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Câncer de Próstata · Tumor maligno, não cutâneo, mais prevalente nos homens > 40 anos; · Geralmente é um tumor de comportamento indolente, sendo a exposição a terapias radicais desnecessárias. · Incidência crescente; · Aumento do rastreio com PSA; · Envelhecimento da população. · Mortalidade crescente em países em desenvolvimento e decrescente em países desenvolvidos; · Riscos de diagnóstico de 17% e de óbito de 4% durante a vida; · A testosterona não causa o câncer, mas contribui para sua progressão. Fatores de risco · Idade avançada; · Ascendência africana; · História familiar; · Outros: modelo de vida ocidental, obesidade, sedentarismo, tabagismo. · Pouca evidência. Rastreio Exames · Dosagem do antígeno prostático específico (PSA) total; · < 1 – Sem necessidade de investigação subsequente; · 1-4 – Normal, mas necessidade de investigação subsequente se presença de fatores de risco; · PSA livre · Se > 15% do PSA total, sugere benignidade; · Se < 15% do PSA total, sugere malignidade. · Densidade do PSA; · TR. · 4-10 – Elevado, realizar TR e encaminhar para urologista (HPB? Câncer?); · > 10 – Repetir exame; se confirmado, encaminhar para biópsia. · Exame de toque retal (TR); · Ressonância magnética (RM) multiparamétrica de próstata (classificação PI-RADS); · Novos marcadores · Índice de Saúde da Próstata (PHI); · 4K Score; · PCA3 (metabólito urinário do PSA). · Biópsia guiada por ultrassom transrretal (USTR) ou RM (diagnóstico definitivo). Recomendações · Rastreio informado para pacientes > 45 anos se presença de fatores de risco; · Rastreio informado para pacientes > 50 anos se ausência de fatores de risco; · Não rastrear se expectativa de vida < 10 anos. Classificação Escore de Gleason · Classifica o tumor (adenocarcinoma) conforme a desorganização tecidual; · Associação direta com a agressividade tumoral. · Pontuação de 2 a 10 – Soma dos dois padrões (1-5) mais encontrados: · Baixo: ≤ 6 · Intermediário: 7 · Alto: > 7 Estadiamento · Cintilografia óssea + RM ou TC; · Estadiamento TNM; · Pouco utilizado no pré-operatório, somente se presença de NM na RM/TC. · Classificação de risco. 6 Tratamento · Prostatectomia radical (PRR) – Aberta, Videolaparoscópica, Robótica; · Radioterapia + Hormonioterapia; · Hormonioterapia isolada; · Imunoterapia (recente) e quimioterapia (pouco efetiva). Seguimento após tratamento curativo · Realizar acompanhamento do PSA por 5 anos; · PSA < 0,2 (pós-PRR) ou < 1,0 (pós-radioterapia). Neoplasias do Parênquima Renal · Incidência crescente, com pico aos 50 a 60 anos; · Mais prevalente no sexo masculino (2:1) e em negros; · Papel crescente nos incidentalomas; · Mutações associadas – Gene de Von Hippel-Lindau (50% dos tumores esporádicos); · Fatores de risco: tabagismo, exposição a asbesto, solventes e cádmio. Tipos histológicos mais importantes · Carcinoma de células renais (85%) – Principalmente de células claras; · Carcinoma urotelial; · Benignos. · Oncocitoma: muito semelhante ao carcinoma de células renais à TC. · Angiomiolipoma; · Cisto simples; · Outros (leiomiomas, hemangiomas, lipomas, de células justaglomerulares). Quadro clínico · Assintomáticos (maioria são achados acidentais); · Tríade clássica: hematúria macroscópica, dor lombar e massa palpável no flanco; · Mais comum nos tumores mais avançados e de maior massa. · Outros sintomas: · Sintomas constitucionais: emagrecimento, inapetência, febre baixa; · Hematoma espontâneo em flanco (Síndrome de Wunderlich); · Edema de membros inferiores; · Varicocele não redutível (possível síndrome de VCI); · Secundários a metástases: dispneia, tosse, dor óssea. · Síndromes paraneoplásicas (10-40%): eritrocitose, hipercalcemia, hipertensão, disfunção hepática não metastática. · Fabricação de substâncias biologicamente ativas: síndrome de Cushing (ACTH), galactorreia (prolactina), hipoglicemia (insulina), ginecomastia, diminuição da libido, hirsutismo, amenorreia, calvície (gonadotrofinas). Diagnóstico e Estadiamento: · Sempre com TC com contraste ou RM + imagem do tórax (metástases); · Estadiamento TNM; · Alterações laboratoriais: anemia, hematúria, VHS elevada; · Biópsias são contraindicadas pela alta probabilidade de causarem metástases. Tratamento · Tumores localizados – T1, T2 e alguns T3 · Nefrectomia parcial (T1 e alguns T2 em rim único); · Nefrectomia total (T2 e T3). · Tumores metastáticos · Oligometastáticos: nefrectomia; · > 75% é renal. · Muitas metástases: sem benefício na sobrevida com a nefrectomia; · Imunoterapia e radioterapia. Carcinoma Urotelial de Bexiga · Mais frequente em homens brancos, sendo o 2º tumor mais comum em homens; · A incidência nas mulheres está se igualando à dos homens. · Idade média ao diagnóstico de 65 anos; · Fatores de risco: tabagismo (98%), exposição ocupacional (corantes, borrachas, petróleo, couro, impressão), envelhecimento, radioterapia prévia; · Maior incidência em países desenvolvidos (poluição?). Tipos histológicos · Carcinoma de células transicionais (90%); · Carcinoma de células não transicionais; · Adenocarcinoma; · Carcinoma indiferenciado; · Carcinoma misto. · Outros mais raros: cânceres epiteliais e não epiteliais. Quadro clínico · Hematúria macroscópica ou microscópica persistente em paciente tabagista ou com radioterapia local prévia é muito sugestivo; · Dor local; · Infecções associadas; · Emagrecimento e outros sintomas (dor óssea, obstrução ureteral). Diagnóstico · Exame de urina (hematúria, piúria, citologia); · Ultrassonografia: primeiro exame a ser solicitado na suspeita, pode identificar lesão vegetante intravesical; · Cistoscopia (padrão-ouro). Tratamento Manejo inicial · Sempre com ressecção transuretral (RTU); · Terapia, biópsia e estadiamento; · Diferenciação celular: baixo ou alto grau; · Profundidade tumoral: superficial ou musculoinvasivo. · Se musculoinvasivo, estadiar NM. Manejo subsequente · Baixo grau: BCG/QT intravesical se lesão > 3 cm, múltiplas lesões ou recidiva; · Acompanhamento com cistoscopia. · Alto grau não musculoinvasivo: BCG/QT intravesical; · Acompanhamento com cistoscopia. · Musculoinvasivo: · Localizado: nova RTU (poupadora de órgão) ou cistectomia radical (alta morbidade); · Metastático: quimioterapia. Câncer de Pênis · Tumor incomum, mas frequente em países em desenvolvimento; · Fator protetor: postectomia; · Fatores de risco: · Má higienização em homens não postectomizados; · Lesões pré-malignas: eritroplasia de Queyrat e doença de Bowen; · Condiloma gigante (HPV) – Pouca associação com câncer. · Carcinoma epidermoide (CEC) é o tipo histológico mais comum. Manejo · Sempre avaliar linfonodos de cadeias inguinais e pélvicas; · Biópsia da lesão primária, excisional sempre que possível; · Abordagem cirúrgica: penectomia parcial ou total; · Excisão da lesão com margens oncológicas (mín. de 10 mm) com o máximo de preservação do órgão; · Após excisão, avaliar patologia. Neoplasias de Testículo · Raras (2,2/100.000/ano), com risco de 0,2% por toda a vida; · Acomete homens jovens, entre 15 a 50 anos, com pico em 25 a 35 anos; · Fatores de risco: criptorquidia, síndrome de Klinefelter, história familiar, tumor testicular contralateral prévio, infertilidade; · Orquidopexia não diminui o risco, mas facilita o diagnóstico (palpação testicular). · Prognóstico favorável em até 80% com diagnóstico precoce. · Mesmo metastático, há alta chance de cura com quimioterapia ou radioterapia. Tipos histológicos mais importantes · Células germinativas (95%) · Seminomas (45%): clássico, anaplásico, espermatocítico; · Não-seminomas (55%): células embrionárias, teratoma, teratocarcinoma, coriocarcinoma (hCG). · Não germinativos (estromais): células de Leydig, células de Sertoli, células granulomatosas, células da teca, indiferenciados e mistos; · Outros: sarcomas, mesotelioma maligno, linfáticos, metástases. Manifestações clínicas · Locais: nodulação, peso escrotal, dor local (incomum); · Hormonais: · Hipertireoidismo (coriocarcinoma – hCG com efeito TSH-like); · Puberdade precoce (células de Leydig em crianças); · Ginecomastia, impotênciae diminuição da libido (células de Leydig em adultos). · Por metástases: massas retroperitoneais, obstrução, tosse, dor óssea; · Encefalite límbica: reação imunológica cruzada (anti-Ma2). Diagnóstico · Exame físico: nodulação escrotal, palpação inguinal e abdominal; · Exames de imagem · US: define lesão primária e diagnósticos diferencias (inflamação); · TC abdominal: estadiamento da pelve e do peritônio; · RX tórax: estadiamento para descartar metástases pulmonares; · PET-CT: avaliação de massas residuais pós-QT. · Exames laboratoriais · DHL: valor prognóstico; · Alfafetoproteína: se positivo, indica tumor não-seminomas; · hCG: sempre positivo nos coriocarcinoma. Tratamento · Orquiectomia radical + Estadiamento TNM para seguimento; · T1 e T2: acompanhar com imagem e marcadores; · T3 e T4: considerar QT/RT adjuvante; · Metastáticos (N ou M): RT (seminomas) ou QT (não-seminomas). · Em não-seminomas, linfadenectomia retroperitoneal pré-QT (linfonodos pequenos) ou pós-QT (massas irressecáveis inicialmente). Tumores de Adrenal · A maioria é diagnosticada como incidentalomas, sendo benigno e não-funcionante; · Podem ser funcionantes (produtores de hormônios), benignos ou malignos, com diagnóstico através da investigação de síndromes clínicas. Síndrome de Cushing – Superprodução de cortisol pelo córtex da adrenal. Etiologia · Aumento do ACTH pela hipófise (80%) – Doença de Cushing; · Aumento do ACTH ectópico (10%) – Câncer de pulmão; · Aumento da produção primária de cortisol (10%) – Adenoma/Carcinoma adrenal. Quadro clínico · Obesidade centrípeta (poupa membros); · Estrias vermelhas características de abdome e coxas; · Hipertensão, miopatia proximal, osteoporose, predisposição à DM; · Alterações do humor e sono. Diagnóstico · Cortisol em urina de 24 horas; · Teste de supressão do cortisol com dexametasona; · ACTH plasmático; · Exames de imagem. Síndrome de Conn Etiologia: aldosteronoma ou hiperplasia espontânea da zona glomerulosa do córtex adrenal. Quadro clínico · Hipertensão secundária; · Hipocalemia; · Alcalose; · Redução da renina e angiotensinas plasmáticas. Feocromocitoma – Produção aumentada de catecolaminas. Etiologia · Adenomas (90%); · Adenoma associado a distúrbios (10%) – Neurofibromatose, NEM II, doença de Von Hippel-Lindau. Quadro clínico: hipertensão secundária, taquicardia e rubor facial. Tumor produtor de andrógenos – Mais raro entre os tumores da adrenal. Investigação de Incidentaloma Adrenal Avaliar funcionalidade · 10-15% dos tumores de adrenal são funcionantes; · Podem ser subclínicos. · Exames laboratoriais · Cortisol urinário em urina de 24 horas; · Teste de supressão do cortisol com dexametasona; · Níveis plasmáticos de ACTH, aldosterona/renina, catecolaminas e androgênios; · Níveis urinários de catecolaminas, metanefrinas e ácido vanilmandélico. Avaliar malignidade – Exames de imagem (TC ou RM) · Adenoma (benigno) · Tamanho < 4 cm; · Densidade de gordura < 10 HU; · Imagens císticas simples; · Lavagem de > 50% do contraste em 10 minutos. · Carcinoma adrenocortical (maligno) · Tamanho > 4 cm; · Densidade de gordura > 20 HU; · Bordos irregulares, calcificações grosseiras, invasões locais e/ou linfonodais; · Lavagem de < 50% do contraste em 10 minutos. Estadiamento · Estágio I: ≤ 5 cm; · Estágio II: > 5 cm; · Estágio III: invasão local ou linfonodal; · Estágio IV: invasão de órgãos adjacentes ou metástases. Fluxograma
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