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Estatinas As estatinas compõem uma das classes de fármacos com características hipolipemiantes e possuem grande potência e eficácia na redução dos níveis plasmáticos de colesterol total e LDL-c colesterol. Elas também agem melhorando a vasodilatação do endotélio, aumentando a biodisponibilidade de óxido nítrico e reduzindo os níveis de endotelina. Com isto, as indicações na clínica ampliaram de forma significativa o seu uso. São a principal indicação no tratamento da aterosclerose, a mais importante causa de doenças cardiovasculares no mundo, e são utilizadas nas profilaxias primária, secundária e terciária da doença. Mecanismo de ação: Seu mecanismo de ação consiste em inibir a enzima HMG-CoA redutase, que é responsável pela produção de colesterol endógeno pelo fígado e, consequentemente, pela formação das lipoproteínas plasmáticas. Com sua inibição, vai haver uma redução na síntese de colesterol e uma regulação dos receptores de LDL do fígado, além de uma redução de triglicerídeos. Principais fármacos: - Atorvastatina: possui meia-vida de 14 horas e sofre metabolismo do CYP 450. - Sinvastatina e Lovastatina: é o grupo de estatinas mais lipofílico. São pró-fármacos na forma de lactona - deve ser convertida na sua forma ácida (ativa). - Rosuvastatina e Pravastatina: é o grupo de estatinas mais hidrofílico e menos hepatotóxico. Não são metabolizadas de forma significativa pela via da CYP. Obs: a Pravastatina é contraindicada na gravidez e a Rosuvastatina possui meia-vida de 22 horas. *Com exceção da Rosuvastatina e da Pravastatina, as demais estatinas possuem curtos tempos de meia-vida e menor toxicidade. Efeitos colaterais: Elas são, geralmente, bem toleradas pelos pacientes e seu efeito adverso mais sério é a hepatotoxicidade, que é rara. No entanto, ocorrem casos de miopatia, efeito importante que interfere na adesão ao tratamento. A miopatia é caracterizada por sintomas musculares difusos como dor, sensibilidade e fraqueza, e esse quadro pode evoluir para rabdomiólise (destruição das fibras musculares) e insuficiência renal. As estatinas induzem alterações na homeostasia do cálcio e despolarização da membrana muscular. Em concentrações terapêuticas, induzem o aumento de apoptose e inibição da síntese de proteínas, no entanto, esses efeitos são regulados e impedidos pelo mevalonato e seus substratos em diferentes pontos da cascata. Ocorrem também alterações dose-dependentes, como o aumento de enzimas hepáticas. Os problemas graves são raros mas, caso aconteçam, há melhora logo após o ajuste de dose ou suspensão do uso do medicamento. Interações medicamentosas: O uso concomitante de dois fármacos que são metabolizados pela via do citocromo P 450 leva à competição pela via, resultando em concentrações elevadas das duas drogas utilizadas, como por exemplo a Ciclosporina, eritromicina, cetoconazol e os inibidores de protease. Ocorreram muitos relatos de pacientes que sofreram rabdomiólise quando os usos de lovastatina e eritromicina foram combinados. Antidepressivos como a fluoxetina, fluvoxamina, sertralina e nefazodona são inibidores da CYP 3A4, o que implica no aumento de concentrações plasmáticas das estatinas, sendo, portanto, necessário o uso com cautela. Há também interação das estatinas com anticoagulantes cumarínicos e com a varfarina, que pode causar um pequeno efeito anticoagulante, sendo necessário o ajuste de dose para o paciente, bem como rabdomiólise, relatado em alguns casos. As estatinas interagem com fibratos, apesar de serem efeitos muito raros quando utilizados de forma concomitante. Essa interação se dá, principalmente, entre a Genfibrozila e a Sinvastatina. E, por último, devemos lembrar que os idosos, em geral, utilizam outros fármacos metabolizados no CYP 450 com possibilidade de interação com os hipolipemiantes, alterando sua concentração sérica.
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