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DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ LETÍCIA FAGUNDES OBJETIVOS ▪ Conhecer e distinguir os sinais e sintomas da gravidez. ▪ Calcular a data provável do parto e idade gestacional DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ Pode ser feito de três formas: 1. Diagnostico clinico 2. Diagnostico laboratorial 3. Diagnostico ultrassonográfico DIAGNOSTICO CLÍNICO Compreende sinais e sintomas que podem ser de presunção, de probabilidade ou de certeza de gravidez SINAIS DE PRESUNÇÃO São sinais que a grávida apresenta, mas que podem surgir em outras condições clínicas Os mais importantes são: I. 4ª SEMANA Atraso menstrual (amenorreia) II. 5ª SEMANA Náuseas e vômitos → principalmente devido a aversão a certos odores. Possivelmente causado pela adaptação do corpo ao hCG + elevação hormonal e diminuição da motilidade gástrica → Não é normal aparecer depois da 12º semana Congestão mamária → mamas congestas e doloridas III. 6ª SEMANA Polaciúria e nictúria → dura 2 semanas (depois disso, o útero vai para a cavidade abdominal) e volta no final da gravidez. Alterações do apetite e sialorreia (produção de saliva em excesso) Fadiga, sonolência, tontura e lipotimia (perda brusca de consciência) SINAIS DE PROBABILIDADE Manifestações clínicas mais evidentes de gravidez I. 6 SEMANA Atraso menstrual: quando dura mais do que 14 dias + quando ocorre em mulher jovem, hígida, que não usa métodos contraceptivos, ciclos menstruais regulares e vida sexual ativa. Pode ocorrer um pequeno sangramento causado pela implantação do óvulo no útero (Sinal de Hartman) Aumento do volume uterino: a. 6 semanas → volume de tangerina b. 10 semanas → volume de laranja c. 12 semanas → tamanho de cabeça fetal. II. 8 SEMANA Sinal de Hegar – sinal clínico mais importante, sendo a diminuição de consistência do istmo (passa a ser cística, elástico-pastosa) Sinal de Noble-Budin – o toque digital examina os fundos do saco vaginal e percebe-se que eles estão preenchidos pelo útero gravídico que assumiu forma globosa Sinal de Osiander: pode sentir a pulsação arterial no fundo do saco, achado característico do crescimento uterino rápido Sinal ou regra de Goodel – amolecimento do colo uterino (consistência nasal passa a ser “labial”) Sinal de Piskacek – A implantação ovular faz com que o útero cresça de forma assimétrica. A sensação tátil é de abaulamento e amolecimento do local, percebendo-se um sulco dividindo duas regiões Sinal de Chadwick ou Jacquemier – Coloração violácea da vulva Sinal de Kluge – cor violácea na mucosa vaginal Alterações mamarias: Aumento no volume, firmeza e vascularização + Aréolas mais escuras (hiperpigmentação) + Surgimento dos tubérculos de Montgomery (glândulas sebáceas hipertrofiadas) a. 16 semanas → Saída de colostro + surgimento da rede venosa de Haller b. 20 semanas → surgimento da aréola secundária + limite dos mamilos impreciso (Sinal de Hunter) DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ LETÍCIA FAGUNDES III. 16 SEMANAS I. Aumento do volume abdominal: o útero é palpável com 12 semanas. Além disso, vai ocorrer outras alterações no organismo materno, que também são considerados sinais de probabilidade, tais como: I. AUMENTO DA PIGMENTAÇÃO DA PELE ▪ Linha alba (linha nigra) ▪ cloasma ou Melasma II. SINAL DE HALBAN ▪ Intensificação da nutrição dos folículos pilosos - aparecimento de pelos finos e macios (lanugem) geralmente na face e/ou couro cabeludo SINAIS DE CERTEZA I. 14 SEMANA Sinal de Puzos: discreto impulso no útero, durante o toque vaginal, produz o deslocamento do feto para longe do examinador. Ele possui a tendência a retornar II. 18ª SEMANA Palpação e percepção de movimento fetais: no começo são poucos vigorosos, mas progridem com o decorrer da gravidez. As primigestas, em geral, demoram mais a perceber os movimentos de seus fetos Palpação de segmentos fetais: em especial a cabeça pelo maior volume III. 20 SEMANA Auscultação dos batimentos cardiofetais (BCF): Podem ser obtidos pelo sonar-doppler (10-12 semanas) ou pelo estetoscópio de Pinard (20 semanas) I. Média: 140 bpm (normal 110/120 – 160 bmp) II. O foco máximo da ausculta cardíaca se localiza sobre o dorso fetal próximo a escapula fetal. DIAGNOSTICO LABORATORIAIS Uma semana após a fecundação, o sinciciotrofoblasto, implantado no endométrio, começa a produzir hCG em quantidades crescentes, sendo possível sua identificação no sangue ou na urina → Pico de produção do hCH – 8-10 ou 12-14 semanas de gestação Há basicamente três tipos de exames para identificação do hCG: testes imunológicos, radioimunológicos e ELISA Alteração dos testes podem ocorrer devido a psicotrópicos, anticoncepcionais, hipertiroidismo e neoplasias produtoras de hcG ▪ Sangue X urina Como o beta-hCG só é produzido uma semana depois da fecundação, se o exame for feito muito cedo, o resultado será falso negativo. Por isso, caso seja feito exame de urina recomenda-se fazer 1 dia antes da amenorreia, com o sangue, pelo menos 7. Aconselha-se que o teste de farmácia seja realizado utilizando-se a primeira urina da manhã. http://content.answers.com/main/content/wp/en/thumb/c/c3/180px-Linea_nigra.jpg DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ LETÍCIA FAGUNDES DIAGNÓSTICO DE ULTRASSONOGRAFIA Método de excelência para diagnóstico de gravidez. Além disso fornece informações sobre a idade embrionária e fetal, possibilidade de informar se a gravidez é única ou gemelar, tópica o ectópica e possibilidade de auscultar os batimentos cardíaco e fetais Até a 12 semana é utilizada a técnica transvaginal, depois utiliza- se a técnica transabdominal. i. 4 a 5 semanas: parte superior do útero começa a aparecer formação arredondada (saco gestacional – SG) ii. A partir da 5 semana: Visualização da vesícula vitelina (VV) iii. 6 semana – eco embrionário e pulsação cardíaca (BCF) iv. 10-12 semanas: espessamento do SG (placenta em desenvolvimento) v. 12 semanas: placenta facilmente identificada vi. 16 semanas: placenta com estrutura definida IDADE DA GESTAÇÃO E DATA DO PARTO PELA ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO (DUM) A gravidez é datada do primeiro dia do último período menstrual e tem uma duração média de 280 dias (40 semanas) ▪ DATA PROVÁVEL DO PARTO → REGRA DE NAGELE Adiciona 7 dias e mais 9 meses (ou tira 3 meses se for fazer o cálculo retrógrado) à data da última menstruação Exemplo: se a última menstruação foi em 10 de novembro (mês 11), temos 10 + 7 = 17 e 11 – 3 = 8, portanto, 17 de agosto (mês 8) será a data provável do parto. Para mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais Quando não se sabe o DUM, mas sabe o período do mês, aproxima: ➔ Início: 5 ➔ Meio: 15 ➔ Final: 25 Se não se sabe de nada: procura outros métodos (altura do fundo do útero, toque vaginal e movimentação fetal) PELA MEDIDA DO FUNDO DO ÚTERO É um bom indicador na primeira metade da gestação, sendo um bom indicador para o cálculo da idade da gravidez Na segunda metade, ele cresçe cerca de 4 cm/mês, porém, as variações são maiores tendo mais chance de ocorrer erros ➔ 12 semanas: o útero pode ser palpado no abdome ➔ 16 semanas: o fundo do útero estará a meia distância entre a sínfise púbica e o umbigo ➔ 20 semanas: no umbigo ➔ Termo: próximo das rebordas costais. Nas primíparas, 2 semanas antes do parto, em decorrência da queda do ventre pela insinuação da cabeça fetal, o fundo baixa cerca de 2 cm, sendo um indício de que o parto deverá iniciar-se nos 15 dias seguintes. Após 20 semanas de gravidez, a medida da altura uterina frequentemente coincide com o número de semanas de gestação. Por exemplo, se você está grávida de 27 semanas, seu médico espera que sua altura do fundo seja de aproximadamente 27 centímetros. Regra de McDonald:(altura do fundo uterino x 8) / 7 = idade em semanas PELA AUSCULTA FETAL 10 -12 semanas: sonar doppler identifica o pulso fetal Estetoscópio de Pinard: 20 semanas PELOS MOVIMENTOS FETAIS (MF) Perceptível com 18 semanas de gravidez PELA ULTRASSONOGRAFIA Quando realizada apropriadamente é o procedimento mais acurado para determinar a idade da gestação. ▪ PRIMEIRO TRIMESTRE Realizado até 13 6/7 semanas da gestação → Tem por base na medição do comprimento cabeça-nádega (CCN) DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ LETÍCIA FAGUNDES Se a paciente estiver insegura a respeito da sua DUM, a data da gestação deve ser definida pelo exame de ultrassonografia (idade obtida antes ou até 13 6/7 semanas), com as medidas mais precoces do CCN sendo consideradas as mais fidedignas. ▪ SEGUNDO TRIMESTRE A datação pela ultrassonografia de 2o trimestre (14 0/7 a 27 6/7 semanas) baseia-se, tipicamente, em fórmulas de regressão de parâmetros variáveis, tais como: ➔ Diâmetro biparietal (DBP) e circunferência cefálica (CC) ➔ Comprimento do fêmur (CF) ➔ Circunferência abdominal (CA) (Figura 8.5). ▪ TERCEIRO TRIMESTRE ≥ 28 0/7 semanas É a menos fidedigna com acurácia de apenas mais ou menos 21 a 30 dias NOMENCLATURA ▪ Termo da gravidez: 37 semanas + 0 dia a 41 semanas + 6 dias ▪ Termo-precoce: 37 semanas + 0 dia a 38 semanas + 6 dias ▪ Termo-completo: 39 semanas + 0 dia a 40 semanas + 6 dias ▪ Termo-tardio: 41 semanas + 0 dia a 41 semanas + 6 dias ▪ Pós-termo: ≥ 42 semanas.
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