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81 Doença de Chagas - A Doença de Chagas é uma infecção transmissível causada por um parasita que circula no sangue e ataca o coração, bem como órgãos do aparelho digestivo (esôfago e intestino) - Causada pelo Trypanosoma Cruzi (1909) - Sangue: forma Trypomastigota - Tecidos: forma Amastigota - Sua transmissão exige a participação de um vetor: barbeiro, fincão, chupança - Formas de transmisão: - Fezes do triatomineo infectado para Trypanosoma Cruzi pele do hospedeiro (homem) - Transfusão sanguínea: 2ª via mais importante - Via congênita - Contaminação oral (ovos contaminados) - Aleitamento materno - É uma doença do continente americano (Sul dos USA até a Argentina - Transmissores: - São artrópodes da classe insecta e subfamília Triatominae - Sugam sangue em todas as fases do seu ciclo evolutivo - Vivem em média 1 a 2 anos - Com evolução de ovo, ninfa e - adulta - Tem grande capacidade de reprodução. - Distribuição geográfica dos Triatomíneos - São 6 espécies mais importantes na América do Sul: - Triatoma infestans (+ importante) - Triatoma brasiliense (+ importante no Nordeste) - Triatoma dimidiata - Triatoma sordida (+ Brasil Central) - P. Megistus - Rhodnius prolixus (Colômbia e Venezuela) - Formas da doença: - Fase aguda - Incubação - Transmissão natural: 4 - 10 dias - Transmissão por transfusão: 3 - 6 semanas - Sintomas (ocorre entre 2 - 3 semanas): febre, astenia, perda de peso, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia - Sinal de Romana: edema bipalpebral unilateral, ocorre quando a entrada é a conjuntiva ocular - Chagoma de inoclusão: - Saliências cutânea arredondadas - Indolor ou levemente dolorosa - Com freqüência é despercebida - Entrada é a pele - Manifestações neurológicas: meningoencefalite e convulsões - Miocardite - O coração freqüentemente é acometido na fase aguda - A forma amastigota multiplica-se entre os miócitos provocando intenso infiltrado mononuclear e edema instersticial - Sinal mais freqüênte (85%): taquicardia - Nem sempre ocorre alterações clínicas ao Rx ou ECG - ECG: - Taquicardia sinusal - QRS com baixa voltagem - Prolongamento do intervalo QT - BAV 1º Grau - Bloqueio de ramo direito - Extrassístoles são raras - Rx de tórax: - 50 - 60% são normais - Aumento da silhueta cardíaca pode ocorrer por derrame pericárdico - Pode ocorrer também Pericardite e Endocardite - Diagnóstico - Métodos diretos de esfregaços e gotas espessas de sangue - Exame a fresco ou após coloração - Meios de cultura - Todos devem ser tratados: 60% se curam - Fase indeterminada / latência (70%) - Assintomática - Pode durar vários anos - São 60 a 70% dos portadores da Doença de Chagas - São transmissores involuntários - Exame físico normal - ECG e Rx do Tórax normais - Esôfago e Cólon normais - Na maioria dos pacientes a sintomatologia desaparece cerca de 2 meses após o início da doença; - Nesta fase não se encontram mais parasitas no sangue periférico - Sorologia e Xenodiagnóstico são positivos - São 30% dos portadores de Doença de Chagas Agnes Jennine 82 - A forma digestiva compromete principalmente as extermidades do tubo digestivo, esôfago e cólon, estabelecendo os megas - Fase crônica: miocardiopatia Chagásica crônica pode ser: - Dilatada - Aumento do coração - Hipossistolia ventricular - ICC de graus variados - Há predominância de ICC direita - Estase jugular - Hepatomegalia - Edema de Membros inferiores - Ascite - Sem sinais patognomônicos - Rx de tórax - Aumentos variáveis da área cardíaca: mais frequentes são aumentos leves e moderados; grandes cardiomegalias - ECG - Mostra-se alterado em todos os casos de forma dilatada - Bloqueios intraentriculares (remo direito; fascículo ântero superior esquerdo do feixe de HIS) - São infrequentes: BRE, FA, Flutter - ESV são freqüentes - Ecocardiograma - Tamanho do coração - Função ventricular - Presença ou não de trombos - Aneurisma da ponta do VE - Diagnóstico: - Sorologia (detecção de anticorpos) - Reação machado Guerreiro - Hemaglutinaçãodiretaeindireta - Imunofluorescência indireta - Imuno ensaio enzimático (ELISA) - Tratamento - Digitálicos - Diuréticos - Antagonistas de aldosterona - Bloqueadores da enzima conversora da angiotensina - Betaloqueadores carvedilol) - Anticoagulantes (FA - trombos) - Arritmogênica: há predomínio das alterações do sistema excitocondutor do coração - Pode ser encontrado grandes comprometimentos do ritmo com área cardíaca normal. - BAV do 1º, 2º e 3º Graus - Bloqueios venoatrial são + frequentes. - FA e Flutter são infreqüentes. - Extrassistoles ventriculares frequentes. - (38%) - Extrassistoles + BAVT (principais causas de óbito) - Imagem de área inativa em V1 e V2: lesão de ponta - Mista: manifestações de ICC e arritmia se igualam. - Aumenta consideravelmente o potencial de mortalidade - Tratamento na fase crônica: - O tratamento específico ainda não é recomendado em termos de Programa de Saúde Pública. - O tratamento está indicado em casos de infecção recente, em todas as crianças com sorologia positiva. - Em caráter de investigação e em assistência individual é válido o tratamento Tratamento - Infecção Congênita: - Os critérios para diagnóstico são os mesmos da fase aguda adquirida. - O reconhecimento de que a mãe é portadora de Doença de Chagas faz pensar em Transmissão Congênita. - O tratamento é mais eficiente quanto mais próximo do parto foi instituído - Na infecção acidental - Inicia-se o tratamento imediatamente. - Benizonidazol: 7-10mg / Kg / 10dias - Exames pré-tratamento - Mínimo duas provas sorológicas positivas - Imunofluorescência indireta - Hemoglutinação indireta - Técnica Imunoenzimática (ELISA) - Hemograma completo - ECG, Rx de tórax, Ecocardiograma, Rx do esôfago, Intestino grosso. - Doses: - Benzonidazol (Rochagan) - Adultos 5 mg/Kg/dia durante 60 dias - Crianças 5-10 mg/Kg/dia durante 60 dias - Intervalos de 8/8 h ou 12/12 h - Nifurtimox (Lampit) Agnes Jennine 83 - Adultos 8-10 mg/Kg/dia durante 60 a 90 dias - Intervalos de 8/8 h - Crianças 15 mg/Kg/dia durante 60 dias - Intervalo 12/12 h - Posaconazole - Efeitos colaterais: - Manifestações do aparelho digestivo (epigastralgia, nauseas, vômitos) - Alterações hematológicas (leucopenia, plaquetopenia, agranulocitose) - Dermatopatia ocorre em 30% (+ Benzonidazol) - Polineuropatia e dependente da dose (ocorre em 10 a 30% dos casos) - OBS: As crianças toleram melhor o tratamento - Contra-indicações - Mulheres grávidas - Pacientes com afeções graves Avaliação de cura - Fase aguda ou crônica recente - Acompanhamento através de hemocultura, xenodiagnóstico e provas sorológicas - Negatividade prolongadamente repetidas é critério de cura - Fase crônica - Exames parasitológicos negativos - Exames sorológicos positivos Eficácia do tratamento - Paciente deve retornar a cada 6-12 meses (nova avaliação clínica) - Acompanhamento clínico / 5anos - Acompanhamento sorológico a cada 6-12 meses. Agnes Jennine
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