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Filosofia Aula 1

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Filosofia da Linguagem 
 
 
 
Aula 1 
 
 
 
Prof. Max William Alexandre da Costa 
 
 
 
 
 
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Conversa Inicial 
Na disciplina de Filosofia da Linguagem, iremos aprender por que a 
linguagem é um tema tão importante, e por que o entendimento da sua 
natureza é central para a filosofia. O que iremos ver serão algumas 
abordagens que o tema recebeu ao longo da história da filosofia. 
Aprenderemos que a semântica, ou seja, a área dos estudos da linguagem que 
se ocupa do significado das palavras, pode ser decisiva e que ela nos revela 
que há inúmeras aplicações práticas para o nosso tema. 
 
Contextualizando 
Desde muitos anos a natureza da linguagem tem sido motivo de 
preocupação de filósofos, pensadores e linguistas. O estudo da linguagem é 
fundamental, por exemplo, para compreendermos como o pensamento está 
ligado ao mundo. Uma reposta natural seria dizer que ele está ligado ao mundo 
por meio das palavras. Mas, se é assim, cabe perguntar: como as palavras que 
nós usamos no dia a dia adquirem significados? Ou, ainda, como as palavras 
se ligam aos objetos do mundo? Uma importante linha de estudo a esse 
respeito consiste na que busca compreender como nomes próprios — nomes 
como João, Marcella, Curitiba — ligam-se aos objetos que eles designam. É de 
fundamental importância entendermos isso, pois, assim, podemos ter uma ideia 
mais clara de como a mente e nossos pensamentos estão ligados ao mundo. 
 
Para ampliar ainda mais seus estudos, assista à entrevista com a 
professora Adriana Silva Graça, disponível no link abaixo, sobre o surgimento 
da filosofia da linguagem: 
https://www.youtube.com/watch?v=EiOe4qgLevw 
 
 
Pesquise 
Como o surgimento da filosofia da linguagem contemporânea instaurou 
um novo modo de pensar os significados das expressões na linguagem? 
 
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Os primeiros estudos em filosofia da linguagem devem-se a Aristóteles. 
Ele foi um dos primeiros filósofos a tentar definir e compreender as estruturas 
mínimas do discurso. Sem dúvida, a mais importante destas é a cópula verbal 
expressa pela palavra “é”, que dá expressão verbal ao conceito que remete ao 
“ser”. 
 Tente compreender o problema de Estilpo, gerado por uma confusão na 
compreensão das funções da cópula verbal; 
 Veja qual foi a resposta de Aristóteles. 
 
Leia, também, o artigo do professor Aldo Dinucci, Doutor em Filosofia 
Clássica pela PUC/RJ e professor adjunto do Departamento de Filosofia da 
UFS, sobre a filosofia da linguagem de Aristóteles: 
https://ri.ufs.br/bitstream/123456789/751/1/TeoriaAristotelicaLinguagem.
pdf. 
 
Na Idade Média, tomaram corpo as duas principais doutrinas sobre o 
significado das expressões linguísticas: o realismo e o nominalismo. Essas 
doutrinas foram, talvez, melhor representadas por: 
 Tomás de Aquino – teoria da abstração 
 Guilherme de Ockham – navalha de Ockham 
 
Leia também o artigo do professor Marco Aurélio Oliveira da Silva UFBA 
sobre a teoria da abstração de Tomás de Aquino: 
http://analytica.inf.br/analytica/diagramados/199.pdf 
 
Já na Modernidade, influenciada fortemente pelo nominalismo, a 
doutrina denominada de empirismo passou a conceber os significados das 
expressões linguísticas a partir das relações que as ideias adquiriam na mente. 
Para compreender as ideias dessa doutrina filosófica, e de um de seus 
principais pensadores, a respeito do nosso tema de estudo, procure responder 
às seguintes perguntas: 
 
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 O que é o empirismo em filosofia? 
 Quem foi David Hume e como ele concebia as relações entre ideias na 
mente, como “causa e efeito” “substância” e a ideia de “maçã”? 
 O que, segundo ele, uniria as ideias que formam tais conceitos na 
mente? 
Leia, também, Hume e as crenças causais, artigo do professor Silvio 
Seno Chibeni, da Unicamp: 
http://www.unicamp.br/~chibeni/public/humecrenca.pdf 
 
 
Trocando Ideias 
Vamos discutir o assunto da nossa disciplina? 
Como nós aprendemos os significados das palavras? Apenas 
relacionando expressão e objeto, como quando ouvimos a palavra mesa ao 
mesmo tempo em que vemos alguém apontando para uma mesa? Mas, se é 
assim, como aprendemos o significado, por exemplo, das cores: bastaria que 
alguém dissesse a palavra que identifica uma cor e apontasse para um objeto 
dotado dessa cor? Sendo assim, um daltônico poderia compreender o 
significado das cores? 
Mas, e os números? Não se pode apontar para um número. Como, 
então, aprendemos seu significado? 
É possível apresentar uma única teoria dos significados para todos 
esses casos? O que você acha? 
Vamos participar dessa discussão? 
 
 
 
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Na Prática 
A filosofia surgiu a partir de um insight, de que problemas como “o que é 
a justiça?”, “o que é o bem?” e “o que é o conhecimento?” poderiam ser 
tratados e, talvez, respondidos com o mesmo rigor adotado para resolver os 
problemas matemáticos. A matemática, aliás, foi a primeira disciplina do 
conhecimento humano; mas, como ela surgiu? 
 
Assista a um vídeo disponível no portal YouTube sobre A história da 
matemática, cujo link segue abaixo, e reflita sobre a seção “Matemática, Lógica 
e o princípio da Filosofia” do seu livro base. 
https://www.youtube.com/watch?v=DURQCHvxXvY 
 
 
Síntese 
Como podemos perceber, a natureza dos significados na linguagem é 
assunto bastante interessante e envolvente, até mesmo para aqueles que não 
são alunos do curso de Filosofia, uma vez que aborda temas que conectam a 
linguística, a psicologia, a lógica, a matemática e a computação. 
 
 
Referências 
 
BBC. A história da matemática. Vídeo, 58’10’’. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=DURQCHvxXvY> Acesso em: 3 out. 2016. 
 
CHIBENI, S. S. Hume e as crenças causais. Disponível em: 
<http://www.unicamp.br/~chibeni/public/humecrenca.pdf> Acesso em: 3 out. 
2016. 
 
DINUCCI, A. L. Notas sobre a teoria aristotélica da linguagem. Cadernos UFS: 
Filosofia, São Cristóvão, v. 5, p. 7-16, jan./jun. 2009. Disponível em: 
 
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<https://ri.ufs.br/bitstream/123456789/751/1/TeoriaAristotelicaLinguagem.pdf>. 
Acesso em: 3 out. 2016. 
 
GRAÇA, A. S. No jardim da filosofia - Adriana Silva Graça sobre a origem da 
contemporânea filosofia da linguagem. Entrevista. Vídeo, 9’06’’. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=EiOe4qgLevw> Acesso em: 3 out. 2016. 
 
SILVA, M. A. O. da. Tomás de Aquino e Caetano. Ainda a teoria da abstração. 
Analytica, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p. 173-204, 2011. Disponível em: 
<http://analytica.inf.br/analytica/diagramados/199.pdf> Acesso em: 3 out. 2016.

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