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Doença de Chagas

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Doença de Chagas 
- A Doença de Chagas é uma infecção transmissível 
causada por um parasita que circula no sangue e ataca 
o coração, bem como órgãos do aparelho digestivo 
(esôfago e intestino) 
- Causada pelo Trypanosoma Cruzi (1909) 
- Sangue: forma Trypomastigota 
- Tecidos: forma Amastigota 
- Sua transmissão exige a participação de um vetor: 
barbeiro, fincão, chupança 
- Formas de transmisão: 
- Fezes do triatomineo infectado para 
Trypanosoma Cruzi pele do hospedeiro (homem) 
- Transfusão sanguínea: 2ª via mais importante 
- Via congênita 
- Contaminação oral (ovos contaminados) 
- Aleitamento materno 
- É uma doença do continente americano (Sul dos USA 
até a Argentina 
- Transmissores: 
- São artrópodes da classe insecta e subfamília 
Triatominae 
- Sugam sangue em todas as fases do seu ciclo 
evolutivo 
- Vivem em média 1 a 2 anos 
- Com evolução de ovo, ninfa e 
- adulta 
- Tem grande capacidade de reprodução. 
- Distribuição geográfica dos Triatomíneos 
- São 6 espécies mais importantes na América do 
Sul: 
- Triatoma infestans (+ importante) 
- Triatoma brasiliense (+ importante no 
Nordeste) 
- Triatoma dimidiata 
- Triatoma sordida (+ Brasil Central) 
- P. Megistus 
- Rhodnius prolixus (Colômbia e Venezuela) 
- Formas da doença: 
- Fase aguda 
- Incubação 
- Transmissão natural: 4 - 10 dias 
- Transmissão por transfusão: 3 - 6 
semanas 
- Sintomas (ocorre entre 2 - 3 semanas): 
febre, astenia, perda de peso, linfadenopatia, 
hepatoesplenomegalia 
- Sinal de Romana: edema 
bipalpebral unilateral, 
ocorre quando a entrada 
é a conjuntiva ocular 
- Chagoma de inoclusão: 
- Saliências cutânea arredondadas 
- Indolor ou levemente dolorosa 
- Com freqüência é despercebida 
- Entrada é a pele 
- Manifestações neurológicas: 
meningoencefalite e convulsões 
- Miocardite 
- O coração freqüentemente é 
acometido na fase aguda 
- A forma amastigota multiplica-se entre 
os miócitos provocando intenso 
infiltrado mononuclear e edema 
instersticial 
- Sinal mais freqüênte (85%): taquicardia 
- Nem sempre ocorre alterações clínicas 
ao Rx ou ECG 
- ECG: 
- Taquicardia sinusal 
- QRS com baixa voltagem 
- Prolongamento do intervalo QT 
- BAV 1º Grau 
- Bloqueio de ramo direito 
- Extrassístoles são raras 
- Rx de tórax: 
- 50 - 60% são normais 
- Aumento da silhueta cardíaca 
pode ocorrer por derrame 
pericárdico 
- Pode ocorrer também Pericardite e 
Endocardite 
- Diagnóstico 
- Métodos diretos de esfregaços e 
gotas espessas de sangue 
- Exame a fresco ou após coloração 
- Meios de cultura 
- Todos devem ser tratados: 60% se curam 
- Fase indeterminada / latência (70%) 
- Assintomática 
- Pode durar vários anos 
- São 60 a 70% dos portadores da Doença 
de Chagas 
- São transmissores involuntários 
- Exame físico normal 
- ECG e Rx do Tórax normais 
- Esôfago e Cólon normais 
- Na maioria dos pacientes a sintomatologia 
desaparece cerca de 2 meses após o início 
da doença; 
- Nesta fase não se encontram mais parasitas 
no sangue periférico 
- Sorologia e Xenodiagnóstico são positivos 
- São 30% dos portadores de Doença de 
Chagas 
Agnes Jennine
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- A forma digestiva compromete 
principalmente as extermidades do tubo 
digestivo, esôfago e cólon, estabelecendo os 
megas 
- Fase crônica: miocardiopatia Chagásica crônica 
pode ser: 
- Dilatada 
- Aumento do coração 
- Hipossistolia ventricular 
- ICC de graus variados 
- Há predominância de ICC direita 
- Estase jugular 
- Hepatomegalia 
- Edema de Membros inferiores 
- Ascite 
- Sem sinais patognomônicos 
- Rx de tórax 
- Aumentos variáveis da área 
cardíaca: mais frequentes são 
aumentos leves e moderados; 
grandes cardiomegalias 
- ECG 
- Mostra-se alterado em todos os 
casos de forma dilatada 
- Bloqueios intraentriculares (remo 
direito; fascículo ântero superior 
esquerdo do feixe de HIS) 
- São infrequentes: BRE, FA, 
Flutter 
- ESV são freqüentes 
- Ecocardiograma 
- Tamanho do coração 
- Função ventricular 
- Presença ou não de trombos 
- Aneurisma da ponta do VE 
- Diagnóstico: 
- Sorologia (detecção de 
anticorpos) 
- Reação machado Guerreiro 
- Hemaglutinaçãodiretaeindireta 
- Imunofluorescência indireta 
- Imuno ensaio enzimático (ELISA) 
- Tratamento 
- Digitálicos 
- Diuréticos 
- Antagonistas de aldosterona 
- Bloqueadores da enzima 
conversora da angiotensina 
- Betaloqueadores carvedilol) 
- Anticoagulantes (FA - trombos) 
- Arritmogênica: há predomínio das alterações 
do sistema excitocondutor do coração 
- Pode ser encontrado grandes 
comprometimentos do ritmo com 
área cardíaca normal. 
- BAV do 1º, 2º e 3º Graus 
- Bloqueios venoatrial são + frequentes. 
- FA e Flutter são infreqüentes. 
- Extrassistoles ventriculares frequentes. 
- (38%) 
- Extrassistoles + BAVT (principais 
causas de óbito) 
- Imagem de área inativa em V1 e V2: 
lesão de ponta 
- Mista: manifestações de ICC e arritmia se 
igualam. 
- Aumenta consideravelmente o 
potencial de mortalidade 
- Tratamento na fase crônica: 
- O tratamento específico ainda não é 
recomendado em termos de 
Programa de Saúde Pública. 
- O tratamento está indicado em casos 
de infecção recente, em todas as 
crianças com sorologia positiva. 
- Em caráter de investigação e em 
assistência individual é válido o 
tratamento 
Tratamento 
- Infecção Congênita: 
- Os critérios para diagnóstico são os mesmos da 
fase aguda adquirida. 
- O reconhecimento de que a mãe é portadora de 
Doença de Chagas faz pensar em Transmissão 
Congênita. 
- O tratamento é mais eficiente quanto mais 
próximo do parto foi instituído 
- Na infecção acidental 
- Inicia-se o tratamento imediatamente. 
- Benizonidazol: 7-10mg / Kg / 10dias 
- Exames pré-tratamento 
- Mínimo duas provas sorológicas positivas 
- Imunofluorescência indireta 
- Hemoglutinação indireta 
- Técnica Imunoenzimática (ELISA) 
- Hemograma completo 
- ECG, Rx de tórax, Ecocardiograma, Rx do 
esôfago, Intestino grosso. 
- Doses: 
- Benzonidazol (Rochagan) 
- Adultos 5 mg/Kg/dia durante 60 dias 
- Crianças 5-10 mg/Kg/dia durante 60 dias 
- Intervalos de 8/8 h ou 12/12 h 
- Nifurtimox (Lampit) 
Agnes Jennine
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- Adultos 8-10 mg/Kg/dia durante 60 a 90 dias 
- Intervalos de 8/8 h 
- Crianças 15 mg/Kg/dia durante 60 dias 
- Intervalo 12/12 h 
- Posaconazole 
- Efeitos colaterais: 
- Manifestações do aparelho digestivo (epigastralgia, 
nauseas, vômitos) 
- Alterações hematológicas (leucopenia, 
plaquetopenia, agranulocitose) 
- Dermatopatia ocorre em 30% (+ Benzonidazol) 
- Polineuropatia e dependente da dose (ocorre em 
10 a 30% dos casos) 
- OBS: As crianças toleram melhor o tratamento 
- Contra-indicações 
- Mulheres grávidas 
- Pacientes com afeções graves 
Avaliação de cura 
- Fase aguda ou crônica recente 
- Acompanhamento através de hemocultura, 
xenodiagnóstico e provas sorológicas 
- Negatividade prolongadamente repetidas é critério 
de cura 
- Fase crônica 
- Exames parasitológicos negativos 
- Exames sorológicos positivos 
Eficácia do tratamento 
- Paciente deve retornar a cada 6-12 meses (nova 
avaliação clínica) 
- Acompanhamento clínico / 5anos 
- Acompanhamento sorológico a cada 6-12 meses. 
Agnes Jennine

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