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ROTEIRO DE ESTUDOSROTEIRO DE ESTUDOS BASES FARMACOLÓGICASBASES FARMACOLÓGICAS Edição: Flávia Garcia vynha_garcia Definições de termos basicos da farmacologia. Droga: qualquer substância química capaz de interagir com o organismo vivo em algum nível, seja morfológico, fisiológico, bioquímico ou psicológico, e produzir algum efeito. Remédio: pode ser uma droga ou um recurso usado para tratar ou prevenir doenças. Medicamento: produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Fármaco: princípio ativo de um medicamento. 1. 2. 3. 4. IMPORTANTE: 5. Princípio ativo: substância que deve exercer efeito farmacológico, pode ser um medicamento, um alimento ou uma planta pode ter diversas substâncias em sua composição, mas somente uma ou algumas dessas substâncias conseguem ter ação no organismo. 6. Ação do fármaco: interação do fármaco com o receptor (local de ligação no organismo), resultando em eventos bioquímicos. 7. Efeito do fármaco: expressão do conjunto de caracteres visíveis no organismo decorrente da ação do fármaco. 8. Biodisponibilidade do fármaco ou do medicamento :medida da fração de uma dose de um fármaco administrado e não metabolizado que atinge a circulação sistêmica e está disponível para se ligar a um receptor no organismo. 9. Tóxico :droga que resulta em efeito danoso ou lesivo ao organismo. Dependendo de sua origem, pode ainda receber o nome de veneno ou peçonha. É o estado final de apresentação da fórmula farmacêutica, com a finalidade de facilitar sua administração e obter o maior efeito terapêutico possível e o mínimo de efeitos indesejáveis. Conceito Geral FORMAS FARMACÊUTICAS Como é dividido as formas farmacêuticas ? A B FORMAS FARMACÊUTICAS As formas farmacêuticas sólidas mais comuns são os pós e grãnulos (simples, contendo apenas um fármaco, ou compostos, com dois ou mais princípios ativos) e os aglomerados, como comprimidos, cápsulas, drágeas e pastilhas . As formas farmacêuticas líquidas mais comuns são as soluções (solução oral, solução em gotas, xarope, elixir, colírio, errino, gotas nasais, solução otológica, clister ou enema, colutório), dispersões (suspensão e emulsão) e sol uções parenterais ou injetáveis esterilizadas (ampola, frasco-ampola, etc. Quais são os tipos de vias de administração dos farmacos? A B VIA DE ADMINISTRAÇÃO Vias enterais: Vias de acesso do medicamento que fazem contato com qualquer segmento do sistema digestório, como as vias bucal, sublingual, oral e retal. Vias parenterais: demais vias de acesso do medicamento que não interagem com o sistema digestório, como é o caso das vias acessadas por meio de soluções injetáveis, também chamadas de parenterais diretas (intradérmica, subcutánea, intramuscular, intravenosa e intra-arterial) ou parenterais indiretas (cutánea, respiratória, conjuntival, geniturinária e intracanal). C Vias tópícas: aplicação de um fármaco ou medicamento diretamente no local onde irá agir. Normal mente a aplicação é feita na pele ou na mucosa, e as formulações empregadas devem impedir ou reduzir a absorçáo no local, para evitar efeitos sistêmicos indesejáveis. ATENÇÃO: O uso se diz respeito às normas de prescrição de medicamentos. A regra prática é que todo medicamento que é deglutido é considerado de uso interno. As demais formas farmacêuticas de medicamentos, como soluções injetáveis,pomadas,supositórios,colutórios, colírios, etc., são consideradas de uso externo. TABELA Via de administração e uso Formas Farmacêuticas mais comuns Vantagens Desvantagens Oral (uso Interno) Sublingual (uso Interno) comprimidos,cápsulas,drágeas, soluções, xaropes,elixires, suspensões,emulsões Fácil administração; Boa aceitação pelo paciente; Baixo custo Maior segurança (absorção ,mais lenta); Indolor. Necessidade de cooperação e consciência do paciente; Risco de administração abusiva; Inativação ou redução dos fármacos por sucos ou enzimas digestórias ou hepáticas. comprimidos e soluções. Evita o contato do fármaco com sucos ou enzimas digestórias e hepáticas. Restrição da ingestão de líquidos ou alimentos durante 10 minutos após a administração. Retal (uso externo) lntramuscular (uso externo) Intravenosa (uso externo) suspensórios conveniência de aplicação quando o paciente não consegue deglutir. Evita ação do contato do fármaco com sucos digestórios ou hepáticos. absorção incompleta ou irregular; Incomodo durante a aplicação; Possibilidade de irritação na musoca absortiva Soluções injetáveis Soluções injetáveis Ação sistêmica rápida e absorção de volumes maiores (até 5 ml) em locais adequados Necessidade de aplicação por pessoa especializada Contraindicação a profundidade da aplicação, de indivíduos com doença vascular periférica oclusiva, problemas de coagulação, edema, locais inflamados, de cicatrizes, tatuagem ou outras lesões. Efeitos imediatos Fármacos independem da absorção ,uma vez que são administrados locais diretamente na veia Risco de causar reações locais,como infecções,flebite ou trombose. A farmacocinética estuda os processos de absorção, distribuição, metabolismo (biotransformação) e excreção que determinam a movimentação de uma droga em um organismo vivo, desde sua introdução por uma via de acesso até sua eliminação.Embora a absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção ocorram de forma dinãmica e praticamente simultãnea durante a administração de uma droga, esses processos serão abordados individualmente. Conceito Geral. FARMACOCINÉTICA 1 2 3 O que é o processo de absorção de um fármaco ? ABSORÇÃO 4 Mecanismos de absorção dos fármacos: Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea por meio de um dos vários mecanismos. A velocidade e a eficiência da absorção dependem de dois fatores: do ambiente onde o fármaco é absorvido e das características, tanto química e como via de administração. Difusão Facilitada Difusão Passiva Transporte Ativo Endocitose e Exocitose MECANISMOS DE ABSORÇÃO. 1 O fármaco se move da região com concentração elevada para a que tem baixa concentração,não envolve transportador, não é saturável e apresenta baixa especificidade estrutural. A grande maioria dos fármacos tem acesso ao organismo por esse mecanismo. Fármacos hidrossolúveis atravessam as membranas celulares através de canais ou poros aquosos, e os lipossolúveis movem-se facilmente através da maioria das membranas biológicas devido à sua solubilidade na bicamada lipídico. 2 Fármacos podem entrar na célula por meio de proteínas transportadoras transmembrana especializadas que facilitam a passagem de grandes moléculas,essas proteínas transportadoras sofrem alterações conformacionais, permitindo a passagem de fármacos ou moléculas endógenas para o interior da célula, movendo-os de áreas de alta concentração para área de baixa concentração. Esse processo é denominado difusão facilitada,não requer energia, pode ser saturado e inibido por compostos que competem pelo transportador 3 4 O transporte ativo dependente de energia é movido pela hidrólise de trifosfato de adenosina,capaz de mover fármacos contra um gradiente de concentração,ou seja, de uma região com baixa concentração de fármaco para uma com concentração mais elevada.Os sistemas de transporte ativo são seletivos e podem ser inibidos competitivamente por outras substâncias cotransportadas. Esses tipos de movimentação de fármacos transportam fármacos excepcionalmente grandes através da membrana celular na endocitose, as moléculas do fármaco são engolfadas pela membrana e transportadas para o interior da célula pela compressão da vesícula cheia de fármaco A exocitose é o inverso da endocitose e é usada pelas células para secretar várias substâncias por um processo similar ao da formação de vesículas. FATORES QUE INFLUENCIAM A ABSORÇÃO A Efeito do pH na absorção de fármacos: A maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca Um fármacoatravessa a membrana mais facilmente se ele estiver não ionizado. Por isso, a concentração efetiva da forma permeável de cada fármaco no seu local de absorção é determinada pelas concentrações relativas entre as formas ionizada e não ionizada. A relação entre as duas formas é, por sua vez, determinada pelo pH no local de absorção e pela força do ácido ou base fracos, que é representada pela constante de ionização, o pK. B Fluxo de sangue no local de absorção: Como o fluxo de sangue para o intestino é muito maior do que o fluxo para o estômago, a absorção no intestino é maior do que a que ocorre no estômago. C Área ou superfície disponível para absorção: Com uma superfície rica em microvilosidades, o intestino tem uma superfície maior do que a do estômago, tornando a absorção de fármacos pelo intestino mais eficiente. Tempo de contato com a superfície de absorção: Se um fármaco se desloca muito rápido ao longo do trato gastrointestinal. Contudo, qualquer retardo no transporte do fármaco do estômago para o intestino reduz a sua velocidade de absorção. Assim, a presença de alimento no estômago dilui o fármaco e retarda o esvaziamento gástrico. Portanto, quando um fármaco é ingerido com o alimento, em geral, será absorvido mais lentamente. D Expressão da glicoproteína-P: A glicoproteína P é uma proteína transportadora transmembrana para vários fármacos, sendo responsável pelo transporte de várias moléculas, incluindo fármacos, através da membrana celular .É expressa por todo o organismo e suas funções incluem: • No fígado: transportar fármacos para a bile visando à sua eliminação • Nos rins: bombear fármacos para a urina visando à excreção • Na placenta: transportar fármacos de volta para o sangue materno, reduzindo, assim, a exposição do feto aos fármacos • No intestino: transportar fármacos para o lúmen intestinal e redu zir a absorção E Quando um fármaco é absorvido a partir do trato gastrointestinal, primeiro entra na circulação portal antes de entrar na circulação sistêmica. Se o fármaco é rapidamente biotransformado no fígado ou na parede intestinal durante esta passagem inicial, a quantidade de fármaco inalterado que tem acesso à circulação sistêmica diminui. A biotransformação na primeira passagem pelo fígado limita a eficácia de vários fármacos quando usados por via oral.Fármacos que sofrem biotransformação de primeira passagem elevada devem ser administrados em quantidade suficiente para assegurar que fármaco ativo suficiente alcance a concentração desejada. Biotransformação hepática de primeira passagem. FATOR QUE INFLUENCIA A BIODISPONIBILIDADE Conceito Geral. DISTRIBUIÇÃO Após uma droga alcançar a circulação sistêmica, ela é transportada para outras partes do organismo. Esse biotransporte pelo sangue e outros fluidos a todos os órgãos e sistemas é chamado de distribuição. Os princípios e fatores de que depende a absorção, como pH do meio, solubilidade da droga, dentre outros, também são aplicáveis à distribuição. Fatores que interferem na distribuição: RELAÇÃO AO FÁRMACO RELAÇÃO AO ORGANISMO ➔ Solubilidade: lipossolúvel ou hidrossolúvel ➔ Tamanho da Molécula: grande ou pequena ➔ Ionização: não ionizado ou ionizado ➔ Vascularização do tecido (perfusão) ➔ pH do meio ➔ Ligação a proteínas plasmáticas ➔ Barreiras especiais ➔ Percentual de gordura ➔ Alterações cardiovasculares ATENÇÃO: os fatores de distribuição de um fármaco, refletem alguns fatores fisiológicos, como fluxo sanguíneo tecidual e características da membrana de transporte, assim como suas propriedades físico-químicas. Os fármacos se distribuem rapidamente em tecidos altamente perfundidos (com alto fluxo sanguíneo), como os pulmões, ao mesmo tempo, o contrário ocorre em locais de baixa perfusão, como nos tecidos adiposos. DISTRIBUIÇÃO Duas Formas de Transporte: Livre: Hidrofílico (hidrossolúvel) Ligado: Hidrofóbico (lipossolúvel) Os fármacos ligados são aqueles que não estão livres, estão ligados com proteínas, apenas fármacos livres se ligam aos receptores de ação, normalmente os fármacos hidrofóbicos ou lipossolúveis são os que mais ficam ligados às proteínas que os carregam, principalmente as proteínas Alfa-Glicoproteína e Albumina, é importante entender que essas ligações são reversíveis, fármaco se solta quando chega no sítio de ação e se liga ao receptor alvo. A distribuição também pode ser limitada pela ligação do fármaco às proteínas do plasma, em especial a albumina e a alfa-glicoproteína, albumina mais comumente ligada aos fármacos ácidos e alfa-glicoproteína no caso de fármacos com características mais básicas. Um fármaco se liga fortemente a essas proteínas e tem pouco acesso a locais de ação intracelulares, dessa forma, pode ser lentamente biotransformado e eliminado do organismo, fica mais tempo no organismo. A fração do fármaco ligado à proteína plasmática não apresenta ação farmacológica, apenas a fração livre pode promover a ação farmacológica. Ligação às Proteínas Plasmáticas: fármacos ligados à proteínas demoram mais para serem absorvidos que os fármacos livres. Ligações Reversíveis: ➔ Drogas Ácidas-> Albumina Plasmática ➔ Drogas Básicas-> Glicoproteína Ácida ➔ Os fármacos ácidos e básicos são carregados principalmente por proteínas diferentes entre si. CONTINUAÇÃO Deslocamento com a interação de dois fármacos. DOIS FÁRMACOS Determinados fármacos são capazes de deslocar outros fármacos ligados a proteínas devido à maior afinidade de ligação. Fração ativa ou fármaco livre e fração inativa ou fármaco ligado, se um fármaco A está inativo (ligado) e um fármaco B se liga no lugar da fração inativa do fármaco A, libera esse fármaco A, que agora é caracterizado como um fármaco livre e ativo, pois não está mais ligado a proteína. Tempo de meia via: Considerações Importante. Tempo de Meia Vida (T1/T2) de um fármaco é o intervalo de tempo no qual sua concentração plasmática se reduz à metade. A meia-vida é um conceito que indica o tempo necessário para que a concentração do fármaco seja reduzida à metade de seu valor, em farmacocinética ela representa o tempo gasto para que a concentração plasmática ou quantidade original de um fármaco no organismo se reduza à metade. É o intervalo de tempo no qual a concentração plasmática do fármaco se reduz pela metade 50%. Fatores que influenciam na distribuição e absorção do fármaco influenciam no tempo de meia vida do fármaco. Barreiras Especiais: Barreira Placentária: camada de tecido semi permeável, o que vai para mãe pro bebê e vice e versa, quando a mãe toma um medicamento ele pode passar pela barreira placentária, mas é reversível, medicamento vai e volta. O cuidado tem que ser dobrado para o ambiente da placenta não estar com o pH diferente que o do organismo da mãe, nesse caso o fármaco fica na forma ionizada na placenta e não consegue voltar para o organismo da mãe, normalmente o pH da placenta é mais ácido que o da mãe, ocorrendo o aprisionamento de fármacos básicos na placenta, por conta disso evitamos usar anestésicos em gestantes, pois anestésicos são fármacos predominantemente básicos. A B Barreira Hematoencefálica: estrutura de permeabilidade altamente seletiva que protege o Sistema Nervoso Central de substâncias potencialmente neurotóxicas presentes no sangue e sendo essencial para a função metabólica normal do cérebro. Biotransformação Trata-se de mais uma etapa farmacocinética na qual há a conversão da droga, por meio de reações químicas e geral mente mediadas por enzimas, em um composto diferente do originalmente administrado, na maioria das vezes inativo farmacologicamente. O processo de biotransformação pode ser denominado como metabolização. Considerações imporatantes A biotransformação ou metabolização dos fármacos é um mecanismo por meio do qual o organismo promove modificações, o fármaco se torna uma substância mais polar e portanto, mais hidrossolúvel, para ser mais facilmente excretado, este processo geralmente inativa o fármaco, porém, em alguns casos a biotransformaçãogera metabólitos ativos. Transformar fármaco lipofílico em hidrofílico para que fique mais hidrossolúvel sendo melhor eliminado. Locais para biotransformação: O fígado é o ponto principal de biotransformação de fármacos, mas eles também são metabolizados em outros locais, como o intestino, rins e plasma. Portanto, os fármacos podem ser metabolizados em vários locais: rins, intestino, plasma, cérebro e pulmões. ATENÇÃO: O fármaco pode passar pelo fígado mais de uma vez, se ele não conseguir ficar hidrossolúvel na primeira passagem suficientemente para ser eliminado, se a primeira passagem pelo fígado não é suficiente o fármaco volta para a circulação e pode fazer o efeito terapêutico novamente, o que faz com que a duração do seu efeito seja maior Fatores que afetam a biotransformação: ➔ Patológicos: Problemas Hepáticos: qualquer problema hepático, cirrose, hepatite, hepatocarcinomas Insuficiência Cardíaca: diminui a irrigação do fígado o que prejudica o metabolismo. ➔ Idade e Sexo: Idade: crianças e idosos apresentam menor capacidade enzimática Sexo: mulheres possuem menos álcool desidrogenase (níveis sanguíneos de etanol mais altos). ➔Estado Nutricional Fatores que afetam a biotransformação INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Indução Enzimática: certos fármacos induzem um aumento da síntese de enzimas hepáticas, esta indução ocasiona um aumento da velocidade de metabolização dos próprios fármacos, o aumento da velocidade de metabolização do fármaco pode culminar na redução da intensidade e da duração da resposta farmacológica de um ou outro fármaco, gerando um evento denominado de tolerância. Inibição Enzimática: A inibição de enzimas que participam na biotransformação resulta em níveis elevados do fármaco original, efeitos farmacológicos prolongados e maior incidência de toxicidade, principalmente durante a administração crônica. Fatores que afetam a biotransformação INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Indução É o aumento, induzido pelo fármaco, de atividade enzimática. ➔ Consequência é a tolerância. ➔ Indutores são compostos que induzem a atividade de enzimas do CYP450, portanto aumentam a velocidade da excreção de xenobióticos. Dessa maneira, a biodisponibilidade é menor. ➔ Na presença de um indutor aumenta a atividade da enzima CYP e aumenta a velocidade do metabolismo do substrato Inibição É a diminuição, induzido pelo fármaco, de atividade enzimática. ➔ Consequência é a toxicidade. ➔ Inibidores são compostos que inibem a atividade de enzima CYP450, portanto diminuem a excreção de xenobióticos. Dessa maneira, a biodisponibilidade é maior. ➔ Na presença de um inibidor:diminui a atividade da enzima,diminui a velocidade do metabolismo do substratto,diminui a velocidade de excreção e aumenta a concentração do substrato no sangue. Depois que a droga é absorvida, distribuída e biotransformada (metabolizada), o passo seguinte é a excreção ou eliminação para o meio externo. Excreção Vias Excretoras Pulmões (ar inflitrado) Lágrimas Rins (urina) Leite materno Suor Saliva Importante ➔ A principal via de excreção é a renal, alguns fatores podem influenciar na velocidade de eliminação dos fármacos pela filtração renal. Alguns fármacos não devem ser usados por lactantes pois podem ser excretados via leite materno. Os hidrofílicos são mais fáceis de serem eliminados pela urina e os lipofílicos mais fáceis de serem eliminados pelas fezes. ➔ A eliminação de fármacos do organismo requer que a substância seja suficientemente polar para que a excreção seja eficiente. A remoção do fármaco ocorre por meio de numerosas vias, sendo a mais importante por meio dos rins na urina. Um paciente com insuficiência renal pode sofrer diálise extracorpórea, a qual remove pequenas moléculas, como fármacos. Vias Excretoras Excreção Renal: A eliminação de fármacos pelos rins na urina envolve três processos:filtração glomerular, secreção tubular ativa e reabsorção tubular passiva. Filtração Glomerular: Os fármacos chegam aos rins pelas artérias renais, que se dividem para formar o plexo capilar glomerular. ➔ Logo nos capilares ➔ 20% é excretado nessa fase ➔ Filtram moléculas de baixo peso ➔ Albumina não é filtrada ➔ Apenas os fármacos que não se ligarem encontram-se na Filtração Glomerular ➔ Nem tudo o que é filtrado é excretado ➔ Fármacos ligados tem grande peso molecular, passam por essa fase sem serem filtrados. 1 Vias Excretoras Secreção Tubular Ativa: Os fármacos que não foram transferidos para o filtrado glomerular ,saem dos glomérulos através das arteríolas eferentes, que se dividem formando um plexo capilar ao redor do lúmen no túbulo proximal. ➔ Excreta substâncias que não sofreram filtração, tudo o que não sofreu filtração é excretado, nessa fase são excretados vários fármacos que não se ligaram ao seu receptor no sítio de ação ➔ Mecanismos de transporte ativo, com gasto de energia, deslocamento do fármaco do local onde tenho menos concentração para onde eu tenho mais concentração ➔ Excreta fármaco ligado à proteínas 2 Vias Excretoras Reabsorção Tubular Passiva (Túbulo Contorcido Distal): Enquanto o fármaco se desloca em direção ao túbulo contorcido distal, sua concentração aumenta e excede à do espaço perivascular. O fármaco, se neutro, pode difundir-se para fora do lúmen, retornando à circulação sistêmica. A manipulação do pH da urina, para aumentar a forma ionizada do fármaco no lúmen, pode ser feita para minimizar a extensão da retrodifusão e, assim, aumentar a depuração de um fármaco indesejável. ➔Reabsorção passiva de drogas (pH) ➔ As formas não ionizadas de fármacos e seus metabólitos tendem a ser reabsorvidos imediatamente dos fluidos tubulares, depende do pH da droga e do pH do meio do Túbulo Contorcido Distal, dependendo do pH a droga pode ser mais ou menos reabsorvida, se a droga for mais reabsorvida a excreção será menor, aumenta o tempo de meia vida, biodisponibilidade e biotransformação. ➔ Alguns fármacos têm capacidade de inibir a excreção tubular aumentando o tempo de meia vida de outros fármacos. 3 Vias Excretoras Excreção Biliar: A excreção biliar é outra via de eliminação das drogas, a qual ocorre por intermédio da bile (líquido excretado pelo fígado com a função principal de emulsionar gorduras). O fígado é capaz de excretar ativamente drogas através da bile para o lúmen intestinal, onde podem ser reabsorvidas pelo ciclo êntero-hepático ou excretadas pelas fezes. Os contraceptivos orais à base de estrogênio (etinilestradiol) são um exemplo clássico de excreção biliar e reabsorção pelo ciclo êntero-hepático, o que prorroga a ação anovulatória do anticoncepcional. Por meio de transporte ativo, drogas com alto peso molecular e polaridade apresentam grande probabilidade de serem eliminadas pela bile. Excreção Pulmonar: Drogas voláteis ou metabólitos voláteis são excretados pelos pulmões, independentemente da via de administração. Essa modalidade de excreção permite monitorar, por exemplo, a concentração final do anestésico volátil no ar expirado durante a anestesia geral. Outro exemplo é o álcool etílico, que, por ser excretado em pequenas quantidades pelos pulmões, fornece um método não invasivo para estimar suas concentrações no organismo. Vias Excretoras Lágrima: A excreção pela lágrima ocorre por meio das glândulas lacrimais. Essa excreção é útil no tratamento de afecções oculares, mas apresenta pequena importância quantitativa na excreção de fármacos. Saliva: Na cavidade bucal, quando a droga é secretada com a saliva, é novamente reabsorvida e submete-se ao mesmo destino que substâncias administradas oralmente. Por meio da excreção salivar, é possível determinar a concentração plasmática de certas drogas. A atropina, o flúor é o álcool etílico são exemplos de substãncias eliminadas pela saliva. Suor: A excreção pelo suor ocorre por meio das glãndulas sudoríparas. O suor contém principalmente água, além de substãncias como ureia, ácido úrico e cloreto de sódio. A excreção é limitada pelo coeficiente de partição líquido/ água.Exemplos de substãncias eliminadas por essa via são o álcool etílico e o flúor, entre outras. Vias Excretoras Leite materno: O transporte de drogas do sangue para o leite materno ocorre pelos mesmos mecanismos existentes em membranas biológicas: difusão simples e transporte ativo. Embora não tenha sido descrito nenhum efeito adverso, três problemas potenciais existem para a criança em aleitamento materno: modificação da microbiota bucal e intestinal , podendo predispor à candidíase ou à diarreia; sensibilização e alergia; e interferência com a interpretação do resultado de culturas, se for necessário investigar um quadro febril. Conceito Geral FARMACODINÂMICA Descreve as ações dos fármacos no organismo e as influências das suas concentrações na magnitude das respostas. A maioria dos fármacos exerce seus efeitos, desejados ou indesejados, interagindo com receptores (isto é, macromoléculas-alvo especializadas) presentes na superfície ou dentro da célula. O complexo fármaco-receptor (FR) inicia alterações na atividade bioquímica e/ou molecular da célula por meio de um processo denominado transdução de sinal. RECEPTORES: INTRODUÇÃO Para que ocorra uma ação específica e, consequentemente, um efeito mais específico, os fármacos se associam a receptores, os quais são substancias químicas organizadas que normalmente se encontram na superfície celular e apresentam algum local de ligação. Assim, a interação entre fármaco e receptor funciona como uma combinação do tipo chave-fechadura, a qual promove uma ligação altamente específica no sítio, alterando a molécula do receptor e o funcionamento da célula. Várias substancias intra e extracelulares, particularmente enzimas, moléculas transportadoras, canais iônicos, DNA, RNA, entre outras, são consideradas receptores.Logo,é capaz de se alterar em decorrência da ligação de uma substancia específica e transmitir essa alteração induzindo atividade na célula-alvo,possuem na sua grande maioria, alta potência. Tipos de receptores: RECEPTORES A Receptores ligados a canais de íons : são regulados por voltagem e se ativam por mecanismos de alteração na carga elétrica das membranas excitáveis. São importantes na condução de impulsos nervosos e estão diretamente implicados nos efeitos dos anestésicos locais utilizados em odontologia. Aqueles ligados a canais de íons e regulados por ligação específica de moléculas promovem alterações celulares como híperpolarização ou despolarização B Receptores associados à proteína G :são vários tipos diferentes de receptores ligados à membrana celular, os quais têm como característica comum ativar a proteína G, amplificando acentuadamente o sinal biológico. Tipos de receptores: RECEPTORES Receptores catalítícos : associados a uma enzima, a ligação da molécula ativadora a esse receptor permite mudanças químicas que usualmente ativam outras enzimas intracelulares, induzindo mudanças fisiológicas. C Receptores intracelulares : se localizam no líquido intracelular ou no citoplasma da célula. Em virtude do caráter da membrana celular, substãncias lipofílicas tendem a atravessar essa estrutura mais facil mente, A ligação altera a conformação do receptor, o que leva aos efeitos intracelulares. D E Aceptores: são moléculas endógenas que têm sítios específicos para ligação, mas que não se alteram ou não geram efeitos biológicos visíveis, como a albumina, por exemplo. Atuam como locais de armazenamento para os fármacos. RELAÇOES DOSE-RESPOSTA O agonista é definido como o fármaco que pode se ligar ao receptor e provocar um efeito biológico. Um agonista em geral mimetiza a ação de um ligante endógeno original no seu receptor, como a norepinefrina nos receptores cardíacos. A intensidade do efeito depende da concentração do fármaco no local do receptor que, por sua vez, é determinada pela dose do fármaco administrado e por fatores característicos do perfil farmacocinético do fármaco, velocidades de absorção, distribuição e biotransformação. Um agonista se liga ao receptor e produz uma resposta biológica. Um agonista pode mimetizar a resposta do ligante endógeno no receptor ou pode provocar uma resposta diferente deste receptor e seu mecanismo. Tipos de agosnistas: AGONISTAS A Agonistas totais : ligantes que produzem o maior efeito possível, o qual não pode ser ultrapassado. Apresentam alta afinidade e alta atividade intrínseca. B Agonistas parciais : produzem algum efeito, mas sempre inferior ao efeito máximo, ou seja, apresentam alta afinidade (pois se ligam aos receptores), mas baixa atividade intrínseca. C Agonistas inversos: são receptores livres inativos e precisam da interação com um agonista para assumir uma conformação ativa ,isto é, revertem a atividade constitutiva dos receptores e exercem um efeito farmacológico oposto aos agonistas. ANTAGONISTAS São substâncias que se ligam a um receptor, mas não induzem nenhum efeito. Existem basicamente dois t ipos de antagonistas, os competitivos e os não competitivos. TIPOS DE ANTAGONISTAS A Antagonistas competitivos : ligam-se ao receptor, pois usualmente têm alta afinidade, mas atividade intrínseca nula. Entretanto, se a dose do agonista for aumentada suficientemente, ocorre o deslocamento do antagonista do receptor, e o efeito máximo pode ocorrer. B Antagonistas não competitivos : são irreversíveis, pois mesmo o aumento da dose do agonista não causa o deslocamento do antagonista, e não ocorre o efeito máximo. Também têm alta afinidade e atividade intrínseca nula. Bom estudo, pessoal! Espero que gostem desse roteiro de estudos, bons estudos turma,até a próxima !!!