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Gestão das cidades

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DESCRIÇÃO
O papel do planejamento urbano para a construção das cidades. A importância do Plano
Diretor e do Estatuto da Cidade para a melhoria da gestão delas. O desenvolvimento
sustentável e seu papel para a promoção da sustentabilidade das cidades. As cidades
inteligentes e sua relação com as tecnologias de informação e comunicação (TIC) e a
sustentabilidade.
PROPÓSITO
Compreender o conceito de planejamento urbano, assim como a conceituação dele a partir dos
instrumentos do Plano Diretor e do Estatuto da Cidade, além do desenvolvimento sustentável
(e seu papel para as cidades) e das cidades inteligentes (e sua relação com os conceitos de
desenvolvimento sustentável e as TIC).
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha à mão papel e caneta para fazer anotações.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar a importância do planejamento urbano e seus instrumentos
MÓDULO 2
Definir desenvolvimento sustentável, cidades inteligentes, tecnologias de informação e
comunicação e sustentabilidade
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos trazer os debates atuais acerca da gestão das cidades.
Ao final desta leitura, você será capaz de entender o papel do planejamento urbano na
promoção de qualidade de vida dos moradores das cidades. Além disso, poderá compreender
o conceito de desenvolvimento sustentável e sua relação com as cidades inteligentes.
No primeiro módulo, apresentaremos o planejamento urbano e seus principais instrumentos.
Com isso, verificaremos que o planejamento urbano vai muito além do ordenamento físico das
cidades, pois ele deve levar em conta aspectos sociais e de distribuição de renda, entre outros
quesitos, sempre visando à qualidade de vida para todos os moradores. Ainda apresentaremos
os instrumentos do Estatuto da Cidade e o Plano Diretor, destacando suas características e
aplicabilidades.
No segundo módulo, falaremos sobre o desenvolvimento sustentável e a gestão das cidades,
buscando entender quais principais características as tornam sustentáveis. Por fim,
abordaremos as cidades inteligentes, explorando, nesse processo, a relação delas com as TIC
e a sustentabilidade.
MÓDULO 1
 Identificar a importância do planejamento urbano e seus instrumentos
PLANEJAMENTO URBANO E SEUS
INSTRUMENTOS
Neste módulo, destacaremos alguns aspectos do cotidiano das cidades para que você entenda
a importância do planejamento urbano, pois ele não se limita ao ordenamento físico e ao
desenho urbano.
O planejamento urbano é fundamental para garantir uma qualidade de vida aos habitantes de
uma cidade, já que leva em conta questões como saneamento, educação, transportes e
segurança.
Seu impacto social, portanto, é enorme. Caso o crescimento das cidades não seja
acompanhado por um bom planejamento, pode haver fenômenos negativos que só ampliarão
as desigualdades sociais. Este é o caso, aliás, da gentrificação, que aprofundaremos na
sequência.
Em um segundo momento, discorreremos sobre o Estatuto da Cidade e o Plano Diretor. Ambos
são as principais ferramentas para o planejamento urbano e suas aplicabilidades.
Observaremos que, quando aplicadas à realidade de cada cidade, essas ferramentas
conseguem equilibrar os riscos e os benefícios da urbanização para prover qualidade de vida a
todos os habitantes.
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DAS
CIDADES
Estabeleceremos a seguir algumas perguntas que nos ajudarão a refletir sobre o planejamento
das cidades:
Você já parou para pensar sobre a organização da cidade onde vive? Como as casas, os
edifícios, escolas e hospitais se distribuem por ela? Suas ruas são planejadas, largas ou
estreitas?
Pense nas cidades grandes que você já visitou e tente compará-las com outras menores.
Fonte: ranimiro/Shutterstock.com

Fonte: Luis War/Shutterstock.com
Quais são as principais diferenças que você consegue perceber?
Por fim, tente pensar em políticas públicas de planejamento urbano na sua cidade. A partir
dessas perguntas, podemos perceber que as cidades nem sempre se desenvolvem de maneira
espontânea ou automática.
Um pilar fundamental para o bom funcionamento delas é seu planejamento. Esse fenômeno é
conhecido como planejamento urbano.
Ele é fundamental para garantir a qualidade de vida dos habitantes das cidades. É dele que se
desdobram as ações que têm como objetivo tornar o dia a dia das pessoas mais acessível,
seguro, saudável e sustentável.
Por isso, o planejamento urbano não se limita apenas ao ordenamento físico das cidades – ou
seja, à disposição dos imóveis e das ruas –, mas também leva em conta questões relacionadas
a:
SANEAMENTO
EDUCAÇÃO
POLICIAMENTO
TRANSPORTE
VIAS PÚBLICAS
Mas... qual é a principal diferença entre urbanismo e planejamento urbano?
Urbanismo
Concentra-se no desenho urbano.

Planejamento urbano
Considera tanto questões arquitetônicas quanto a harmonia entre os habitantes e o espaço.
Dessa maneira, podemos perceber que formuladores de políticas públicas precisam pensar o
planejamento urbano de forma abrangente, levando em conta todos os seus aspectos. Deve-se
pensar em urbanismo não apenas como um elemento estético, mas também como um
elemento fundamental que gera retorno social para os habitantes da cidade.
O termo planejamento urbano pode soar um pouco abstrato. Para que possamos entender
melhor a sua importância, devemos destacar alguns aspectos do cotidiano das cidades.
Como na maioria dos centros urbanos, há uma tendência de existir uma concentração de
serviços – escola, comércios e hospitais – em áreas centrais, assim como mais oportunidades
de trabalho e opções de lazer. Como consequência, há um deslocamento diário de grande
parcela da população, que mora em áreas mais afastadas, para os bairros centrais.
javascript:void(0)
Fonte: Maila Facchini/Shutterstock.com
DESLOCAMENTO DIÁRIO
Deslocamentos diários entre casa e trabalho são chamados de deslocamentos (ou
movimentos) pendulares.
Aliada à realidade de muitas cidades brasileiras com sistemas de transportes públicos
ineficientes, essa forma de deslocamento leva muitos indivíduos a optarem pela utilização dos
próprios carros. Isso, por sua vez, agrava a situação dos congestionamentos.
Um bom planejamento urbano tem de garantir uma infraestrutura equilibrada, assegurando o
acesso a bens e serviços e as oportunidades de emprego e lazer aos habitantes de qualquer
área da cidade.
Esse planejamento também afeta a segurança nas cidades.
QUAIS FATORES VOCÊ CONSIDERA
IMPORTANTES PARA GARANTIR A SEGURANÇA
DE UNS LUGARES OU PARA DEIXAR OUTROS
EM SITUAÇÃO DE RISCO A SEUS MORADORES?
PENSE NA CIDADE EM QUE VOCÊ MORA:
QUAIS SÃO AS ÁREAS MAIS E MENOS
SEGURAS?
RESPOSTA
RESPOSTA
Frequentemente, os bairros que concentram uma maior diversidade de atividades e
serviços apresentam alta movimentação de pessoas e, portanto, têm uma probabilidade
maior de serem mais seguros.
Por isso, cabe ao planejador mesclar áreas residenciais, de trabalho e de lazer, estimulando os
deslocamentos a pé e uma maior movimentação nas ruas, o que proporciona maior sensação
de segurança às pessoas.
POR QUE A OCORRÊNCIA DE CRIMES EM ÁREAS
MERAMENTE RESIDENCIAIS É MAIS PROPÍCIA?
Porque a circulação de pessoas nas ruas é menor.
Dessa maneira, a circulação de pessoas e o crime funcionam como um ciclo. Quanto mais
movimento na rua, maior a sensação de segurança, estimulando as pessoas a transitarem e
por ali permanecerem.
Planejadores urbanos podem sugerir, portanto, algumas soluções para melhorar a segurança
de bairros mais violentos.
javascript:void(0)
Quais seriam essas soluções?
Uma boa oportunidade é criar espaços de lazer com atividades ao ar livre que tragam a
população para a convivência comum. Fatores como iluminação urbana e oferta de transportes
também são fundamentais.
PLANEJAMENTO URBANO E O FENÔMENO DA
GENTRIFICAÇÃO
No dia a dia, é possível notar o impacto do planejamento urbano na igualdade de
oportunidades de moradia a pessoas de todas as classes sociais. A valorização de
determinada área deveriaproporcionar um retorno de qualidade de vida para todos os
habitantes em vez de gerar especulação imobiliária e afastamento da população de baixa
renda.
Esse afastamento também pode ser chamado por outro nome: gentrificação. Ela é justamente
o processo de transformação urbana que expulsa os moradores de baixa renda de
determinadas áreas – seja pela especulação imobiliária, pelo aumento do turismo ou até
mesmo por consequência de obras governamentais.
Analisaremos agora duas situações:
ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA
javascript:void(0)
Especulação imobiliária refere-se à compra ou à aquisição de bens imóveis com a
projeção de aumento do preço desses imóveis, beneficiando o comprador a fim de que
ele possa ganhar dinheiro na revenda ou no aluguel deles.
SITUAÇÃO 1
SITUAÇÃO 2
SITUAÇÃO 1
Imagine um bairro histórico de sua cidade localizado em uma região central, mas que, por
muito tempo, tenha ficado abandonado pelo poder público; portanto, ele não apresenta nenhum
atrativo para quem busca opções de lazer ou serviços. Essas características favoreceram a
ocupação pela população de baixa renda; com isso, o bairro se tornou desvalorizado.
SITUAÇÃO 2
Imagine agora que, por algum motivo, esse bairro tenha começado a receber atenção da
prefeitura com obras de infraestrutura, investimento em segurança, saneamento, iluminação e
transporte. Todas essas mudanças trariam um enorme ganho de qualidade de vida para seus
moradores, exceto pelo fato de que eles potencialmente não poderão mais morar ali.
Isso acontece porque o custo de vida naquele bairro aumentou drasticamente e deixou de ser
viável para o orçamento daquelas famílias. Nesse custo, incluem-se, entre outros quesitos, o
valor do aluguel, as contas de luz e o preço nos supermercados.
O que ocorre na sequência você já deve imaginar: o contexto para o fenômeno da gentrificação
está formado.
O antigo morador é obrigado a sair em busca de um novo local para morar, enquanto outros de
maior poder aquisitivo passam a ocupar a região.
Como um ciclo vicioso, o processo repete a seguinte sequência:
1
Fonte: Bruno Martins Imagens/Shutterstock.com
A população de baixa renda se muda para áreas ainda mais afastadas e com condições
precárias de moradia.
Isso amplia o já grande abismo social e gera a segregação urbana.
Fonte: Shutterstock.com
2
3
Fonte: Luan Rezende/Shutterstock.com
Por estarem cada vez mais afastadas da região central, essas pessoas enfrentam
deslocamentos ainda mais longos para trabalhar.
No pior dos casos, elas ficam desempregadas pelo reduzido número de oportunidades.
Fonte: Shutterstock.com
4
PROCESSO DE GENTRIFICAÇÃO DA ZONA
PORTUÁRIA DO RIO DE JANEIRO
Nesse video, falaremos sobre o fenômeno da gentrificação na zona portuária do Rio de Janeiro
em decorrência da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016), assim como seus
desdobramentos.
QUAL SERIA O PAPEL SOCIAL DO
PLANEJAMENTO URBANO?
RESPOSTA
RESPOSTA
Ele deve garantir a igualdade e a inclusão de todas as classes às áreas urbanas,
havendo a oferta de moradia acessível a famílias de baixa renda por meio de, por
exemplo, programas de aluguel social ou auxílios financeiros.
Governos podem – e têm – legitimidade para realocar moradores que sejam residentes de
áreas de interesse, como foi o caso, por exemplo, da zona portuária do Rio de Janeiro.
Entretanto, é fundamental que essas políticas de realocação sejam bem desenhadas e que
garantam dignidade e acesso a moradias de qualidade e emprego para os moradores
desalojados.
Ao longo das últimas décadas, o Brasil passou por um processo de intenso e rápido
desenvolvimento urbano, o qual, em muitos casos, ocorreu de forma desordenada, ou seja,
sem o acompanhamento de um planejamento.
O resultado é o que vemos hoje na maioria das metrópoles do país: áreas urbanas dispersas e
desconectadas, registrando-se o crescimento dos loteamentos clandestinos e das favelas,
além da informalidade e do acesso precário a serviços básicos de água e esgoto encanados.
javascript:void(0)
Fonte: Shutterstock.com
O ESTATUTO DA CIDADE
Apresentamos até então conceitos e exemplos que se relacionam diretamente com a chamada
função social da cidade. Apesar de constar nas várias Constituições Brasileiras desde 1934,
a regulamentação dessa função social só foi de fato implementada em 2001 com a
promulgação do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01).
Para Rodrigues (2004), o Estatuto da Cidade é inovador, pois reconhece a cidade como uma
desigualmente constituída, sendo, portanto, um ambiente que precisa de intervenções que
busquem expandir e melhorar a cidadania de seus moradores.
Fonte: Shutterstock.com
Em termos práticos, o Estatuto da Cidade define as regras e oferece os instrumentos para as
políticas urbanas dos municípios com mais de 20 mil habitantes, sejam eles turísticos ou
localizados em regiões metropolitanas.
Para atingir a garantia dos direitos de cidadania e o atendimento das funções sociais, foram
definidas 16 diretrizes gerais desse estatuto. Entre elas, Pinheiro (2010) destaca as seguintes:
DIRETRIZ 01
DIRETRIZ 02
DIRETRIZ 03
DIRETRIZ 04
DIRETRIZ 05
DIRETRIZ 01
A ampliação do acesso à terra urbana para habitações da população de baixa renda.
DIRETRIZ 02
A expansão urbana compatível com os limites da sustentabilidade do município.
DIRETRIZ 03
A compatibilidade entre os gastos públicos e os instrumentos de política econômica com os
objetivos do planejamento urbano.
DIRETRIZ 04
O equilíbrio na participação de agentes públicos e privados na promoção de oportunidades no
processo de urbanização.
DIRETRIZ 05
A simplificação da legislação urbanística municipal.
Cada município deve identificar as diretrizes que se enquadram da melhor forma na sua
realidade e fazer uso dos instrumentos mais apropriados para a solução dos problemas.
Fazendo uma analogia, é como se o Estatuto da Cidade fosse uma caixa de ferramentas
colocada à disposição dos municípios.
 EXEMPLO
Das "ferramentas" disponíveis, destacam-se alguns instrumentos tributários e financeiros,
como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O IPTU tem um enorme potencial
redistributivo, pois é um imposto cobrado anualmente com base na valorização ou
desvalorização dos imóveis. Ou seja, o imóvel que vale mais paga mais. Com isso, além de
ser uma poderosa fonte de receita para os municípios, o IPTU também ajuda a estimular ou
desestimular formas de uso e ocupação de espaços.
Outros instrumentos que devem ser destacados neste tema são aqueles voltados para a
gestão democrática. São mecanismos que fomentam o envolvimento da população e de
associações representativas na tomada de decisões para o desenvolvimento urbano, como,
por exemplo, conferências, debates e consultas públicas.
CONSULTAS PÚBLICAS
Assemelha-se a um referendo ou a um plebiscito, não sendo nada mais que uma
sondagem feita na população a respeito de determinado assunto.
O PLANO DIRETOR
Ainda considerando a analogia do Estatuto da Cidade como caixa de ferramentas, um
instrumento básico é visto como a chave para abri-la: o Plano Diretor. É nele que devem
constar as diretrizes e os instrumentos escolhidos que serão utilizados pelo município para sua
gestão. O Plano Diretor é considerado a ferramenta central para o planejamento urbano no
Brasil.
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 RELEMBRANDO
Como falamos anteriormente, o planejamento urbano não se limita apenas a aspectos físicos e
territoriais de determinado espaço, mas também se volta para a garantia do pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade, como o acesso a itens como moradia,
saneamento, segurança, lazer, trabalho, infraestrutura urbana, transporte e demais aspectos
que garantam uma melhor qualidade de vida para seus moradores.
Desse modo, o Plano Diretor elaborado pelos municípios serve para criar pontes e promover o
diálogo entre as esferas físico-territoriais com os objetivos sociais, econômicos e ambientais de
uma cidade.
Em outras palavras, ele tem como objetivo equilibrarriscos e benefícios da urbanização,
visando a um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável. Dessa maneira, pode-se garantir
que o desenvolvimento das cidades seguirá caminhos e diretrizes que garantam os direitos
fundamentais de cada morador.
Devemos frisar que os planos diretores não operam como receitas de bolo, não sendo
replicáveis e facilmente reproduzidos em qualquer cidade. Muito pelo contrário: segundo Villaça
(1999), eles são definidos a partir de um “diagnóstico científico da realidade física, social,
econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua região".
A partir da construção do Plano Diretor sairão as propostas para o futuro desenvolvimento das
cidades. Cada município, portanto, escolhe as ferramentas com base nos "reparos" mais
urgentes a serem feitos dentro da sua realidade.
Uma vez desenhado pela prefeitura (Poder Executivo)...

O plano precisa ser aprovado pela Câmara dos Vereadores (Legislativo).
Para auxiliar na elaboração dos planos diretores, o Ministério das Cidades publicou um guia
com as duas principais etapas a serem cumpridas:
javascript:void(0)
MINISTÉRIO DAS CIDADES
Nome recentemente trocado para Ministério do Desenvolvimento Regional.
ETAPA 1
A primeira delas é o estabelecimento de um núcleo gestor do qual participam lideranças dos
diversos eixos da cidade, como governo, sindicatos, empresas e movimentos sociais.
ETAPA 2
A partir desse núcleo, é elaborada a proposta de lei a ser votada pela Câmara. Portanto,
apesar de ser um processo com traços políticos muito fortes, ele também tem um aspecto
democrático relevante ao envolver diferentes atores da sociedade em sua elaboração.
A elaboração dessa lei, a partir do núcleo gestor, deve incluir a cidade como um todo e pensar
em formas de melhorar seu planejamento urbano. Uma avaliação detalhada das zonas mais
violentas e das áreas com maior ou menor necessidade de atenção é essencial para a
elaboração de um bom Plano Diretor.
No entanto, sabe-se que, na maioria das vezes, os guias não espelham a realidade. Por isso, o
Plano Diretor provoca alguns debates acerca da sua eficácia e abrangência.
Ao mesmo tempo em que o Estatuto obriga que planos diretores abranjam a extensão territorial
das áreas urbanas dos municípios, eles utilizam como critério a população das cidades (sendo
obrigatório para aquelas com mais de 20 mil habitantes).
Rodrigues (2004) argumenta que a utilização de critérios populacionais e territoriais acaba
causando contradições internas: segundo dados do IBGE, a maior parte dos municípios
brasileiros (quase 70%) tem menos de 20 mil habitantes, abrigando apenas 15% da população.
Do ponto de vista populacional, a maior parcela dos brasileiros está sendo contemplada,
porém, em termos espaciais, a maioria dos municípios é excluída da elaboração de um Plano
Diretor. Outro dilema que surge também é o fato de o plano se restringir às áreas urbanas dos
municípios, pois ele deixa de lado o fato de que existe uma forte interdependência entre as
áreas urbanas e rurais.
Villaça (1999) argumenta que o Plano Diretor deve abordar "todos os problemas que sejam de
competência do município, estejam eles na zona rural ou urbana", pois o município não tem
competência para, por exemplo, fazer zoneamento rural ou determinar as áreas a serem
destinadas à agricultura.
O Plano Diretor, desse modo, constitui um importante passo inicial para que as cidades
brasileiras com mais de 20 mil habitantes possam construir um planejamento urbano de
qualidade, garantindo a cidadania e a dignidade a todos os seus cidadãos.
Fonte: Shutterstock.com
Como já falamos, muitos são os desafios e as limitações desse plano. Por conta disso, é um
dever da sociedade civil e da classe política tornar as cidades espaços de convivência cada
vez mais equitativos e propícios para o desenvolvimento humano.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) UM DOS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS PARA O PLANEJAMENTO URBANO É O PLANO
DIRETOR, QUE BUSCA O DESENVOLVIMENTO MAIS INCLUSIVO E SUSTENTÁVEL DAS
CIDADES. QUEM É O ATOR RESPONSÁVEL POR DESENHÁ-LO? E QUEM SE
RESPONSABILIZA PELA SUA APROVAÇÃO?
A) A prefeitura da cidade e a Câmara dos Vereadores
B) A prefeitura da cidade e o governo do estado.
C) A Câmara dos Vereadores e a prefeitura da cidade.
D) Arquitetos especializados e a Câmara dos Vereadores.
E) A prefeitura da cidade e arquitetos especializados
2) POR QUE O PLANO DIRETOR PODE SER CONSIDERADO UM INSTRUMENTO
DEMOCRÁTICO PARA O PLANEJAMENTO URBANO?
A) Porque os moradores da cidade votam pela aprovação ou não do plano a cada eleição para
a prefeitura.
B) Porque é no núcleo gestor que são debatidos os princípios do plano. Ele é composto por
lideranças representativas dos diversos eixos das cidades.
C) Porque os moradores da cidade são consultados via correspondência sobre os princípios do
plano.
D) Porque são realizados plebiscitos para consulta pública para aprovação ou não do plano.
E) Porque ele é obrigatório para as cidades com mais de 20 mil habitantes.
GABARITO
1) Um dos principais instrumentos para o planejamento urbano é o Plano Diretor, que
busca o desenvolvimento mais inclusivo e sustentável das cidades. Quem é o ator
responsável por desenhá-lo? E quem se responsabiliza pela sua aprovação?
A alternativa "A " está correta.
O Plano Diretor é desenhado primeiramente pela prefeitura da cidade e posteriormente
modificado e aprovado pela Câmara dos Vereadores.
2) Por que o Plano Diretor pode ser considerado um instrumento democrático para o
planejamento urbano?
A alternativa "B " está correta.
Uma das etapas a serem cumpridas na elaboração do Plano Diretor é o estabelecimento de um
núcleo gestor do qual participam lideranças dos diversos eixos da cidade, como governo,
sindicatos, empresas e movimentos sociais. É isso que confere aspectos democráticos ao
plano.
MÓDULO 2
 Definir desenvolvimento sustentável, cidades inteligentes, tecnologias de informação
e comunicação e sustentabilidade
PRIMEIRAS PALAVRAS
Neste módulo, estabeleceremos uma discussão acerca do desenvolvimento sustentável das
cidades. Vamos, portanto, tentar entender a seguinte questão:
Qual é o papel de cada cidade na construção de um futuro sustentável para as gerações
futuras e o que confere às cidades as características de sustentabilidade?
Em um segundo momento, apresentaremos o conceito de cidades inteligentes e entenderemos
o papel que as novas TIC desempenham para torná-las cada vez mais eficientes. Além disso,
aplicaremos a temática da sustentabilidade para as cidades inteligentes.
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DAS
CIDADES
Em 2019, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou a informação de que mais da
metade da população mundial estava vivendo em cidades, havendo uma expectativa de que
essa proporção chegue a 70% até 2050. Portanto, espera-se que o deslocamento de zonas
rurais para os centros urbanos continue ocorrendo.
UMA DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA
EXPLOSÃO URBANA RECENTE E DO
CRESCIMENTO DESENFREADO DAS CIDADES,
PRINCIPALMENTE NOS PAÍSES EM
DESENVOLVIMENTO, É...
RESPOSTA
RESPOSTA
A falta de planejamento. O processo de expansão das zonas urbanas, quando ocorre de
maneira desordenada, pode gerar uma série de consequências.
Dessa maneira, o que vemos hoje são cidades com grandes desigualdades na distribuição de
renda e nas oportunidades econômicas, registrando-se grandes distorções em relação às
oportunidades de moradias e à qualidade de vida entre indivíduos de diferentes classes
sociais.
javascript:void(0)
 RELEMBRANDO
Conforme detalhemos no módulo 1, para que todos possam viver de maneira adequada e com
dignidade nos centros urbanos, as cidades precisam ter estrutura para atender às demandas
de todos os moradores, como, por exemplo, saneamento, moradia, oportunidades de trabalho,
lazer, serviços públicos e transportes.
Outro aspecto fundamental que vem cada vez mais chamando a atenção dos pesquisadores e
da sociedade civil é a relação entre o crescimentodas cidades e nosso vínculo com o meio
ambiente.
A grande concentração de pessoas nos centros urbanos só faz aumentar o impacto ao meio
ambiente. Ocorre o uso desenfreado dos recursos naturais, que são finitos e tendem a se
esgotar.
Fonte: Shutterstock.com
Portanto, políticas voltadas para a preservação do meio ambiente e para o uso responsável
dos recursos naturais também são essenciais para a garantia de qualidade de vida das atuais e
das futuras gerações urbanas e rurais de todo o planeta.
São denominadas cidades sustentáveis aquelas que tanto reconhecem seu papel social,
ambiental, político, cultural e econômico quanto implementam políticas públicas que busquem a
preservação do meio ambiente, do desenvolvimento econômico e da qualidade de vida para
seus cidadãos.
Das ações que as cidades devem adotar para serem consideradas sustentáveis, Leite e Awad
(2012) destacam as seguintes:
AÇÃO 1
O balanceamento de forma eficiente dos recursos necessários ao funcionamento das cidades,
como terras, energia e água (chamados de recursos de "entrada"), assim como de resíduos,
esgotos e poluição (recursos de "saída").
AÇÃO 2
A busca por novos modelos de expansão e gestão que sejam diferentes daqueles praticados
ao longo do século XX (fenômeno chamado por especialistas e autores de "expansão com
esgotamento"). Os novos modelos englobam o uso adequado e misto do solo (pelo qual as
funções de habitação, comércio e serviços coexistem), a eficiência energética, o melhor
emprego das águas e a redução da poluição.
AÇÃO 3
O desenvolvimento de um sistema eficiente de mobilidade urbana que conecte todos os
núcleos das cidades como uma grande teia, promovendo maior uso de transportes públicos.
Alternativas como ciclismo e caminhadas são favorecidas por esse desenho urbano
encadeado.
AÇÃO 4
A busca pelo senso de comunidade da população, o que promove mais oportunidades de
interação social e o uso misto das calçadas, dos bairros e dos espaços de uso coletivo. Isso
induz à diversidade socioterritorial, que nada mais é que o uso democrático do que é de todos:
o espaço urbano.
AÇÃO 5
O desenvolvimento urbano que respeite as características físicas e geográficas do território,
havendo uma harmonia entre o que é construído e o que é natural.
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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Essa eficiência ocorre quando se consegue gerar a mesma quantidade de energia com
menos recursos naturais, ou seja, ao se fazer mais com menos.
Infelizmente, cidades sustentáveis são uma exceção (e não regra) no mundo de hoje. Ao redor
do mundo, a imensa maioria delas cresceu sem um desenvolvimento sustentável adequado, o
que contribuiu para o preocupante quadro climático que o mundo enfrenta atualmente.
No caso do Brasil, por ele ser uma nação em desenvolvimento, o cenário é ainda mais
complicado, pois são pouquíssimos os exemplos de cidades sustentáveis no nosso país. No
entanto, temos um modelo a ser seguido: a cidade de Curitiba.
A capital do Paraná já recebeu diversos reconhecimentos internacionais. Ela carrega o título de
cidade mais sustentável não só do país, mas também de toda a América Latina. Por isso,
faremos a seguir um estudo de caso da cidade de Curitiba.
CURITIBA: MODELO DE CIDADE SUSTENTÁVEL
NO BRASIL
 VOCÊ SABIA
Você sabia que Curitiba está em quinto lugar no ranking das cidades com maior área verde do
mundo?
São 50m² de espaço verde por habitante. Ela contabiliza 16 parques, 14 bosques, milhares de
espaços verdes urbanos e mais de um milhão de árvores plantadas em estradas e rodovias.
A capital do estado do Paraná é referência em planejamento urbano, reciclagem e gestão de
resíduos, transporte público, arborização e responsabilidade ambiental.
Todos esses aspectos, que dão a Curitiba o selo de cidade sustentável, são fruto de um projeto
de longo prazo iniciado na década de 1940, época em que a cidade passou a utilizar o
planejamento urbano como instrumento contínuo e efetivo de gestão.
1
O primeiro passo foi dado com o Plano Diretor chamado de Plano Agache. Em 1943, esse
plano estabeleceu as normas e as diretrizes para ordenar a ocupação do solo conforme a
cidade fosse crescendo. Para isso, destaca Sequinel (2002), os esforços se voltaram para o
controle do tráfego, o zoneamento de atividades, a codificação de edificações e a organização
das funções urbanas.
Com a industrialização se intensificando no Brasil no início da década de 1960, Curitiba
reforçou suas prioridades para o crescimento da cidade: seu planejamento urbano estava
aliado à preservação cultural e ambiental. O que se pretendia com tal proposta era justamente
a manutenção da qualidade de vida na cidade apesar de seu acelerado crescimento
econômico e geográfico.
2
3
O arquiteto Jaime Lerner, que se tornou prefeito de Curitiba na década de 1970, teve papel
central nesse processo de transformação da cidade. Quando tomou posse, em 1971, Lerner
agiu em três frentes de transformação: a física, a cultural e a econômica.
No que concerne ao aspecto físico, a ideia central do então prefeito era convencer as pessoas
de que o carro não era importante:
"Não haverá futuro urbano se o transporte depender de veículos particulares", defendia Jaime
Lerner.
Para sustentar sua ideia, ele priorizou o transporte urbano coletivo.
Em menos de quatro anos, Curitiba inaugurava seu primeiro sistema integrado de transportes.
Houve a implantação de ônibus expressos no inovador modelo de metrô na superfície, os
chamados BRTs (Bus Rapid Transit) .
Fonte: Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock.com
As calçadas elevadas e as plataformas exclusivas tornaram o embarque e o desembarque de
passageiros mais rápidos e eficientes. Já suas faixas exclusivas garantiam o trânsito livre para
os ônibus.
A eficiência desse sistema levou esse modelo para mais de 300 outras cidades ao redor do
mundo.
Hoje em dia, quase 80% de todas as viagens dos curitibanos são atendidas pelos BRTs,
resultando em 25% de redução nas emissões de gás carbônico per capita em comparação com
a média das capitais brasileiras. Solucionado o problema da mobilidade, o próximo foco era a
melhoria das áreas verdes.
O desenvolvimento urbano sempre esteve acompanhado de uma forte preocupação ambiental.
Isso se traduziu, aponta Sequinel (2002), não somente na preservação das áreas verdes já
existentes e na implantação de grandes parques, mas também em um permanente esforço de
educação e conscientização ambiental da população.
Fonte: Shutterstock.com
PARQUES
O Parque Birigui é o mais famoso deles.
Lerner implantou ainda a coleta seletiva de lixo, programa que atualmente recicla 70% de
todo o lixo produzido na cidade.
Promoveu-se também uma enorme transformação cultural com a valorização do centro
histórico – área que foi fechada para automóveis –, a criação de novos pontos de encontro em
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parques e bosques e a reciclagem de edifícios antigos.
Fonte: Jair Ferreira Belafacce/Shutterstock.com
Por tudo isso, Curitiba é hoje uma das cidades com os maiores índices de qualidade de vida do
país, sendo considerada uma cidade sustentável.
CIDADES INTELIGENTES
Você já parou para pensar como a inteligência artificial e o uso intensivo de novas tecnologias
vêm revolucionando o mundo ao seu redor?
Tecnologias como sensores de movimento, monitoramento por drones e centros de operação
são apenas algumas das ferramentas com um enorme potencial para transformar a
organização das cidades.
A DESPEITO DESSAS NOVAS TECNOLOGIAS
DISPONÍVEIS, VIVEMOS TAMBÉM PROBLEMAS
CRESCENTES EM RELAÇÃO ÀS CIDADES. QUE
PROBLEMAS SÃO ESSES?
RESPOSTA
RESPOSTA
O aumento da população e da poluição, a escassez de recursos e o incremento da
desigualdade são alguns dos problemas mais presentes.
Considerando os avanços tecnológicos e os crescentes desafios postos pelo mundo atual, os
gestores das cidades estão buscando uma transformação digital como solução de gestão.
A partir do uso das TIC e do grande acesso aos dados (o chamado Big Data),gestores tentam
endereçar um dos principais desafios das cidades atuais: torná-las cada vez mais inteligentes.
Mas o que isso quer dizer exatamente?
Seu conceito é bastante recente. Cidades inteligentes podem ser entendidas, em um primeiro
momento, como sistemas de pessoas que interagem e fazem uso de energia, materiais,
serviços e formas de financiamento para melhorar o desenvolvimento econômico.
Em última análise, a busca por cidades inteligentes busca o incremento do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH).
Mas por que esses sistemas seriam considerados inteligentes?
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A grande mudança se dá em relação ao meio pelo qual buscamos atingir os objetivos das
cidades. Ou seja, a utilização inteligente da tecnologia implica o uso estratégico da
infraestrutura e dos serviços de informação e de comunicação, permitindo aos gestores
públicos a melhora da vida dos cidadãos e fazendo uso de menos recursos.
Por ser um termo ainda muito recente, não há uma definição clara do que torna as cidades
inteligentes. No entanto, pesquisadores ao redor do mundo vêm criando índices e métricas que
buscam avaliar as diversas dimensões que configurariam essas cidades.
Em linha com o índice Cities in motion (Cidades em movimento) index da escola de
administração da IESE, na Espanha, destacaremos a seguir as principais dimensões
elencadas ao se pensar em cidades inteligentes:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
URBANISMO
TECNOLOGIA E O MEIO AMBIENTE
COESÃO SOCIAL
CAPITAL HUMANO
ECONOMIA
É possível perceber, portanto, que esse índice avalia dimensões bastante abrangentes das
cidades envolvendo não apenas a economia e o planejamento urbano. Afinal, ele também se
preocupa com fatores sociais, como a coesão social e o capital humano. Portanto, quando
pensamos em cidades inteligentes, devemos levar em conta todas as dimensões pelas quais
as novas tecnologias podem influenciar e contribuir para o aumento da qualidade de vida dos
moradores da cidade.
O QUE DEVE BUSCAR UMA GESTÃO EFICAZ E
SUSTENTÁVEL DAS CIDADES POR MEIO DAS
TIC?
RESPOSTA
RESPOSTA
A gestão eficiente dos transportes, o tratamento adequado dos recursos e uma
comunicação efetiva com os cidadãos, entre outros pontos.
Tendo como base o Cities in motion index, destacaremos agora algumas medidas que podem
ajudar a tornar as cidades mais inteligentes:
UTILIZAÇÃO ESTRATÉGICA DAS TIC
Fazer uso inteligente das tecnologias para criar cidades mais eficientes, menos poluentes e
mais equitativas.
PLANEJAMENTO URBANO EFICIENTE
Planejar o espaço urbano com o auxílio do uso de tecnologias de modo a garantir dignidade e
acesso a áreas de convivência e de lazer para os moradores.
MOBILIDADE URBANA E TRANSPORTE PÚBLICO
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SUSTENTÁVEL
Criar mecanismos que busquem reduzir o tempo de deslocamento entre casa, trabalho e
escola.
GESTÃO INTELIGENTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Coletar e tratar resíduos sólidos, reaproveitar os recursos recicláveis e tratar água e esgoto.
PREOCUPAÇÃO COM O AMBIENTE SOCIAL
Criar mecanismos que estimulem um ambiente social propício ao desenvolvimento humano
para todos os moradores das cidades.
TECNOLOGIAS APLICADAS À SAÚDE
Criar cadastros e pontos de atendimento mais eficientes e monitorar a saúde da população por
meio de ferramentas digitais.
SISTEMA DE COMÉRCIO ELETRÔNICO
Criar sistemas de comércio de bens e serviços que facilitem e agilizem a economia local.
CIDADES INTELIGENTES E TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO
Falamos anteriormente que a população mundial estimada para 2050 é de aproximadamente
nove bilhões de pessoas. Desse expressivo contingente, aproximadamente 70% viverão em
centros urbanos.
COM O AUMENTO DA POPULAÇÃO E DA
DENSIDADE POPULACIONAL DAS CIDADES,
AMPLIFICAM-SE OS PROBLEMAS ABORDADOS
ANTERIORMENTE NESTE TEMA. VOCÊ
PODERIA APONTÁ-LOS?
RESPOSTA
RESPOSTA
O tratamento adequado de resíduos, a gestão dos recursos naturais, direitos como saúde
e educação, tráfego intenso e problemas de infraestrutura.
No entanto, ao mesmo tempo que as cidades apresentam uma realidade bastante desafiadora,
é nelas que reside a maior possiblidade de mudança e de melhorias para a sociedade.
Para isso, é necessário criar um gerenciamento de serviços e de infraestrutura inovador que
leve em conta as dimensões de tecnologia e sustentabilidade.
É nesse contexto que surge o uso das TIC, um dos fatores que tornam as cidades inteligentes.
De maneira detalhada, demonstraremos a seguir como o uso dessas ferramentas pode
contribuir para a existência de cidades mais sustentáveis, além de proporcionar mais qualidade
de vida.
As plataformas de TIC podem ser instrumentalizadas nas cidades como:
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CANAIS DE TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTO,
PONTES DE ACESSO ÀS TRANSAÇÕES ECONÔMICAS
E GERAÇÃO DE RIQUEZA E CRIAÇÃO DE VALOR QUE
SE DESENVOLVEM POR MEIO DE INSTITUIÇÕES
CIENTÍFICAS PÚBLICAS E ARQUITETURAS
EMPRESARIAIS PROPÍCIAS AO FOMENTO DE
SOLUÇÕES INOVADORAS, INCLUSIVAS E
SUSTENTÁVEIS.
WEISS; BERNARDES; CONSONI, 2013.
Canais de transmissão de conhecimento a partir da tecnologia, as TIC se aliam ao conceito de
cidade digital, ou seja, cidades que fazem uso extensivo de sistemas de comunicação e de
ferramentas de internet.
Toda cidade inteligente tem, no seu cerne, componentes digitais importantes. Dessa forma, fica
clara a importância significativa que as TIC desempenham nas cidades inteligentes.
As TIC podem contribuir para a melhoria significativa do planejamento urbano e da vida dos
moradores das cidades.
O uso inteligente da tecnologia é capaz não somente de melhorar os processos de produção e
distribuição de bens e serviços, mas também de fortalecer a comunicação entre diferentes
atores da sociedade civil e governo. Entre outros quesitos, ela ainda pode promover a
transparência.
Fonte: Shutterstock.com
Listaremos agora alguns exemplos práticos trazidos por Weiss, Bernardes e Consoni (2013).
Eles mostram como as TIC podem contribuir para a melhoria das cidades:
EXEMPLO PRÁTICO 1
Empresas que utilizam a internet para proporcionar maior eficiência energética e otimizar a
produção de bens e serviços.
EXEMPLO PRÁTICO 2
Sistemas inteligentes de monitoramento de infraestrutura urbana e de transporte.
EXEMPLO PRÁTICO 3
Documentação eletrônica e estímulo ao trabalho remoto, reduzindo o tempo de transporte e
emissões.
EXEMPLO PRÁTICO 4
Sensores e câmeras integrados a sistemas de comunicação e dados centralizados.
EXEMPLO PRÁTICO 5
Serviços avançados de geolocalização e georreferenciamento.
EXEMPLO PRÁTICO 6
Sistemas eficientes de transporte e energia, desde a geração até sua distribuição.
EXEMPLO PRÁTICO 7
Sistemas de monitoramento da saúde de pacientes e da segurança pública.
Podemos perceber, a partir dessa lista, o enorme potencial de melhoria que as TIC podem
gerar para as cidades. Para que o uso dessas ferramentas seja eficiente, é importante que:
Os sistemas da cidade funcionem de forma integrada de modo que os dados gerados a partir
dos sistemas de monitoramento sejam avaliados e que o gestor público consiga tomar
decisões baseadas nas necessidades mais urgentes.
Esses dados embasam as políticas públicas de saúde, transporte e segurança e permitem que
o poder público atue de forma preventiva em eventuais problemas, como, por exemplo,
catástrofes naturais e trânsito excessivo.
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DO
CENTRO DE OPERAÇÕES RIO
Nesse video, falaremos sobre uma das aplicações recentes de ferramentas administrativas
utilizadas no Centro de Operações do Rio de Janeiro e explicará como ele atua na cidade.
CIDADES INTELIGENTES E SUSTENTABILIDADE
Como você já deve ter percebido, as cidades inteligentes englobam conceitos de
sustentabilidade.
POR QUE É PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL DISSOCIAR
OS CONCEITOS DE CIDADE INTELIGENTE E
SUSTENTÁVEL?
Porque o objetivo da utilização das TIC e de outras ferramentas é melhorar a relação dessas
cidades com o meio ambiente. Uma cidade inteligente utiliza os recursos de forma eficiente,
otimizando tanto o espaço urbano quantoa utilização de recursos naturais.
Dessa maneira, quando pensamos na inteligência das cidades, também fazemos isso em
relação à sua sustentabilidade, uma vez que o que faz mais sentido é garantir desenvolvimento
sustentável e qualidade de vida às gerações futuras.
Trouxemos, na seção de desenvolvimento sustentável, uma série de medidas sustentáveis que
as cidades podem adotar. Agora estenderemos esse conceito de sustentabilidade, levando em
consideração as cidades inteligentes.
É possível reunir inteligência e sustentabilidade nos seguintes casos:
Caso 1
O balanceamento eficiente dos recursos necessários ao funcionamento das cidades pode ser
otimizado a partir das TIC.
Caso 2
Novos modelos de gestão podem incorporar tecnologias que busquem a eficiência energética e
o uso otimizado de recursos naturais.
Caso 3
A mobilidade urbana consegue utilizar ferramentas das TIC para reduzir o tráfego intenso,
repensar vias e estimular o deslocamento por meio de transportes públicos de qualidade e
ciclovias.
Reforçamos, portanto, que não é possível pensar em cidades inteligentes sem se abordar a
dimensão da sustentabilidade. Garantir que as cidades do futuro estejam preparadas para
contribuir com uma melhor qualidade de vida das próximas gerações é dever de todos os
cidadãos e gestores.
Analisaremos agora outros dois aspectos das cidades inteligentes e da sua relação com a
sustentabilidade: a mobilidade sustentável e as construções sustentáveis.
Dos pilares fundamentais da sustentabilidade urbana, apontaremos estes três:
Energia limpa
Processo de geração e distribuição de energia que emite poucos gases de efeito estufa (GEE).

Transporte limpo
Modos de transporte que emitem poucos GEE.

Ponto em comum
Mobilidade elétrica, que passa a ser um fator importante não só para o futuro das cidades, mas
também para o meio ambiente global.
Recentemente, temos visto iniciativas de montadoras, de empresas do setor elétrico e do
próprio poder público para viabilizar a mobilidade elétrica.
Isso ocorre a partir de subsídios por parte dos governos, pelo aumento de investimento na
geração de energia limpa ou ainda pela adaptação das cidades para receber carregadores de
automóveis elétricos.
Fonte: Shutterstock.com
Essas iniciativas geram um movimento que põe em prática a transição para uma mobilidade
elétrica sustentável. Além disso, muitos atores já enxergam os veículos híbridos (os que
operam tanto à base de eletricidade quanto de combustíveis fósseis) como uma etapa de
transição importante para um futuro de mobilidade elétrica total.
CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS
As construções sustentáveis (do inglês green buildings (Edifícios verdes) ) buscam reduzir os
prejuízos ambientais causados pelas construções de casas e edifícios nas cidades.
Atualmente, esse novo conceito de construções tem afetado diretamente o setor de construção
civil e o planejamento urbano das cidades. Ele é cada vez mais incorporado por arquitetos,
urbanistas e planejadores urbanos ao redor do mundo.
Há sete pré-requisitos para a obtenção do selo LEED (sigla para leadership in energy and
environmental design (Liderança em design de energia e meio ambiente) ), que é o
responsável por conferir a uma construção o caráter de sustentável. Esses pré-requisitos são
os seguintes:
ESPAÇO SUSTENTÁVEL
Uma construção que seja capaz de reduzir impactos ambientais.
EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA
Confirma as premissas de reaproveitamento e de uso consciente.
INOVAÇÃO E PROCESSOS
Inovações que reduzam desperdícios e aumentem a eficiência da construção como um todo.
MATERIAIS E RECURSOS
Utilização e reutilização de materiais pouco degradantes à natureza.
ENERGIA E ATMOSFERA
Busca da eficiência energética.
QUALIDADE AMBIENTAL INTERNA
Preocupação com a qualidade interna do ar.
CRÉDITOS DE PRIORIDADE REGIONAL
Levam em conta as peculiaridades, as características e as necessidades de cada país.
Mesmo que algumas construções não tenham esse selo, é possível identificar diversas
características que podem conferir um caráter de sustentabilidade a elas.
Quais seriam essas características?
Entre as principais características presentes em edificações do tipo, destacaremos estas:
painéis solares, sistemas de reaproveitamento da água da chuva, coleta de lixo voltada para
reciclagem, hortas comunitárias e jardins suspensos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1) QUE MEDIDA PODE SER ADOTADA PARA A REDUÇÃO TANTO DO TEMPO DE
DESLOCAMENTO AO TRABALHO QUANTO DAS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO
ESTUFA (GEE)?
A) Serviços avançados de geolocalização.
B) Estímulo ao trabalho remoto.
C) Sistemas de monitoramento.
D) Sistemas de câmeras e sensores integrados.
E) Construção de ciclovias.
2) QUAL É A RELAÇÃO ENTRE AS CIDADES INTELIGENTES E AS TIC?
A) Toda cidade inteligente tem, no seu cerne, componentes digitais importantes. Portanto, as
TIC são fundamentais para tornar as cidades inteligentes.
B) Toda cidade inteligente tem algum uso de componentes digitais. No entanto, as TIC são
apenas complementares às cidades inteligentes.
C) O que caracteriza as cidades inteligentes é a forma como os gestores públicos otimizam o
uso dos recursos, o que não está relacionado ao uso das TIC.
D) As TIC são úteis para as cidades inteligentes apenas para o setor de mobilidade urbana, já
que ele pode se valer do uso das tecnologias mais avançadas.
E) As TIC são ferramentas de tecnologia muito recentes. Por isso, elas ainda não foram
utilizadas nas cidades inteligentes.
GABARITO
1) Que medida pode ser adotada para a redução tanto do tempo de deslocamento ao
trabalho quanto das emissões de gases de efeito estufa (GEE)?
A alternativa "B " está correta.
O estímulo ao trabalho remoto pode não apenas reduzir o tempo de deslocamento ao trabalho,
como também as emissões de GEE.
2) Qual é a relação entre as cidades inteligentes e as TIC?
A alternativa "A " está correta.
As TIC têm uma importância fundamental na construção de cidades inteligentes. Afinal, elas
possuem componentes digitais (emprego das TIC) importantes. O uso da tecnologia é uma
condição necessária em casos do tipo, já que que confere o caráter de inteligente a essas
cidades.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, trouxemos os debates mais atuais em relação à gestão das cidades. No primeiro
módulo, apresentamos o conceito de planejamento urbano e seus principais instrumentos: o
Estatuto da Cidade e o Plano Diretor. Percebemos que um bom planejamento urbano não se
limita aos fatores físicos da cidade; na verdade, ele precisa considerar aspectos sociais e de
distribuição de renda, entre outros, além de visar ao bem-estar de todos os moradores das
cidades.
No segundo módulo, apresentamos em detalhes os aspectos do desenvolvimento sustentável
das cidades. Elencamos as características que conferem às cidades o status de inteligentes a
partir de índices e exemplos. Por fim, apresentamos o papel que as TIC desempenham na
promoção das que são inteligentes.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
LEITE, C.; AWAD, J. di C. M. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: desenvolvimento
sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.
NASCIMENTO, B. P. Gentrificação na zona portuária do Rio de Janeiro: deslocamentos
habitacionais e hiperprecificação da terra urbana. In: Caderno Prudentino de Geografia. v. 1. n.
41. 2019. p. 45-64.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONU prevê que cidades abriguem 70% da
população mundial até 2050. Publicado em: 19 fev. 2019.
PINHEIRO, O. M. Plano diretor e gestão urbana. Florianópolis: Departamento de Ciências da
Administração/UFSC, 2010.
RODRIGUES, A. M. Estatuto da Cidade: função social da cidade e da propriedade. Alguns
aspectos sobre população urbana e espaço. In: Cadernos metrópole. n. 12. 2004.
SEQUINEL, M. C. M. et al. O modelo de sustentabilidadeurbana de Curitiba: um estudo de
caso. 2002.
VILLAÇA, F. Dilemas do Plano Diretor. In: O município no século XXI: cenários e
perspectivas. São Paulo: Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM, 1999. p. 237-247.
WEISS, M. C.; BERNARDES, R. C.; CONSONI, F. L. Cidades inteligentes: a aplicação das
tecnologias de informação e comunicação para a gestão de centros urbanos. In: Revista
tecnologia e sociedade. v. 9. n. 18. 2013.
EXPLORE+
Para se aprofundar na temática das cidades inteligentes e da sua relação com a
sustentabilidade, leia este livro:
CORTESE, T. T. P.; KNIESS, C. T.; MACCARI, E. A. Cidades inteligentes e sustentáveis.
Barueri: Manole, 2017.
CONTEUDISTA
Bernardo Andretti de Mello
 CURRÍCULO LATTES
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