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Jurisprudência em Direito Tributário

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JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012
PROFESSOR: DIEGO ADERNE 
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Aula 1 
Aula 1 - 2.1. Imunidades. 3. Conceito e Classificação dos Tributos. 4.
Tributos de Competência da União. 4.1. Imposto sobre a Importação. 4.2.
Imposto sobre a Exportação. 4.3. Imposto sobre a Propriedade Territorial
Rural. 4.4. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. 4.5.
Imposto sobre Produtos Industrializados. 4.6. Imposto sobre Operações
Financeiras. 5. Contribuições Sociais. 5.1. Contribuição para o Pis/Pasep. 5.2.
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. 5.3.
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 5.4. Contribuições sociais previstas
nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art.11 da Lei n. 8.212, de 24
de julho de 1991, e as instituídas a título de substituição. 5.5. Contribuições
por lei devidas a terceiros (art.3º, § 1º, da Lei n. 11.457, de 16 de março de
2007). 5.6. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico. 
Imunidades Gerais 
1) A Emenda Constitucional n. 3, que autorizou a União a instituir o IPMF, 
incidiu em vício de inconstitucionalidade, ao dispor que, quanto a tal tributo, 
não se aplica "o art. 150, III, "b" e VI", da Constituição, porque, desse modo, 
violou os seguintes princípios e normas imutáveis (somente eles, não 
outros): 
2. o princípio da imunidade tributária recíproca (que veda a União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de impostos sobre o 
patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros) e que é garantia da 
Federação; 
3. a norma que, estabelecendo outras imunidades impede a criação de 
impostos sobre: (art. 150, VI) 
"b"): templos de qualquer culto; 
"c"): patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive 
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; e 
"d"): livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
(ADI 939/DF; Min. Sydney Sanches; Julgamento: 15/12/1993) 
* Alguns elementos dessa decisão foram deletados para facilitar a sua 
visualização e compreensão. 
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Já foi cobrado: 
1. (CESPE/2012/TJ-CE/Juiz) Como a imunidade recíproca está inserida entre as
denominadas imunidades genéricas, pode o legislador constituinte derivado
afastar a aplicação desse instituto em determinada hipótese. 
Errado. 
Nossa primeira decisão demonstra o entendimento do STF no sentido de
serem as imunidades tributárias sublinhadas cláusulas pétreas, vale
dizer, normas imutáveis por Emenda Constitucional. 
A imunidade recíproca decorre diretamente do princípio federativo,
enquanto as outras se constituem em garantias individuais do contribuinte,
assim como os princípios constitucionais tributários. Vejamos: 
CF, Art. 60. § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; (...) 
IV - os direitos e garantias individuais. 
"2) A imunidade tributária diz respeito aos impostos, não alcançando as 
contribuições." (RE 378.144-AgR, Rel. Min. Eros Grau, 30-11-2004) 
Já foi cobrado: 
2. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) A imunidade tributária recíproca diz
respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. 
Correto. 
As imunidades estabelecida pelo art. 150, VI, da CF, alcança
apenas os impostos. Os outros tributos são exigíveis. É possível, por
exemplo, que um Município exija contribuição de melhoria de uma escola
pública estadual. 
3) “Dessa forma, não há como se afastar, com base nessa mesma 
salvaguarda constitucional, as obrigações tributárias decorrentes de fatos 
geradores que não guardem relação pessoal e direta com o beneficiado 
pela imunidade.” (RE 446530; Min. RICARDO LEWANDOWSKI; 08/10/2009) 
No mesmo sentido, vejamos: 
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4) “LANÇAMENTO FUNDADO NA RESPONSABILIDADE DO SERVIÇO SOCIAL DA 
INDÚSTRIA - SESI PELO RECOLHIMENTO DE TRIBUTO INCIDENTE SOBRE A 
VENDA DE MERCADORIA ADQUIRIDA PELA ENTIDADE. PRODUTOR-
VENDEDOR CONTRIBUINTE DO TRIBUTO. TRIBUTAÇÃO SUJEITA A 
DIFERIMENTO. A responsabilidade ou a substituição tributária não 
alteram as premissas centrais da tributação, cuja regra-matriz continua a 
incidir sobre a operação realizada pelo contribuinte. Portanto, a imunidade 
tributária não afeta, tão somente por si, a relação de responsabilidade 
tributária ou de substituição e não exonera o responsável tributário ou 
o substituto.” (RE 202.987, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 30-6-2009) 
Nesse último caso, o contribuinte do ICMS era o vendedor da
mercadoria, já o SESI (Serviço Social da Indústria - entidade assistencial
imune), sendo o comprador, era o responsável tributário por substituição. 
O STF considerou válida a responsabilização tributária do SESI pelo
recolhimento de ICMS devido em operação de circulação de mercadoria, sob o
regime de diferimento. 
Essas duas decisões refletem o entendimento do STF no sentido de que a
imunidade tributária não exclui, do ente imune, a responsabilidade da
obrigação tributária que lhe foi imposta em decorrência da
substituição tributária de terceiro não beneficiado pela imunidade. 
Já foi cobrado: 
3. (ESAF/2005/AFRF/Adaptada) No tocante às imunidades tributárias
conferidas às instituições de assistência social sem fins lucrativos, julgue: 
Não excluem a atribuição, por lei, às instituições de assistência social, da
condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte. 
Correto. 
“5) A Segunda Turma desta Corte, ao julgar o RE 169.628, Relator o eminente 
Ministro Maurício Corrêa, decidiu, por unanimidade de votos, que o § 5º do art. 
184 da Constituição, embora aluda à isenção de tributos com relação às 
operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma 
agrária, não concede isenção, mas, sim, imunidade.” (RE 168.110, Rel. 
Min. Moreira Alves, julgamento em 4-4-2000) 
CF, Art. 184, § 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais
as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma
agrária. 
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A imunidade tributária é uma forma de não-incidência determinada
pela Constituição Federal. Já a isenção é a dispensa de tributo devido por
meio de lei. 
Assim como o artigo acima, existem outros na CF/88 que se referem a
isenções, mas são, na verdade, imunidades, já que estão previstas na
Constituição Federal. 
Já foi cobrado: 
4. (FCC/2011/TJ-PE/Juiz) O art. 155, § 2º, inciso X, letra “d”, da Constituição 
Federal, enuncia que o ICMS “não incidirá” sobre prestação de serviços de 
comunicação nas modalidades de radiodifusão e transmissão de imagens. Bem
observado, o dispositivo consagra, segundo a melhor doutrina do direito, 
a) hipótese de não-incidência tributária. 
b) imunidade tributária. 
c) isenção de nível constitucional. 
d) isenção pura e simples. 
e) remissão fiscal. 
Correta a letra B. 
6) “Exigir de entidade imune a manutenção de livros fiscais é consentâneo com 
o gozo da imunidade tributária (...)”. (RE 250844, Min. Marco Aurélio, 
29.5.2012). 
A imunidade tributária não exclui o dever da entidade beneficiada
de cumprir obrigações acessórias. 
Na ocasião, o Min. Luiz Fux afirmou ainda que, no Direito Tributário,
inexistiria a vinculação de o acessório seguir o principal, porquanto haveria
obrigações acessórias autônomas e obrigação principal tributária. 
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I. Imunidade recíproca 
7) “A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao 
imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente 
beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito. Como o Município 
não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviços de energia elétrica, 
não tem o benefício da imunidade em questão, uma vez que esta não 
alcança o contribuinte de fato.” (ARE 663552 MG; Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI; Julgamento: 28/02/2012) 
Já foi cobrado: 
5. (PUC-PR/2011/TJ-RO/Juiz) Segundo jurisprudência recente do Supremo
Tribunal Federal, as imunidades subjetivas abrangem também os impostos
indiretos, desde que a pessoa jurídica de direito público interno seja
contribuinte de fato. 
Errado. 
É entendimento recente do STF que a imunidade tributária abrange
impostos indiretos, como o ICMS, mas apenas quando a entidade
imune é contribuinte de direito. 
No caso acima, a empresa prestadora de serviço de fornecimento de
energia elétrica é contribuinte do ICMS (contribuinte de direito, quem irá
efetuar o recolhimento do imposto), por ocasião da saída desse produto. O
Município, ao pagar por essa energia utilizada, arca efetivamente com o
imposto, que está embutido no preço. Essa situação faz com que o Município
seja o contribuinte de fato. 
Nesse caso, o Município não será beneficiado pela imunidade, na
qualidade de contribuinte de fato, por isso deverá arcar com o ICMS devido
ao Estado. 
8) “Tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação 
da imunidade recíproca são passíveis de submissão ao crivo 
jurisdicional, em um exame de ponderação e proporcionalidade, não 
bastando a constatação objetiva de natureza pública do serviço que se está a 
tributar.” (Voto condutor; ADI 3089/DF; Relator(a): Min. CARLOS BRITTO; 
Julgamento: 13/02/2008) 
Já foi cobrado: 
6. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o
alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: tanto os objetivos como os efeitos 
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do reconhecimento da aplicação da imunidade constitucional recíproca são
passíveis de submissão ao crivo jurisdicional, em um exame de ponderação,
não bastando a constatação objetiva da propriedade do bem. 
Correto. 
9) “A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição 
aplica-se às operações de importação de bens realizadas por 
Municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade 
entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’). Compete ao 
ente tributante provar que as operações de importação desoneradas estão 
influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o art. 170 da 
Constituição. Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à 
concorrência.” (AI 518.405-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa; 6-4-2010) 
Já foi cobrado: 
7. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) A imunidade tributária recíproca
aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios,
quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o
„contribuinte de direito‟ e o „contribuinte de fato‟). 
Correto. 
10) “Diante do exposto, julgo procedente a ação, para, considerando 
ilegítima a incidência de IOF sobre aplicações financeiras dos entes 
federados, determinar a restituição, ao Estado de São Paulo, das quantias 
recolhidas a tal título.” (ACO 502; Min. CEZAR PELUSO; 19/04/2010) 
Já foi cobrado: 
8. (FUMARC/2011/Prefeitura de Nova Lima-MG/Procurador Municipal) Para o
Supremo Tribunal Federal, a imunidade decorre do fato de que o imposto sobre
operações financeiras não se inclui entre os impostos sobre renda, patrimônio
ou serviços. 
Errado. 
9. (FUMARC/2011/Prefeitura de Nova Lima-MG/Procurador Municipal) Para o
Supremo Tribunal Federal, as operações financeiras não são tributadas, porque
esses valores compõem o patrimônio e a renda dessas entidades. 
Correto. 
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De acordo com o art. 150, VI, “a”, da CF/88, a imunidade recíproca
somente se aplica aos impostos incidentes sobre patrimônio, renda ou
serviços. São eles: IR, ITR, IPVA, ITCMD, ITBI, IPTU, ISS, ICMS sobre serviços
de transporte intermunicipal e interestadual e ICMS sobre serviços de
comunicação. 
Além desses, o STF, ao adotar uma teoria ampla sobre a imunidade
recíproca, entendeu que a imunidade deve abranger também o IOF e os
impostos incidentes sobre a importação, quais sejam, o II, o ICMS e o
IPI. Vale lembrar que a imunidade não alcança o contribuinte de fato,
entretanto, quando a entidade imune é quem realiza a importação, ela passa a
ser contribuinte de fato e contribuinte de direito. 
11) “É aplicável a imunidade tributária recíproca às autarquias e 
empresas públicas que prestem inequívoco serviço público, desde que, 
entre outros requisitos constitucionais e legais não distribuam lucros ou 
resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham por objetivo 
principal conceder acréscimo patrimonial ao poder público (ausência de 
capacidade contributiva) e não desempenhem atividade econômica, de modo a 
conferir vantagem não extensível às empresas privadas (livre iniciativa e 
concorrência)”. (RE 399307, AgR; Min. JOAQUIM BARBOSA; Julgamento: 
16/03/2010) 
12) "No julgamento do RE 253.472, esta Corte reconheceu que a 
imunidade tributária recíproca aplica-se à sociedades de economia 
mista que caracterizam-se inequivocamente como instrumentalidades 
estatais (sociedades de economia mista ‗anômalas‘). O foco na obtenção de 
lucro, a transferência do benefício a particular ilegítimo ou a lesão à livre 
iniciativa e às regras de concorrência podem, em tese, justificar o afastamento 
da imunidade." (AI 558.682-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa; 29-5-2012) 
13) "É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária 
recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não 
sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda constitucional 
pressupõe o exame (i) da caracterização econômica da atividade 
(lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre-iniciativa e (iii) 
de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica. A 
imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobrás". (RE 285.716-AgR, 
Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 2-3-2010) 
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Já foi cobrado: 
10. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o
alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: tal imunidade, em alguns casos,
pode ter como efeito colateral relevante a relativização dos princípios da livre
concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. 
11. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o
alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: é relevante para definição da
aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade
desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. 
As duas assertivas estão erradas. 
As autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista
terão o benefício da imunidade tributária caso sejam prestadoras de
serviço público, sem intuito lucrativo. 
Com efeito, é irrelevante, para a atribuição de imunidade, se a
atividade exercida é sujeita a monopólio estatal ou não. 
Relevante é a análise dos seguintes elementossobre a atividade
exercida pela entidade: 
 Se possui intuito lucrativo. 
 Se apresenta risco à concorrência e à livre-iniciativa. 
 Se apresenta risco ao pacto federativo pela pressão política ou
econômica. 
 Se distribui lucros a particulares. 
A ocorrência de quaisquer dessas situações poderá acarretar o
afastamento da imunidade. 
Segundo o Ministro Joaquim Barbosa, as atividades de exploração
econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do
Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por
apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a
autonomia política. A desoneração não deve ter como efeito colateral relevante
a quebra dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade 
profissional ou econômica lícita (RE 253.472; 25-8-2010). 
Já foi cobrado: 
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12. (ESAF/2007/TCE-GO/Procurador) A empresa pública Caixa Econômica
Federal, que exerce atividade econômica, é abrangida pela imunidade
tributária recíproca, não se sujeitando ao pagamento de imposto sobre
propriedade de veículos automotores incidentes sobre seus carros. 
Errado. 
Vamos ver as entidades que possuem ou não imunidade tributária,
segundo o STF. 
14) “O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é imune à tributação por 
impostos (art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da Constituição). A cobrança de 
tarifas, isoladamente considerada, não altera a conclusão.” (RE 399307, 
AgR; Min. JOAQUIM BARBOSA; Julgamento: 16/03/2010) 
15) “A jurisprudência do STF entende que a sociedade de economia mista 
prestadora de serviço público de água e esgoto é abrangida pela 
imunidade tributária recíproca, nos termos da alínea a do inciso VI do art. 
150 da CF.” (RE 631.309-AgR, Rel. Min. Ayres Britto; 27-3-2012) 
Já foi cobrado: 
13. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o
alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: sociedade de economia mista
prestadora de serviço público de água e esgoto não é abrangida pela
imunidade tributária recíproca. 
Errado. 
16) “A prestação de ações e serviços de saúde por sociedades de economia 
mista corresponde à própria atuação do Estado, desde que a empresa estatal 
não tenha por finalidade a obtenção de lucro. As sociedades de economia 
mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social 
seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista 
na alínea ―a‖ do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal.” (RE 580264 RS; 
Min. JOAQUIM BARBOSA; 16/12/2010) 
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17) “A Infraero, empresa pública prestadora de serviço público, está 
abrangida pela imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da 
Constituição. Não incide ISS sobre a atividade desempenhada pela 
Infraero na execução de serviços de infraestrutura aeroportuária, 
atividade que lhe foi atribuída pela União.” (RE 524.615-AgR, Rel. Min. Eros 
Grau, julgamento em 9-9-2008, Segunda Turma, DJE de 3-10-2008.) 
18) "As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-
se das que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação 
obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela 
imunidade tributária recíproca: CF, art. 150, VI, a." (RE 407.099, Rel. Min. 
Carlos Velloso, julgamento em 22-6-2004, Segunda Turma, DJ de 6-8-2004.) 
Já foi cobrado: 
14.(FCC/2009/DPE-SP/Defensor Público) Segundo entendimento consolidado
no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca se estende à
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa
pública prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do
Estado. 
Correto. 
A Infraero e a ECT, entre outras, já foram reconhecidas como empresas
que prestam serviço público, sem finalidade lucrativa e, por isso, se
revestem do benefício da imunidade tributária. 
Porém, é importante notar que a jurisprudência do STF entende que
essa imunidade só protege as atividades essenciais dessas entidades. 
Vejamos uma decisão nesse sentido: 
19) “A imprensa divulgara recentemente que a ECT caminharia no sentido de 
possuir banco próprio, de ingressar em serviços de telefonia móvel, de atuar 
no mercado digital e de participar de projeto de trem de alta velocidade. 
Atividades essas incompatíveis com o monopólio a ela atribuído. O Min. 
Marco Aurélio, ao acentuar o caráter polivalente da instituição, também 
considerou incabível a concessão do privilégio de não-recolhimento do 
ISS. O relator reafirmou necessário estabelecer a seguinte distinção: quando 
se tratar de serviço público, imunidade absoluta; quando envolvido o 
exercício de atividade privada, incidiriam as mesmas normas 
existentes para as empresas privadas, inclusive as tributárias.” (RE 
601392/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa, 16.11.2011) 
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A ECT possui imunidade apenas quanto aos seus serviços que lhe são
próprios, quais sejam, os postais. 
Já foi cobrado: 
15. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas) A imunidade tributária recíproca
alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O
reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a
autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela
entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o
poder dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas
legais cabíveis. 
Correto. 
20) "A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do 
Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, a, da Constituição), na medida 
em que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da 
Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos 
humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle disciplinar dos 
advogados). A imunidade tributária recíproca alcança apenas as 
finalidades essenciais da entidade protegida" (RE 259.976-AgR, Rel. Min. 
Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3-2010, Segunda Turma) 
21) “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 
CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS DO ESTADO DA BAHIA. ÓRGÃO DA 
OAB. IMUNIDADE RECÍPROCA. ARTIGO 150, VI, ―A‖, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. EXTENSÃO. IMPOSSIBILIDADE. O fato da Caixa de Assistência 
dos Advogados integrar a estrutura maior da OAB, não implica a 
extensão da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, ―a‖, da 
Constituição Federal) conferida a esta, dada a dissociação entre as 
atividades inerentes à atuação da OAB e as atividades providas em 
benefício individual dos associados.” (AgR; RE 662.816/BA; Min. LUIZ 
FUX). 
A OAB, entidade beneficiada pela imunidade recíproca, constitui mais um
exemplo de que essa benesse só abrange as atividades inerentes à
entidade. 
Além disso, caso a autoridade fiscal perceba desvio de finalidade nas
atividades da entidade, a imunidade será afastada e o crédito tributário
lançado e constituído. Vejamos: 
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22) “O reconhecimento da imunidade tributária às operações 
financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do 
procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de 
finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito 
tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza 
plenamente vinculada do lançamento tributário,que não admite excesso de 
carga.” (RE 259.976-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3-
2010, Segunda Turma) 
Já foi cobrado: 
16. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) Sobre o
alcance da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: o reconhecimento da imunidade
tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar
a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio
de finalidade, a autoridade fiscal poderá, sendo o caso, constituir o crédito
tributário e tomar as demais medidas legais cabíveis. 
Errado. Pegadinha da ESAF. A autoridade fiscal deverá, e não “poderá”, 
constituir o crédito tributário, caso constate desvio de finalidade. 
23) “Segundo se depreende dos autos, a Codesp é instrumentalidade 
estatal, pois: Em uma série de precedentes, esta Corte reconheceu que a 
exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres caracteriza-se 
como serviço público. O controle acionário da Codesp pertence em sua 
quase totalidade à União (99,97%) (...). Ressalva do ministro relator, no 
sentido de que ‗cabe à autoridade fiscal indicar com precisão se a 
destinação concreta dada ao imóvel atende ao interesse público 
primário ou à geração de receita de interesse particular ou privado‘." 
(RE 253.472, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 25-8-2010, 
Plenário, DJE de 1º-2-2011.) 
A exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres foi considerada
como serviço público com a concessão de imunidade à Codesp (Companhia
Docas do Estado de São Paulo), mais uma sociedade de economia mista que
recebeu imunidade. 
24) "IPTU. Imóveis que compõem o acervo patrimonial do Porto de 
Santos, integrantes do domínio da União. Impossibilidade de 
tributação pela municipalidade, independentemente de encontrarem-se tais 
bens ocupados pela empresa delegatária dos serviços portuários, em face da 
imunidade prevista no art. 150, VI, a, da CF." (RE 253.394, Rel. Min. Ilmar 
Galvão, julgamento em 26-11-2002, Primeira Turma, DJ de 11-4-2003.) 
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Quanto à delegação de serviços públicos, o STF entende que o
patrimônio pertencente à entidade imune deve permanecer imune,
mesmo que esteja sendo utilizado por terceiro. 
Por outro lado, sobre a atividade delegada em si, exercida com intuito
lucrativo, não há que se falar em imunidade. Os serviços de registros
públicos, cartorários e notariais, por exemplo, são serviços públicos
delegados, praticados com intuito lucrativo e devidamente remunerados.
É caso de incidência tributária normal. Vejamos: 
25) “Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra os itens 21 e 21.1 da 
Lista Anexa à Lei Complementar 116/2003, que permitem a tributação dos 
serviços de registros públicos, cartorários e notariais pelo Imposto sobre 
Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN. A imunidade recíproca é uma 
garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas, e não de 
particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços 
públicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunerados 
(...). Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida, mas julgada 
improcedente.” ADI 3089/DF; Min. CARLOS BRITTO; Julgamento: 13/02/2008 
Já foi cobrado: 
17. (VUNESP/2009/TJ-SP/Juiz/Adaptada) Na ADI 3.089, DJE de 1.º.08.08, o
Supremo Tribunal Federal inclinou-se pela orientação de que os serviços de
registros públicos, notariais e cartorários, embora públicos, não são imunes ao
ISSQN. 
Correto. 
26) Súmula nº 583 do STF: Promitente-comprador de imóvel residencial 
transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial 
urbano. 
Já foi cobrado: 
18. (CESPE/2011/IFB/Professor de Direito) Se a pessoa jurídica X celebrar
contrato de promessa de compra e venda de imóvel de propriedade de
autarquia federal, nesse caso, enquanto não houver a efetiva transferência do
imóvel para a propriedade de X, esse imóvel não sofrerá a incidência do
imposto sobre a propriedade territorial urbana, em razão da imunidade
tributária recíproca. 
Errado. 
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Um imóvel de propriedade de autarquia com promessa irretratável de
compra feita por um particular será tributado normalmente. A imunidade
é afastada para evitar que particulares se aproveitem dela para utilizar o
imóvel sem pagar imposto, até que se resolva a transação de forma definitiva. 
II. Imunidade dos templos de qualquer culto 
27) “Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de 
cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no art. 
150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em 
relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer 
culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da 
Constituição é, sobretudo do disposto nos arts. 5º, VI, 19, I, e 150, VI, b. As 
áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas.‖ (RE 578.562, 
Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-2008, Plenário, DJE de 12-9-2008.) 
28) "Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se 
encontram alugados. A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve 
abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o 
patrimônio, a renda e os serviços ‘relacionados com as finalidades 
essenciais das entidades nelas mencionadas’. O § 4º do dispositivo 
constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso VI do 
art. 150 da CF. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas." (RE 
325.822, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18-12-2002, 
Plenário, DJ de 14-5-2004.) 
Já foi cobrado: 
19. (CESPE/2009/OAB/Exame de Ordem Unificado/Adaptada) A Igreja Céu
Azul, que goza de imunidade quanto ao pagamento de certos tributos, é
proprietária de vários imóveis, um deles alugado a terceiro, e outro, onde são
celebrados os cultos, que possui uma casa pastoral, um cemitério e um amplo
estacionamento. 
A imunidade não abrange a casa pastoral, o cemitério e o estacionamento da
Igreja Céu Azul, pois a norma constitucional se refere apenas aos templos de
cultos religiosos. 
Errado. 
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20. (ESAF/2010/ISS-RJ/Fiscal de Rendas/Adaptada) Conforme a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, a imunidade dos “templos de qualquer culto” 
tem interpretação ampla e finalística. 
Correto. 
21. (CESPE/2012/TJ-CE/Juiz) Ao interpretar o dispositivo constitucional que
veda a instituição de imposto sobre templos de qualquer culto, o STF entende
que a imunidade limita-se aos prédios destinados ao culto. 
Errado. 
O STF atribui uma interpretação ampla para a imunidade dos templos
de qualquer culto. Não apenas o local do culto tem imunidade, mas também os
outros bens, rendas e serviços que sejam relacionados com as atividades
essenciais do templo. 
Por exemplo, são imunes de IPTU os imóveis alugados a terceiros, cujo
aluguel é aplicado nas atividades essenciais da entidade religiosa.
Seguem o mesmo raciocínio os estacionamentos, conventos e cemitérios da
entidade.
III. Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos
trabalhadores e das instituições de educação e de assistência social. 
29) Súmula nº 724 do STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece 
imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo 
art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado 
nas atividades essenciais de tais entidades. 
30) "Imunidade tributária do patrimônio das instituiçõesde educação sem fins 
lucrativos (CF, art. 150, VI, c): sua aplicabilidade de modo a preexcluir a 
incidência do IPTU sobre imóvel de propriedade da entidade imune, 
destinado a estacionamento gratuito de estudantes: precedentes." (RE 
308.449, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 27-8-2002) 
Já foi cobrado: 
22. (FMP-RS/2012/PGE-AC/Procurador do Estado) Não fica imune ao IPTU
(Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) o imóvel
pertencente a partido político alugado a terceiros, mesmo que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais da aludida entidade. 
Errado. 
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23. (ESAF/2005/AFRF/Adaptada) No tocante às imunidades tributárias
conferidas às instituições de assistência social sem fins lucrativos: Ainda
quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
tais instituições, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades
essenciais de tais entidades. 
Correto. 
24. (CESPE/2012/TJ-CE/Juiz) Está abrangida pela imunidade estabelecida na
CF eventual renda que, obtida por instituição de assistência social mediante
cobrança de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destine-
se ao custeio das atividades desta. 
Correto. 
No mesmo rumo que a imunidade dos templos de qualquer culto, a
imunidade ora tratada também recebeu uma interpretação ampla. Com
efeito, não apenas a entidade em si fica imune, mas também o patrimônio,
renda e serviços que sejam relacionados com suas atividades essenciais.
Serão assim considerados quando qualquer renda gerada por eles for
destinada ao custeio dessas atividades. 
Vejamos outras decisões que refletem essa interpretação ampla: 
31) "Instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (...). O 
fato de os imóveis estarem sendo utilizados como escritório e residência de 
membros da entidade não afasta a imunidade prevista no art. 150, VI, 
alínea c, § 4º, da CF." (RE 221.395, Rel. Min. Marco Aurélio, 8-2-2000) 
32) "A renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, 
mediante a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e 
aproveitada em suas finalidades assistenciais, estando abrangida na 
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Carta República." (AI 
155.822-AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 20-9-1994, Primeira 
Turma, DJ de 2-6-1995.) 
33) "Sindicato. Colônia de férias. Inexistência de imunidade tributária 
por não ser o patrimônio ligado às finalidades essenciais do sindicato. 
Recurso extraordinário: descabimento." (RE 245.093-AgR, Rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-11-2006) 
O STF entendeu cabível a imunidade sobre colônia de férias de sindicato
de trabalhadores. 
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Agora, no sentido contrário, quando não há nenhum proveito às
atividades essenciais: 
34) “Terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da 
entidade afastam a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF.” (RE 
375.715-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, 31-8-2010) 
A imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos
trabalhadores e das instituições de educação e de assistência social também foi
beneficiada por uma interpretação ampliativa no tocante aos impostos
afastados. Vejamos: 
35) “Tributário. ICMS. Imunidade. Operações de importação de mercadoria 
realizada por entidade de assistência social. (...) A jurisprudência da Corte é 
no sentido de que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF, abrange o 
ICMS incidente sobre a importação de mercadorias utilizadas na 
prestação de seus serviços específicos.” (AI 669.257-AgR, Rel. Min 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-3-2009, Primeira Turma, DJE de 17-
4-2009.) 
36) “O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 210.251 - 
EDv/SP, fixou entendimento segundo o qual as entidades de assistência social 
são imunes em relação ao ICMS incidente sobre a comercialização de 
bens por elas produzidos, nos termos do art. 150, VI, c da Constituição”. 
(RE-ED-EDv 186175/SP; Min. ELLEN GRACIE; Julgamento: 22/08/2006) 
Já foi cobrado: 
25. (ESAF/2009/SEFAZ-SP/Analista de Finanças e Controle) A imunidade sobre
o patrimônio, renda ou serviços instituída em favor das instituições de
assistência social não alcança o ICMS incidente sobre os bens por elas
fabricados, posto repercutir economicamente no consumidor e não atingir o
patrimônio, nem desfalcar as rendas, nem reduzir a eficácia dos serviços
dessas entidades. 
Errado. 
26. (CESPE/2006/OAB/Adaptada) Alguns moradores de certa cidade decidiram
construir uma associação sem fins lucrativos para, em benefício do público,
organizar e manter cursos nas áreas esportiva, social, cultural e de saúde;
promover iniciativas filantrópicas e gratuitas de proteção e aprimoramento da
assistência à comunidade e do amparo caritativo; e produzir e comercializar
produtos hortifrutícolas. É correto afirmar que, à luz da jurisprudência do STF, 
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não deve incidir o ICMS sobre as operações de produção e comercialização dos
produtos hortifrutícolas levadas a efeito pela mencionada associação, desde
que o produto das vendas seja destinado às finalidades da mencionada
entidade. 
Correto. 
37) “ICMS. Imunidade. (...) Aquisição de mercadorias e serviços no mercado 
interno. Entidade beneficente. A imunidade tributária prevista no art. 150, 
VI, c, da Constituição, compreende as aquisições de produtos no 
mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem o patrimônio 
dessas entidades beneficentes.” (AI 535.922-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, 
julgamento em 30-9-2008, Segunda Turma, DJE de 14-11-2008.) 
Já foi cobrado: 
27. (CESPE - 2009 - PC-RN - Delegado de Polícia) A aquisição de mercadorias
no mercado interno por pessoa jurídica que possui imunidade tributária deve-
se sujeitar à tributação pelo ICMS, ainda que os bens adquiridos passem a
integrar o patrimônio da adquirente. 
Errado. 
A Min. Ellen Gracie fundamentou sua decisão acima com base na
seguinte decisão: “Não há invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da
imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por normas
infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir entre bens e
patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre
perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado interno ou
externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela imunidade.”
(RE 203755; Min. Carlos Velloso; 16/09/1996) 
Esse entendimento não é pacífico e será julgado novamente, em breve.
Entretanto, como já foi cobrado em concurso, devemos tê-lo em mente. 
38) “Entidade sem fins lucrativos. Imunidade recíproca. (...) Entidade 
educacional que não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviço 
de energia elétrica não tem benefício da imunidade em questão, uma 
vez que esta não alcança o contribuinte de fato.” (AI 731.786-AgR, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-10-2010, Primeira Turma, DJE de 
16-11-2010.) 
Nese caso, o STF entendeu que não deve haver imunidade para o
contribuinte de fato, assim como ocorre na imunidade recíproca. 
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Perceba que as duas decisões acima são diferentes. Embora na primeira
a entidade beneficente também seja contribuinte de fato, a imunidade se
estende a bens que integrem o patrimônio dela. Na segunda, trata-se de
consumo de energia elétrica. 
39) “A imunidade prevista no art. 150, VI,c, da Constituição Federal, em 
favor das instituições de assistência social, abrange o Imposto de 
Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados, que incidem 
sobre bens a serem utilizados na prestação de seus serviços 
específicos. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.” (RE 243807; Min. 
Ilmar Galvão; 14/02/2000) 
―IOF. Imunidade tributária. Instituição de educação sem fins lucrativos. A
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição,
estende-se ao imposto sobre operações financeiras.” (RE-AgR 192899;
Min. Sepúlveda Pertence; 19/06/2006) 
Já foi cobrado: 
28. (CESPE/2011/TRF-5ªregião/Juiz) A imunidade tributária conferida aos
partidos políticos, às entidades sindicais dos trabalhadores e às instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, não abrange o imposto
sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou as relativas a títulos ou
valores mobiliários. 
Errado. 
Além do ICMS, o II, IPI e IOF também são abrangidos pela imunidade
ora estudada. 
40) Súmula nº 730 do STF: A imunidade tributária conferida a instituições de 
assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, 
somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada 
se não houver contribuição dos beneficiários. 
Já foi cobrado: 
29. (ESAF/2005/AFRF/Adaptada) No tocante às imunidades tributárias
conferidas às instituições de assistência social sem fins lucrativos, é possível
afirmar que somente alcançam as entidades fechadas de previdência social
privada se não houver contribuição dos beneficiários. 
Correto. 
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IV. Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão. 
Vejamos, inicialmente, o que está protegido por esta imunidade. 
41) “A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, 
total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no 
preceito, a papel é exemplificativa, e não exaustiva.” (RE 202.149, Rel. p/ o 
ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-4-2011) 
Esse é um entendimento recente do STF, que sempre restringiu a
imunidade em questão ao papel e seus insumos. Foi reconhecida imunidade
em relação ao II e IPI na ocasião do desembaraço alfandegário para
peças sobressalentes para equipamentos de preparo e acabamento de 
chapas de impressão offset para jornais. 
Cuidado na hora da prova! A ESAF poderá cobrar o entendimento
ultrapassado, no qual essa imunidade não abrange maquinário! Fique de olho
na assertiva que é a “mais certa” ou a “mais errada”. 
42) Súmula nº 657 do STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF, 
abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de 
jornais e periódicos. 
43) “O Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de 
que a imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da Constituição 
Federal deve ser interpretada restritivamente e que seu alcance, tratando-
se de insumos destinados à impressão de livros, jornais e periódicos, estende-
se, exclusivamente, a materiais que se mostrem assimiláveis ao papel, 
abrangendo, por consequência, os filmes e papéis fotográficos.” 
(RE 504615, Min. Ricardo Lewandowski, 19/05/2011) 
No tocante aos insumos, a interpretação ainda é restritiva e só abrange
aqueles assimiláveis ao papel. 
44) "O fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e 
publicidade não afasta o benefício constitucional da imunidade‖. (RE 
199.183, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 17-4-1998) 
As listas telefônicas estão protegidas, mesmo veiculando anúncios no
corpo de suas páginas. 
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45) "‗Álbum de figurinhas’. Admissibilidade. A imunidade tributária sobre 
livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão tem por escopo 
evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual, artística, 
científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à 
cultura, à informação e à educação. O Constituinte, ao instituir esta 
benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à 
relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma 
publicação. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela 
afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão 
importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo 
acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação 
destinada ao público infanto-juvenil." (RE 221.239, Rel. Min. Ellen Gracie, 
julgamento em 25-5-2004) 
Já foi cobrado: 
30. (ESAF/2007/TCE-GO/Procurador) A imunidade tributária incidente sobre
livros só é extensível ao papel nele utilizado se a obra tiver fins didático-
educacionais. 
Errado. 
31. (FCC/2009/DPE-SP/Defensor Público) A concessão da imunidade sobre
livros, jornais e periódicos independe da prova do valor cultural ou pedagógico
da publicação. 
Correto. 
32. (CESPE/2011/TJ-ES/Juiz) Manuais técnicos no formato de apostilas virtuais
não gozam da imunidade tributária conferida aos livros, visto que só é
considerado livro, para efeitos fiscais, o que pode ser impresso e identificado
como tal. 
Errado. Manuais técnicos também são protegidos. O conteúdo do produto não
pode ser julgado por seu valor artístico, cultural ou didático. 
46) “ICMS – Insumos destinados à impressão de livros, jornais e periódicos – 
Inexigibilidade de estorno dos créditos – Transgressão à norma 
constitucional da imunidade tributária – Cumulativa ocorrência, no caso, dos 
requisitos concernentes à plausibilidade jurídica e ao periculum in mora.” (AC 
2.559-MC-REF, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-6-2010) 
Para entender essa decisão, é necessário conhecer a sistemática de
crédito de ICMS. Caso você não saiba, nem queira aprender agora, seja 
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prático, decore isso: é inexigível o estorno de créditos do ICMS sobre
operações com insumos do papel. 
Agora vamos à explicação. 
O entendimento do STF (descrito no relatório do Min. Celso de Mello) é
no sentido de que a imunidade tributária em questão só se realizaria de forma
plena com a manutenção dos créditos resultantes da compra (operação
de entrada) de insumos vinculados à produção de papel. A exigência de
estorno desses créditos frustraria a concretização da imunidade em questão,
incidente sobre a operação de saída. 
O fisco defendeu que os créditos decorrentes da operação de entrada
deveriam ser estornados, pois a operação de saída não era tributada, com
amparo do art. 155, §2º, II, da CF (colado abaixo). O STF discordou, ao
afirmar que imunidade tributária é situação absolutamente distinta de
isenção e não incidência tributária. 
Art. 155, §2º, II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em
contrário da legislação: 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores 
Agora vamos ver o que não está protegido pela imunidade. 
47) “Nesse sentido, não há proteção constitucional 
(i) à prestação de serviços de composição gráfica, (ii) às capas duras auto-
encadernáveis utilizadas na distribuição de obras para o fim de incrementar a 
venda de jornais, (iii) à tinta para impressão de livros, jornais, revistas e 
periódicos, (iv) às peças de reposição ou (v) à importação de bens para 
montagem de parque gráfico”. (AI 727200/MG; Min. Joaquim Barbosa; 
01/02/2012) * Essa decisão foi editada para facilitar a sua visualização 
e compreensão. 
Perceba que existe uma aparente contradição entre o item “(v)” dessa 
decisão e a primeira que vimos. 
Em seu voto, o Ministro Joaquim Barbosa explica adiferença: 
“Atualmente aguardando exame de recurso de embargos de divergência, o 
acórdão prolatado no RE 202.149 (a primeira decisão que vimos) versou sobre
a aplicação da imunidade à atividade desenvolvida por editora. Em síntese,
naquele caso, a parte pretendia ver desonerada a importação de “peças 
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sobressalentes para equipamentos de preparo e acabamento de chapas de
impressão offset para jornais”. Diversamente, neste agravo regimental, 
discute-se se serviços gráficos prestados a terceiros devem ser
desonerados”. 
Para fins de prova, saibam as duas decisões (desconsidere a
explicação) porque se a ESAF cobrar, provavelmente será CTRL+C, CTRL+V de
alguma delas e você saberá responder. O importante é acertar a questão! 
Já foi cobrado: 
33. (CESPE/2012/TJ-CE/Juiz) A imunidade tributária conferida aos livros,
jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão estende-se aos serviços
de composição gráfica necessários à composição do produto final. 
Errado. 
48) "Encartes de propaganda distribuídos com jornais e periódicos. ISS. 
Art. 150, VI, d, da Constituição. Veículo publicitário que, em face de sua 
natureza propagandística, de exclusiva índole comercial, não pode ser 
considerado como destinado à cultura e à educação, razão pela qual 
não está abrangido pela imunidade de impostos prevista no dispositivo 
constitucional sob referência, a qual, ademais, não se estenderia, de qualquer 
forma, às empresas por eles responsáveis, no que concerne à renda bruta 
auferida pelo serviço prestado e ao lucro líquido obtido." (RE 213.094, Rel. 
Min. Ilmar Galvão, julgamento em 3-8-1999) 
Materiais de natureza publicitária não ficam abrangidos pela
imunidade, mesmo se acompanharem um produto imune. 
A exceção é quando anúncios publicitários estão no corpo da
página do produto imune. Dessa maneira, a propaganda consegue “pegar 
uma carona” na imunidade. É o caso dos anúncios contidos nas listas
telefônicas. 
49) “A orientação firmada por esta Corte interpreta o art. 150, VI, d da 
Constituição de forma a restringir a salvaguarda constitucional aos estritos 
contornos dos objetos protegidos: livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado a sua impressão. (...) Dado que o suporte físico que funciona 
como mídia ("cd-rom") não se confunde e não pode ser assimilado ao 
papel.” (RE 416579; Min. JOAQUIM BARBOSA; 17/12/2009) 
A orientação do STF tem sido a de não conceder imunidade a
conteúdos virtuais, como livros em CD-ROM. 
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50) “A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF não abrange os 
serviços prestados por empresas que fazem a distribuição, o 
transporte ou a entrega de livros, jornais, periódicos e do papel 
destinado a sua impressão. Precedentes. O STF possui entendimento no 
sentido de que a imunidade em discussão deve ser interpretada 
restritivamente.” (RE 530.121-AgR; Min. Ricardo Lewandowski; 9-11-2010) 
51) “Imunidade que contempla, exclusivamente, veículos de comunicação e 
informação escrita, e o papel destinado a sua impressão, sendo, portanto, de 
natureza objetiva, razão pela qual não se estende às editoras, autores, 
empresas jornalísticas ou de publicidade - que permanecem sujeitas à 
tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos.” (RE 206774; Ilmar Galvão; 
Julgamento: 02/08/1999) 
A imunidade tratada é objetiva, ou seja, se refere aos livros, jornais,
periódicos e ao papel destinado a sua impressão, não protegendo, portanto, as
pessoas envolvidas. Por exemplo, é perfeitamente exigível o IR sobre as
rendas auferidas por uma livraria ou o IOF sobre as operações financeiras de
uma editora. 
Por fim, vale ressaltar que “a imunidade tributária sobre livros, jornais,
periódicos e o papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar
embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual, artística,
científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à
cultura, à informação e à educação‖ (RE 221.239). 
A partir disso podemos afirmar que não há que se falar em imunidade
referente a objetos que não podem ser considerados veiculadores de
expressão, como cadernos em branco, livros contábeis, fichas, etc. 
Perceba que isso não se trata de um julgamento sobre o valor cultural, já
que são produtos sem nenhum conteúdo. 
Pessoal, não vamos ver aqui as imunidades tópicas/específicas (aquelas
que estão espalhadas pela CF/88). Acredito ser mais didático abordá-las dentro
da aula de seus respectivos tributos. 
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Conceito e Classificação dos Tributos 
Primeiramente, o CTN e a CF/88 adotaram a teoria tripartida para a
classificação de tributos, que seriam os impostos, as taxas e as contribuições
de melhoria. 
Porém, a doutrina e os tribunais superiores adotam a teoria
pentapartida, adicionando dois tributos à lista, quais sejam, os empréstimos
compulsórios e as contribuições. 
Já foi cobrado: 
34. (FMP-RS/2012/PGE-AC/Procurador do Estado) Segundo o entendimento do
Supremo Tribunal Federal existem três espécies tributárias em nosso Sistema
Tributário Nacional: impostos, taxas e contribuição de melhoria. 
Errado. 
I. Taxas 
Em primeiro lugar, cabe estabelecer diferenças entre taxa e tarifa (preço
público). 
52) "Taxa e preço público diferem quanto à compulsoriedade de seu 
pagamento. A taxa é cobrada em razão de uma obrigação legal 
enquanto o preço público é de pagamento facultativo por quem 
pretende se beneficiar de um serviço prestado.” (RE 556.854, Min. 
Cármen Lúcia 30-6-2011) 
53) Súmula nº 407 do STJ: É legítima a cobrança da tarifa de água, fixada 
de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo. 
54) “Afirmou-se que tais encargos, embora tivessem o caráter de prestações 
pecuniárias correspondentes à utilização de um serviço público — e, nesse 
sentido, aproximar-se-iam do conceito de taxas —, na verdade, 
configurariam tarifas ou preços públicos, em virtude do caráter facultativo 
da fruição do bem que remuneravam.” (RE 576189/RS, Min. Ricardo 
Lewandowski, 22.4.2009) 
Essa decisão considerou que a remuneração sobre o consumo de
energia elétrica é considerada tarifa. 
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55) “Após intenso debate no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal 
de Justiça, esta Corte está se adequando à jurisprudência daquele Tribunal, 
passando a tratar a quantia recolhida a título de prestação do serviço de 
esgoto como preço público (ou tarifa), e não como taxa” (AgRg-REsp 
856378 MG 2006/0117171-3; Min. Mauro Campbell Marques; 17/03/2009) 
A remuneração de fornecimento de água, esgoto e energia elétrica
tem natureza de tarifa, e não de taxa. 
Já foi cobrado: 
35. (ESAF/2009/SEFAZ-SP/Analista de Finanças e Controle) Assinale a opção
que representa uma taxa pública. 
a) Serviço de água 
b) Serviço de energia. 
c) Serviço de esgoto. 
d) Pedágio explorado diretamente ou por concessão. 
e) Serviço postal. 
Gabarito: E 
O entendimento do STF é que o serviço postal é de natureza exclusiva do
Estado, sendo indelegável. A partir disso, a ESAF entende que esse serviço
deve ser remunerado por meio de taxa. 
56) "Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade 
estatal. A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, 
não pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o 
custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado 
pode exigir de cada contribuinte,considerados, para esse efeito, os elementos 
pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, 
no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do 
contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, 
que descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o 
custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), 
configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, hipótese 
de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da CF. 
Jurisprudência. Doutrina." (ADI 2.551; Min. Celso de Mello, 2-4-2003) 
O fato gerador de uma taxa é uma contraprestação estatal, que poderá
ser: 
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(i) exercício regular do poder de polícia - taxa de fiscalização. 
(ii) utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível - taxa de serviço. 
Esse tributo tem como limite de cobrança o custo da atividade estatal
de contraprestação. A desproporcionalidade entre esses valores poderá
configurar violação ao princípio do não-confisco. 
57) “É condição constitucional para a cobrança de taxa pelo exercício de 
poder de polícia a competência do ente tributante para exercer a 
fiscalização da atividade específica do contribuinte” (RE 602089; Min. 
Joaquim Barbosa; 24/04/2012) 
Já foi cobrado: 
36. (FCC/2012/ISS-SP/AFTM/Adaptada) Admitindo-se que caiba apenas aos
Estados federados colocar à disposição da população um determinado serviço
público específico e divisível, e, admitindo-se, também, que, em decorrência
de omissão de alguns Estados, os municípios neles localizados resolvam, fora
do âmbito de suas respectivas atribuições, tornar esse serviço disponível às
suas respectivas populações, cobrando, em razão disso, taxas pelos serviços
que estão sendo colocados à sua disposição, conclui-se que a instituição dessa
taxa está em desconformidade com a legislação, pois uma pessoa jurídica de
direito público não pode cobrar taxa por atividade que não esteja no âmbito de
suas respectivas atribuições. 
Correto. Ora, se um ente federativo deseja instituir uma taxa de fiscalização,
ele deve possuir a competência para fiscalizar aquela atividade. 
58) "O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do 
poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, 
facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço público. A 
regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a 
cobrança da taxa de localização e fiscalização. À luz da jurisprudência 
deste STF, a existência do órgão administrativo não é condição para o 
reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e 
fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo 
exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. É constitucional 
taxa de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que 
efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de 
órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal como 
verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO." (RE 588.322, 
Rel. Min. Gilmar Mendes, 16-6-2010, com repercussão geral.) 
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Já foi cobrado: 
37. (ESAF/2010/ISS-RJ/Agente de Fazenda) A exigência da taxa em
decorrência do exercício do poder de polícia não mais exige a concreta
fiscalização por parte dos órgãos competentes, ou seja, a simples regulação de
certas atividades por meio de atos normativos também caracteriza o exercício
desse poder. 
Correto. 
A fiscalização deve ser efetiva, regular, não podendo ser potencial. 
Entretanto, o STF deixou assentada em diversos julgados a suficiência
da manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em
funcionamento para presumir que a fiscalização é regular (RE 416.601). “O
exercício do poder de polícia é presumido em favor da Municipalidade” 
(RE 581.947-AgR) 
Vejamos as decisões sobre a base de cálculo das taxas: 
59) Súmula Vinculante n.º 29 do STF: É constitucional a adoção no 
cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de cálculo 
própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade 
entre uma base e outra. 
Já foi cobrado: 
38. (PUC-PR/2011/TJ-RO/Juiz) É constitucional a adoção, no cálculo do valor
da taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado
imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. 
Correto. 
39. (VUNESP/2007/OAB-SP) Com o objetivo de viabilizar financeiramente a
conservação de estradas de rodagem, foi editada lei municipal instituindo taxa
de conservação a ser cobrada dos proprietários de imóveis sediados na zona
rural, tendo como base de cálculo o número de hectares de propriedade do
contribuinte. A aludida taxa é inconstitucional, dentre outras razões, por
determinar base de cálculo típica de imposto. 
Correto. 
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60) ”A escolha do valor do monte-mor como base de cálculo da taxa judiciária 
encontra óbice no art. 145, § 2º, da CF, visto que o monte-mor que 
contenha bens imóveis é também base de cálculo do imposto de 
transmissão causa mortis e inter vivos." (ADI 2.040-MC, Rel. Min. Maurício 
Corrêa, julgamento em 15-12-1999) 
Já foi cobrado: 
40. (ESAF/2007/PGDF/PROCURADOR) É constitucional a escolha do valor do
monte-mor (inventário) como base de cálculo da taxa judiciária, por não
afrontar o artigo 145, § 2º, da CF 
Errado. 
61) “O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de 
cálculo do IPTU – a metragem da área construída do imóvel – que é o valor 
do imóvel (CTN, art. 33), ser tomado em linha de conta na determinação 
da alíquota da taxa de coleta de lixo, não quer dizer que teria essa 
taxa base de cálculo igual à do IPTU: o custo do serviço constitui a base 
imponível da taxa. Todavia, para o fim de aferir, em cada caso concreto, a 
alíquota, utiliza-se a metragem da área construída do imóvel, certo que a 
alíquota não se confunde com a base imponível do tributo.” (RE 232.393, Rel. 
Min. Carlos Velloso, julgamento em 12-8-1999, Plenário, DJ de 5-4-2002.) 
62) “A Corte adota entendimento no sentido da inconstitucionalidade da 
cobrança da Taxa de Licença de Localização e de Funcionamento pelos 
municípios quando utilizado como base de cálculo o número de 
empregados.‖ (AG. REG. NO RE N. 614.246-SP; RELATOR: MIN. DIAS 
TOFFOLI, 07/02/2012) 
O STF tem jurisprudência pacífica no sentido de que a base de cálculo
de taxa deve ter relação com o custo da atividade estatal. 
Nesse caso, a Suprema Corte entendeu que o número de empregados
não tem relação com o custo da fiscalização. 
63) Súmula Vinculante n.º 12 do STF: A cobrança de taxa de matrícula nas 
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição 
Federal. 
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64) “Em face do art. 144, caput, V e parágrafo 5º, da Constituição, sendo a 
segurança pública, dever do Estado e direito de todos, exercida para a 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, 
através, entre outras, da polícia militar, essa atividade do Estado só pode 
ser sustentada pelos impostos, e não por taxa, se for solicitada por 
particular para a sua segurança ou para a de terceiros, a título preventivo, 
ainda quando essa necessidade decorra de evento aberto ao público.” (ADI 
1.942-MC, Rel. Min. MoreiraAlves, 5-5-1999) 
41. (ESAF/2007/PGDF/PROCURADOR) Os serviços gerais prestados por órgãos
de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade
pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos. 
Correto. 
É jurisprudência no sentido de que os serviços que são dever do Estado e
direito de todos, como a educação e a segurança pública, não podem ser
remunerados por taxa, mas sim por impostos. 
65) “É constitucional a destinação do produto da arrecadação da taxa de 
fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público e ao próprio 
Poder Judiciário". (ADI 3.151, Rel. Min. Ayres Britto, 8-6-2005) 
66) “As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie 
tributária, são taxas, segundo a jurisprudência iterativa do Supremo 
Tribunal Federal. (...) Impossibilidade da destinação do produto da 
arrecadação, ou de parte deste, a instituições privadas, entidades de 
classe e Caixa de Assistência dos Advogados. Permiti-lo, importaria ofensa ao 
princípio da igualdade. Precedentes do STF.” (ADI 1.145, Rel. Min. Carlos 
Velloso, 3-10-2002) 
Já foi cobrado: 
42. (CESPE/2011/TRF-5ªRegião/Juiz) Consoante a jurisprudência do STF, as
custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécies de preço
público. Assim, é admissível que parte da arrecadação obtida com essas
espécies seja destinada a instituições privadas, entidades de classe e caixas de
assistência dos advogados. 
Errado. 
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67) “Preceito de lei estadual que destina 5% dos emolumentos cobrados pelas 
serventias extrajudiciais e não oficializadas ao Fundo Estadual de 
Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário – FUNDESP não ofende o 
disposto no art. 167, IV, da CF. Precedentes. A norma constitucional veda a 
vinculação da receita dos impostos, não existindo, na Constituição, 
preceito análogo pertinente às taxas.” (RE 570.513-AgR, Rel. Min. Eros 
Grau, 16-12-2008) 
O destino do produto da arrecadação das taxas deve ter relação com a
atividade contraprestacional. Além disso, a destinação não poderá ocorrer
para instituições privadas. 
Vejamos agora as taxas consideradas constitucionais ou inconstitucionais
que podem vir na sua prova. Acredito ser mais prático colocar apenas a taxa,
visto que suas respectivas decisões não possuem conteúdo interessante para o
nosso objetivo. 
São constitucionais: 
 A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de
coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos
provenientes de imóveis. (Súmula Vinculante nº 19) 
 A taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários. 
(Súmula nº 665 do STF) 
 Taxa de incêndio, em razão da prevenção de incêndios. (AI 677.891) 
 Taxa Judiciária - é possível que tome por base de cálculo o valor da
causa ou da condenação. (ADI 948) 
Já foi cobrado: 
43. (CESPE/2011/TRF-5ªRegião/Juiz) A cobrança de taxa exclusivamente em
razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de
lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o texto constitucional. 
Correto. 
44. (ESAF/2007/PGDF/PROCURADOR) É inconstitucional a taxa de fiscalização
dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de
1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado,
poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários. 
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Errado. 
São inconstitucionais: 
 A taxa de serviço de iluminação pública - serviço inespecífico, não
mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado
contribuinte, a ser custeado por meio do produto da arrecadação dos
impostos gerais. (RE 233.332) 
 Taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e
bens públicos - serviço indivisível. (RE 576.321) 
 A taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa - viola
a garantia constitucional de acesso à jurisdição (Súmula nº 667 do STF) 
 A taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de
cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural. (Súmula nº 595 do
STF) 
Já foi cobrado: 
45. (CESPE/2012/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária) Segundo
entendimento do STF, o serviço de iluminação pública não pode ser
remunerado mediante taxa. 
Correto. 
46. (FGV - 2008 - TJ-MS - Juiz) Viola a garantia constitucional de acesso à
jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. 
Correto. 
II. Contribuição de melhoria 
68) “Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição 
de melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária.” (AI 
694.836-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-11-2009) 
69) “Taxa de pavimentação asfáltica. (…). Tributo que tem por fato 
gerador benefício resultante de obra pública, próprio de contribuição 
de melhoria, e não a utilização, pelo contribuinte, de serviço público 
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.” (RE 
140.779, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 2-8-1995) 
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Pessoal, parece pouco, mas não faz sentido abordarmos profundamente
tópicos e decisões com probabilidade muito pequena de vir na sua prova, ok? 
Outrossim, não há entendimento jurisprudencial relevante para nossa
prova sobre empréstimos compulsórios. Quanto aos impostos e contribuições,
estudaremos individualmente em suas respectivas aulas. 
Tributos de competência da União 
Pessoal, cabe aqui uma satisfação a vocês. 
Ao analisar centenas de questões, percebi que praticamente não é
cobrado jurisprudência sobre os tributos da União. As questões sobre esse
tópico quase sempre versam sobre os dispositivos expressos na CF/88, no CTN
e nos diplomas normativos próprios de cada tributo. Por isso, abordarei aqui só
o filé mignon (rs.) da jurisprudência. 
Estou aberto a sugestões e críticas, ok? 
I. Imposto sobre a Importação 
70) “Recurso extraordinário em que se argumenta a não incidência do II e do 
IPI sobre operação de importação de sistema de tomografia computadorizada, 
amparada por contrato de arrendamento mercantil. Alegada insubmissão do 
arrendamento mercantil, quer seria um serviço, ao fato gerador do imposto de 
importação. Inconsistência. Por se tratar de tributos diferentes, com hipóteses 
de incidência específicas (prestação de serviços e importação, entendida como 
a entrada de bem em território nacional – art. 19 do CTN), a incidência 
concomitante do II e do ISS não implica bitributação ou de violação de 
pretensa exclusividade e preferência de cobrança do ISS.” (RE 429.306, 
Min. Joaquim Barbosa, 1º-2-2011) 
71) Súmula nº 95 do STJ: A redução da alíquota do Imposto sobre Produtos 
Industrializados ou do Imposto de Importação não implica redução do ICMS 
As decisões acima revelam que a incidência de diversos tributos sobre
uma importação não implica bitributação, nem vinculação entre eles. 
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72) “1. Drawback é a operação pela qual a matéria-prima ingressa em 
território nacional com isenção ou suspensão de impostos, para ser 
reexportada após sofrer beneficiamento. 2. O artigo 60, da Lei nº 9.069/95, 
dispõe que: "a concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou 
benefício fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela 
Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo 
contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições 
federais".3. Destarte, ressoa ilícita a exigência de nova certidão negativa 
de débito no momento do desembaraço aduaneiro da respectiva 
importação, se a comprovação de quitação de tributos federais já fora 
apresentada quando da concessão do benefício inerente às operações 
pelo regime de drawback” (REsp 1041237 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, 
28/10/2009) 
Já foi cobrado: 
47. (CESPE/2010/AGU/Procurador Federal) Se determinada indústria traz
matéria-prima do exterior, com isenção de impostos, para ser reexportada
após sofrer beneficiamento, é ilícita a exigência de nova certidão negativa de
débito no momento do desembaraço aduaneiro da respectiva importação, uma
vez já comprovada a quitação de tributos federais quando da concessão do
benefício inerente às operações pelo regime do drawback. 
Correto. 
II. Imposto sobre a Exportação 
73) “Não é qualquer registro no SISCOMEX que corresponde à 
expedição do documento equivalente à guia de exportação prevista no § 
1º, in fine, do art. 1º do DL 1.578/1977, como determinante da ocorrência 
do fato gerador do tributo. Somente o Registro de Exportação 
corresponde e se equipara à Guia de Exportação. Editada a Resolução 
2.112/1994 do Banco Central do Brasil depois dos registros de venda, mas 
antes dos registros de exportação, submetem-se as operações respectivas 
às alíquotas nelas fixadas, visto que tal fixação se dera antes da 
ocorrência do fato gerador.” (AI 578.372-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, 9-2-
2010) 
DL 1.578/1977, Art.1º - O Imposto sobre a Exportação, para o estrangeiro, de
produto nacional ou nacionalizado tem como fato gerador a saída deste do
território nacional. 
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§ 1º - Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da
Guia de Exportação ou documento equivalente. 
O registro no SISCOMEX marca o fato gerador da exportação. Segundo o
STF, apenas o Registro de Exportação é equivalente à Guia de Exportação para
esse fim. 
III. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 
74) “Saber se indenização é, ou não, renda, para o efeito do artigo 153, III, da 
Constituição, é questão constitucional, como entendeu o acórdão recorrido, 
até porque não pode a Lei infraconstitucional definir como renda o que 
insitamente não o seja” (RE 188684; Min. MOREIRA ALVES; 16/04/2002) 
Já foi cobrado: 
48. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional) Pode-se afirmar, a
partir de alguns julgados do Supremo Tribunal Federal, que o conceito
legalista/fiscalista de renda, assim considerado aquilo que a legislação do
imposto de renda estabelecer que é, está ultrapassado. 
Correto. 
Conceito legalista de renda é quando uma lei define o conceito de renda.
De acordo com o STF, a lei não possui plena liberdade para definir o que é
renda, já que tal conceito tem caráter constitucional. 
75) “O direito ao abatimento dos prejuízos fiscais acumulados em exercícios 
anteriores é expressivo de benefício fiscal em favor do contribuinte. 
Instrumento de política tributária que pode ser revista pelo Estado. Ausência 
de direito adquirido. A Lei 8.981/1995 não incide sobre fatos geradores 
ocorridos antes do início de sua vigência. Prejuízos ocorridos em exercícios 
anteriores não afetam fato gerador nenhum." (RE 344.994, Rel. p/ o ac. 
Min. Eros Grau, 25-3-2009) 
76) “A fixação do regime de competência para a quantificação da base 
de cálculo do tributo e do regime de caixa para a dedução das 
despesas fiscais não implica em majoração do tributo devido, 
inexistindo violação ao conceito de renda fixado na legislação federal. Os 
depósitos judiciais utilizados para suspender a exigibilidade do crédito 
tributário consistem em ingressos tributários, sujeitos à sorte da demanda 
judicial, e não em receitas tributárias, de modo que não são dedutíveis da 
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base de cálculo do IRPJ até o trânsito em julgado da demanda”(Recurso 
Especial 1.168.038 - Sp; Ministra Eliana Calmon; 09/06/2010) 
“Não se deve confundir disponibilidade econômica com disponibilidade 
financeira da renda ou dos proventos de qualquer natureza. Enquanto esta 
última se refere à imediata 'utilidade' da renda, a segunda está atrelada ao 
simples acréscimo patrimonial, independentemente da existência de recursos 
financeiros. Não é necessário que a renda se torne efetivamente 
disponível (disponibilidade financeira) para que se considere ocorrido 
o fato gerador do imposto de renda, limitando-se a lei a exigir a verificação 
do acréscimo patrimonial (disponibilidade econômica).” (REsp 983.134/RS, Rel. 
Min. Castro Meira, 3.4.2008) 
77) “Inexiste qualquer ilegalidade/inconstitucionalidade da determinação de 
indedutibilidade da CSSL na apuração do lucro real”. (REsp 1113159 AM, 
Rel. Ministro LUIZ FUX, 11/11/2009) 
78) Súmula nº 584 o STF: Ao imposto de renda calculado sobre os 
rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em 
que deve ser apresentada a declaração. 
79) Súmula nº 447 do STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes 
legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta 
por seus servidores. 
Não incide IR sobre: 
 O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do
serviço. Súmula nº 136 do STJ 
 O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não
está sujeito à incidência do Imposto de Renda. Súmula nº 125 do STJ 
 A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à
demissão voluntária. Súmula nº 215 do STJ 
 As indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional. Súmula
nº 386 do STJ 
 Verbas de caráter indenizatório (há exceções), como indenizações por
dano moral (REsp 1152764) e juros moratórios (REsp 1227133). 
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Incide IR sobre: 
 O resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas. 
Súmula nº 262 do STJ 
 Os valores percebidos a título de indenização por horas
extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo
coletivo. Súmula nº 463 do STJ 
 O pagamento de serviços técnicos contratados no exterior e prestados no 
Brasil. Súmula nº 587 do STF 
 Os juros remetidos para o exterior, com base em contrato de mútuo. 
Súmula nº 586 do STF 
IV. Imposto sobre Produtos Industrializados 
80) “A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI 
decorrentes do princípio constitucional da não-cumulatividade 
(créditos escriturais), por ausência de previsão legal.‖ (REsp 1035847 RS, 
Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, 24/06/2009) 
81) “A jurisprudência do Tribunal está pacificada no sentido de ser devida a 
correção monetária de créditos tributários quando, por óbice do Fisco, 
a compensação não ocorre no momento adequado." (AI 619.664-AgR, 
Rel. Min. Marco Aurélio, 16-12-2008) 
Os créditos do IPI não podem sofrer correção monetária, exceto
quando a compensação não ocorrer no momento adequado por óbice do Fisco. 
Nesse sentido, foi edita a Súmula nº 411 do STJ: é devida a correção
monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento
decorrente de resistência ilegítima do Fisco. 
82) “A aquisição de bens que integram o ativo permanente da empresa ou de 
insumos que não se incorporam ao produto final ou cujo desgaste não ocorra 
de forma imediata e integral durante o processo de industrialização não gera 
direito a creditamento de IPI” (REsp 1075508, Ministro LUIZ FUX, 
23/09/2009) 
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JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012
PROFESSOR: DIEGO ADERNE 
Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 38 
83) “A jurisprudência do Supremo

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