação do cuidado é a característica que se conceitua na articulação entre serviços e ações na área da saúde sincronizada e direcionada, a finalidade desta é oferecer ao usuário SUS um conjunto de serviços e informações que repliquem na integralidade dos serviços de saúde em diversos pontos estruturantes da rede de atenção à saúde, incluindo pontos que compreendam as unidades APS. Os atributos derivados tais como orientação familiar e comunitária e competência cultural constitui um paradigma inovador para o SUS, sendo de essencial valor para a reorganização dos serviços de saúde e da própria ESF. Esse direcionamento, de maneira obrigatória, vai envolver um sistema de Vigilância da saúde que concretize a priorização da vigilância do espaço/população/família/comunidade relacionada ao episódio da doença e não mais a forma classicista, focalizada no indivíduo. (OLIVEIRA,2009). DEFINIÇÃO: As Redes de Atenção à Saúde (RAS) organizam- se por meio de pontos de atenção à saúde, ou seja, locais onde são ofertados serviços de saúde que determinam a estruturação dos pontos de atenção secundária e terciária. Nas RAS o centro de comunicação é a Atenção Primária à Saúde (APS), sendo esta ordenadora do cuidado (UFMA/UNA-SUS, 2016). O Sistema único de saúde orientado pela atenção primária O fortalecimento da Atenção Primária no Brasil aconteceu com a ampliação de cobertura das equipes de Saúde da Família (eSF), esta é a configuração organizativa brasileirada atenção primária à saúde, se Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 23 dando de maneira uniforme em estados da Federação. O esforço tripartite ultrapassou as barreiras político- partidárias conseguindo prosseguir na implantação das normas constitucionais. Sendo a entrada preferencial dos usuários com no sistema único de saúde. NOTA: A Constituição Federal (CF) de 1988 fundamentou os elementos constitucionais para o surgimento do SUS, como política pública de responsabilidade do Estado, o sistema de proteção social regulado na Seguridade Social, garantindo às pessoas a universalização dos direitos básicos concernentes à saúde, à previdência e à assistência social (BRAVO, 2009). O modo estruturante dos sistemas municipais de saúde ajustados na Estratégia Saúde da Família desencadeou um extraordinário movimento de reordenação do modelo de atenção de saúde no SUS. A estratégia procura desempenhar os princípios da APS. Utilizando os serviços de saúde de forma racional no uso dos níveis assistenciais. Na ESF, o trabalho em equipe é visto como um dos pilares estruturantes na modelo atenção básica com intercâmbio constante e intenso de trabalhadores de saúde em suas diferentes categorias e com heterogeneidade de conhecimentos e habilidades que interatuam entre si para que o cuidado do usuário se fundamente na visão holísta do cuidado, e na intervenção técnico-científica, reforçando a abordagem comunitária da ESF. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família24 IMPORTANTE: Além do fortalecimento na atenção primária, o Ministério da Saúde em 2011, cria o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ), lançado pela Portaria 1.654, de 19 de julho de 2011. A finalidade deste programa era ampliar o acesso e a qualidade do cuidado na Atenção Básica. Organizado em quatro fases que se formataram num ciclo contínuo de melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica: que se dispõe a Adesão e Contratualização; Desenvolvimento; Avaliação Externa; e Recontratualização. A Portaria nº 340, de 4 de março de 2013, também vem requalificar a Unidades Básicas de Saúde (UBS), como alvo de permitir o repasse de incentivos financeiros para a construção de UBS municipais e distritais como forma de prover infraestrutura apropriada às Equipes de Atenção Básica para desempenho de suas ações. A UBS, faz parte da atenção básica de saúde. Nestas unidades é possível receber atendimentos básicos em especialidades como Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Os principais serviços ofertados são consultas médicas, procedimentos básicos de inalações, injeções, curativos, imunização, serviço de diagnostico laboratorial, odontologia, referências para especialidades e fornecimento de medicação básica. A UBS, faz parte da porta oficial de entrada dos usuários na atenção básica, com a nova PNAB/2017, no artigo 6º, evoca que todas as unidades serão denominadas UBS-Unidade Básica de Saúde. Ainda no Parágrafo único: “Todas as UBS são consideradas potenciais espaços de educação, Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 25 formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS”. Nas últimas décadas, as dinâmicas sociais produziram amplas transformações na sociedade brasileira, determinando uma complexidade social, econômica, demográfica e ambiental sem precedentes, que difundiu respeitável desafios para os gestores do SUS. (OPAS,2011) ”. Figura 2 – Estrutura Operacional da ABS na Rede Assistencial Fonte:www.saude.gov.br. (Acesso em 20/07/2019)]]. De acordo com Mendes (2011). A Atenção Básica em rede, tem como objetivo é evitar a “escalada” do sofrimento do paciente na hierarquia assistencial, o fluxo da organização em rede, é muito mais ágil em termos de assistência, de modo que o sofrimento dos pacientes seja aliviado já nos primeiros atendimentos e nos níveis primários da rede. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família26 O papel da Atenção Primária na construção do SUS INTRODUÇÃO: Convidamos você a revisar aspectos teóricos e históricos da APS, a trajetória histórica que precede a emergência do SUS, e na urgência de criação das Leis orgânicas, com o auge da carta Magna de 1988, apesar de todo o contexto histórico e político, se tornou decisivo para a possibilidade do exercício político na batalha pela cidadania em nosso país. Vamos lá! A construção do Sistema Único de Saúde avançou nos últimos anos com a abrangência da criação de novas ESFs em território nacional, em detrimento a expansão da APS. (CONASS, 2011). Por conseguinte, outro ponto importantíssimo deste crescimento pauta- se na implementação e aperfeiçoamento da APS, isso vai aprimorar o fortalecimento da promoção à saúde. A reorientação do modelo assistencial fundamentado em foco nos usuários do SUS, trabalho em equipe, território definido, integralidade, corresponsabilidade, intersetorialidade, envolvimento dos autores no processo e a participação popular, foram imperativos na construção deste processo. Segundo Mendes (2009), os sistemas de atenção à saúde constituem respostas sociais, frente as demandas e preferências sociais, e devem ser articuladas conforme as necessidades de saúde apresentadas pela população, que são expressadas em situações epidemiológicas e demográficas. A construção social da APS é uma proposta prática que visa a formas de reorganizar o trabalho Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 27 das equipes de atenção primária e das unidades de saúde, com educação permanente, utilizando o MACC Modelo de Atenção às Condições Crônicas, o Procedimento Operacional Padrão (POP), a Regulação Assistencial aos eventos agudos e na atenção as condições crônicas não agudizadas. (CONASS,2018). Figura 3: Construção Social-APS Fonte: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/apresentacoes/ eugenio_vilaca.pdf .(Acesso em 20/07/2019). Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família28 IMPORTANTE: Desde 2017, uma inovadora plataforma difundida pelo Ministério da Saúde amparará os gestores no planejamento de ações em saúde. Estamos falando do DigiSUS Gestor, que até 2020 ficará inteiramente disponível e favorecendo não somente os gestores, mas toda a população brasileira. A plataforma concentrará distintas fontes de dados de relevância para o planejamento das ações no setor, os gestores poderão fazer o monitoramento dos indicadores e metas pactuadas para a saúde, e com isso tomarão as decisões estratégicas para cada situação apresentada. SAIBA MAIS: Quer saber mais sobre esse Tema, assista ao Programa Em Pauta na Saúde, do Canal Saúde. goo.gl/Xv4YGg. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 29 RESUMINDO: E então? Entendeu? Agora, só para termos certeza de que você verdadeiramente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a história nos mostrou que a ideia de atenção primária foi empregada como forma de organização dos sistemas de saúde pela primeira vez no chamado Relatório Dawnson, em 1920, por requerimento do governo Britânico, o qual serviu para discussão para mudanças no sistema de proteção social depois da Primeira Guerra Mundial. A finalidade deste Relatório era organizar a provisão de serviços de saúde para toda a população de determinada região. Verificamos também que os princípios norteadores da APS são: primeiro contato, acessibilidade, Longitunalidade, integralidade e coordenação do cuidado. Outro eixo importante é a construção social do SUS e da APS, este processo de construção social da APS está baseou-se numa estrutura de demanda das necessidades de saúde da população adstrita às equipes de APS, ajustando as ofertas, feitas na regulação dos sistemas, e a efetividade da RAS-rede de atenção à Saúde. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família30 Política Nacional de AtençãoBásica- PNAB Ao término deste capítulo, você será capaz de apontar as mudanças introduzidas pela Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica, constituindo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). PNAB-Política Nacional da Atenção Básica/2017 A recente PNAB atende processos que acrescentem a competência clínica das equipes, que fortaleçam práticas de microrregulação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), estas compreendem a gestão de filas, exames e consultas descentralizadas para as UBS, permitindo a comunicação intersetorial com as centrais de regulação e os serviços especializados, ajustadas por pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial e apoio a distância. No Art.1º da Portaria nº2.436/2017, introduz em seu parágrafo único: “A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção Primária à Saúde - APS, nas atuais concepções, como termos equivalentes, de forma a associar a ambas os princípios e as diretrizes definidas neste documento”. E no Art. 2º, e seus incisos, define: “A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 31 equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária”. Os incisos§1º ao 4º, fala sobre uma Atenção Básica como porta de entrada principal e centro comunicadora da RAS, que tem a finalidade de coordenar o cuidado e ordenar as ações e serviços ofertados na rede de forma gratuita, de acordo com as necessidades e demandas do território, ponderando os determinantes e condicionantes de saúde. Aduz a proibição de qualquer exclusão fundamentada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, funcional e dentre outras, afirmando adotar estratégias contra esse tipo de estigmatização. Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica Os princípios que serão operacionalizados na AB, pela atual PNAB/2017 são: a) Universalidade; b) Equidade; e c) Integralidade. As diretrizes adotadas na Política nacional de Atenção Básica são: Diretrizes: a) Regionalização e Hierarquização; b) Territorialização; c) População Adscrita; d) Cuidado centrado na pessoa; e) Resolutividade; Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família32 f) Longitudinalidade do cuidado; g) Coordenação do cuidado; h) Ordenação da rede; e i) Participação da comunidade. A PNAB tem sua estratégia prioritária na Saúde da Família, refletida na expansão e consolidação da Atenção Básica. Têm-se ainda a relevância no reconhecimento de outros tipos de estratégias da AB, mas os princípio e diretrizes devem ser observados, necessitando de seu convertimento em ESF. Outro eixo de estruturação que a portaria dá como condição eficaz é a integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica, para o atingimento de resultados das necessidades populacionais, observadas na perspectiva da intra e intersetorialidade. Desta forma, tendo como finalidade processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde da população. A PNAB/2017, informa que todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica, na esfera SUS, serão chamados Unidade Básica de Saúde - UBS. As UBS serão estabelecidas como potenciais espaços de educação, desenvolvimento de recursos humanos, pesquisa, educação em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 33 EXPLICANDO MELHOR: A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é decorrência da bagagem de conhecimento constituído por um conjunto de atores com comprometimento no incremento e a materialização do Sistema Único de Saúde (SUS), durante toda a história do sistema, portaria da ABS, é dinâmica e contemporânea, segue as transformações ao longo do processo democrático e mudanças na atenção à saúde, instituídas pelos movimentos sociais, população, trabalhadores e gestores das três esferas governamentais. A Portaria de 2017, em conformidade com as normas do SUS, agora num arranjo definido com a organização em Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para uma assistência integral e voltado às necessidades de saúde da população. Responsabilidades dos Entes Federados na PNAB/2017 IMPORTANTE: As responsabilidades comuns entre todas as esferas do governo, pela atualizada PNAB, em consonância com Portaria nº2.436/2017, o Art.7º estão em: I - Contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas da portaria de 2017; II - Apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família - ESF como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica; Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família34 III - Garantir a infraestrutura adequada e com boas condições para o funcionamento das UBS, garantindo espaço, mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de pessoas com deficiência, de acordo com as normas vigentes; IV - Contribuir com o financiamento tripartite para fortalecimento da Atenção Básica; V - Assegurar ao usuário o acesso universal, equânime e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores; VI - Estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e metas para a organização da Atenção Básica; VII -desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação da força de trabalho para gestão e atenção à saúde, estimular e viabilizar a formação, educação permanente e continuada dos profissionais, garantir direitos trabalhistas e previdenciários, qualificar os vínculos de trabalho e implantar carreiras que associem desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às pessoas; VIII - garantir provimento e estratégias de fixação de profissionais de saúde para a Atenção Básica com vistas a promover ofertas de cuidado e o vínculo; IX - Desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas de Informação da Atenção Básica vigentes, garantindo mecanismos que assegurem o uso qualificado dessas ferramentas nas UBS, de acordo com suas responsabilidades; Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 35 X - Garantir, de forma tripartite, dispositivos para transporte em saúde, compreendendo as equipes, pessoas para realização de procedimentos eletivos, exames, dentre outros, buscando assegurar a resolutividade e a integralidade do cuidado na RAS, conforme necessidade do território e planejamento de saúde; XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da Atenção Básica nos territórios; XII - estabelecer mecanismos de autoavaliação, controle, regulação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo de planejamento e programação; XIII - divulgar as informações e os resultados alcançados pelas equipes que atuam na Atenção Básica, estimulando a utilização dos dados para o planejamento das ações; XIV - promover o intercâmbio de experiências entre gestores e entre trabalhadores, por meio de cooperação horizontal, e estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica; XV - Estimular a participação popular e o controle social;XVI - Garantir espaços físicos e ambientes adequados para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde, para a formação em serviço e para a educação permanente e continuada nas Unidades Básicas de Saúde; Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família36 XVII - Desenvolver as ações de assistência farmacêutica e do uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e acesso a medicamentos e insumos em conformidade com a RENAME, os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a relação específica complementar estadual, municipal, da união, ou do distrito federal de medicamentos nos pontos de atenção, visando a integralidade do cuidado; XVIII - Adotar estratégias para garantir um amplo escopo de ações e serviços a serem ofertados na Atenção Básica, compatíveis com as necessidades de saúde de cada localidade; XIX - Estabelecer mecanismos regulares de auto avaliação para as equipes que atuam na Atenção Básica, a fim de fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e planejamento em saúde; e XX -Articulação com o subsistema Indígena nas ações de Educação Permanente e gestão da rede assistencial. Estas são as responsabilidades que deverão ser cumpridas, por compartilhamento dos entes federados. Atribuições dos profissionais da Atenção Básica A PNAB de 2017, vem trazendo as atribuições dos profissionais que compõe a ESF: a) Gerente de Atenção Básica: a nova PNAB indica a inclusão de um gerente para colaborar na qualificação e aprimoramento do processo de trabalho Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 37 nas UBS, mas, cabe ao gestor, avaliar a necessidade deste profissional na UBS. b) Agente Comunitário de Saúde (ACS): de maneira excepcional, com capacidade técnica e com formação específica, o ACS poderá realizar a aferição da pressão arterial, temperatura axilar, assim como a medição da glicemia capilar e realizar técnicas limpas de curativos. c) Integração das atividades dos ACS e ACE: o ACS e o ACE devem compor uma Equipe de Atenção Básica ou uma Equipe de Saúde da Família, esta é a inovação desta política, mas precisam estar ordenados por profissionais de saúde de nível superior, com a atenção a gestão compartilhada entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Tipos de Equipes da Atenção Básica PNAB/2017 De acordo com a Portaria atualizada, foram destacados os tipos de equipe de composição na PNAB: a) Equipe de Saúde da Família (eSF): Esta composta dos profissionais médico, enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde e/ou agente de endemias. Os locais onde há população vulnerável será obrigatório 100% de cobertura. Nas áreas de risco e vulnerabilidade social o teto máximo de 750 pessoas por agente. A quantidade de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) fica a critério da gestão municipal, não se obriga mais o quantitativo de quatro (4) ACS/eSF. b) Equipe da Atenção Básica (eAB): Composta de médico, enfermeiro, auxiliares e/ou técnicos de enfermagem. Podem fazer parte ou não da equipe: Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família38 dentistas, auxiliar ou técnico de saúde bucal, ACS e Agentes de Combate a Endemias (ACE). A carga horária menor por categoria deve ser de 10 horas, atingindo no máximo três profissionais por categoria. A carga horária distribuída é de responsabilidade do gestor. c) Equipe de Saúde Bucal (eSB): Poderá haver na UBS, as equipes de saúde bucal, que operam na atenção básica, instituída por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB) devem estar ligados a uma UBS ou a Unidade Odontológica Móvel, podendo se formar em duas modalidades. ACESSE: Confira na revista do CONASS- O que muda com a reformulação da Política Nacional de Atenção Básica? Confira. Acesse: https://www.conass.org.br/biblioteca/pdf/ revistaconsensus_24.pdf. Suspensão dos recursos da Atenção Básica Poderá haver suspensão de recursos financeiros da Atenção Básica (PNBA,2017), pelo Ministério da Saúde quando não existir alimentação regular dos sistemas pelos Municípios aos bancos de dados informatizados. Nos seguintes casos: Falta de envio de produção mensal ao Sistema de Informação por três meses consecutivos; Descumprimento de carga horária mínima; Falta de qualquer um dos profissionais que fazem parte das equipes por um período superior a sessenta dias; Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 39 ACESSE: O Conselho Nacional de Saúde (CNS), a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e o COFEN – Conselho Federal de Enfermagem, pesquisadores expuseram, ao longo do processo de reformulação, os riscos dos novos termos da PNAB. Acesse: http://analisepolit icaemsaude.org/oaps/ noticias/?id=fee14e80c2c5a86c4a2549377fd3def0 Inconsistência no CNES –Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde por erro de duplicidade profissional, falha de registro e ausência de categoria profissional necessária a equipe. A Atenção Básica na Rede de Atenção à Saúde A gestão municipal deve coordenar e articular o cuidado, além de criar condições para que a referência aos serviços especializados ambulatoriais, sejam concretizados de forma real na Atenção Básica, de acordo com a PNAB/2017 fica a responsabilidade, com a AB de: a) ordenar o fluxo dos usuários nos demais pontos de atenção da RAS; b) gerir a referência e contrarreferência em outros pontos de atenção; e c) estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pessoas do território. http://analisepoliticaemsaude.org/oaps/noticias/?id=fee14e80c2c5a86c4a2549377fd3def0 http://analisepoliticaemsaude.org/oaps/noticias/?id=fee14e80c2c5a86c4a2549377fd3def0 Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família40 Infraestrutura, ambiência e funcionamento da Atenção Básica A infraestrutura e a ambiência da UBS, pela nova PNAB, deve estar adequada ao quantitativo da população adscrita, fundamentada em especificidades de cada categoria, cabendo acompanhar os processos de trabalho das equipes e à atenção à saúde dos usuários. Para tanto os parâmetros de composição devem estar em consonância com a densidade demográfica, o arranjo, ao desempenho e os tipos de equipes, perfil da população deve ser sempre considerado, e as ações e serviços de saúde a serem realizados. Outro fato considerável é que sejam antevistos espaços físicos e ambientação adequada para a formação acadêmica, e para a formação em serviço de profissionais de saúde de nível superior, e médio voltada para a educação permanente na UBS. O cadastramento no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), é obrigatório de acordo com os regulamentos. A Unidade Básica de Saúde deve estar dentro das normas sanitárias. As UBS poderão ter pontos de apoio para o atendimento de populações dispersas (rurais, ribeirinhas, assentamentos, áreas pantaneiras, etc.), com reconhecimento no SCNES, bem como nos instrumentos de monitoramento e avaliação. A estrutura física dos pontos de apoio deve respeitar as normas gerais de segurança sanitária. A ambiência da UBS refere-se ao conjunto arquitetônico, percebido como o lugar social, profissional e de relações interpessoais, que deve ser acolhedor e humanizado, e saudável para usuário e profissional de saúde. Para isso existem componentes que atuam como modificadores e qualificadores do espaço, Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 41 recomenda-se contemplar: recepção acolhedora sem grades, pois podem intimidar e dificultar o processo de comunicação, identificação dos serviços ofertados, escala dos profissionais, horários de funcionamento do local, e fluxos sinalizados, conforto térmico e acústico, e espaços que respeitem as pessoas com deficiência, de acordo com a legislação vigente. Além da segurança de infraestrutura e ambiência apropriadas,para a cumprimento da prática profissional, deve dispor de equipamentos necessários para a prestação de serviços de assistência à saúde, recursos humanos certificados, e materiais e insumos regulares as necessidades apresentadas. Tipos de unidades e equipamentos de Saúde A Portaria 2.436/2017, vem apresentando os tipos de Unidades e equipamentos de Saúde, no âmbito da atenção básica: a) Unidade Básica de Saúde Esta Unidade Básica deverá ter os seguintes ambientes: consultório médico e de enfermagem, consultório que haja banheiro, espaço destinado a realização de procedimentos (sala de procedimentos), sala de imunizações, espaço para assistência farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de coleta/ exames, sala de curativos, ambiente com expurgo, sala de esterilização, observação, coletivas para os profissionais de saúde da Atenção Básica. Caso esta tenha a equipe de saúde bucal, será imprescindível consultório odontológico com equipo odontológico completo. Além destas deverá conter a parte para realização administrativa da unidade, tais como: área de recepção, espaço para registros e arquivamento de prontuários, espaço multiprofissional de acolhimento Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família42 à demanda espontânea, administração e gerência, banheiro para uso público e para funcionários, entre outros ambientes caso haja a necessidade. b) Unidade Básica de Saúde Fluvial Recomenda-se os espaços: Consultório médico, e de enfermagem, local para assistência farmacêutica, laboratório, sala de vacina; sala para a realização procedimentos, caso haja a equipe de saúde bucal, será indispensável consultório odontológico com equipo odontológico completo. A área de recepção, banheiros público e de exclusivo para os funcionários; sala de expurgo, cabines com leitos em número aceitável para toda a equipe, além da cozinha e outros ambientes em conformidade com a necessidade. c) Unidade Odontológica Móvel Aconselha-lhe que haja: um veículo adaptado para tal objetivo, que é atendimento em saúde bucal, e deverá estar equipado com: compressor para uso odontológico com sistema de filtragem, raios-x para radiografias periapicais e interproximais, aventais de chumbo; conjunto peças de mão com micromotor, contendo peça reta e contra ângulo, que tenha alta rotação, gabinete odontológico, cadeira odontológica, equipo odontológico e refletor odontológico, unidade acessória odontológica, mocho odontológico, autoclave, amalgamador; fotopolimerizador, e refrigerador. Funcionamento de unidades e satisfação do usuário na AB Segundo a Portaria 2.436/2017, recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde funcionem com Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 43 carga horária mínima de 40 horas por semana, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, permitindo acesso à população: Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados por meio de instâncias de participação social, mas para isso devem atender expressamente a necessidade da população, mas sempre que possível, deve ser a atenção a carga horária mínima descrita na Portaria 2.436/2017. A UBS deve monitorar a satisfação dos usuários, proporcionando o registro de elogios, críticas ou reclamações, isto poderá ser descrito por meio de livros, caixas de sugestões, e se possível em canais eletrônicos. Devem ainda garantir o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, até aquelas que não fazem parte da abrangência da unidade, com classificação de risco e encaminhamento responsável de acordo com as necessidades apresentadas, articulando-se de forma resolutiva com outros serviços, em conformidade com as linhas de cuidado estabelecidas. Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da UBS: Identificação e horário de atendimento; Mapa de abrangência, observando neste a cobertura de cada equipe; Identificação do Gerente da Atenção Básica, dentro do território, e dos profissionais de cada equipe da UBS; Identificação de serviços disponíveis na UBS; e Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe. A PNAB analisa processos que acrescentem a capacidade clínica das equipes, que fortaleçam Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família44 práticas de microrregulação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), relacionadas a gestão de filas, exames e consultas descentralizadas, comunicação intersetorial diretamente com as centrais de regulação, e com serviços especializados, pactuação de protocolos e fluxos, com apoio matricial e apoio a distância. Figura 4 – Estrutura Operacional da ABS na Rede Assistencial de Saúde Fonte: https://www.cnm.org.br/cms/biblioteca/A%20nova%20Politica%20 Nacional%20de%20Aten%C3%A7%C3%A3o%20B%C3%A1sica%20-%20PNAB%20 -%20Portaria%202.436_2017.pdf](Acesso: 04/07/2017)]]. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 45 VOCÊ SABIA?: Com nova política da Atenção Básica amplia acompanhamento domiciliar a mais de 5 milhões de hipertensos e diabéticos. Uma das medidas é a valorização da atuação dos agentes comunitários de saúde, que passam a ter mais atribuições, como medir pressão, glicemia e fazer curativos. A expectativa é ampliar de imediato o acompanhamento domiciliar de 4,5 milhões de pacientes hipertensos e 1,12 milhão de pacientes diabéticos. Vai aumentar o número de equipes de saúde aptas a receber recursos federais, dando maior apoio aos estados e municípios no atendimento nas unidades básicas, principal porta de entrada do SUS. Acesse:http://www. saude.gov.br/noticias/agencia-saude/29706- nova-politica-da-atencao-basica-amplia- acompanhamento-domiciliar-a-mais-de-5- milhoes-de-hipertensos-e-diabeticos. A Política de Reformulação da Atenção Básica de 2017, veio com a proposta de integração das ações da vigilância em saúde (VS) com a atenção básica (AB), é um grande passo do Ministério da Saúde, esta política está sendo considerada como um enorme desafio do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, considerada em todas as esferas de gestão. Apesar de diversas normas criadas, e também estratégias ordenadas no intuito de estimular essa conexão, assim como esforços institucionais na tentativa de viabilizar, organizar estruturas técnico administrativas locais, e repasse de recursos financeiros, para a integração dessas duas áreas de conhecimento está em fase de integração. A PNAB, fala da importância de 40 hs semanais de trabalho da equipe, mas enfoca Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família46 horários alternativos devidamente acordados com as instâncias de participação social, atendendo as devidas necessidades da população. Tipifica as UBS, e os equipamentos a serem usados, fala da ambiência como forma de acolhimento e humanização nos serviços de saúde. Analisa processos de trabalho com ênfase na capacidade clínica das equipes, visando o fortalecimento de práticas conectadas a gestão de filas, exames e consultas descentralizadas, comunicação intersetorial diretamente com as centrais de regulação, e com serviços especializados, pactuação de protocolos e fluxos, com apoio matricial e apoio a distância. Trajetória da implantação/ implementação da Estratégia Saúde da Família (ESF) Ao término deste capítulo você entenderá como se deu a trajetória de implantação e implementação da ESF, fundamentando o modelo de atenção à saúde adotado no Brasil. Isto será fundamental para entender porque a ESF, é fundamental ao falarmos de ABS. Então vamos! Mergulhar no mundo do conhecimento desta competência? Implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF) A atuação tradicional do setor saúde sempre incutiu que a forma de ver compreensão do indivíduo de forma isolada de seu contexto familiar e dos valores socioculturais, fragmentando a assistência, e descontextualizando-o de suas realidades familiar e comunitária. (BRASIL,2000). Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 47 Em 1994, foi crucial para a Criação do ProgramaSaúde da Família (PSF). Em se primeiro documento oficial foi o denominado de “Programa Saúde da Família: dentro de casa”. Criação de procedimentos vinculados ao PSF e ao PACS na Tabela do SIA/SUS. O PACS, 1991, já havia pelo Ministério da Saúde (MS), tendendo contribuir para a qualidade de vida, com a presença de profissionais ACS, o governo federal, capacitou os agentes para investir de forma maciça em educação em saúde. Já havia sido criado, porém faltava um programa de caráter organizativo e substitutivo para a consolidação na Atenção Básica. NOTA: É ponto importante a ressaltar é o a implantação do SIAB, iniciando em 1993, nessa época sua primeira denominação foi Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (SIPACS), para monitoramentos das ações do PACS. Ulteriormente, com a agregação de outros profissionais na equipe do programa Saúde da Família – o médico e o auxiliar de enfermagem (atualmente Estratégia Saúde da Família - ESF), houve o repaginamento do sistema, para adicionar a Equipe de Saúde da Família, passou a ser chamar SIAB que agregava dados e informações pertinentes ao território, problemas e responsabilidade sanitária diferenciando dos outros sistemas (DATASUS, 2010). Atualmente com a ESF, conta com o sistema da Estratégia e-SUS AB, estes estão sendo utilizados desde 2013 e são atualizados constantemente. Com isto, os municípios que e contam como o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família48 ou Coleta de Dados Simplificada (CDS) a versão mais recente disponibilizada do sistema, garantindo a qualidade na transmissão dos dados coletados. Nesse contexto, não por acaso, o primeiro aplicativo desenvolvido para AB priorizou os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), dada a capilaridade das ações no território. (BRASIL,2017). Com a inserção dos ACE, pela PNAB,2017, estes além de usar os formulários e sistemas da vigilância, vão poder realizar registros de informações nas Fichas de Cadastro Domiciliar e Territorial, e na Ficha de Visita Domiciliar do eSUS- AB. A microárea comum para registrar a produção nessas fichas é a microárea onde está a residência da família visitada, deliberada pela territorialização efetivada juntamente com a equipe de atenção básica. Continuando a trajetória da implantação em 1996, foi designada a Norma Operacional Básica - NOB 01/96 – como modelo de financiamento para AB, para a sustentação desse nível de atenção. Dispostos em Pisos: PAB Fixo (Piso de Atenção Básica fixo per capita) e PAB variável. Em 1997, para dar apoio matricial houve a implantação dos Pólos de Capacitação, Formação e Educação Permanente de Recursos Humanos para solidificar a capacitação do Saúde da Família. O documento oficial enfatizava “PSF: como uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial”, apontado pelos profissionais de saúde e gestores do SUS e organizações de ensino. Os dois programas passam a terem sua inclusão na agenda de prioridades da política de saúde. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 49 A NOAS/SUS 01/02, instituída pelo MS determina duas condições de participação do município na gestão do SUS: A Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada, pela qual o município se certifica a receber um montante deliberado em base per capita para o financiamento das ações de atenção básica, e a Gestão Plena do Sistema Municipal, pela qual o município recebe o integral de recursos federais que foram programados para custear a assistência em saúde, prestada em seu território de abrangência. EXPLICANDO MELHOR: A Implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF) tem como proposta a reorganização da Atenção Básica no país, em consonância com os preceitos do Sistema Único de Saúde, esta é reconhecida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica. Implementação da Estratégia Saúde da Família (ESF) Ao se falar em implementação, na prática esta fase, não se constitui no simples cumprimento de ações previamente delineadas, configura-se num processo de renegociações de acordo com as eventualidades. Implementar é pôr em prática as ações da estratégia saúde da Família. A implementação das atividades, está fundamentada na priorização de solução dos problemas de saúde mais frequentes, avaliando a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontânea. Tais atividades planejadas Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família50 e programadas em cada unidade local compõem o escopo do Plano e da Programação Anual de Saúde do Município. Os resultados obtidos nas unidades locais agregam o Relatório de Gestão Municipal (BRASIL, 2009). Dessa forma, é fundamental que o processo de trabalho esteja engajado em atividades programadas, descritas na Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, este é o grande desafio das Equipes, a excelência de sua implementação: I - Definição do Território e Territorialização - A gestão deve definir o território de responsabilidade de cada equipe. A equipe deve conhecer o território de atuação para programar suas ações de acordo com o perfil e as necessidades da comunidade, considerando diferentes elementos para a cartografia: ambientais, históricos, demográficos, geográficos, econômicos, sanitários, sociais, culturais, entre outros. Nesse processo, a Vigilância em Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológica e do trabalhador) e a Promoção da Saúde se mostram como referenciais efetivos para a assimilação da rede de causalidades e dos elementos que exercem deliberação sobre o processo saúde- doença, amparado na percepção dos problemas de saúde da população onde a equipe planeja as estratégias de intervenção. A Articulação da AB com a Vigilância em Saúde, de modo a ser aconselhado a adoção de um território único para duas as equipes, em que o Agente de Combate às Endemias trabalhe em conjunto com o Agente Comunitário de Saúde e os demais membros da equipe multiprofissional de AB na identificação das necessidades de saúde da população e no planejamento das intervenções clínicas e sanitárias. Nessa lógica, possibilitando a Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 51 formatação do território, pactuação e negociação com a gestão e a equipes, para que o usuário seja atendido fora de sua abrangência territorial, estando em diálogo e informação sobre o usuário com a equipe referenciada. II - Responsabilização Sanitária – Neste papel, as equipes devem assumir o seu território de referência (adstrição), analisando as questões sanitárias, ambientais, tais como desastres, controle da água, solo, ar; epidemiológicas consideradas como: surtos, epidemias, notificações, controle de agravos, culturais e socioeconômicas, cooperando nas necessidades de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde dos usuários com residência fixa, os itinerantes que estão descritos como aqueles de população em situação de rua, ciganos, circenses, andarilhos, acampados, assentados, entre outros , e até mesmo trabalhadores da área adstrita. III - Porta de Entrada Preferencial - a Atenção Básica é analisada como porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS), quando não há resolutividade dos problemas. Destaca-se aqui que o primeiro atendimento às urgências/emergências, acolhimento, organização do escopo de ações e do processo de trabalho de acordo com demandas e necessidades da população, respeitando protocolos e diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos de encaminhamento para os outros pontos de atenção da RAS. Mesmo que o usuário acesse a rede por outro nível de atenção, ele deve ser referenciado à Atenção Básica para assegurar o acompanhado, e a continuidade do cuidado. IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre a equipe e a população do seu território de AtençãoPrimária e a Estratégia Saúde da Família52 atuação, facilitando a adesão do usuário ao cuidado compartilhado com a equipe. V - Acesso - A unidade de saúde deve ser acolhida de forma integral, em seu território, de forma universal e sem diferenciações excludentes. O Acesso está incluído na capacidade do serviço em responder às necessidades de saúde da população seja esta residente ou itinerante. Isso alude em dizer que as necessidades da população, tem como foco básico a acepção do escopo de ações e serviços ofertados, e também a forma como esses serão organizados para que haja o funcionamento da UBS de maneira favorável ao usuário, permitindo diferenciações de horário de atendimento que poderá ser estendido, sábado, entre outros horários, formas de agendamento, a fim de assegurar o acesso. Recomenda-se evitar barreiras de acesso, tais como o fechamento da unidade em horário de almoço ou em períodos de férias, entre outros, impedindo ou restringindo a acesso da população. VI - O acolhimento a equipe deve assegurar que este esteja presente todas as relações de cuidado, nos encontros entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, suas necessidades, problematizando e reconhecendo como legítimas, avaliando o risco e vulnerabilidade das famílias do território, avaliando o grau de vulnerabilidade e risco, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe, com especial atenção para as condições crônicas. VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional – Deve atender a diversidade e complexidade das situações que acontece na Atenção Básica, promovendo atendimento integral com diferentes formações profissionais trabalhando com ações compartilhadas, com processo interdisciplinar centrado no usuário, congregando práticas de vigilância, promoção e assistência à saúde, Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 53 bem como matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. Possibilitando sempre que possível integração com profissionais de outros níveis de atenção. VIII - Resolutividade - Capacidade de identificar e intervir nos riscos, necessidades e demandas de saúde da população, atingindo a solução de problemas de saúde dos usuários. A equipe deve ser resolutiva desde o contato inicial, até demais ações e serviços da AB de que o usuário necessite. Garantindo o amplo escopo de ofertas e abordagens de cuidado, de modo a concentrar recursos, maximizar as ofertas e melhorar o cuidado, encaminhando de forma qualificada o usuário que necessite de atendimento especializado. Utilizando ferramentas da clínica ampliada, gestão da clínica e promoção da saúde, para ampliação da resolutividade e abrangência da AB. DEFINIÇÃO: Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um conjunto de tecnologias de microgestão do cuidado destinado a promover uma atenção à saúde de qualidade, como protocolos e diretrizes clínicas, planos de ação, linhas de cuidado, projetos terapêuticos singulares, genograma, ecomapa, gestão de listas de espera, auditoria clínica, indicadores de cuidado, entre outras. Para a utilização dessas ferramentas, deve-se considerar a clínica centrada nas pessoas; efetiva, estruturada com base em evidências científicas; segura, que não cause danos às pessoas e aos profissionais de saúde; eficiente, oportuna, prestada no tempo certo; equitativa, de forma a reduzir as desigualdades e que a oferta do atendimento se dê de forma humanizada. (PNAB,2017). Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família54 VIII - Promover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita, fundamentada em necessidades sociais e de saúde, por meio do estabelecimento de ações de continuidade informacional, interpessoal e longitudinal com a população. Buscando a atenção integral e de qualidade, resolutiva e que contribua para o fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado à saúde. O alcance da integralidade do cuidado, deve envolver a equipe de forma que tenham a concepção sobre a ampliação da clínica, o conhecimento sobre a realidade local, o trabalho em equipe multiprofissional e transdisciplinar, e a ação intersetorial. IX - Realização de ações de atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma Unidade Básica de Saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de saúde, para famílias e/ou pessoas para busca ativa, ações de vigilância em saúde e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos casos de maior complexidade. X - Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui- se aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhada de todos os profissionais, e recomenda- se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, gênero e patologias dificultando o acesso dos usuários. Recomenda-se a utilização de instrumentos Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 55 de planejamento estratégico situacional em saúde, que seja ascendente e envolva a participação popular (gestores, trabalhadores e usuários). XI - Implementação da Promoção da Saúde como um princípio para o cuidado em saúde, alcançando a sua seriedade para o olhar sobre o território e o perfil das pessoas, considerando a determinação social dos processos saúde-doença para o planejamento das intervenções da equipe, contribui também para a qualificação e diversificação das ofertas de cuidado. XII - Desenvolvimento de ações de prevenção de doenças e agravos em todos os níveis de acepção deste termo (primária, secundária, terciária e quaternária), que priorizem perfis epidemiológicos e os fatores de risco clínicos, comportamentais, alimentares e/ou ambientais, bem como aqueles verificados pela produção e circulação de bens, prestação de serviços de interesse da saúde, ambientes e processos de trabalho. O alvo dessas ações é prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças, agravos e complicações preveníeis, impedindo intervenções desnecessárias e estimulando o uso racional de medicamentos. XIII - Desenvolvimento de ações educativas por parte das equipes que atuam na AB, esses sistematizados de maneira a interferir no processo de saúde-doença da população, no incremento de autonomia, individual e coletiva, e na procura por qualidade de vida e promoção do autocuidado pelos usuários. XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em interlocução com escolas, equipamentos do SUAS, associações de moradores, equipamentos de segurança, entre outros, que tenham importância na comunidade, integrando projetos e redes de apoio Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família56 social, direcionados para o desenvolvimento de uma atenção integral; XV - Implementação de diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão, tais como, a participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, autocuidado apoiado, o compromisso com a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais e organização do serviço em função delas, entre outras; XVI - Participação do planejamento local de saúde, e também o monitoramento e a avaliação das ações na sua equipe, unidade e município; visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento frente às necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas. RESUMINDO: A implantação do Saúde da Família no Brasil, teve uma trajetória iniciada em 1994, com a criação do Programa Saúde da Família (PSF)que vem assinalar uma inovadora estratégia de atenção à saúde e de reorientação do modelo de assistência. A partir desses pressupostos, o Brasil levantou a bandeira do processo de mudança do modelo assistencial. A partir deste fato, a concepção do PSF como atenção à saúde da comunidade cresceu, então o PSF passa a não ter limitações de um programa setorial, focal, e veio sendo expandindo, a construção de uma nova maneira realizar o cuidado em saúde, e com isto reorganizou a APS, ganhando escopo de estratégia, baseado no princípios do SUS, com este sucesso, no Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 57 NOTA: O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica- PMAQ. Tem como objetivo básico induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção básica, tendo como base a garantia de padrão de qualidade comparável nacional, regional e localmente tendo em vista uma maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde. Ac e s s e : h t t p : //1 8 9 . 2 8 . 1 2 8 . 1 0 0 /d a b / docs/portaldab/documentos/Manual_ Instrutivo_3_Ciclo_PMAQ.pdf. ano de 2006 a operacionalização deixa de ser apenas um programa, e ganha a autoridade de estratégia de reorganização do modelo de atenção, a Estratégia Saúde da Família (ESF). Com a nova PNAB, de 2017, em seu Art.5º a ESF passa a ser a Porta Prioritária da RAS, e passa a ter em sua integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica, sendo a condição essencial para o alcance de metas e resultados que acolham às necessidades de saúde da população adscrita, tendo a ótica da integralidade da atenção à saúde e visando o estabelecimento de processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde, na perspectiva da intra e intersetorialidade. http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/Manual_Instrutivo_3_Ciclo_PMAQ.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/Manual_Instrutivo_3_Ciclo_PMAQ.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/Manual_Instrutivo_3_Ciclo_PMAQ.pdf Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família58 Diretrizes operacionais da ESF Dando continuidade à reflexão sobre a temática da Equipe de Saúde da Família, você já parou para pensar sobre a importância das diretrizes operacionais para a efetivação do trabalho em equipe, e o compartilhamento de trocas de saberes integrantes. Neste capítulo você vai conhecer que as diretrizes estão fundamentadas no SUS, e qual a relevância para uma assistência de qualidade. Então vamos lá! Viajar na nave do conhecimento. As diretrizes operacionais sobrevêm por meio da definição territorial da clientela, a noção da família como foco da assistência, o trabalho em equipe interdisciplinar e multiprofissional e o vínculo entre os profissionais e as famílias assistidas (COSTA e CARBONE 2009). Estratégia Saúde da Família diretrizes baseadas no contexto SUS As diretrizes normativas da AB (PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017,) em consonância com o SUS, e AB que são: Regionalização e Hierarquização: relacionada aos pontos de atenção da RAS, enfocando a Atenção Básica como ponto de comunicação destas diretrizes. Pauta-se regiões de saúde como um recorte espacial estratégico com finalidade de planejamento, organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde numa localidade, e a hierarquização para a organização de pontos de atenção da RAS entre si, com fluxos e sistemas de referências. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 59 Territorialização e Adstrição: Estas arranjadas como forma de admitir o planejamento, programação descentralizada, desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com focadas em território geográfico específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que compõem determinado espaço, e, portanto, adstritos a este. Cuidado Centrado na Pessoa: O desenvolvimento de ações relacionadas ao cuidado de forma singularizada, auxiliando as pessoas a ampliarem os conhecimentos, aptidões, competências, e confiança imprescindível para conduzir e tomar decisões fundamentadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde efetivo. O cuidado é concebido com as pessoas, baseando nas suas necessidades e potencialidades voltadas para uma vida autônoma e plena. A comunidade, assim como outras formas de coletividade, juntamente com a família, são meios relevantes, determinadas vezes condicionantes ou determinantes na maneira de vida das pessoas e, por consequência, no cuidado. Resolutividade: A resolutividade, vai ajustar-se na importância da Atenção Básica, se configurar de forma resolutiva, usando e articulando desiguais tecnologias de cuidado tanto individual, como coletivo, por meio de uma clínica ampliada de forma a constituir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, localizada na pessoa, no aspecto de ampliação dos graus de autonomia dos sujeitos e grupos sociais. A resolutividade deve ter a capacidade de resolver a grande maioria das dificuldades de saúde da população, ordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando se fizer importante na resolução dos problemas. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família60 A Longitudinalidade do cuidado: implica nesta continuidade da inclusão de cuidado, a construção de vínculo e responsabilização a qual envolve profissionais e usuários em relação ao tempo, de forma permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outras informações de vida das pessoas, evitando a prejuízo de referências e reduzindo os riscos de iatrogenia que são causados por desconhecimento das histórias de vida e da deficiência de coordenação do cuidado. A coordenação do cuidado visa organizar, acompanhar e estabelecer o fluxo dos usuários entre os pontos de inserção de atenção das RAS. Reconhecido como o centro de comunicação da RAS, e responsabiliza- se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos por uma relação horizontal, contínua e integrada, tendo como objetivo a produção da gestão compartilhada da atenção integral. Arquitetando-se a diversas estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. A ordenação de redes de atenção à saúde (RAS) tem se indicado como uma configuração de sistemas de saúde dinâmico para contestar atuais desafios epidemiológicos e estruturais destes sistemas. Planejando a organização dos usuários sob a sua responsabilidade, organizando as necessidades da população na área de sua abrangência, quando relacionada aos outros pontos de atenção à saúde, cooperando para que o planejamento das ações, fique em consonância com a programação dos serviços de saúde, baseadas nas necessidades de saúde das pessoas. A Participação da comunidade: vem exercitar a participação das pessoas, e a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e absorvendo a competência cultural no cuidado, Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 61 como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território adscrito. Ponderando em face ao enfrentamento dos decisivos e condicionantes de saúde, através de articulação e integração das ações intersetoriais e orientação organizativas dos serviços de assistência à saúde, partindo de primícias e lógicas centradas nas pessoas e no exercício do controle social. Figura 5 –Linhas de Cuidados na RAS- APS Fonte: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/35090/mod_resource/ content/1/un2/top3_1.html.(Acesso :22/07/2019)]]. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família62 Passando níveis diferentes de assistência em resposta às necessidades reveladas pelos usuários, a concretização de toda a rede integrada de serviços, a qual situa-se como componente estruturante de todo