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. JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 1 Aula 1 - 2.1. Imunidades. 3. Conceito e Classificação dos Tributos. 4. Tributos de Competência da União. 4.1. Imposto sobre a Importação. 4.2. Imposto sobre a Exportação. 4.3. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. 4.4. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. 4.5. Imposto sobre Produtos Industrializados. 4.6. Imposto sobre Operações Financeiras. 5. Contribuições Sociais. 5.1. Contribuição para o Pis/Pasep. 5.2. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. 5.3. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 5.4. Contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art.11 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, e as instituídas a título de substituição. 5.5. Contribuições por lei devidas a terceiros (art.3º, § 1º, da Lei n. 11.457, de 16 de março de 2007). 5.6. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. Imunidades Gerais 1) A Emenda Constitucional n. 3, que autorizou a União a instituir o IPMF, incidiu em vício de inconstitucionalidade, ao dispor que, quanto a tal tributo, não se aplica "o art. 150, III, "b" e VI", da Constituição, porque, desse modo, violou os seguintes princípios e normas imutáveis (somente eles, não outros): 2. o princípio da imunidade tributária recíproca (que veda a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de impostos sobre o patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros) e que é garantia da Federação; 3. a norma que, estabelecendo outras imunidades impede a criação de impostos sobre: (art. 150, VI) "b"): templos de qualquer culto; "c"): patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; e "d"): livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (ADI 939/DF; Min. Sydney Sanches; Julgamento: 15/12/1993) * Alguns elementos dessa decisão foram deletados para facilitar a sua visualização e compreensão. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 2 Já foi cobrado: 1. (CESPE/2012/TJ-CE/Juiz) Como a imunidade recíproca está inserida entre as denominadas imunidades genéricas, pode o legislador constituinte derivado afastar a aplicação desse instituto em determinada hipótese. Errado. Nossa primeira decisão demonstra o entendimento do STF no sentido de serem as imunidades tributárias sublinhadas cláusulas pétreas, vale dizer, normas imutáveis por Emenda Constitucional. A imunidade recíproca decorre diretamente do princípio federativo, enquanto as outras se constituem em garantias individuais do contribuinte, assim como os princípios constitucionais tributários. Vejamos: CF, Art. 60. § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; (...) IV - os direitos e garantias individuais. "2) A imunidade tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições." (RE 378.144-AgR, Rel. Min. Eros Grau, 30-11-2004) Já foi cobrado: 2. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) A imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. Correto. As imunidades estabelecida pelo art. 150, VI, da CF, alcança apenas os impostos. Os outros tributos são exigíveis. É possível, por exemplo, que um Município exija contribuição de melhoria de uma escola pública estadual. 3) “Dessa forma, não há como se afastar, com base nessa mesma salvaguarda constitucional, as obrigações tributárias decorrentes de fatos geradores que não guardem relação pessoal e direta com o beneficiado pela imunidade.” (RE 446530; Min. RICARDO LEWANDOWSKI; 08/10/2009) No mesmo sentido, vejamos: . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 3 4) “LANÇAMENTO FUNDADO NA RESPONSABILIDADE DO SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESI PELO RECOLHIMENTO DE TRIBUTO INCIDENTE SOBRE A VENDA DE MERCADORIA ADQUIRIDA PELA ENTIDADE. PRODUTOR- VENDEDOR CONTRIBUINTE DO TRIBUTO. TRIBUTAÇÃO SUJEITA A DIFERIMENTO. A responsabilidade ou a substituição tributária não alteram as premissas centrais da tributação, cuja regra-matriz continua a incidir sobre a operação realizada pelo contribuinte. Portanto, a imunidade tributária não afeta, tão somente por si, a relação de responsabilidade tributária ou de substituição e não exonera o responsável tributário ou o substituto.” (RE 202.987, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 30-6-2009) Nesse último caso, o contribuinte do ICMS era o vendedor da mercadoria, já o SESI (Serviço Social da Indústria - entidade assistencial imune), sendo o comprador, era o responsável tributário por substituição. O STF considerou válida a responsabilização tributária do SESI pelo recolhimento de ICMS devido em operação de circulação de mercadoria, sob o regime de diferimento. Essas duas decisões refletem o entendimento do STF no sentido de que a imunidade tributária não exclui, do ente imune, a responsabilidade da obrigação tributária que lhe foi imposta em decorrência da substituição tributária de terceiro não beneficiado pela imunidade. Já foi cobrado: 3. (ESAF/2005/AFRF/Adaptada) No tocante às imunidades tributárias conferidas às instituições de assistência social sem fins lucrativos, julgue: Não excluem a atribuição, por lei, às instituições de assistência social, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte. Correto. “5) A Segunda Turma desta Corte, ao julgar o RE 169.628, Relator o eminente Ministro Maurício Corrêa, decidiu, por unanimidade de votos, que o § 5º do art. 184 da Constituição, embora aluda à isenção de tributos com relação às operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, não concede isenção, mas, sim, imunidade.” (RE 168.110, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 4-4-2000) CF, Art. 184, § 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 4 A imunidade tributária é uma forma de não-incidência determinada pela Constituição Federal. Já a isenção é a dispensa de tributo devido por meio de lei. Assim como o artigo acima, existem outros na CF/88 que se referem a isenções, mas são, na verdade, imunidades, já que estão previstas na Constituição Federal. Já foi cobrado: 4. (FCC/2011/TJ-PE/Juiz) O art. 155, § 2º, inciso X, letra “d”, da Constituição Federal, enuncia que o ICMS “não incidirá” sobre prestação de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão e transmissão de imagens. Bem observado, o dispositivo consagra, segundo a melhor doutrina do direito, a) hipótese de não-incidência tributária. b) imunidade tributária. c) isenção de nível constitucional. d) isenção pura e simples. e) remissão fiscal. Correta a letra B. 6) “Exigir de entidade imune a manutenção de livros fiscais é consentâneo com o gozo da imunidade tributária (...)”. (RE 250844, Min. Marco Aurélio, 29.5.2012). A imunidade tributária não exclui o dever da entidade beneficiada de cumprir obrigações acessórias. Na ocasião, o Min. Luiz Fux afirmou ainda que, no Direito Tributário, inexistiria a vinculação de o acessório seguir o principal, porquanto haveria obrigações acessórias autônomas e obrigação principal tributária. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 5 I. Imunidade recíproca 7) “A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito. Como o Município não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviços de energia elétrica, não tem o benefício da imunidade em questão, uma vez que esta não alcança o contribuinte de fato.” (ARE 663552 MG; Min. RICARDO LEWANDOWSKI; Julgamento: 28/02/2012) Já foi cobrado: 5. (PUC-PR/2011/TJ-RO/Juiz) Segundo jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal, as imunidades subjetivas abrangem também os impostos indiretos, desde que a pessoa jurídica de direito público interno seja contribuinte de fato. Errado. É entendimento recente do STF que a imunidade tributária abrange impostos indiretos, como o ICMS, mas apenas quando a entidade imune é contribuinte de direito. No caso acima, a empresa prestadora de serviço de fornecimento de energia elétrica é contribuinte do ICMS (contribuinte de direito, quem irá efetuar o recolhimento do imposto), por ocasião da saída desse produto. O Município, ao pagar por essa energia utilizada, arca efetivamente com o imposto, que está embutido no preço. Essa situação faz com que o Município seja o contribuinte de fato. Nesse caso, o Município não será beneficiado pela imunidade, na qualidade de contribuinte de fato, por isso deverá arcar com o ICMS devido ao Estado. 8) “Tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação da imunidade recíproca são passíveis de submissão ao crivo jurisdicional, em um exame de ponderação e proporcionalidade, não bastando a constatação objetiva de natureza pública do serviço que se está a tributar.” (Voto condutor; ADI 3089/DF; Relator(a): Min. CARLOS BRITTO; Julgamento: 13/02/2008) Já foi cobrado: 6. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: tanto os objetivos como os efeitos . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 6 do reconhecimento da aplicação da imunidade constitucional recíproca são passíveis de submissão ao crivo jurisdicional, em um exame de ponderação, não bastando a constatação objetiva da propriedade do bem. Correto. 9) “A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição aplica-se às operações de importação de bens realizadas por Municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’). Compete ao ente tributante provar que as operações de importação desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à concorrência.” (AI 518.405-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa; 6-4-2010) Já foi cobrado: 7. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) A imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o „contribuinte de direito‟ e o „contribuinte de fato‟). Correto. 10) “Diante do exposto, julgo procedente a ação, para, considerando ilegítima a incidência de IOF sobre aplicações financeiras dos entes federados, determinar a restituição, ao Estado de São Paulo, das quantias recolhidas a tal título.” (ACO 502; Min. CEZAR PELUSO; 19/04/2010) Já foi cobrado: 8. (FUMARC/2011/Prefeitura de Nova Lima-MG/Procurador Municipal) Para o Supremo Tribunal Federal, a imunidade decorre do fato de que o imposto sobre operações financeiras não se inclui entre os impostos sobre renda, patrimônio ou serviços. Errado. 9. (FUMARC/2011/Prefeitura de Nova Lima-MG/Procurador Municipal) Para o Supremo Tribunal Federal, as operações financeiras não são tributadas, porque esses valores compõem o patrimônio e a renda dessas entidades. Correto. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 7 De acordo com o art. 150, VI, “a”, da CF/88, a imunidade recíproca somente se aplica aos impostos incidentes sobre patrimônio, renda ou serviços. São eles: IR, ITR, IPVA, ITCMD, ITBI, IPTU, ISS, ICMS sobre serviços de transporte intermunicipal e interestadual e ICMS sobre serviços de comunicação. Além desses, o STF, ao adotar uma teoria ampla sobre a imunidade recíproca, entendeu que a imunidade deve abranger também o IOF e os impostos incidentes sobre a importação, quais sejam, o II, o ICMS e o IPI. Vale lembrar que a imunidade não alcança o contribuinte de fato, entretanto, quando a entidade imune é quem realiza a importação, ela passa a ser contribuinte de fato e contribuinte de direito. 11) “É aplicável a imunidade tributária recíproca às autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco serviço público, desde que, entre outros requisitos constitucionais e legais não distribuam lucros ou resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham por objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder público (ausência de capacidade contributiva) e não desempenhem atividade econômica, de modo a conferir vantagem não extensível às empresas privadas (livre iniciativa e concorrência)”. (RE 399307, AgR; Min. JOAQUIM BARBOSA; Julgamento: 16/03/2010) 12) "No julgamento do RE 253.472, esta Corte reconheceu que a imunidade tributária recíproca aplica-se à sociedades de economia mista que caracterizam-se inequivocamente como instrumentalidades estatais (sociedades de economia mista ‗anômalas‘). O foco na obtenção de lucro, a transferência do benefício a particular ilegítimo ou a lesão à livre iniciativa e às regras de concorrência podem, em tese, justificar o afastamento da imunidade." (AI 558.682-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa; 29-5-2012) 13) "É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre-iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica. A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobrás". (RE 285.716-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 2-3-2010) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 8 Já foi cobrado: 10. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: tal imunidade, em alguns casos, pode ter como efeito colateral relevante a relativização dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. 11. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: é relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. As duas assertivas estão erradas. As autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista terão o benefício da imunidade tributária caso sejam prestadoras de serviço público, sem intuito lucrativo. Com efeito, é irrelevante, para a atribuição de imunidade, se a atividade exercida é sujeita a monopólio estatal ou não. Relevante é a análise dos seguintes elementossobre a atividade exercida pela entidade: Se possui intuito lucrativo. Se apresenta risco à concorrência e à livre-iniciativa. Se apresenta risco ao pacto federativo pela pressão política ou econômica. Se distribui lucros a particulares. A ocorrência de quaisquer dessas situações poderá acarretar o afastamento da imunidade. Segundo o Ministro Joaquim Barbosa, as atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política. A desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita (RE 253.472; 25-8-2010). Já foi cobrado: . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 9 12. (ESAF/2007/TCE-GO/Procurador) A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade econômica, é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se sujeitando ao pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores incidentes sobre seus carros. Errado. Vamos ver as entidades que possuem ou não imunidade tributária, segundo o STF. 14) “O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é imune à tributação por impostos (art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da Constituição). A cobrança de tarifas, isoladamente considerada, não altera a conclusão.” (RE 399307, AgR; Min. JOAQUIM BARBOSA; Julgamento: 16/03/2010) 15) “A jurisprudência do STF entende que a sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tributária recíproca, nos termos da alínea a do inciso VI do art. 150 da CF.” (RE 631.309-AgR, Rel. Min. Ayres Britto; 27-3-2012) Já foi cobrado: 13. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto não é abrangida pela imunidade tributária recíproca. Errado. 16) “A prestação de ações e serviços de saúde por sociedades de economia mista corresponde à própria atuação do Estado, desde que a empresa estatal não tenha por finalidade a obtenção de lucro. As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea ―a‖ do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal.” (RE 580264 RS; Min. JOAQUIM BARBOSA; 16/12/2010) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 10 17) “A Infraero, empresa pública prestadora de serviço público, está abrangida pela imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição. Não incide ISS sobre a atividade desempenhada pela Infraero na execução de serviços de infraestrutura aeroportuária, atividade que lhe foi atribuída pela União.” (RE 524.615-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-9-2008, Segunda Turma, DJE de 3-10-2008.) 18) "As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem- se das que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca: CF, art. 150, VI, a." (RE 407.099, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 22-6-2004, Segunda Turma, DJ de 6-8-2004.) Já foi cobrado: 14.(FCC/2009/DPE-SP/Defensor Público) Segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. Correto. A Infraero e a ECT, entre outras, já foram reconhecidas como empresas que prestam serviço público, sem finalidade lucrativa e, por isso, se revestem do benefício da imunidade tributária. Porém, é importante notar que a jurisprudência do STF entende que essa imunidade só protege as atividades essenciais dessas entidades. Vejamos uma decisão nesse sentido: 19) “A imprensa divulgara recentemente que a ECT caminharia no sentido de possuir banco próprio, de ingressar em serviços de telefonia móvel, de atuar no mercado digital e de participar de projeto de trem de alta velocidade. Atividades essas incompatíveis com o monopólio a ela atribuído. O Min. Marco Aurélio, ao acentuar o caráter polivalente da instituição, também considerou incabível a concessão do privilégio de não-recolhimento do ISS. O relator reafirmou necessário estabelecer a seguinte distinção: quando se tratar de serviço público, imunidade absoluta; quando envolvido o exercício de atividade privada, incidiriam as mesmas normas existentes para as empresas privadas, inclusive as tributárias.” (RE 601392/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa, 16.11.2011) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 11 A ECT possui imunidade apenas quanto aos seus serviços que lhe são próprios, quais sejam, os postais. Já foi cobrado: 15. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) A imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Correto. 20) "A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, a, da Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle disciplinar dos advogados). A imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida" (RE 259.976-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3-2010, Segunda Turma) 21) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS DO ESTADO DA BAHIA. ÓRGÃO DA OAB. IMUNIDADE RECÍPROCA. ARTIGO 150, VI, ―A‖, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXTENSÃO. IMPOSSIBILIDADE. O fato da Caixa de Assistência dos Advogados integrar a estrutura maior da OAB, não implica a extensão da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, ―a‖, da Constituição Federal) conferida a esta, dada a dissociação entre as atividades inerentes à atuação da OAB e as atividades providas em benefício individual dos associados.” (AgR; RE 662.816/BA; Min. LUIZ FUX). A OAB, entidade beneficiada pela imunidade recíproca, constitui mais um exemplo de que essa benesse só abrange as atividades inerentes à entidade. Além disso, caso a autoridade fiscal perceba desvio de finalidade nas atividades da entidade, a imunidade será afastada e o crédito tributário lançado e constituído. Vejamos: . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 12 22) “O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada do lançamento tributário,que não admite excesso de carga.” (RE 259.976-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3- 2010, Segunda Turma) Já foi cobrado: 16. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: o reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal poderá, sendo o caso, constituir o crédito tributário e tomar as demais medidas legais cabíveis. Errado. Pegadinha da ESAF. A autoridade fiscal deverá, e não “poderá”, constituir o crédito tributário, caso constate desvio de finalidade. 23) “Segundo se depreende dos autos, a Codesp é instrumentalidade estatal, pois: Em uma série de precedentes, esta Corte reconheceu que a exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres caracteriza-se como serviço público. O controle acionário da Codesp pertence em sua quase totalidade à União (99,97%) (...). Ressalva do ministro relator, no sentido de que ‗cabe à autoridade fiscal indicar com precisão se a destinação concreta dada ao imóvel atende ao interesse público primário ou à geração de receita de interesse particular ou privado‘." (RE 253.472, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 25-8-2010, Plenário, DJE de 1º-2-2011.) A exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres foi considerada como serviço público com a concessão de imunidade à Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), mais uma sociedade de economia mista que recebeu imunidade. 24) "IPTU. Imóveis que compõem o acervo patrimonial do Porto de Santos, integrantes do domínio da União. Impossibilidade de tributação pela municipalidade, independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados pela empresa delegatária dos serviços portuários, em face da imunidade prevista no art. 150, VI, a, da CF." (RE 253.394, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 26-11-2002, Primeira Turma, DJ de 11-4-2003.) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 13 Quanto à delegação de serviços públicos, o STF entende que o patrimônio pertencente à entidade imune deve permanecer imune, mesmo que esteja sendo utilizado por terceiro. Por outro lado, sobre a atividade delegada em si, exercida com intuito lucrativo, não há que se falar em imunidade. Os serviços de registros públicos, cartorários e notariais, por exemplo, são serviços públicos delegados, praticados com intuito lucrativo e devidamente remunerados. É caso de incidência tributária normal. Vejamos: 25) “Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à Lei Complementar 116/2003, que permitem a tributação dos serviços de registros públicos, cartorários e notariais pelo Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN. A imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas, e não de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços públicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunerados (...). Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente.” ADI 3089/DF; Min. CARLOS BRITTO; Julgamento: 13/02/2008 Já foi cobrado: 17. (VUNESP/2009/TJ-SP/Juiz/Adaptada) Na ADI 3.089, DJE de 1.º.08.08, o Supremo Tribunal Federal inclinou-se pela orientação de que os serviços de registros públicos, notariais e cartorários, embora públicos, não são imunes ao ISSQN. Correto. 26) Súmula nº 583 do STF: Promitente-comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. Já foi cobrado: 18. (CESPE/2011/IFB/Professor de Direito) Se a pessoa jurídica X celebrar contrato de promessa de compra e venda de imóvel de propriedade de autarquia federal, nesse caso, enquanto não houver a efetiva transferência do imóvel para a propriedade de X, esse imóvel não sofrerá a incidência do imposto sobre a propriedade territorial urbana, em razão da imunidade tributária recíproca. Errado. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 14 Um imóvel de propriedade de autarquia com promessa irretratável de compra feita por um particular será tributado normalmente. A imunidade é afastada para evitar que particulares se aproveitem dela para utilizar o imóvel sem pagar imposto, até que se resolva a transação de forma definitiva. II. Imunidade dos templos de qualquer culto 27) “Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no art. 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos arts. 5º, VI, 19, I, e 150, VI, b. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas.‖ (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-2008, Plenário, DJE de 12-9-2008.) 28) "Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços ‘relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas’. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da CF. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas." (RE 325.822, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18-12-2002, Plenário, DJ de 14-5-2004.) Já foi cobrado: 19. (CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado/Adaptada) A Igreja Céu Azul, que goza de imunidade quanto ao pagamento de certos tributos, é proprietária de vários imóveis, um deles alugado a terceiro, e outro, onde são celebrados os cultos, que possui uma casa pastoral, um cemitério e um amplo estacionamento. A imunidade não abrange a casa pastoral, o cemitério e o estacionamento da Igreja Céu Azul, pois a norma constitucional se refere apenas aos templos de cultos religiosos. Errado. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 15 20. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas/Adaptada) Conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade dos “templos de qualquer culto” tem interpretação ampla e finalística. Correto. 21. (CESPE/2012/TJ-CE/Juiz) Ao interpretar o dispositivo constitucional que veda a instituição de imposto sobre templos de qualquer culto, o STF entende que a imunidade limita-se aos prédios destinados ao culto. Errado. O STF atribui uma interpretação ampla para a imunidade dos templos de qualquer culto. Não apenas o local do culto tem imunidade, mas também os outros bens, rendas e serviços que sejam relacionados com as atividades essenciais do templo. Por exemplo, são imunes de IPTU os imóveis alugados a terceiros, cujo aluguel é aplicado nas atividades essenciais da entidade religiosa. Seguem o mesmo raciocínio os estacionamentos, conventos e cemitérios da entidade. III. Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos trabalhadores e das instituições de educação e de assistência social. 29) Súmula nº 724 do STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. 30) "Imunidade tributária do patrimônio das instituiçõesde educação sem fins lucrativos (CF, art. 150, VI, c): sua aplicabilidade de modo a preexcluir a incidência do IPTU sobre imóvel de propriedade da entidade imune, destinado a estacionamento gratuito de estudantes: precedentes." (RE 308.449, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 27-8-2002) Já foi cobrado: 22. (FMP-RS/2012/PGE-AC/Procurador do Estado) Não fica imune ao IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) o imóvel pertencente a partido político alugado a terceiros, mesmo que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais da aludida entidade. Errado. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 16 23. (ESAF/2005/AFRF/Adaptada) No tocante às imunidades tributárias conferidas às instituições de assistência social sem fins lucrativos: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a tais instituições, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. Correto. 24. (CESPE/2012/TJ-CE/Juiz) Está abrangida pela imunidade estabelecida na CF eventual renda que, obtida por instituição de assistência social mediante cobrança de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destine- se ao custeio das atividades desta. Correto. No mesmo rumo que a imunidade dos templos de qualquer culto, a imunidade ora tratada também recebeu uma interpretação ampla. Com efeito, não apenas a entidade em si fica imune, mas também o patrimônio, renda e serviços que sejam relacionados com suas atividades essenciais. Serão assim considerados quando qualquer renda gerada por eles for destinada ao custeio dessas atividades. Vejamos outras decisões que refletem essa interpretação ampla: 31) "Instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (...). O fato de os imóveis estarem sendo utilizados como escritório e residência de membros da entidade não afasta a imunidade prevista no art. 150, VI, alínea c, § 4º, da CF." (RE 221.395, Rel. Min. Marco Aurélio, 8-2-2000) 32) "A renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, mediante a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada em suas finalidades assistenciais, estando abrangida na imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Carta República." (AI 155.822-AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 20-9-1994, Primeira Turma, DJ de 2-6-1995.) 33) "Sindicato. Colônia de férias. Inexistência de imunidade tributária por não ser o patrimônio ligado às finalidades essenciais do sindicato. Recurso extraordinário: descabimento." (RE 245.093-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-11-2006) O STF entendeu cabível a imunidade sobre colônia de férias de sindicato de trabalhadores. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 17 Agora, no sentido contrário, quando não há nenhum proveito às atividades essenciais: 34) “Terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da entidade afastam a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF.” (RE 375.715-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, 31-8-2010) A imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos trabalhadores e das instituições de educação e de assistência social também foi beneficiada por uma interpretação ampliativa no tocante aos impostos afastados. Vejamos: 35) “Tributário. ICMS. Imunidade. Operações de importação de mercadoria realizada por entidade de assistência social. (...) A jurisprudência da Corte é no sentido de que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF, abrange o ICMS incidente sobre a importação de mercadorias utilizadas na prestação de seus serviços específicos.” (AI 669.257-AgR, Rel. Min Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-3-2009, Primeira Turma, DJE de 17- 4-2009.) 36) “O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 210.251 - EDv/SP, fixou entendimento segundo o qual as entidades de assistência social são imunes em relação ao ICMS incidente sobre a comercialização de bens por elas produzidos, nos termos do art. 150, VI, c da Constituição”. (RE-ED-EDv 186175/SP; Min. ELLEN GRACIE; Julgamento: 22/08/2006) Já foi cobrado: 25. (ESAF/2009/SEFAZ-SP/Analista de Finanças e Controle) A imunidade sobre o patrimônio, renda ou serviços instituída em favor das instituições de assistência social não alcança o ICMS incidente sobre os bens por elas fabricados, posto repercutir economicamente no consumidor e não atingir o patrimônio, nem desfalcar as rendas, nem reduzir a eficácia dos serviços dessas entidades. Errado. 26. (CESPE/2006/OAB/Adaptada) Alguns moradores de certa cidade decidiram construir uma associação sem fins lucrativos para, em benefício do público, organizar e manter cursos nas áreas esportiva, social, cultural e de saúde; promover iniciativas filantrópicas e gratuitas de proteção e aprimoramento da assistência à comunidade e do amparo caritativo; e produzir e comercializar produtos hortifrutícolas. É correto afirmar que, à luz da jurisprudência do STF, . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 18 não deve incidir o ICMS sobre as operações de produção e comercialização dos produtos hortifrutícolas levadas a efeito pela mencionada associação, desde que o produto das vendas seja destinado às finalidades da mencionada entidade. Correto. 37) “ICMS. Imunidade. (...) Aquisição de mercadorias e serviços no mercado interno. Entidade beneficente. A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, compreende as aquisições de produtos no mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades beneficentes.” (AI 535.922-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 30-9-2008, Segunda Turma, DJE de 14-11-2008.) Já foi cobrado: 27. (CESPE - 2009 - PC-RN - Delegado de Polícia) A aquisição de mercadorias no mercado interno por pessoa jurídica que possui imunidade tributária deve- se sujeitar à tributação pelo ICMS, ainda que os bens adquiridos passem a integrar o patrimônio da adquirente. Errado. A Min. Ellen Gracie fundamentou sua decisão acima com base na seguinte decisão: “Não há invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela imunidade.” (RE 203755; Min. Carlos Velloso; 16/09/1996) Esse entendimento não é pacífico e será julgado novamente, em breve. Entretanto, como já foi cobrado em concurso, devemos tê-lo em mente. 38) “Entidade sem fins lucrativos. Imunidade recíproca. (...) Entidade educacional que não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviço de energia elétrica não tem benefício da imunidade em questão, uma vez que esta não alcança o contribuinte de fato.” (AI 731.786-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-10-2010, Primeira Turma, DJE de 16-11-2010.) Nese caso, o STF entendeu que não deve haver imunidade para o contribuinte de fato, assim como ocorre na imunidade recíproca. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 19 Perceba que as duas decisões acima são diferentes. Embora na primeira a entidade beneficente também seja contribuinte de fato, a imunidade se estende a bens que integrem o patrimônio dela. Na segunda, trata-se de consumo de energia elétrica. 39) “A imunidade prevista no art. 150, VI,c, da Constituição Federal, em favor das instituições de assistência social, abrange o Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados, que incidem sobre bens a serem utilizados na prestação de seus serviços específicos. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.” (RE 243807; Min. Ilmar Galvão; 14/02/2000) ―IOF. Imunidade tributária. Instituição de educação sem fins lucrativos. A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, estende-se ao imposto sobre operações financeiras.” (RE-AgR 192899; Min. Sepúlveda Pertence; 19/06/2006) Já foi cobrado: 28. (CESPE/2011/TRF-5ªregião/Juiz) A imunidade tributária conferida aos partidos políticos, às entidades sindicais dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, não abrange o imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou as relativas a títulos ou valores mobiliários. Errado. Além do ICMS, o II, IPI e IOF também são abrangidos pela imunidade ora estudada. 40) Súmula nº 730 do STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. Já foi cobrado: 29. (ESAF/2005/AFRF/Adaptada) No tocante às imunidades tributárias conferidas às instituições de assistência social sem fins lucrativos, é possível afirmar que somente alcançam as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. Correto. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 20 IV. Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Vejamos, inicialmente, o que está protegido por esta imunidade. 41) “A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa, e não exaustiva.” (RE 202.149, Rel. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-4-2011) Esse é um entendimento recente do STF, que sempre restringiu a imunidade em questão ao papel e seus insumos. Foi reconhecida imunidade em relação ao II e IPI na ocasião do desembaraço alfandegário para peças sobressalentes para equipamentos de preparo e acabamento de chapas de impressão offset para jornais. Cuidado na hora da prova! A ESAF poderá cobrar o entendimento ultrapassado, no qual essa imunidade não abrange maquinário! Fique de olho na assertiva que é a “mais certa” ou a “mais errada”. 42) Súmula nº 657 do STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF, abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. 43) “O Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que a imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal deve ser interpretada restritivamente e que seu alcance, tratando- se de insumos destinados à impressão de livros, jornais e periódicos, estende- se, exclusivamente, a materiais que se mostrem assimiláveis ao papel, abrangendo, por consequência, os filmes e papéis fotográficos.” (RE 504615, Min. Ricardo Lewandowski, 19/05/2011) No tocante aos insumos, a interpretação ainda é restritiva e só abrange aqueles assimiláveis ao papel. 44) "O fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e publicidade não afasta o benefício constitucional da imunidade‖. (RE 199.183, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 17-4-1998) As listas telefônicas estão protegidas, mesmo veiculando anúncios no corpo de suas páginas. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 21 45) "‗Álbum de figurinhas’. Admissibilidade. A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à cultura, à informação e à educação. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público infanto-juvenil." (RE 221.239, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 25-5-2004) Já foi cobrado: 30. (ESAF/2007/TCE-GO/Procurador) A imunidade tributária incidente sobre livros só é extensível ao papel nele utilizado se a obra tiver fins didático- educacionais. Errado. 31. (FCC/2009/DPE-SP/Defensor Público) A concessão da imunidade sobre livros, jornais e periódicos independe da prova do valor cultural ou pedagógico da publicação. Correto. 32. (CESPE/2011/TJ-ES/Juiz) Manuais técnicos no formato de apostilas virtuais não gozam da imunidade tributária conferida aos livros, visto que só é considerado livro, para efeitos fiscais, o que pode ser impresso e identificado como tal. Errado. Manuais técnicos também são protegidos. O conteúdo do produto não pode ser julgado por seu valor artístico, cultural ou didático. 46) “ICMS – Insumos destinados à impressão de livros, jornais e periódicos – Inexigibilidade de estorno dos créditos – Transgressão à norma constitucional da imunidade tributária – Cumulativa ocorrência, no caso, dos requisitos concernentes à plausibilidade jurídica e ao periculum in mora.” (AC 2.559-MC-REF, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-6-2010) Para entender essa decisão, é necessário conhecer a sistemática de crédito de ICMS. Caso você não saiba, nem queira aprender agora, seja . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 22 prático, decore isso: é inexigível o estorno de créditos do ICMS sobre operações com insumos do papel. Agora vamos à explicação. O entendimento do STF (descrito no relatório do Min. Celso de Mello) é no sentido de que a imunidade tributária em questão só se realizaria de forma plena com a manutenção dos créditos resultantes da compra (operação de entrada) de insumos vinculados à produção de papel. A exigência de estorno desses créditos frustraria a concretização da imunidade em questão, incidente sobre a operação de saída. O fisco defendeu que os créditos decorrentes da operação de entrada deveriam ser estornados, pois a operação de saída não era tributada, com amparo do art. 155, §2º, II, da CF (colado abaixo). O STF discordou, ao afirmar que imunidade tributária é situação absolutamente distinta de isenção e não incidência tributária. Art. 155, §2º, II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação: b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores Agora vamos ver o que não está protegido pela imunidade. 47) “Nesse sentido, não há proteção constitucional (i) à prestação de serviços de composição gráfica, (ii) às capas duras auto- encadernáveis utilizadas na distribuição de obras para o fim de incrementar a venda de jornais, (iii) à tinta para impressão de livros, jornais, revistas e periódicos, (iv) às peças de reposição ou (v) à importação de bens para montagem de parque gráfico”. (AI 727200/MG; Min. Joaquim Barbosa; 01/02/2012) * Essa decisão foi editada para facilitar a sua visualização e compreensão. Perceba que existe uma aparente contradição entre o item “(v)” dessa decisão e a primeira que vimos. Em seu voto, o Ministro Joaquim Barbosa explica adiferença: “Atualmente aguardando exame de recurso de embargos de divergência, o acórdão prolatado no RE 202.149 (a primeira decisão que vimos) versou sobre a aplicação da imunidade à atividade desenvolvida por editora. Em síntese, naquele caso, a parte pretendia ver desonerada a importação de “peças . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 23 sobressalentes para equipamentos de preparo e acabamento de chapas de impressão offset para jornais”. Diversamente, neste agravo regimental, discute-se se serviços gráficos prestados a terceiros devem ser desonerados”. Para fins de prova, saibam as duas decisões (desconsidere a explicação) porque se a ESAF cobrar, provavelmente será CTRL+C, CTRL+V de alguma delas e você saberá responder. O importante é acertar a questão! Já foi cobrado: 33. (CESPE/2012/TJ-CE/Juiz) A imunidade tributária conferida aos livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão estende-se aos serviços de composição gráfica necessários à composição do produto final. Errado. 48) "Encartes de propaganda distribuídos com jornais e periódicos. ISS. Art. 150, VI, d, da Constituição. Veículo publicitário que, em face de sua natureza propagandística, de exclusiva índole comercial, não pode ser considerado como destinado à cultura e à educação, razão pela qual não está abrangido pela imunidade de impostos prevista no dispositivo constitucional sob referência, a qual, ademais, não se estenderia, de qualquer forma, às empresas por eles responsáveis, no que concerne à renda bruta auferida pelo serviço prestado e ao lucro líquido obtido." (RE 213.094, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 3-8-1999) Materiais de natureza publicitária não ficam abrangidos pela imunidade, mesmo se acompanharem um produto imune. A exceção é quando anúncios publicitários estão no corpo da página do produto imune. Dessa maneira, a propaganda consegue “pegar uma carona” na imunidade. É o caso dos anúncios contidos nas listas telefônicas. 49) “A orientação firmada por esta Corte interpreta o art. 150, VI, d da Constituição de forma a restringir a salvaguarda constitucional aos estritos contornos dos objetos protegidos: livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (...) Dado que o suporte físico que funciona como mídia ("cd-rom") não se confunde e não pode ser assimilado ao papel.” (RE 416579; Min. JOAQUIM BARBOSA; 17/12/2009) A orientação do STF tem sido a de não conceder imunidade a conteúdos virtuais, como livros em CD-ROM. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 24 50) “A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF não abrange os serviços prestados por empresas que fazem a distribuição, o transporte ou a entrega de livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão. Precedentes. O STF possui entendimento no sentido de que a imunidade em discussão deve ser interpretada restritivamente.” (RE 530.121-AgR; Min. Ricardo Lewandowski; 9-11-2010) 51) “Imunidade que contempla, exclusivamente, veículos de comunicação e informação escrita, e o papel destinado a sua impressão, sendo, portanto, de natureza objetiva, razão pela qual não se estende às editoras, autores, empresas jornalísticas ou de publicidade - que permanecem sujeitas à tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos.” (RE 206774; Ilmar Galvão; Julgamento: 02/08/1999) A imunidade tratada é objetiva, ou seja, se refere aos livros, jornais, periódicos e ao papel destinado a sua impressão, não protegendo, portanto, as pessoas envolvidas. Por exemplo, é perfeitamente exigível o IR sobre as rendas auferidas por uma livraria ou o IOF sobre as operações financeiras de uma editora. Por fim, vale ressaltar que “a imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à cultura, à informação e à educação‖ (RE 221.239). A partir disso podemos afirmar que não há que se falar em imunidade referente a objetos que não podem ser considerados veiculadores de expressão, como cadernos em branco, livros contábeis, fichas, etc. Perceba que isso não se trata de um julgamento sobre o valor cultural, já que são produtos sem nenhum conteúdo. Pessoal, não vamos ver aqui as imunidades tópicas/específicas (aquelas que estão espalhadas pela CF/88). Acredito ser mais didático abordá-las dentro da aula de seus respectivos tributos. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 25 Conceito e Classificação dos Tributos Primeiramente, o CTN e a CF/88 adotaram a teoria tripartida para a classificação de tributos, que seriam os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Porém, a doutrina e os tribunais superiores adotam a teoria pentapartida, adicionando dois tributos à lista, quais sejam, os empréstimos compulsórios e as contribuições. Já foi cobrado: 34. (FMP-RS/2012/PGE-AC/Procurador do Estado) Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal existem três espécies tributárias em nosso Sistema Tributário Nacional: impostos, taxas e contribuição de melhoria. Errado. I. Taxas Em primeiro lugar, cabe estabelecer diferenças entre taxa e tarifa (preço público). 52) "Taxa e preço público diferem quanto à compulsoriedade de seu pagamento. A taxa é cobrada em razão de uma obrigação legal enquanto o preço público é de pagamento facultativo por quem pretende se beneficiar de um serviço prestado.” (RE 556.854, Min. Cármen Lúcia 30-6-2011) 53) Súmula nº 407 do STJ: É legítima a cobrança da tarifa de água, fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo. 54) “Afirmou-se que tais encargos, embora tivessem o caráter de prestações pecuniárias correspondentes à utilização de um serviço público — e, nesse sentido, aproximar-se-iam do conceito de taxas —, na verdade, configurariam tarifas ou preços públicos, em virtude do caráter facultativo da fruição do bem que remuneravam.” (RE 576189/RS, Min. Ricardo Lewandowski, 22.4.2009) Essa decisão considerou que a remuneração sobre o consumo de energia elétrica é considerada tarifa. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 26 55) “Após intenso debate no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, esta Corte está se adequando à jurisprudência daquele Tribunal, passando a tratar a quantia recolhida a título de prestação do serviço de esgoto como preço público (ou tarifa), e não como taxa” (AgRg-REsp 856378 MG 2006/0117171-3; Min. Mauro Campbell Marques; 17/03/2009) A remuneração de fornecimento de água, esgoto e energia elétrica tem natureza de tarifa, e não de taxa. Já foi cobrado: 35. (ESAF/2009/SEFAZ-SP/Analista de Finanças e Controle) Assinale a opção que representa uma taxa pública. a) Serviço de água b) Serviço de energia. c) Serviço de esgoto. d) Pedágio explorado diretamente ou por concessão. e) Serviço postal. Gabarito: E O entendimento do STF é que o serviço postal é de natureza exclusiva do Estado, sendo indelegável. A partir disso, a ESAF entende que esse serviço deve ser remunerado por meio de taxa. 56) "Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte,considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da CF. Jurisprudência. Doutrina." (ADI 2.551; Min. Celso de Mello, 2-4-2003) O fato gerador de uma taxa é uma contraprestação estatal, que poderá ser: . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 27 (i) exercício regular do poder de polícia - taxa de fiscalização. (ii) utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível - taxa de serviço. Esse tributo tem como limite de cobrança o custo da atividade estatal de contraprestação. A desproporcionalidade entre esses valores poderá configurar violação ao princípio do não-confisco. 57) “É condição constitucional para a cobrança de taxa pelo exercício de poder de polícia a competência do ente tributante para exercer a fiscalização da atividade específica do contribuinte” (RE 602089; Min. Joaquim Barbosa; 24/04/2012) Já foi cobrado: 36. (FCC/2012/ISS-SP/AFTM/Adaptada) Admitindo-se que caiba apenas aos Estados federados colocar à disposição da população um determinado serviço público específico e divisível, e, admitindo-se, também, que, em decorrência de omissão de alguns Estados, os municípios neles localizados resolvam, fora do âmbito de suas respectivas atribuições, tornar esse serviço disponível às suas respectivas populações, cobrando, em razão disso, taxas pelos serviços que estão sendo colocados à sua disposição, conclui-se que a instituição dessa taxa está em desconformidade com a legislação, pois uma pessoa jurídica de direito público não pode cobrar taxa por atividade que não esteja no âmbito de suas respectivas atribuições. Correto. Ora, se um ente federativo deseja instituir uma taxa de fiscalização, ele deve possuir a competência para fiscalizar aquela atividade. 58) "O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço público. A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. À luz da jurisprudência deste STF, a existência do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. É constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal como verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO." (RE 588.322, Rel. Min. Gilmar Mendes, 16-6-2010, com repercussão geral.) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 28 Já foi cobrado: 37. (ESAF/2010/ISS-RJ/Agente de Fazenda) A exigência da taxa em decorrência do exercício do poder de polícia não mais exige a concreta fiscalização por parte dos órgãos competentes, ou seja, a simples regulação de certas atividades por meio de atos normativos também caracteriza o exercício desse poder. Correto. A fiscalização deve ser efetiva, regular, não podendo ser potencial. Entretanto, o STF deixou assentada em diversos julgados a suficiência da manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento para presumir que a fiscalização é regular (RE 416.601). “O exercício do poder de polícia é presumido em favor da Municipalidade” (RE 581.947-AgR) Vejamos as decisões sobre a base de cálculo das taxas: 59) Súmula Vinculante n.º 29 do STF: É constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. Já foi cobrado: 38. (PUC-PR/2011/TJ-RO/Juiz) É constitucional a adoção, no cálculo do valor da taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. Correto. 39. (VUNESP/2007/OAB-SP) Com o objetivo de viabilizar financeiramente a conservação de estradas de rodagem, foi editada lei municipal instituindo taxa de conservação a ser cobrada dos proprietários de imóveis sediados na zona rural, tendo como base de cálculo o número de hectares de propriedade do contribuinte. A aludida taxa é inconstitucional, dentre outras razões, por determinar base de cálculo típica de imposto. Correto. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 29 60) ”A escolha do valor do monte-mor como base de cálculo da taxa judiciária encontra óbice no art. 145, § 2º, da CF, visto que o monte-mor que contenha bens imóveis é também base de cálculo do imposto de transmissão causa mortis e inter vivos." (ADI 2.040-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 15-12-1999) Já foi cobrado: 40. (ESAF/2007/PGDF/PROCURADOR) É constitucional a escolha do valor do monte-mor (inventário) como base de cálculo da taxa judiciária, por não afrontar o artigo 145, § 2º, da CF Errado. 61) “O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU – a metragem da área construída do imóvel – que é o valor do imóvel (CTN, art. 33), ser tomado em linha de conta na determinação da alíquota da taxa de coleta de lixo, não quer dizer que teria essa taxa base de cálculo igual à do IPTU: o custo do serviço constitui a base imponível da taxa. Todavia, para o fim de aferir, em cada caso concreto, a alíquota, utiliza-se a metragem da área construída do imóvel, certo que a alíquota não se confunde com a base imponível do tributo.” (RE 232.393, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 12-8-1999, Plenário, DJ de 5-4-2002.) 62) “A Corte adota entendimento no sentido da inconstitucionalidade da cobrança da Taxa de Licença de Localização e de Funcionamento pelos municípios quando utilizado como base de cálculo o número de empregados.‖ (AG. REG. NO RE N. 614.246-SP; RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI, 07/02/2012) O STF tem jurisprudência pacífica no sentido de que a base de cálculo de taxa deve ter relação com o custo da atividade estatal. Nesse caso, a Suprema Corte entendeu que o número de empregados não tem relação com o custo da fiscalização. 63) Súmula Vinculante n.º 12 do STF: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 30 64) “Em face do art. 144, caput, V e parágrafo 5º, da Constituição, sendo a segurança pública, dever do Estado e direito de todos, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através, entre outras, da polícia militar, essa atividade do Estado só pode ser sustentada pelos impostos, e não por taxa, se for solicitada por particular para a sua segurança ou para a de terceiros, a título preventivo, ainda quando essa necessidade decorra de evento aberto ao público.” (ADI 1.942-MC, Rel. Min. MoreiraAlves, 5-5-1999) 41. (ESAF/2007/PGDF/PROCURADOR) Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos. Correto. É jurisprudência no sentido de que os serviços que são dever do Estado e direito de todos, como a educação e a segurança pública, não podem ser remunerados por taxa, mas sim por impostos. 65) “É constitucional a destinação do produto da arrecadação da taxa de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público e ao próprio Poder Judiciário". (ADI 3.151, Rel. Min. Ayres Britto, 8-6-2005) 66) “As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie tributária, são taxas, segundo a jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. (...) Impossibilidade da destinação do produto da arrecadação, ou de parte deste, a instituições privadas, entidades de classe e Caixa de Assistência dos Advogados. Permiti-lo, importaria ofensa ao princípio da igualdade. Precedentes do STF.” (ADI 1.145, Rel. Min. Carlos Velloso, 3-10-2002) Já foi cobrado: 42. (CESPE/2011/TRF-5ªRegião/Juiz) Consoante a jurisprudência do STF, as custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécies de preço público. Assim, é admissível que parte da arrecadação obtida com essas espécies seja destinada a instituições privadas, entidades de classe e caixas de assistência dos advogados. Errado. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 31 67) “Preceito de lei estadual que destina 5% dos emolumentos cobrados pelas serventias extrajudiciais e não oficializadas ao Fundo Estadual de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário – FUNDESP não ofende o disposto no art. 167, IV, da CF. Precedentes. A norma constitucional veda a vinculação da receita dos impostos, não existindo, na Constituição, preceito análogo pertinente às taxas.” (RE 570.513-AgR, Rel. Min. Eros Grau, 16-12-2008) O destino do produto da arrecadação das taxas deve ter relação com a atividade contraprestacional. Além disso, a destinação não poderá ocorrer para instituições privadas. Vejamos agora as taxas consideradas constitucionais ou inconstitucionais que podem vir na sua prova. Acredito ser mais prático colocar apenas a taxa, visto que suas respectivas decisões não possuem conteúdo interessante para o nosso objetivo. São constitucionais: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis. (Súmula Vinculante nº 19) A taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários. (Súmula nº 665 do STF) Taxa de incêndio, em razão da prevenção de incêndios. (AI 677.891) Taxa Judiciária - é possível que tome por base de cálculo o valor da causa ou da condenação. (ADI 948) Já foi cobrado: 43. (CESPE/2011/TRF-5ªRegião/Juiz) A cobrança de taxa exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o texto constitucional. Correto. 44. (ESAF/2007/PGDF/PROCURADOR) É inconstitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 32 Errado. São inconstitucionais: A taxa de serviço de iluminação pública - serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado contribuinte, a ser custeado por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais. (RE 233.332) Taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos - serviço indivisível. (RE 576.321) A taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa - viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição (Súmula nº 667 do STF) A taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural. (Súmula nº 595 do STF) Já foi cobrado: 45. (CESPE/2012/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária) Segundo entendimento do STF, o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. Correto. 46. (FGV - 2008 - TJ-MS - Juiz) Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. Correto. II. Contribuição de melhoria 68) “Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária.” (AI 694.836-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-11-2009) 69) “Taxa de pavimentação asfáltica. (…). Tributo que tem por fato gerador benefício resultante de obra pública, próprio de contribuição de melhoria, e não a utilização, pelo contribuinte, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.” (RE 140.779, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 2-8-1995) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 33 Pessoal, parece pouco, mas não faz sentido abordarmos profundamente tópicos e decisões com probabilidade muito pequena de vir na sua prova, ok? Outrossim, não há entendimento jurisprudencial relevante para nossa prova sobre empréstimos compulsórios. Quanto aos impostos e contribuições, estudaremos individualmente em suas respectivas aulas. Tributos de competência da União Pessoal, cabe aqui uma satisfação a vocês. Ao analisar centenas de questões, percebi que praticamente não é cobrado jurisprudência sobre os tributos da União. As questões sobre esse tópico quase sempre versam sobre os dispositivos expressos na CF/88, no CTN e nos diplomas normativos próprios de cada tributo. Por isso, abordarei aqui só o filé mignon (rs.) da jurisprudência. Estou aberto a sugestões e críticas, ok? I. Imposto sobre a Importação 70) “Recurso extraordinário em que se argumenta a não incidência do II e do IPI sobre operação de importação de sistema de tomografia computadorizada, amparada por contrato de arrendamento mercantil. Alegada insubmissão do arrendamento mercantil, quer seria um serviço, ao fato gerador do imposto de importação. Inconsistência. Por se tratar de tributos diferentes, com hipóteses de incidência específicas (prestação de serviços e importação, entendida como a entrada de bem em território nacional – art. 19 do CTN), a incidência concomitante do II e do ISS não implica bitributação ou de violação de pretensa exclusividade e preferência de cobrança do ISS.” (RE 429.306, Min. Joaquim Barbosa, 1º-2-2011) 71) Súmula nº 95 do STJ: A redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados ou do Imposto de Importação não implica redução do ICMS As decisões acima revelam que a incidência de diversos tributos sobre uma importação não implica bitributação, nem vinculação entre eles. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 34 72) “1. Drawback é a operação pela qual a matéria-prima ingressa em território nacional com isenção ou suspensão de impostos, para ser reexportada após sofrer beneficiamento. 2. O artigo 60, da Lei nº 9.069/95, dispõe que: "a concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais".3. Destarte, ressoa ilícita a exigência de nova certidão negativa de débito no momento do desembaraço aduaneiro da respectiva importação, se a comprovação de quitação de tributos federais já fora apresentada quando da concessão do benefício inerente às operações pelo regime de drawback” (REsp 1041237 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, 28/10/2009) Já foi cobrado: 47. (CESPE/2010/AGU/Procurador Federal) Se determinada indústria traz matéria-prima do exterior, com isenção de impostos, para ser reexportada após sofrer beneficiamento, é ilícita a exigência de nova certidão negativa de débito no momento do desembaraço aduaneiro da respectiva importação, uma vez já comprovada a quitação de tributos federais quando da concessão do benefício inerente às operações pelo regime do drawback. Correto. II. Imposto sobre a Exportação 73) “Não é qualquer registro no SISCOMEX que corresponde à expedição do documento equivalente à guia de exportação prevista no § 1º, in fine, do art. 1º do DL 1.578/1977, como determinante da ocorrência do fato gerador do tributo. Somente o Registro de Exportação corresponde e se equipara à Guia de Exportação. Editada a Resolução 2.112/1994 do Banco Central do Brasil depois dos registros de venda, mas antes dos registros de exportação, submetem-se as operações respectivas às alíquotas nelas fixadas, visto que tal fixação se dera antes da ocorrência do fato gerador.” (AI 578.372-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, 9-2- 2010) DL 1.578/1977, Art.1º - O Imposto sobre a Exportação, para o estrangeiro, de produto nacional ou nacionalizado tem como fato gerador a saída deste do território nacional. . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 35 § 1º - Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da Guia de Exportação ou documento equivalente. O registro no SISCOMEX marca o fato gerador da exportação. Segundo o STF, apenas o Registro de Exportação é equivalente à Guia de Exportação para esse fim. III. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 74) “Saber se indenização é, ou não, renda, para o efeito do artigo 153, III, da Constituição, é questão constitucional, como entendeu o acórdão recorrido, até porque não pode a Lei infraconstitucional definir como renda o que insitamente não o seja” (RE 188684; Min. MOREIRA ALVES; 16/04/2002) Já foi cobrado: 48. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional) Pode-se afirmar, a partir de alguns julgados do Supremo Tribunal Federal, que o conceito legalista/fiscalista de renda, assim considerado aquilo que a legislação do imposto de renda estabelecer que é, está ultrapassado. Correto. Conceito legalista de renda é quando uma lei define o conceito de renda. De acordo com o STF, a lei não possui plena liberdade para definir o que é renda, já que tal conceito tem caráter constitucional. 75) “O direito ao abatimento dos prejuízos fiscais acumulados em exercícios anteriores é expressivo de benefício fiscal em favor do contribuinte. Instrumento de política tributária que pode ser revista pelo Estado. Ausência de direito adquirido. A Lei 8.981/1995 não incide sobre fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência. Prejuízos ocorridos em exercícios anteriores não afetam fato gerador nenhum." (RE 344.994, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, 25-3-2009) 76) “A fixação do regime de competência para a quantificação da base de cálculo do tributo e do regime de caixa para a dedução das despesas fiscais não implica em majoração do tributo devido, inexistindo violação ao conceito de renda fixado na legislação federal. Os depósitos judiciais utilizados para suspender a exigibilidade do crédito tributário consistem em ingressos tributários, sujeitos à sorte da demanda judicial, e não em receitas tributárias, de modo que não são dedutíveis da . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 36 base de cálculo do IRPJ até o trânsito em julgado da demanda”(Recurso Especial 1.168.038 - Sp; Ministra Eliana Calmon; 09/06/2010) “Não se deve confundir disponibilidade econômica com disponibilidade financeira da renda ou dos proventos de qualquer natureza. Enquanto esta última se refere à imediata 'utilidade' da renda, a segunda está atrelada ao simples acréscimo patrimonial, independentemente da existência de recursos financeiros. Não é necessário que a renda se torne efetivamente disponível (disponibilidade financeira) para que se considere ocorrido o fato gerador do imposto de renda, limitando-se a lei a exigir a verificação do acréscimo patrimonial (disponibilidade econômica).” (REsp 983.134/RS, Rel. Min. Castro Meira, 3.4.2008) 77) “Inexiste qualquer ilegalidade/inconstitucionalidade da determinação de indedutibilidade da CSSL na apuração do lucro real”. (REsp 1113159 AM, Rel. Ministro LUIZ FUX, 11/11/2009) 78) Súmula nº 584 o STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. 79) Súmula nº 447 do STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores. Não incide IR sobre: O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço. Súmula nº 136 do STJ O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à incidência do Imposto de Renda. Súmula nº 125 do STJ A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária. Súmula nº 215 do STJ As indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional. Súmula nº 386 do STJ Verbas de caráter indenizatório (há exceções), como indenizações por dano moral (REsp 1152764) e juros moratórios (REsp 1227133). . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 37 Incide IR sobre: O resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas. Súmula nº 262 do STJ Os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo. Súmula nº 463 do STJ O pagamento de serviços técnicos contratados no exterior e prestados no Brasil. Súmula nº 587 do STF Os juros remetidos para o exterior, com base em contrato de mútuo. Súmula nº 586 do STF IV. Imposto sobre Produtos Industrializados 80) “A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da não-cumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal.‖ (REsp 1035847 RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, 24/06/2009) 81) “A jurisprudência do Tribunal está pacificada no sentido de ser devida a correção monetária de créditos tributários quando, por óbice do Fisco, a compensação não ocorre no momento adequado." (AI 619.664-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, 16-12-2008) Os créditos do IPI não podem sofrer correção monetária, exceto quando a compensação não ocorrer no momento adequado por óbice do Fisco. Nesse sentido, foi edita a Súmula nº 411 do STJ: é devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco. 82) “A aquisição de bens que integram o ativo permanente da empresa ou de insumos que não se incorporam ao produto final ou cujo desgaste não ocorra de forma imediata e integral durante o processo de industrialização não gera direito a creditamento de IPI” (REsp 1075508, Ministro LUIZ FUX, 23/09/2009) . JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012 PROFESSOR: DIEGO ADERNE Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 38 83) “A jurisprudência do Supremo
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