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1 PREVALÊNCIA DE DE SÍNDROME METABÓLICA E ASSOCIAÇÃO COM ONDAS DE CALOR EM MULHERES CLIMATÉRICAS Autores: Bianca Botono Lagrutta1 MD Orientador: profa. Dra. Lucia Costa-Paiva2 MD,PhD 1- Residente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas, São Paulo - Brasil 2- Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo – Brasil Financiamento: Este projeto recebeu apoio financeiro da Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) processo número 2010/06037-5. Divulgações / conflitos de interesse financeiros: Nenhuma Autor para correspondência: Lucia Costa-Paiva 101, Rua Alexander Fleming, Código postal 13083-881, Campinas - São Paulo, Brasil E-mail: paivaepaiva@uol.com.br 2 Resumo Objetivo: O presente estudo pretende avaliar a prevalência de Síndrome Metabólica e associação com ondas de calor em mulheres climatéricas. Métodos: Estudo de coorte transversal, com mulheres de 40 a 60 anos atendidas no Ambulatório de Menopausa no Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti – CAISM-UNICAMP. Todas as mulheres foram submetidas a uma entrevista individual, exames clínicos e laboratoriais. Este estudo faz parte de um dos braços da pesquisa realizada “Climatério em mulheres HIV soropositivas: sintomas menopausais, função sexual, síndrome metabólica e densidade mineral óssea”. Resultados: Foram avaliadas 264 mulheres com média de idade de 49,8 anos; a Síndrome Metabólica foi encontrada em 42,2% das mulheres estudadas; não houve associação entre ondas de calor e a presença de Síndrome Metabólica, entretanto houve associação significativa com a hipertrigliceridemia em 27,6% (p= 0,0278) e glicemia elevada, 26% (p= 0,0202). Na análise de regressão logística para avaliar os fatores de risco para ocorrência de ondas de calor foram fatores de risco observados: sudorese (OR = 11 p = < 0.0001), estar na peri (OR = 4 p = 0.0045) ou pós-menopausa (OR = 3 p = 0,0029) e a presença de incontinência urinaria (OR = 2 p = 0,0377). Conclusão: A prevalência de Síndrome Metabólica foi alta na população estudada. As ondas de calor não parecem estar associadas a síndrome metabólica, entretanto, podem estar relacionadas a alguns componentes isolados. Estudos longitudinais são necessários para confirmar estas hipóteses. É importante elaborar estratégias de atenção à saúde que possam minimizar o impacto da Síndrome Metabólica em vários aspectos da saúde do das mulheres no climatério. 3 Introdução No climatério as mulheres experimentam diversas mudanças em seu organismo, sendo as principais delas os sintomas vasomotores, compreendidos por ondas de calor e sudorese noturna (1). Cerca de 70% das mulheres nos Estados Unidos apresentam esses sintomas (2,3), com média de duração dos sintomas de 4 anos, sendo que em alguns casos, podem estar presentes por até 20 anos após a cessação da menstruação (4,5), estando associados a alteração do sono, do humor e impacto na qualidade de vida (6,7,8). Um estudo de base populacional com mulheres brasileiras entre 45 e 60 anos entrevistadas na cidade de Campinas/SP-Brasil monstrou que os sintomas vasomotores representavam o segundo em prevalência acometendo cerca de 70% das mulheres (9). A intensidade dos sintomas vasomotores varia entre as mulheres, sendo que em alguns casos há necessidade de tratamento - hormonal ou não hormonal (10) - para o seu controle e melhora da qualidade de vida (4). Dentre os fatores de risco aumentado para sintomas vasomotores, os quais influem negativamente na qualidade de vida, a obesidade em particular, tem despertado grande interesse. Sabe-se que durante o processo de envelhecimento há alteração do perfil metabólico, levando a modificações da composição e distribuição de tecido adiposo (11, 12), resultando em mudança do padrão ginecoide para o androide. Além desta alteração metabólica, este período da vida associa-se também ganho de peso devido ao aumento do consumo de alimentos calóricos, sedentarismo e mudança do estilo de vida (13), o que contribui para o aumento da gordura abdominal e, portanto, obesidade central (14). Segundo dados recentes do IBGE, o sobrepeso e obesidade (IMC é ≥ 25 kg/m2), correspondem a cerca de 60 % na população brasileira, já na faixa etária de 55 4 e 64 anos o percentual de excesso de peso alcança 70% (15). O ganho ponderal em mulheres antes da menopausa está em torno de 0,8 Kg/ano (16) e alguns estudos apontam que a obesidade pode chegar a 60% nos anos que antecedem a menopausa, tendendo a acentuar-se nos anos pós-menopausa (17). Estudo domiciliar de base populacional realizado com mulheres acima de acima de 50 anos residentes no Município de Campinas, mostrou que a obesidade foi a doença mais prevalente, estando presente em 68 % delas (18). De acordo com Souza Santos Machado et al, a presença de obesidade e sedentarismo estão associados a pelo menos uma condição mórbida (19); a presença desses fatores impactam na qualidade de vida e são fatores de risco para o aparecimento de doenças crônicas como doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes (20). Duas teorias conflitantes tentam explicar a relação entre obesidade e sintomas vasomotores. Alguns estudos mais antigos, sugeriam que, em mulheres mais magras, as “ondas de calor” seriam mais intensas do que em pacientes obesas, pois a aromatização periférica pela enzima P450 aromatase, presente no tecido adiposo e responsável pela conversão de androstenediona em estrona, seria suficiente para a “reposição” do hormônio feminino deficiente durante a menopausa, sendo então conhecida como “thin hypothesis” (9, 1, 22). Baseado nesta hipótese alguns estudos demonstraram maior produção de estrogênio pelo tecido adiposo e pelo fato da terapia hormonal ainda ser a primeira linha de tratamento para mulheres com sintomas vasomotores (23). Atualmente o “modelo termorregulador” propõe uma associação positiva entre obesidade e sintomas vasomotores causados pelo forte efeito de isolante térmico proporcionado pelo tecido adiposo e, portanto, mulheres obesas sofreriam mais com sintomas vasomotores (17) e obesidade. Nestas a termorregulação estaria alterada, e pequenas alterações de temperatura corporal são percebidas com maior intensidade, 5 sendo que as “ondas de calor” são a maneira do organismo diminuir a temperatura corporal. Com a presença de tecido adiposo mais espesso, este funcionaria como um forte isolante térmico por ser uma barreira que inibe a dissipação do calor (24, 25, 16). Estudos revelam que mulheres com sobrepeso e obesidade apresentam 1,5 a 2 vezes mais chance de apresentarem fogachos do que pacientes com peso normal (2, 27, 28). A associação de sobrepeso/obesidade central com outras doenças crônicas como hipertensão, intolerância à glicose, resistência à insulina e dislipidemia caracterizam a Síndrome Metabólica (29). Além disso, a presença de Síndrome Metabólica está associada a maior risco cardiovascular pois há risco duas vezes maior de morte por Infarto Agudo do Miocárdio, três vezes maior de morte por acidente vascular cerebral e cinco vezes maior de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 (30). Os consensos sobre Síndrome Metabólica mostram discordâncias entre sua definição e pontos de cortes variando entre a International Diabets Federation Consensus Worldwide Definition of Metabolic Syndrome, OMS e National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP- ATP III) e IDF (30, 31, 32). Devido a estas discordâncias, em estudos realizados com mulheres brasileiras no período climatério, a prevalência de síndrome metabólica variou de 34,7 % a 56,9 % em diversos estudos (33, 34, 35 ,36). Para a América Latina, recomenda-sea utilização do critério de IDF, 2006, pois apresenta uma avaliação mais adequada aos grupos étnicos da população latino-america (30). Além disso, a definição da IDF tem critérios mais baixos para o limiar diagnóstico, o que contribui para o diagnóstico e a intervenção precoces, favorecendo a prevenção de eventos cardiovasculares (37). Alguns estudos mais recentes têm demonstrado associação entre os Sintomas Vasomotores e a Síndrome Metabólica (38, 39, 40). Dentre os componentes 6 da Síndrome Metabólica, estudos indicam maior ocorrência de sintomas vasomotores relacionados a alteração do perfil lipídico (38), enquanto outros mostram associação apenas com obesidade/aumento da circunferência abdominal (40). Já em revisão sistemática da literatura, van Dijk et al., observaram que, dentre os componentes da síndrome metabólica, há maior associação dos sintomas vasomotores em pacientes com diabetes melitus tipo 2 e resistência à insulina (39). Gast et al, em seu estudo com 5523 mulheres entre 46 e 57 anos, avaliou que mulheres com sintomas vasomotores e sudorese noturna apresentavam maior risco cardiovascular quando comparadas às pacientes sem queixas vasomotoras, sendo que aquelas apresentavam aumento nos níveis de colesterol, elevação pressórica (tanto sistólica quanto diastólica) e obesidade (41). Assim, a associação entre síndrome metabólica e seus componentes como a obesidade tem sido altamente controverso. Frente a divergências da literatura (“thin hypothesis” x “termorregulação”) as evidências indicam que esta relação entre sintomas vasomotores e síndrome metabólica depende de Interações complexas e multifatoriais entre o meio ambiente, condições genéticas, bem como um equilíbrio entre as interações hormonais. Devido ao negativo impacto dos sintomas da menopausa sobre a qualidade de vida dessas mulheres, e considerando-se a alta prevalência de Síndrome Metabólica em nossa população, é necessária maior compreensão desta relação. Além disso, estratégias de saúde devem ser elaboradas para minimizar os efeitos da Síndrome Metabólica em vários aspectos da saúde em mulheres climatéricas. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de Síndrome Metabólica e associação com ondas de calor em mulheres climatéricas. 7 Sujeitos e Métodos Estudo de coorte transversal, com mulheres de 40 a 60 anos atendidas no Ambulatório de Menopausa no Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti – CAISM-UNICAMP. Todas as mulheres foram submetidas a uma entrevista individual, exames clínicos e laboratoriais. Este estudo faz parte de um dos braços da pesquisa realizada “Climatério em mulheres HIV soropositivas: sintomas menopausais, função sexual, síndrome metabólica e densidade mineral óssea”. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do CAISM / UNICAMP e foi realizado em conformidade com a versão atual da Declaração de Helsinque e com a Resolução 196/12 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e suas revisões posteriores. Processo: CEP: 407/2010, CAAE 0313.0.146.000-10 e recebeu apoio financeiro da Fapesp processo número 2010/06037-5. Variáveis avaliadas Síndrome Metabólica O diagnóstico de síndrome metabólica foi definido segundo os critérios da IDF (IDF, 2006) (30), que nas mulheres se caracteriza por obesidade central avaliada pela medida da circunferência abdominal, mais dois dos seguintes fatores alterados ou em tratamento específico: triglicérides elevado, colesterol HDL diminuído, pressão arterial aumentada ou glicemia de jejum aumentada (30). Os valores de referência para o diagnóstico da síndrome metabólica são: Circunferência da cintura: definida como aumentada quando ≥ 80cm. Constitui critério diagnóstico essencial para a síndrome metabólica. Triglicérides: ≥ 150 mg/dL ou quando a mulher estivesse em tratamento específico para esta anormalidade. 8 Colesterol HDL (High density lipoprotein) ou HDL-c: < 50 mg/dL ou quando a mulher estivesse em tratamento específico para esta anormalidade. Hipertensão arterial: Sistólica ≥ 130 mmHg e/ou diastólica ≥ 85 mmHg ou diagnóstico prévio de hipertensão. Glicemia de jejum: ≥ 100 mg/dL ou diagnóstico prévio de diabetes mellitus tipo 2. Estado menopausal: estado em relação à menopausa, relatado pela mulher, utilizando a definição de Jaszmann (1971) e classificado em: pré-menopausa (mulheres com ciclos menstruais regulares ou com padrão menstrual similar ao que elas tiveram durante a vida reprodutiva), perimenopausa (mulheres com ciclos menstruais nos últimos 12 meses, mas com mudança no padrão menstrual quanto aos padrões anteriores) e pós-menopausa (mulheres em que o último período menstrual ocorreu, pelo menos, 12 meses antes da entrevista). Tabagismo: fumante, se a mulher fuma atualmente ou parou de fumar há um ano ou menos; e não-fumante, se a mulher nunca fumou ou fumava e parou de fumar há mais de um ano. Idade, cor, grau de instrução/escolaridade, uso de terapia hormonal (TH), atividade física regular e IMC. Coleta de dados Depois de selecionadas, as mulheres que preencheram os critérios de inclusão e aceitaram participar do estudo assinaram um TCLE. Os pesquisadores preencheram os dados da ficha clínica e a seguir procederam as entrevistas. Após entrevista, foi realizado o exame clínico com aferição da PA, medida da circunferência abdominal e avaliação de peso e altura para o cálculo do IMC. Após o exame clínico foi 9 agendada uma data de retorno para coleta de sangue e realização de exames laboratoriais. As mulheres foram informadas que deviam retornar uma ou duas vezes para coleta de exames. As mulheres que não retornaram nas datas pré-agendadas foram contatadas por telefone, sendo agendada uma nova data para realização dos exames. Foi fornecido reembolso de despesas com transporte e o valor para um lanche nos dias de coletas de exames. As pacientes que não compareceram para coleta de exames pela segunda vez, não foram consideradas na análise. Análise Estatística Inicialmente realizada análise bivariada utilizando-se teste exato Fisher ou teste do qui-quadrado para testar a associação entre as variáveis e a presença de síndrome metabólica. Posteriormente realizou-se a análise de regressão para avaliar os fatores associadas as ondas de calor em mulheres com síndrome metabólica. Várias variáveis independentes foram consideradas no momento da elaboração do modelo de regressão logística de resposta dicotômica e, para verificar os fatores associados, foi utilizado o critério de seleção stepwise. O primeiro modelo tem como variável resposta a ocorrência de ondas de calor (Sim ou Não) e, os fatores associados a esse desfecho são apresentados na Tabela 4, assim como, no seu rodapé, são apresentadas todas as variáveis independentes consideradas no processo de modelagem. O nível de significância considerado foi p < 0,05. O programa computacional utilizado foi o SAS (Statistical Analysis System) versão 9.4 para Windows. Resultados Foram avaliadas 264 mulheres com média de idade de 49,8 anos atendidas no Ambulatório de Menopausa no Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti 10 – CAISM-UNICAMP. Cerca de 48% autodefiniam-se como brancas; 69,6% eram casadas; 60,6% apresentavam 8 anos ou mais de escolaridade, e com relação ao status menopausal 52,2% estavam na menopausa ou pós menopausa. A terapia hormonal (TH) foi realizada por apenas 16,8% das pacientes, e atividade física referida como duas ou mais vezes por semana em 30,3% da amostra analisada. O tabagismo esteve presente em 14,8% das mulheres. Com relação aos Sintomas Vasomotores, na população geral estudada, as ondas de calor, tontura e sudorese estavam presentes em 60,5%, 44,7% e 51,3%, respectivamente (Tabela 1). A Síndrome Metabólica foi encontrada em 42,2% das mulheres estudadas. Este grupoapresentava as seguintes características: 44% autodefiniam-se como brancas, 73% eram casadas e escolaridade igual ou superior a 8 anos em 52%; atividade física realizada duas ou mais vezes por semana em 33% das mulheres e o tabagismo foi presente em 18% das mulheres. Das variáveis avaliadas para caracterização da Síndrome Metabólica, a prevalência de diabetes ou uso de hipoglicemiantes foi de 19% e 15% respectivamente; com relação a hipertensão 51% diziam ser hipertensas e 48% faziam uso de anti-hipertensivo. O uso de estatina esteve presente em cerca de 20% das mulheres pesquisadas. O resultado dos exames laboratoriais/exame físico para avaliação da presença de Síndrome Metabólica evidenciou que: 100% das mulheres apresentavam circunferência abdominal superior a 80 cm (critério obrigatório para a caracterização da Síndrome Metabólica de acordo com IDF – 2006 (30)); pressão arterial sistólica ≥ 130 mmHg em 50,5% e pressão arterial diastólica ≥ 85 mmHg em 23,2%; os valores de triglicerídeos ≥ 150mg/dL presente em 56,1%, HDL-colesterol < 50mg/dL em 20% e glicemia ≥ 100 em cerca de 53% das mulheres (Tabela 2). A Tabela 3 mostra a relação entre Ondas de calor e Síndrome Metabólica. Os resultados mostram que não houve associação entre ondas de calor e a presença 11 de Síndrome Metabólica. Entretanto, quando avaliado cada componente da SM isoladamente, houve associação significativa com a hipertrigliceridemia e glicemia elevada. As ondas de calor estiveram presentes em 27,6% das mulheres com níveis de triglicérides acima de 150 comparado a 13,5% nas com triglicérides normais (p= 0,0278). A frequência de ondas de calor também foi estatisticamente mais elevada em mulheres com glicemia acima de 100, 26% contra 11,7%, respectivamente (p= 0,0202). A análise de regressão logística foi realizada para avaliar os fatores de risco para ocorrência de ondas de calor. Os resultados mostram que a Síndrome Metabólica ou cada componente isoladamente não estiveram associados a presença de ondas de calor. Os fatores de risco observados foram a sudorese (OR = 11.603 (5.603; 24.028), p = < 0.0001), estar na peri (OR = 4.783 (1.625; 14.083), p = 0.0045) ou pós- menopausa (OR = 3.868 (1.588; 9.419) p = 0,0029) e a presença de incontinência urinária (OR = 2.481 (1.053; 5.843), p = 0,0377) (Tabela 4). Discussão Este estudo foi realizado para avaliar a associação entre síndrome metabólica e a presença de ondas de calor. Os resultados mostraram que a prevalência de síndrome metabólica foi alta na população estudada, mas sem associação com a ocorrência de ondas de calor. No presente estudo, a prevalência de síndrome metabólica em mulheres climatéricas foi de 42,2 %. A prevalência de síndrome metabólica aumentou de acordo com o estado menopausal de 13% na perimenopausa precoce para 64% na pós- menopausa. Essa prevalência está em concordância com outros estudos da literatura que mostram uma prevalência de síndrome metabólica que varia de 34,7 % a 56,9 % em diversos estudos (33,34,35,36). Vale ressaltar que no presente estudo, cerca de 52% das mulheres estavam na pós-menopausa, o que pode justificar a prevalência 12 dentro das faixas mais elevadas observadas no período da pós-menopausa. Outros fatores associados a síndrome metabólica foram o diabetes ou glicemia elevada, o aumento da circunferência abdominal, a hipertrigliceridemia ou uso de estatinas, hipertensão ou uso de anti-hipertensivo, hipercolesterolemia que são os próprios componentes da síndrome metabólica. Em relação as ondas de calor, não houve associação com síndrome metabólica, entretanto a análise de cada componente isolado mostrou que esteve associada apenas a hipertrigliceridemia e a glicemia elevada. Lee et al., em sua pesquisa com 183 mulheres nos pós-menopausa avaliou que níveis elevados de triglicerídeos, esteve associado a maior intensidade de sintomas vasomotores (38). E em artigo de revisão da literatura, em que foi avaliada a associação de síndrome metabólica, diabetes tipo 2 e resistência insulínica em mulheres na peri e pós- menopausa, por causa da heterogeneidade de cada estudo não houve evidências suficientes para confirmar a hipótese, entretanto, o autor aponta que em estudos de coorte de alta qualidade há associação positiva entre sintomas vasomotores e resistência à insulina e diabetes mellitus tipo 2 (39). Quando todos as variáveis foram analisadas conjuntamente na análise de regressão múltipla, os fatores de risco para ondas de calor foram a presença de sudorese que mostrou um risco de OR = 11 (IC 95% 5.603; 24.028). Isso era esperado uma vez que a sudorese é, juntamente com as ondas de calor e palpitações, um dos componentes dos chamados sintomas vasomotores. O estado menopausal, estar na peri e pós-menopausa, também mostraram maior risco de apresentar ondas de calor. Sabe-se que as alterações nos níveis estrogênios que ocorrem já na perimenopausa, levam a alteração nos níveis de neurotransmissores norepinefrina e serotonina que afetam o centro termorregulador do hipotálamo, levando a ocorrência de ondas de calor (42). 13 A análise de regressão múltipla também demonstrou associação entre ondas de calor e sintomas urogenitais, como incontinência urinaria. Está bem documentado na literatura que a deficiência de estrogênio do climatério além de causar os sintomas clássicos da menopausa como as ondas de calor, pode levar a síndrome geniturinária que abrange sintomas como secura vaginal, falta de lubrificação, desconforto e dispareunia, bem como sintomas urinários tais como urgência, incontinência, disúria e infecção do trato urinário de repetição. (43). A prevalência de sintomas urinários ocorre em 20 a 50% das mulheres e aumenta com a idade e consequentemente com a deficiência de estrogênio (44). Uma limitação do presente estudo é o tipo de desenho utilizado, por ser um coorte transversal no qual é difícil estabelecer relações de causa e efeito. Além disso, a avaliação dos sintomas foi baseada no autorrelato das mulheres através de entrevistas que poderiam representar um viés de recordação. No entanto, é importante ressaltar que medidas objetivas das ondas de calor são difíceis de obter. Portanto, a utilização de um questionário validado e amplamente utilizado para avaliar a sintomatologia da menopausa pode minimizar este efeito. Conclusão A prevalência de Síndrome Metabólica foi alta na população estudada. As ondas de calor não parecem estar associadas a síndrome metabólica, entretanto, podem estar relacionadas a alguns componentes isolados. Estudos longitudinais, com seguimento a longo prazo do ganho de peso, circunferência abdominal, perfil laboratorial e com uso de medidas objetivas das ondas de calor são necessários para confirmar estas hipóteses. É importante elaborar estratégias de atenção à saúde que possam minimizar o impacto da Síndrome Metabólica em vários aspectos da saúde do das mulheres no climatério. 14 Tabela 1: Características das mulheres estudadas (n = 264) Característica N % Cor Branca 127 48,1 Não Branca 137 51,9 Estado civil Casada/ Amasiada 183 69,6 Outros 80 30,4 Sem informações 1 Escolaridade 0 a 7 anos 104 39,4 8 ou mais 160 60,6 Atividade física 1x/semana 184 69,7 2 ou mais vezes 80 30,3 Tabagismo Sim 39 14,8 Estado Menopausal Pre- menopausa 58 22 Perimenopausa precoce 24 9,1 Perimenopausa tardia 29 11 Menopausa ou pós menopausa 138 52,2 Menopausa Cirurgica 15 5,7 Reposição Hormonal Sim 44 16,8 15 Característica N % Sintomas vasomotores (Fogachos) Sim 159 60,5 Sintomas vasomotores (Tontura) Sim 117 44,7 Sintomas Vasomotores (Sudorese) Sim 135 51,3 Diabetes Sim 22 8,3 Pressão alta Sim 81 30,7 Usa estatina Sim 26 9,9 Usa hipoglicemiante Sim 17 6,5 Usaantihipertensivo Sim 74 28,1 Pressão arterial sistólica 130 ou mais 73 29,3 Pressão arterial diastólica 85 ou mais 30 12,1 Circunferência abdominal (cm) 80 ou mais 234 81,4 Triglicérides (mg/dl) 150 ou mais 61 24,3 Colesterol (HDL) 50 ou mais 136 54,4 Glicemia 100 ou mais 57 22,6 Síndrome Metabólica Sim 100 42,2 16 Tabela 2: Características da população segundo presença de Síndrome Metabólica Síndrome Metabólica Sim (n = 100) N(%) Não (n = 137) N (%) Valor p Característca Cor 0,3326* Não branca 56 (56,0) 68 (49,6) Branca 44 (44,0) 69 (50,4) Sem informação 27 Estado civil 0,462* Casada/amasiada 73 (73,7) 95 (69,3) Outros 26 (26,3) 42 (30,7) Sem informação 28 Anos de escolaridade 0,0757* 0 a 7 anos 48 (48,0) 50 (36,5) 8 ou mais 52 (52,0) 87 (63,5) Sem informação 27 Atividade física 0,4536* No máximo uma vez 67 (67,0) 98 (71,5) Duas vezes ou mais 33 (33,0) 39 (28,5) Sem informação 27 Tabagismo 0,1704* Sim 18 (18,0) 16 (11,7) Estado menopausal 0,0017* Pré-menopausa 12 (12,0) 35 (25,6) Perimenopausa precoce 13 (13,0) 8 (5,8) Perimenopausa tardia 9 (9,0) 18 (13,1) Menopausa ou pós- menopausa 64 (64,0) 64 (46,7) Menopausa cirúrgica 2 (2,0) 12 (8,7) Sem informação 27 17 Tabela 2: continuação Reposição hormonal Sim 12 (12,1) 30 (21,9) 0,0527* Diabetes < 0,0001** Sim 19 (19,0) 2 (1,4) Pressão alta < 0,0001** Sim 51 (51,0) 20 (14,6) Usa estatina < 0,0001** Sim 20 (20,0) 4 (2,9) Usa hipoglicemiante < 0,0001** Sim 15 (15,2) 1 (0,7) Usa antihipertensivo < 0,0001** Sim 48 (48,0) 18 (13,1) Pressão arterial sistólica < 0,0001** 130 ou mais 50 (50,5) 21 (15,4) Pressão arterial diastólica < 0,0001** 85 ou mais 23 (23,2) 6 (4,4) Circunferência abdominal (cm) 80 ou mais 100 (100,0) 115 (83,9) < 0,0001** Triglicérides (mg/dl) < 0,0001** 150 ou mais 55 (56,1) 6 (4,4) Colesterol (HDL) < 0,0001** 50 ou mais 20 (20,0) 104 (77,0) Glicemia < 0,0001** 100 ou mais 52 (52,5) 3 (2,2) Legendas tabela 2: (*) Teste Qui-quadrado (**) Teste Exato de Fisher 18 Tabela 3: Frequência de Ondas de calor de acordo com cada componente da Síndrome Metabólica Ondas de calor Presente (n=202) Ausente (n=62) Valor-p N (%) N (%) Síndrome metabólica Sim 82 (44,8) 18 (33,3) 0,1335* Circunferência abdominal (cm) 80 ou mais 181 (91,9) 53 (89,8) 0,6225* Colesterol (HDL) 50 ou mais 102 (53,4) 34 (57,6) 0,5691* Triglicérides (mg/dl) 150 ou mais 53 (27,6) 8 (13,5) 0,0278* Glicemia 100 ou mais 50 (26,0) 7 (11,7) 0,0202* Pressão arterial sistólica 130 ou mais 56 (29,2) 17 (29,8) 0,9237* Pressão arterial diastólica 85 ou mais 22 (11,5) 8 (14,0) 0,5997* Legendas tabela 3: (*) Teste Qui-quadrado (**) Teste Exato de Fisher 19 Tabela 4: Análise de regressão logística sobre fatores associados ao risco de ondas de calor (N=205) Variable Odds Ratio (CI 95%) P-Vale Sudorese SIM 11.603 (5.603; 24.028) < 0.0001 NÃO (referência) - - Estado Menopausal Perimenopausa 4.783 (1.625; 14.083) 0.0045 Menopausa ou pós-menopausa 3.868 (1.588; 9.419) 0.0029 Pré-menopausa (referência) - - Incontinência Urinária SIM 2.481 (1.053; 5.843) 0.0377 NÃO (referência) - - Variáveis incluídas no modelo: Cor(Branca; Não branca); Estado civil (casada/amasiada; Outros); Escolaridade (0 a 7 anos; 8 anos ou mais); Atividade física (No máximo uma vez; Duas vezes ou mais); Tabagismo (Sim; Não); Estado menopausal (pré-menopausa; perimenopausa; menopausa ou pós-menopausa); Humor instável (Sim; Não); Problemas de concentração (Sim; Não); Depressão (Sim; Não); Irritabilidade (Sim; Não); Incontinência urinária (Sim; Não); Incontinência por esforço (Sim; Não); Incontinência por urgência (Sim; Não); Incontinência mista (Sim; Não); Ganho de peso (Sim; Não); Palpitação (Sim; Não); Insônia (Sim; Não); Dor muscular (Sim; Não); Esgotamento (Sim; Não); Reposição hormonal (Sim; Não); Diabetes (Sim; Não); Pressão alta (Sim; Não); Uso de estatina (Sim; Não); Hipoglicemiante (Sim; Não); Uso de anti-hipertensivo (Sim; Não); Síndrome metabólica (Sim; Não); Tontura (Sim; Não); Sudorese (Sim; Não); Circunferência abdominal (<80; ≥80); Colesterol HDL (<50; ≥50); Triglicérides (<150; ≥150); Glicemia (<100; ≥100); PAS (<130; ≥130); PAD (<85; ≥85). 20 Referências 1. 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