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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA QUÍMICA CAMILLA CAVALCANTI, HÉLIO JUNIOR E STEPHANY NEVES. PLANEJAMENTO DE PROJETOS INDUSTRIAIS PROJETO DE UMA CERVEJARIA CIGANA EM RECIFE RECIFE 2021 2 CAMILLA CAVALCANTI, HÉLIO JUNIOR E STEPHANY NEVES. PROJETO DE UMA CERVEJARIA CIGANA EM RECIFE Projeto apresentado ao Curso de Graduação de Engenharia Química do Centro Universitário Maurício de Nassau do estado de Pernambuco, como pré- requisito para obtenção de nota da disciplina Planejamento de projetos industriais. RECIFE 2021 3 RESUMO A produção e consumo de cerveja remonta à milhares de anos. Inicia-se em aproximadamente 7000 a.c na mesopotâmia, atual iraque. Supõe-se que produzir cerveja já era recorrente em diversas comunidades pois há registros de certa bebida alcoólica feita de cereais em várias civilizações orientais e ocidentais. As cervejas artesanais pertencem a um nicho de produtos com atributos de qualidade superior e com maior valor agregado, utilizando fórmulas e ingredientes relativamente diferentes aos de escala industrial. Além disso, a cerveja artesanal geralmente é escolhida de acordo com diferentes opções de sabor e estilos, em relação à cerveja industrializada, apreciada frequentemente em bares especializados ou com membros da família e percebida como produto de maior qualidade em comparação às cervejas industrializadas, em função da seleção cuidadosa das matérias-primas utilizadas em sua fabricação. Nesse mercado há um modelo de negócio conhecido como cervejaria cigana, que na definição de Chaves (2016), é uma microcervejaria, que por decisão estratégica não possui fábrica própria e terceiriza etapas da produção. Comparado com os milhões de reais necessários para montar uma fábrica, o investimento para começar uma cervejaria cigana é bem mais baixo, em torno de R$ 100 mil. As despesas iniciais envolvem o desenvolvimento da marca, o design do rótulo, os barris para maturar a cerveja, o custo de produção e o marketing. 4 SUMÁRIO 1.APRESENTAÇÃO 05 1.1. DESCRIÇÃO 05 1.2. IMPORTÂNCIA 05 1.3. RESPONSABILIDADE 06 1.4. RESULTADOS ESPERADO 07 2. MERCADO 08 2.1. CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO 08 2.2. ESTIMATIVA MERCADO ATUAL 08 2.3.FATORES 08 3. LOCALIZAÇÃO 10 3.1. DISPONIBILIDADE DE ENERGIA 10 3.2. SUPRIMENTO DE ÁGUA 10 3.3 MÃO DE OBRA E SALÁRIOS 10 4. TAMANHO 11 4.1. JUSTIFICATIVA DA ESCALA DE PRODUÇÃO 11 4.3. ECONOMIAS DE ESCALA 11 5. CONCLUSÃO 13 6. REFERÊNCIAS 14 5 1. APRESENTAÇÃO 1.1. DESCRIÇÃO Esse projeto é para o desenvolvimento de uma cervejaria cigana em Recife, que tem como objetivo ter seu funcionamento sem possuir uma fábrica própria, realizando a produção de cerveja artesanal de forma terceirizada sob diferentes formas de contrato, não necessitando de grandes investimentos. Cervejarias ciganas são cervejarias que não possuem fábrica própria, havendo a necessidade de alugar equipamento, espaço de outras cervejarias que ofereçam esse negócio, para que assim os cervejeiros ciganos consigam produzir uma quantidade alta de cerveja com registro no MAPA, podendo assim ter seu produto no mercado. O termo cervejaria cigana vem da associação dos estilos de vida cigana que é um estilo sem local próprio, onde eles estão peregrinando, mudando de local sempre que possível, assim como o cervejeiro cigano, no qual não possui cervejaria própria e pode estar produzindo em diferentes cervejarias. A cervejaria cigana é muita das vezes o primeiro passo para deixar de ser homebrew e se tornar uma cervejaria ou caso seu objetivo não seja esse, seja apenas produzir maior quantidade também é possível. 1.2. IMPORTÂNCIA As cervejarias que abrem espaço às cervejarias ciganas tem uma grande importância pois permitem a concorrência e movimentação de mercado com outras cervejarias proporcionando um amplo leque de variedades e estilos para o consumidor final. Além disso as cervejarias que abriram as portas para as ciganas tem seus equipamentos trabalhando com capacidade alta o ano todo potencializando investimentos e aumentando renda e capital de giro. As cervejarias ciganas são responsáveis por boa parte do mercado brasileiro, gerando crescimento no ramo, e muita movimentação no mercado. https://hominilupulo.com.br/universo-da-cerveja/equipamentos-fazer-cerveja/ 6 Por fim um outro ponto a se destacar quanto a importância das cervejarias ciganas é a possibilidade do homebrew de entrar no mercado cervejeiro, facilitando e reduzindo investimento que por sua vez pode ser o primeiro passo para se tornar um grande cervejeiro no Brasil. 1.3. RESPONSABILIDADE A responsabilidade da cervejaria cigana é entregar um bom produto de acordo com a legislação que regulamentam suas operações e seguir todos os parâmetros exigidos. Os trâmites para abrir uma cervejaria comercial passam pela constituição legal da empresa, com contrato social, CNPJ, inscrição estadual, alvará de funcionamento e o registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que requer o cumprimento de uma série de exigências técnicas. O registro de estabelecimentos produtores de bebidas consiste em duas etapas. A primeira é documental e deve ser realizada no SIPEAGRO (Sistema Integrado de Registro de Estabelecimentos e Produtos Agropecuários). A segunda etapa é uma vistoria no local onde é aplicada um check-list para verificação do cumprimento dos requisitos básicos para o seu funcionamento. As exigências para o registro estão previstas nas Instruções Normativas (IN) MAPA 72/2018 e as de boas práticas de fabricação estão na IN 05/2000. O tipo de profissional que deve ser contratado como responsável técnico são: Químicos, farmacêuticos, agrônomos, engenheiros de alimentos dentre outros atestado pelo seu Conselho Profissional. Os produtos devem ser analisados de acordo com a análise do padrão de identidade e qualidade, quanto para uma ação específica de coleta de amostras. Nesse caso, pode ser feita tanto na empresa, quanto no comércio. Por exemplo: Verificação de eventos transgênicos em cervejas que contivessem derivados do milho. Em resumo, deve ser estudada a Legislação antes de iniciar as atividades e deve-se contratar um bom responsável técnico para assessorar tanto no processo de registro como na produção propriamente dita. 7 1.4. RESULTADOS ESPERADOS Em análise da capacidade de produção, logística, espera-se começar com uma produção de 5000 L por mês, com o passar das demandas e entendendo as tendências que guiam o hábito dos consumidores e dominando as técnicas de gestão a intenção é expandir essa produção. 8 2. MERCADO 2.1. CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO Cerveja artesanal é aquela que executa ao máximo as características manuais de produção sem adição de conservantes, composta por água, lúpulo, levedura, cevada maltada e grãos, entre várias características. Vale ressaltar algumas dessas como produção reduzida e diferenciação: • Produção reduzida: Por ser em uma escala menor se há um maior cuidado com os ingredientes nos processos de fermentação e controle. • Diferenciação: Desde sua cor até seu aroma a cerveja artesanal já se apresenta como um produto diferenciado, o que de certa forma ajuda a expandir esses diferenciais na busca continua do novo que sou amplia o conhecimento no meio cervejeiro. De leves a robustas esse mercado se mostraamplo com novidades e à espera de várias novas descobertas. 2.2. ESTIMATIVA MERCADO ATUAL E FUTURO Uma pesquisa de mercado estudou o perfil dos consumidores e não consumidores de cerveja artesanal, e seus motivos para um consumo e o não consumo da cerveja artesanal. Consumidores entre 19 e 39 anos com alta formação escolar e elevada renda foram entrevistados afim de saber o que está ligado ao consumo e o não consumo da cerveja artesanal nessa faixa etária de idade. Os consumidores alegaram que o consumo da cerveja artesanal está ligeiramente ligado para eles a culinária por exemplo, já os não consumidores esses em sua maioria jovens dizem não consumir o produto há questões que estão ligadas diretamente ao sabor e suas características sensoriais. Dessa forma entendeu o consumidor e não consumidor se faz necessário a fim de captar mais consumidores futuramente. O mercado atual de cerveja artesanal vem crescendo ano após ano, cerca de 5% ao ano. Em Recife esse crescimento é percebido visualmente nas prateleiras dos mercados e pubs, pois Recife é considerada uma cidade muito importante e promissora para o mercado de cerveja artesanal. 2.3. FATORES QUE JUSTIFICAM A EXISTENCIA DE MERCADO PARA O PROJETO 9 Um fator muito importante para existência de um produto é a necessidade da obtenção do mesmo tornando um determinado público-alvo satisfeito. Gerando a empresa idealizadora do produto a maximização de lucros e minimização de despesas obtendo assim um lucro máximo mantendo a empresa forte no mercado de atuação. 10 3. LOCALIZAÇÃO 3.1. DISPONIBILIDADE DE ENERGIA Abastecimento com fonte de energia privada, e em segundo planto gerador de energia interno. 3.2. SUPRIMENTO DE ÁGUA A água é um ingrediente muito importante para a cerveja já que corresponde a cerca de 90% de sua composição total, tendo grande participação na qualidade final do produto (HUGHES, 2016; MORADO, 2009; SENAI, 2014;). De acordo com a legislação brasileira (BRASIL, 2009) a água utilizada para produção deverá ser potável, mesmo que tratada através de substâncias químicas, por processo físico ou outro que lhe assegure as características desejadas para boa qualidade do produto. A empresa tem sempre que controlar a potabilidade da água utilizada. O laudo, que deve ser apresentado no momento da solicitação do registro e depois nas inspeções de rotina, precisa contemplar no mínimo cinco parâmetros: cor, turbidez, pH, cloro residual total e coliformes totais. Esses são o mínimo, claro que para a empresa por sua própria necessidade, em geral para a cerveja, é importante controlar também alguns minerais, dureza, carbonato, sulfato, cloro, cloreto, magnésio e vários outros. Porque a composição salina da água influi baste nas características do produto. A água corresponde à 90% da composição total da cerveja. No processo de produção é classificada de duas formas: água cervejeira que é aquela utilizada diretamente na elaboração do mosto, interagindo como todos os ingredientes e a água de serviço que está relacionada às atividades onde não há contato com o produto como por exemplo limpeza de equipamentos, sanitização de garrafas, etc. 3.3. MÃO DE OBRA E SALÁRIOS Precisa-se para produção de 1 cervejeiro (ganhando R$4.000,00), 1 operador (ganhando R$2.200,00) e 2 auxiliares de produção (cada um ganhando R$1.200,00). 1 diretor (ganhando R$6.000,00), 1 analista de marketing (R$2.500,00), 1 analista de compras, e analista de almoxarifado (R$ 2.500,00). 11 4. TAMANHO 4.1. JUSTIFICATIVA DA ESCALA DE PRODUÇÃO A cerveja artesanal feita na cervejaria cigana é produzida em pequena escala, visando à qualidade e não quantidade. Logo, como sua produção não é massifica, permite uma variedade de sabores e aromas muito variados, mas seu custo de produção é bem maior. Nesse sentido, na produção de cerveja artesanal, o tempo de maturação e fermentação são respeitados e não há a adição de produtos químicos, como antioxidante e estabilizantes. Em sua grande maioria, as cervejas artesanais não são pasteurizadas, sendo consideradas cervejas vivas. 4.2. CUSTO UNITÁRIO Considerando a produção de uma cerveja do estilo Belgian Blond Ale, consultou-se o Guia de Estilos BJCP (2008) em que a faixa de densidade, o índice de amargor, os perfis do malte, do lúpulo e da levedura foram considerados para o cálculo de quantidade de insumos, assim como fatores como previsão de eficiência do grão e do processo também foram consideradas para esta estimativa. Cada insumo foi orçado em no mínimo seis empresas e a média do custo foi estimada. Ainda com relação aos materiais utilizados diretamente no processo produtivo, a previsão de custos da embalagem foi baseada apenas no envase em garrafas de 600 mL, cujo custo unitário varia dependendo da quantidade adquirida. Utilizou-se a tabela de tarifas de 2016 de fornecimento de água e coleta de esgoto da Sabesp para águas industriais na região metropolitana de São Paulo (Sabesp, 2016) para estimar a previsão de custo de água e de coleta de esgoto. Considerou-se que para a produção de cada litro de cerveja serão utilizados cerca de 10 litros de água. E para a previsão de energia elétrica considerou-se o custo de R$0,20 por litro de cerveja produzida. Como mão de obra, previu-se no mínimo um mestre cervejeiro, um ajudante de cervejaria e um assistente administrativo para a menor capacidade considerada no estudo, de 5.000 L/mês, e um aumento de necessidade de mão-de-obra, principalmente de ajudante de cervejaria nas capacidades maiores. O custo da mão-de-obra englobou a quantidade de funcionários, os salários e os encargos sociais e trabalhistas. Por fim, para custos com rótulo, marketing, logística de distribuição, comissões para representantes, participação em eventos, pró- labore, contador, material de escritório e insumos para limpeza e sanitização estimou-se um valor de 6% do faturamento bruto. Este agregado de custos, denominado custos adicionais, também será considerado na possibilidade de atuação como cervejaria cigana, que tem como custo principal o lote produzido e engarrafado da cerveja; nesta modalidade não se arcam com os custos de insumos, matérias-primas e todos os outros relacionados à operação e 12 instalação. O preço médio de um litro da cerveja artesanal produzida por 20 empresas brasileiras para o consumidor final é de R$49,64. Para preço de venda nesta média, determinou-se R$20,00 o litro para o distribuidor, para que o preço final ao consumidor alcance aproximadamente R$40,00. Conforme ressaltado pela especialista consultada, a margem de lucro ao longo da cadeia e a sensibilidade do consumidor final ao preço são aspectos fundamentais para o sucesso de marcas de cerveja artesanal. Por isso, foi considerado um posicionamento competitivo para a venda aos distribuidores. 13 5. CONCLUSÃO Do ponto de vista teórico, o presente trabalho cumpre com o objetivo inicial de descrever o processo de planejamento para a abertura de uma fábrica para a produção de cerveja cigana, destacando os principais aprendizados relativos, a estratégia de operações e empreendedorismo. 14 6. REFERENCIAS CARVALHO, Naiara Barbosa. D. SC, Univercidade Federal de Viçosa, julho 2015. Cerveja artesanal: pesquisa mercadológica e aceitabilidade sensorial. O que é uma cervejaria cigana? Indupropril, 2019. Disponível em < https://blog.indupropil.com.br/empreender-com-cervejas/o-que-e-uma- cervejaria-cigana/>. Acesso em 15 de jun 2021. PLANEJAMENTO DE CAPACIDADEPRODUTIVA DE UMA CERVEJARIA ARTESANAL. Sistema emprad, 2017. Disponível em < http://sistema.emprad.org.br/2017/arquivos/82.pdf>. Acesso em 15 de jun 2021. Registro no MAPA: O que as cervejarias precisam saber. Anffa sindical, 2019. Disponível em <https://anffasindical.org.br/index.php/comunicacao/noticias/affa-na- midia/1946-registro-no-mapa-o-que-as-cervejarias-precisam-saber>. Acesso em 15 de jun 2021. https://blog.indupropil.com.br/empreender-com-cervejas/o-que-e-uma-cervejaria-cigana/ https://blog.indupropil.com.br/empreender-com-cervejas/o-que-e-uma-cervejaria-cigana/ http://sistema.emprad.org.br/2017/arquivos/82.pdf
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