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AINARA ARRUDA LUCATO - TXVI AMENORRÉIA Pode ser caracterizada como primária ou secundária. • Primária: a mulher NUNCA menstruou. A partir de 13/14 anos e nunca menstruou, mas não exibe características sexual secundária deve-se investigar. Se tiver características sexuais secundárias pode tolerar mais dois anos. A partir 15/16 anos e nunca menstruou, mas tem características sexuais secundárias deve-se investigar. • Secundária: a mulher já menstruou e secundariamente à algum problema ela parou de menstruar. Ausência de menstruação à 3 ciclos ou 6 meses sem menstruação. Alguns autores utilizam 3 meses. Deve-se investigar nesses casos. Amenorreia Secundária - Investigação 1º hipótese que se deve excluir: gravidez. Pedir beta HCG quantitativo 2º passo: dosar TSH e prolactina JUNTOS. Ela pode ter hipotireoidismo e/ou hiperprolactinemia. Se tiver os dois, tratar a tireoide primeiro pois o hipotireoidismo pode causar a hiperprolactinemia. HIPERPROLACTINEMIA - causas • Prolactinoma: diagnóstico é feito por RM, não aparece no raio-x! Inicialmente o tratamento é clínico, não vai direto pra cirurgia. Utiliza-se agonistas dopaminérgicos (cabergolina - principal escolha - ou bromocriptina), já que a dopamina é um inibidor da prolactina. • Medicamentosa: principal causa. Medicamentos que inibem a dopamina podem causar hiperprolactinemia por interferir na inibição da prolactina por meio da dopamina. - Metoclopramida - Neurolépticos (antipsicóticos) - Tricíclicos - Ranitidina - ACO • Outras: - Gestação (causa fisiológica) - Lactação (causa fisiológica) - Estimulação do seio - Lesão Torácica (queimadura extensa de tórax) - Insuficiência Renal 3º passo: se tudo estiver normal, iniciam-se os testes. Inicialmente faz o teste da progesterona, o qual serve para avaliar os níveis de estrogênio e trato de saída (anatomia). • Faz medroxiprogesterona 10mg por 5-10 dias. Houve sangramento? Quer dizer que a produção de estrogênio estava normal, a anatomia estava normal e faltava a progesterona. CAUSA - Anovulação (ex. SOP). Não houve sangramento? Investigar se o problema é na produção de estrogênio ou se há problema anatômico, como lesão de endométrio, obstrução ao fluxo. 4º passo: se não sangrou, faz estrogênio + progesterona. Serve para avaliar endométrio e trato de saída. Se ainda assim não sangrou, mesmo você dando todo o suporte hormonal, pode-se dizer que é um problema anatômico. • Faz estrogênio + progesterona por 21 dias. Faz 21 dias de estrogênio oral e nos últimos 5 dias adicionar a medroxiprogesterona (na prática faz com ACO). Se houver sangramento: era falta de estrogênio. Assim, o problema pode ser ovariano ou central (falta de estímulo) Não houve sangramento: não é problema hormonal, é anatômico. Causas anatômicas: • Causas uterovaginais ( compartimento l) AINARA ARRUDA LUCATO - TXVI - Síndrome de Asherman: lesão endometrial (depois de curetagem, abortamento infectado a paciente não menstrua) - Hiperplasia adrenal congênita: é a maior causa de genitália ambígua na mulher (pseudo-hermafroditismo feminino). Causa um acúmulo de androgênio e masculiniza a genitália externa da mulher. Maior causa ➡ deficiência da 21-hidroxilase. Essa deficiência tem como consequência a sobra de 17 hidroxiprogesterona e androgênio. Faz a dosagem e vê o nível desses mais altos que o normal. Pode haver também uma deficiência parcial dessa enzima, o que não chega a alterar a genitália na vida intra uterina, mas na vida adulta, devido ao acúmulo de androgênio, (hiperplasia adrenal congênita de manifestação tardia) simula um quadro de SOP. 5º passo: se o teste de estrogênio + progesterona fez sangrar, faz então a dosagem de FSH. A ideia é separar se é causa ovariano ou central. - se FSH alto: a culpa é do ovário que não produz estrogênio mesmo com o estímulo➡ hipogonadismo hipergonadotrófico - causas ovarianas - se FSH normal ou baixo: a culpa é da hipófise ou hipotálamo que não produz ou estimula a produção de FSH corretamente. ➡ hipogonadismo hipogonadotrófico - causas da hipófise ou hipotálamo Causas Ovarianas (compartimento II): • Insuficiência ovariana prematura Falência/insuficiência ovariana <40 anos Causas: - Idiopática - Irradiação (irradiação pélvica) - Quimioterapia - Doença autoimune - Infecção - Síndrome de Savage: ocorre uma resistência às gonadotrofinas! O diagnóstico é por biópsia e o tratamento é feio com terapia hormonal. Tem folículo mas ele não responde às gonadotrofinas (ele é selvagem!). Ela pode ser causas de amenorreia primária ou secundária. 6º passo: se no teste anterior o FSH ficou normal ou baixo, faz o teste do GnRH. Não vai DOSAR o GnRH pq ele é pulsátil e cada hora vai dar uma coisa diferente, se liga! Você vai fazer um pulso de GnRH (adm GnRH na mulher) - Se houve⬆LH e/ou⬆FSH: realmente a culpa era do hipotálamo já que faltava GnRH. - Se não houve⬆FSH e LH: causa hipofisária. Causa hipofisárias (compartimento III): • Tumores - Prolactinoma é o clássico • Síndrome de Sheehan - isquemia hipofisária por sangramento excessivo no puerpério independente da causa (ex. Atonia uterina). A paciente também não produz leite, já que a hipófise também produz a prolactina. Causas hipotalâmicas (compartimento lV) é uma das mais comuns • Tumores - Craniofaringioma • Síndrome de Kallman - representada pela tríade: - Amenorreia primária - Anosmia (não sente cheiro) - Infantilismo sexual • Estresse, Anorexia (distúrbios alimentares), Exercícios extenuantes (alta performance). AINARA ARRUDA LUCATO - TXVI Amenorreia primária - investigação Faz exame físico: pode apresentar estigma de Turner, hímen imperfurado (tem característica sexuais secundárias, não sangra, mas todo mês tem cólica) Caracteres sexuais secundários presentes? Usar classificação de Turner para avaliar→ Se a mulher tem características sexual secundárias bem desenvolvidas (estágios IV e V) é pq o ovário funciona! E pra ele funcionar, a hipófise precisa funcionar e o hipotálamo também. Então tudo está funcionando e o problema é anatômico. Deve-se prosseguir com avaliação uterovaginal. As causas podem ser desde hímen imperfurado até síndromes como Roktansky e Morris. ● Síndrome de Roktansky - Agenesia Mülleriana: o dúcto de Müller faz a genitália interna da mulher, quando há agenesia ela não vai apresentar útero, trompa e parte superior da vagina. - Clínica: amenorreia 1ª com caracter sexual secundário, sem útero, vagina curta e pelos normais. ● Síndrome de Morris - Defeito no receptor androgênico (problema genético) - 46 XY e presença de testículo funcionante. - Por esse defeito no receptor androgênico, não há masculinização da genitália externa. Também não há pilificação. - Sexo genético e gonadal masculinos, mas apresenta fenótipo feminino. - Clínica: amenorreia 1ª com mama pequena, sem útero, vagina curta e sem pelos. Se ela não tem características sexuais secundárias tem que investigar se é o ovário que não funciona ou se ele só não está sendo estimulado. Para saber isso, dosa FSH e LH. • Se LH e FSH ⬆: doença própria do ovário (Disgenesia Gonadal). Precisa fazer cariótipo! A principal causa de Disgenesia Gonadal é Síndrome de Turner. • Se LH e FSH⬇: faz o teste do GnRH (6º passo da amenorreia secundária) para diferenciar se é hipofisário ou hipotalâmico. ● Síndrome de Turner - Cariótipo 45 X0 - É a disgenesia gonadal mais comum - Eventualmente pode ter mosaico (45 X0/46 XX - Apresenta alteração somáticas: pescoço alado, tórax em escudo, baixa estatura. - Se for 45 X0 faz reposição hormonal pra “terminar de desenvolver” - Se for com mosaico ou com cariótipo que apresenta Y PRECISA tirar a gônada