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Toxoplasmose

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1 Zoonoses 
Toxoplasmose 
Introdução 
 A toxoplasmose é uma infecção causada 
por um protozoário chamado 
“Toxoplasma Gondii”, encontrado nas 
fezes de gatos e outros felinos, que pode 
se hospedar em humanos e outros 
animais. 
 
 É causada pela ingestão de água ou 
alimentos contaminados e é uma das 
zoonoses (doenças transmitidas por 
animais) mais comuns em todo o mundo. 
 Os casos agudos são, geralmente, 
limitados e com baixas incidências. 
 A fase aguda da infecção tem cura, mas o 
parasita persiste por toda a vida da pessoa 
e pode se manifestar ou não em outros 
momentos, com diferentes tipos de 
sintomas. 
 Quanto à infecção crônica, a taxa de 
incidência é baixa até os cinco anos de 
idade e começa a aumentar a partir dos 
20. 
Sintomas 
 A maioria das pessoas infectadas pela 
primeira vez não apresenta sintomas e, 
por isso, não precisam de tratamentos 
específicos. 
 No entanto, a doença pode trazer 
complicações, como sequelas pela 
infecção congênita (transmitida da 
gestante para o bebê), toxoplasmose 
ocular, toxoplasmose grave e 
toxoplasmose cerebral. 
 Em indivíduos que estejam com o sistema 
imunológico comprometido, como 
transplantados, pacientes infectados com 
o HIV ou em tratamento oncológico a 
doença pode evoluir para gravidade. 
 Os sinais e sintomas da toxoplasmose são 
variáveis e associados ao estágio da 
infecção (agudo ou crônico). 
 Os sinais e sintomas normalmente são 
leves, similares à gripe e podem incluir 
dores musculares, fadiga, falta de apetite, 
febre e alterações nos gânglios linfáticos. 
Pessoas com baixa imunidade 
 Pessoas com imunidade comprometida 
podem apresentar sintomas mais graves, 
incluindo confusão mental, falta de 
coordenação e convulsões. 
Gestantes 
 As gestantes com toxoplasmose podem 
permanecer sem sinais e sintomas, por 
isso é importante a realização das 
consultas de pré-natal e ações de 
prevenção da doença, seu diagnóstico e 
tratamento. 
Recém-nascidos 
 A maioria dos recém-nascidos com 
toxoplasmose congênita não apresenta 
sinais clínicos evidentes ao nascimento. 
 No entanto, ao exame clínico podem 
apresentar alterações como restrição do 
crescimento intrauterino, prematuridade, 
anormalidades visuais e neurológicas. 
Sequelas tardias são mais frequentes na 
toxoplasmose congênita não tratada. 
 
 
 
 
2 Zoonoses 
 Há casos relatados de surgimento de 
sequelas da doença, não diagnosticadas 
previamente, ocorrendo apenas na 
adolescência ou na idade adulta. 
 Os recém-nascidos que apresentam 
manifestações clínicas podem ter sinais 
no período neonatal ou nos primeiros 
meses de vida. 
 
 Esses casos podem ter, com maior 
frequência, sequelas graves, como 
acometimento visual em graus variados, 
acometimento mental, alterações motoras 
e perda auditiva. 
Transmissão 
 Via oral (ingestão de alimentos e água 
contaminados) 
 Congênita (transmitido de mãe para filho 
durante gestação) 
 Formas raras: por inalação de aerossóis 
contaminados, inoculação acidental, 
transfusão sanguínea e transplante de 
órgãos. 
 
 Nota Técnica sobre Toxoplasmose e 
Amamentação 
 Atualizações sobre notificação de surto de 
DTHA no Sinan-Net 
 Atualização no manejo da gestante com 
toxoplasmose gestacional e congênita; 
 É importante saber que o contato com 
gatos e felinos não causa a doença. 
 O risco está no contato com as fezes 
contaminadas de felinos, no consumo de 
água contaminada ou alimentos mal 
lavados ou malcozidos. 
Diagnóstico 
 O diagnóstico da toxoplasmose é 
apoiado, principalmente, pela realização 
de exames de sangue. 
 Em alguns casos, pode ser necessário 
combinar outros tipos de exames para 
uma avaliação mais precisa. 
 O diagnóstico é realizado pela 
identificação de anticorpos específicos 
contra o parasito. 
 A sorologia é sensível, específica e não 
exige uma estrutura complexa para sua 
realização. 
 Em situações de surto, a identificação do 
vínculo de casos à fonte de transmissão 
deve ser feita criteriosamente, 
considerando sempre os achados 
laboratoriais que indicam o tempo 
provável da infecção. 
 A confirmação de casos de toxoplasmose 
deve ser realizada, necessariamente, por 
critério laboratorial específico. 
 Durante a investigação de surtos, os 
exames devem ser realizados nos 
Laboratórios Centrais de Saúde Pública, 
Laboratórios de Referência Regional ou 
Nacional ou Centros Colaboradores do 
Ministério da Saúde. 
 Na ausência de surtos, a confirmação dos 
casos de toxoplasmose deve ocorrer por 
meio de avaliação clínica em conjunto 
com exames laboratoriais realizados de 
acordo com avaliação e recomendações 
médicas. 
 
 
 
3 Zoonoses 
Tratamento 
 A toxoplasmose normalmente evolui sem 
sequelas em pessoas com imunidade 
adequada, desta forma não se recomenda 
tratamento específico, apenas tratamento 
para combater os sintomas. 
 Pacientes com imunidade comprometida 
ou que já tenham desenvolvido 
complicações da doença (cegueira, 
diminuição auditiva) são encaminhados 
para acompanhamento médico 
especializado. 
 O tratamento e acompanhamento da 
doença estão disponíveis, de forma 
integral e gratuita, no Sistema Único de 
Saúde. 
 Em caso de toxoplasmose na gravidez, é 
importante o acompanhamento no pré-
natal e a prática das orientações que 
forem repassadas pelas equipes de saúde; 
 Para gestantes e crianças, o Ministério da 
Saúde publicou protocolos com 
recomendações a serem seguidas, caso a 
caso. 
Prevenção 
 A principal medida de prevenção da 
toxoplasmose é a promoção de ações de 
educação em saúde, principalmente para 
mulheres que estão em idade fértil e 
gestantes. 
 É fundamental manter boas práticas 
higiene pessoal e higiene dos alimentos. 
Saiba mais sobre as medidas de prevenção 
e controle que devem ser adotados para 
evitar a infecção por toxoplasmose. 
 Água: 
 Consumo de água tratada: uma das 
principais formas de prevenção da doença 
é consumir água que tenha recebido o 
tratamento adequado. Por isso, é 
essencial dar preferência ao consumo de 
água 100% potável; 
 Fervura da água: quando não há garantia 
do tratamento adequado da água para 
consumo e limpeza de alimentos, é 
indicado o uso de filtros ou a fervura, por 
5 minutos, como tratamento adicional, 
principalmente em situações de surto; 
 Limpeza de caixas de água: é importante 
realizar periodicamente a limpeza de 
reservatórios e caixa d’águas para a 
manutenção da potabilidade da água, 
assim como se deve manter a caixa-d’água 
bem vedada para minimizar os riscos de 
contaminação. 
 Meio ambiente: 
 Cobrir as caixas de areia das crianças 
quando não estiverem jogando para evitar 
que os gatos as utilizem; 
 Não alimente gatos com carne crua ou 
malpassada; 
 Mude a caixa de areia dos gatos de 
estimação diariamente; 
 Mulheres grávidas e indivíduos com baixa 
imunidade devem evitar manusear as 
caixas de areia; 
 Ao trocar a areia de caixa ou realizar 
jardinagem, usar, quando possível, 
máscaras no rosto e luvas, além de lavar 
bem as mãos com sabão; 
 A indústria de carne deve empregar boas 
práticas de produção, como manter gatos 
e roedores fora das áreas de produção de 
alimentos e usar fontes de água com 
qualidade e adequadamente tratadas para 
os animais; 
 A indústria agrícola deve empregar boas 
práticas de produção para reduzir ou 
prevenir a contaminação. 
 Alimentos de origem animal e vegetal 
 Aquecer cortes inteiros de carne de 
porco, cordeiro, vitela ou vaca a pelo 
menos 65,6°C, com 3 minutos de 
repouso após o cozimento; carne moída e 
 
 
4 Zoonoses 
carne de caça selvagem a 71,1º C e aves a 
73,9º C. 
 O cozimento de micro-ondas não é 
confiável para matar o protozoário nem 
inativar o oocisto. 
 Congelar carne a uma temperatura 
interna de -12º C. 
 Evitar a contaminação cruzada para 
outros alimentos lavando as mãos 
completamente após o manuseio de 
carnes cruas ou frutos do mar, assim 
como as tábuas de corte, pratos, bancadas 
eutensílios. 
 Frutos do mar, incluindo mariscos, 
devem ser bem cozidos. 
 Evite comer qualquer carne crua ou 
malpassada e carne crua curada; 
 Evite beber leite não pasteurizado e 
produtos lácteos feitos com leite não 
pasteurizado. 
 Frutas e verduras 
 Lavar bem as frutas e legumes 
corretamente e com água adequadamente 
tratada antes de comê-las, antes mesmo de 
descascar; 
 Limpar as superfícies de cozimento e os 
utensílios após contato com frutas ou 
legumes não lavados; 
 A lavagem adequada de verduras, frutas e 
legumes inclui a escovação dos alimentos.

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