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FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS KEWEEN PEREIRA FERREIRA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO (HABILITAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS) Setor de Coleta e Hematologia Clínica - Centro de Pesquisa e Diagnósticos Especializados LTDA (CPDE Laboratório) Prof ª Tatiane Fernandes. Preceptor: Bruno Lopes. MANAUS – AM 2022 FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS KEWEEN PEREIRA FERREIRA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO (HABILITAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS) Setor de Coleta e Hematologia Clínica - Centro de Pesquisa e Diagnósticos Especializados LTDA (CPDE Laboratório) Prof ª Tatiane Fernandes. Preceptor: Bruno Rocha. Apresentação do Relatório Final como exigência da disciplina Estágio Supervisionado, sob a supervisão da Prof ª Tatiane Fernandes da Faculdade Metropolitana de Manaus - FAMETRO MANAUS-AM 2022 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Fachada do Laboratório CPDE ........................................................................................... 7 Figura 2 - Ordem dos tubos de coleta ............................................................................................... 13 Figura 3 - Analisador Hematológico-Advia 120 ................................................................................. 17 Figura 4 - Representação de diferentes células sanguíneas ............................................................ 18 Figura 5 - Equipamento Premier Hb9210 ™ ..................................................................................... 21 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 5 2 OBJETIVOS ................................................................................................................................... 6 2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................. 6 2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................................ 6 3 CARACTERIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE ESTÁGIO ...................................................... 7 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................................................... 8 5 FASE PRÉ-ANALÍTICA ................................................................................................................ 9 5.1 Coleta Sanguínea ...................................................................................................................... 9 5.1.1 Tubos de Coleta ...................................................................................................... 12 5.2 Transporte e armazenamento................................................................................................ 13 6 FASE ANALÍTICA ....................................................................................................................... 13 6.1 Controle de Qualidade ............................................................................................................ 14 6.2 Procedimento Operacional Padrão ....................................................................................... 14 6.3 Sangue Periférico .................................................................................................................... 15 6.4 Hemograma .............................................................................................................................. 15 6.6 Contagem Diferencial de Leucócitos .................................................................................... 17 6.7 Velocidade de Hemossedimentação (VHS) ........................................................................ 18 6.8 Tipagem sanguínea ................................................................................................................. 19 6.9 Equipamento para determinação de Hemoglobina Glicada (A1C) .................................. 20 7 FASE PÓS-ANALÍTICA .............................................................................................................. 21 CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 23 5 1 INTRODUÇÃO A habilitação em Análises Clínicas permite ao profissional biomédico realizar exames, assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos, executar o processamento de sangue, suas sorologias e exames pré- transfusionais, assumir chefias técnicas, assessorias e direção destas atividades. As principais áreas de análise são a hematologia, a microbiologia, a bioquímica, a parasitologia e a imunologia. Esse ramo tem crescido muito, principalmente nos últimos anos, em tecnologia e inovação, resultando numa demanda cada vez maior de profissionais mais especializados e capacitados. Neste relatório aborda atividades e conhecimentos obtidos durante o Estágio Supervisionado em Análises Clínicas, no setor de Coleta e Hematologia. 6 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Proporcionar ao aluno a experiência da rotina laboratorial em análises clínicas, de modo que possa integrar a experiência prática aos conhecimentos teóricos na vida dos acadêmicos da graduação em Biomedicina, oportunizando vivenciar a realidade profissional. 2.2 Objetivos Específicos • aplicar, aperfeiçoar e consolidar os conhecimentos adquiridos nos anos letivos precedentes; • interagir com a equipe do laboratório de uma forma correta e coerente, com consequente ajuda mútua, que permita o crescimento do estagiário enquanto pessoa e futuro profissional; • contactar com os equipamentos usados em Hematologia; • compreender os princípios e o modo operatório dos equipamentos; • realizar esfregaços sanguíneos e proceder à sua coloração; • interpretar os resultados face ao método laboratorial e ao diagnóstico clínico; • compreender os procedimentos adotados pelo laboratório para o Controle da Qualidade. 7 3 CARACTERIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE ESTÁGIO A empresa Centro de Pesquisa e Diagnósticos Especializados LTDA (CPDE Laboratórios) nasceu do ideal de profissionais com experiências na área de Análises Clínicas, por prestarem serviços com qualidade e desenvolver pesquisas clínicas. Possui uma ampla rede de atendimento distribuída na cidade de Manaus, como a unidade onde foi realizado o estágio supervisionado, localizada na Rua Ramos Ferreira, nº 1110 – centro. Sua missão é atender com excelência às demandas de nossos clientes com excelência e serviços que contribuam para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e tornar-se referência como a melhor opção feita por clientes, colaboradores e comunidade, devido à qualidade dos serviços e relacionamento. Figura 1 - Fachada do Laboratório CPDE Fonte: https://www.laboratoriocpde.com.br/ 8 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS A hematologia é a ciência que estuda o sangue em condições fisiológicas e patológicas. O sangue é um tecido fluido, formado por uma porção celular que circula em suspensão num meio líquido, o plasma. Um ser humano adulto possui cerca de 5 litros de sangue no seu organismo. O sangue é a amostra biológica mais utilizada no laboratório clínico. Na hematologia, as análises são executadas em sangue total. Este é colhido com anticoagulantes específicos e não há separação do plasma e elementos figurados. A seção de hematologia é primariamente responsável pelo exame dos elementos figurados do sangue.Estes podem ser qualitativos, como a observação da aparência das células sanguíneas. Ou os testes podem ser quantitativos, com na execução das contagens de células. Os exames utilizados na investigação hematológica incluem: A coleta para análise hematológica é em geral realizada, seguindo os procedimentos de coleta já conhecidos, em tubos contendo EDTA como anticoagulante (tampa roxa). A coleta de sangue deve ser feita com o paciente em jejum de pelo menos 12 horas, 24 horas sem pratica de exercícios físicos e 48 horas sem consumo de bebida alcoólica. As amostras previamente identificadas são encaminhadas ao laboratório que procede com as análises dos exames hematológicos. No laboratório CPDE, as amostras começam a chegar de outros postos de coleta às 08:00 horas da manhã. Em seguida são encaminhadas a seus devidos setores. No decorrer do Estágio foram feitas e ensinadas as metodologias dos exames laboratoriais, o qual podemos fazer cada um com a supervisão do profissional habilitado. Contudo, tivemos a experiência na rotina laboratorial, desde a fase pré- analítica a pós-analítica deste setor, que será abordado a seguir. 9 5 FASE PRÉ-ANALÍTICA A fase pré-analítica, trata-se das etapas iniciais que antecedem a análise laboratorial (indicação do exame, escrita da receita, preparo do paciente, procedimentos de coleta, acondicionamento, transporte e preparo da amostra). Essa fase é de suma importância, uma vez que influência todo o processo de obtenção de um resultado analítico e consequentemente a decisão clínica a ele associada. As condições pré-analíticas comumente abordadas no laboratório clínico incluem: variação cronobiológica; gênero; idade; posição; prática de atividade física; dieta; jejum; e uso de drogas para fins terapêuticos ou não. Em uma abordagem mais ampla, outras circunstâncias também precisam ser consideradas, a exemplo da realização de procedimentos terapêuticos ou diagnósticos, cirurgias, transfusão de sangue e infusão de soluções, entre outras. A coleta e a adequação de amostras igualmente têm papel essencial para um exame confiável. 5.1 Coleta Sanguínea Para iniciar a coleta sanguínea, é necessário primeiramente, explicar os procedimentos que serão realizados, fazendo com que ele se sinta mais seguro e confiante, facilitando o contato e o processo em si. Na punção venosa, o sangue é retirado diretamente de uma veia superficial. A veia é puncionada com uma agulha hipodérmica e o sangue é coletado em uma seringa ou tubo a vácuo. • Etapas da Coleta sanguínea: 1. Identificação do paciente: - verificar os dados do paciente conforme descrito no formulário de exames, - solicitar documento de identificação preferencialmente com foto; 10 - obter as informações como tempo de jejum, ingestão de medicamentos, de acordo com os exames que serão realizados; - o paciente deve ser acomodado em cadeira confortável, com o braço levemente inclinado para baixo e de forma que o acesso do profissional seja facilitado. 2. Escolha do local para a punção: para uma punção bem-sucedida, realizar uma análise cuidadosa, a fim de encontrar o acesso ideal. A área escolhida para ser puncionada deve ser mantida imobilizada onde a visualização da veia pode ser melhorada aplicando um garroteamento por poucos segundos e/ou aquecendo ou friccionando a área. Embora qualquer veia dos membros superiores possa ser puncionada, as veias do dorso das mãos e do dorso dos pés também podem ser opções, quando necessário. Sendo que, para puncionar MMII (membros inferiores) é necessária a autorização médica ou conforme protocolo da instituição devido aos potenciais riscos de complicações como flebites, tromboses ou necrose tissular. Assim, as veias da região do braço são as melhores opções, recomenda-se priorizar a veia mediana cubital. 4. Preparo do material: todo material deve ser separado e identificado antes do início do procedimento de punção. Vale ressaltar a importância de conferir a identificação com o paciente e, ainda, mostrar que o material utilizado é estéril e descartável. 5. Higienização das mãos: as mãos devem ser higienizadas antes e depois de cada procedimento de coleta. 6. Luvas: as luvas devem ser calçadas antes da punção venosa e utilizadas durante todo o procedimento de coleta para minimizar a exposição ao risco de contaminação. 7. Antissepsia: preparar o local da punção com antisséptico apropriado e de acordo com as recomendações da instituição. Após a antissepsia, aguardar o tempo necessário para secagem do antisséptico. Isso evitará a sensação de ardor durante a penetração da agulha e o risco de hemólise da amostra. Depois de realizada a 11 antissepsia, o profissional da saúde nunca deve assoprar, abanar ou tocar novamente a região. 8. Garroteamento: o torniquete é um acessório utilizado para facilitar a visualização da veia. Deve-se posicioná-lo cerca de 4 dedos (7,5 – 10 cm) acima do local a ser puncionado. Solicite ao paciente somente fechar a mão, pois o movimento de abrir e fechar pode causar alterações nas concentrações de alguns analitos (ex.: cálcio iônico, potássio, etc.). Nunca exceder o garroteamento por mais de 1 minuto. 9. Punção: antes da punção, verifique se o bisel da agulha está voltado para cima. Realize a punção na veia selecionada, inserindo a agulha o mínimo possível (cerca de 10 a 15 mm de profundidade) em um ângulo de 30º. Quando necessário, esticar a pele do paciente com a outra mão (distante do local onde foi realizada a antissepsia). 10. Inserção do tubo: inserir o primeiro tubo de acordo com a ordem de coleta e conforme os exames a serem realizados. Após o início do fluxo sanguíneo, aliviar a tensão do torniquete e retirá-lo; solicite ao paciente que abra a mão. Aguardar até que o sangue atinja a marca de preenchimento, pressionando o tubo contra o adaptador com o dedo polegar. 11. Homogeneização: homogeneizar todos os tubos por inversão completa de 5 a 10 vezes imediatamente após sua retirada do adaptador. Este procedimento deve ser realizado cuidadosamente. 12. Remoção do conjunto agulha-adaptador: após finalização da coleta do último tubo, remover o conjunto agulha-adaptador e ativar o mecanismo de segurança conforme as instruções de uso do produto. 13. Hemostasia: realizar a hemostasia por compressão com auxílio de um algodão ou gaze seca, por cerca de 2 a 4 minutos e manter o braço do paciente sem dobrar por 5 minutos. Maior tempo de estancamento por compressão em clientes diabéticos e sob uso de anticoagulantes. 14. Descarte de materiais: descartar os materiais logo após sua utilização, em recipiente apropriado para descarte de materiais perfurocortantes, que atendam às normas vigentes. 12 5.1.1 Tubos de Coleta Os produtos utilizados para efetuar a coleta do sangue são de extrema importância, pois além de auxiliar em um melhor resultado dos exames, podem reduzir a ocorrência de erros na coleta e os fatores de interferência na fase pré- analítica. Os sistemas para coleta de sangue a vácuo reduzem o risco de exposição direta ao sangue e tornam mais fácil a coleta de múltiplas amostras através de uma única punção. Além de maior conforto para o paciente também proporciona maior segurança para o profissional que realiza a coleta e reduz as chances de contaminação da amostra. Existe um tubo específico com aditivos diferentes para cada tipo de aplicação e exames. Para fazer uma coleta múltipla basta trocar os tubos à medida em que for colhendo as amostras desejadas. Os tubos de coleta a vácuo já contêm a quantidade de vácuo calibrado ao volume de sangue que deve ser colhido, assim é possível garantir a proporção correta de sangue e aditivo. Mas é preciso seguir uma sequência correta para evitar a contaminação cruzada de aditivos entre tubos, gerando resultados alterados nosanalíticos sensíveis a este tipo de interferência.O uso de sistemas baseados em tubo de extração a vácuo como sistemas fechados para coleta de sangue reduz o risco de exposição direta ao sangue e torna mais fácil a coleta de múltiplas amostras com uma única punção venal. Os tubos em que o sangue é coletado podem conter um ou mais aditivos, dependendo do objetivo da análise. Há desde aditivos que promovem a coagulação mais rápida do sangue, os que possibilitam a anticoagulação e ainda aqueles que preservam ou estabilizam determinados analitos ou células. O padrão de cores dos tubos irá identificar quais aditivos estão presentes. A recomendação da sequência dos tubos é baseada na (CLSI H3-A6, Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipunctures; ApprovedStandart, 6thed.). Ela deve ser respeitada, para que não ocorra contaminação por aditivos nos tubos subsequentes (contaminação cruzada dos aditivos), quando há necessidade da coleta para diversos analitos de um mesmo paciente. 13 Figura 2 - Ordem dos tubos de coleta Fonte: Autoria própria. 5.2 Transporte e armazenamento A qualidade da amostra pode ser comprometida pela exposição a extremos de temperatura, pressão e forças físicas durante o transporte. Alguns espécimes devem ser transportados imediatamente após a coleta, por exemplo, gasometria arterial. As amostras para soro ou plasma devem ser centrifugadas e separadas dentro de 2 horas. Além disso, o transporte deve ser feito a uma temperatura apropriada, dependendo do teste requerido, sempre no menor tempo possível. Na hematologia, é fundamental respeitar principalmente as temperaturas de transporte a fim de não alterar os fatores de coagulação e não degenerar as células sanguíneas. Caso não seja armazenada adequadamente pode ainda sofrer quebras acidentais, saída da tampa (perda do material) e contaminação de outros tubos, hemólise por trepidação e agitação forte etc. 6 FASE ANALÍTICA Segundo Mendes e Oliveira (2010) um sistema analítico compreende, segundo o International Vocabulary of Basic and General Terms in Metrology, um conjunto de procedimentos de trabalho, equipamentos, reagentes ou suprimentos 14 necessários para a realização de exame laboratorial e a geração do seu resultado. Um exame laboratorial pode contribuir para a assistência e diagnóstico médico de forma decisiva, por esse motivo se faz necessária à importância do controle de qualidade nos processos analítico. O resultado constitui-se numa informação adicional que auxilia na definição do diagnóstico e tratamento. Grande parte das condutas clínicas é tomada a partir de pequenas alterações nos dados laboratoriais. Um ambiente de trabalho saudável é imprescindível para o bom desempenho como um todo. Os profissionais devem ter uma relação de respeito e parceria tornando o ambiente harmonioso e produtivo. O ambiente deve ser calmo, limpo e adequado ao desenvolvimento das atividades propostas. Para tanto, deve-se conhecer bem o ambiente em que trabalha e zelar por ele, mantendo as bancadas sempre limpas e evitando desperdícios ou gastos desnecessários. 6.1 Controle de Qualidade O controle de qualidade é um processo por meio do qual um laboratório busca garantir que a qualidade de seus serviços seja mantida ou melhorada. O controle de qualidade para laboratório analises clinicas exige a criação de um ambiente no qual a administração e os funcionários se empenhem pela perfeição. Isso é feito por meio de inúmeras ações, incluindo o treinamento da equipe, o investimento em tecnologia e as análises de concorrência para avaliar a qualidade das entregas e verificar se há variações estatisticamente significativas. Um aspecto importante do controle de qualidade é o estabelecimento de padrões e processos bem definidos. Esses controles ajudam a padronizar a produção e as reações aos problemas de qualidade e limitar a margem de erro ao especificar quais atividades de produção devem ser concluídas por quais funcionários, reduzindo a chance de que os funcionários estejam envolvidos em tarefas para as quais não tenham treinamento adequado. 6.2 Procedimento Operacional Padrão Foi realizada a leitura de alguns POP’s para melhor entendimento das técnicas utilizadas em todos os setores do laboratório. Os POP’s são protocolos que 15 descrevem detalhadamente cada atividade realizada no estabelecimento. Um POP tem o objetivo de se padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução de tarefas fundamentais, para o funcionamento correto do processo. Dentre os pontos mais comuns que constam no POP para laboratório de análises clínicas, estão: 1. Instruções sequenciais de operações; 2. Frequência de execução; 3. Especificação do responsável pelo trabalho; 4. Listagem dos equipamentos, peças e materiais utilizados na tarefa; 5. Descrição dos procedimentos da tarefa por atividades críticas, de operação e pontos proibidos; 6. Roteiro de inspeção periódica dos equipamentos de produção. 6.3 Sangue Periférico As amostras de sangue periférico são colhidas por punção venosa ou capilar para tubos com anticoagulante EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético) ou citrato de sódio e enviadas ao laboratório de Hematologia, onde os técnicos verificam o seu estado geral e se a proporção amostra/anticoagulante está correta, antes de as colocarem no equipamento em modo automático (nos racks) ou manual. 6.4 Hemograma O hemograma é um exame complementar de diagnóstico que permite estudar a função hematológica pela quantificação dos componentes celulares do sangue e avaliação qualitativa da sua morfologia. O hemograma pode ser dividido em três partes: • leucograma (avaliação do grau de severidade de uma doença): doenças infeciosas • leucemias • síndromes mielodisplásicos • síndromes mieloproliferativos • tumores metastásicos etc. • eritrograma (avaliação de anemias e policitemias e investigação de doenças hematológicas); 16 • plaquetograma (avaliação de alteração plaquetária). Os resultados dos hemogramas são transmitidos, automaticamente, pelo sistema informático do equipamento ADVIA ® 120, de forma a serem interpretados e validados pelo médico patologista. No entanto, durante a interpretação de um hemograma, é necessário ter em atenção os possíveis erros ocorridos, desde a colheita da amostra até à sua análise (ex.: amostra com coágulo ou volume insuficiente). O exame é realizado pela máquina ADVIA ® 120 que oferece uma carteira única de ensaios de diagnóstico e fluxo padrão-ouro citometria de testes. Para satisfazer as demandas dos laboratórios, a Siemens fornece um analisador de hematologia com parâmetros de teste abrangentes, manipulação de amostras flexível, uma interface definida pelo usuário e um design compacto da bancada. A tecnologia ADVIA utiliza a coloração com peroxidase – o padrão-ouro em testes diferenciais. Esta metodologia principal dos Sistemas de Hematologia da ADVIA também fornece uma contagem total de leucócitos secundários que atua como uma verificação interna de QC para monitorizar a integridade da amostra. Diferenciação citoquímica única de células mielóides e linfóides, e seis- parâmetro diferencial fornece informações clínicas adicionais As medições diretas da hemoglobina intracelular fornecem uma morfologia sensível e específica de RBC para a indicação precisa e precoce dos estados de doença A contagem exata de plaquetas na gama clinicamente significativa (excluindo glóbulos vermelhos microcíticos e fragmentos celulares) minimiza o número de contagens manuais e transfecções plaquetárias desnecessárias e dispendiosas Além disso, isolar e identificar os estados de doença sem mão de obra adicional através de CSF e capacidades de teste CHr. 17 Figura 3 - Analisador Hematológico-Advia 120 Fonte: Autoria própria.6.6 Contagem Diferencial de Leucócitos Na rotina do laboratório a contagem diferencial dos leucócitos é realizada contando 100 células. Deve-se realizar a leitura na franja do esfregaço, atravessando-o de um lado ao outro em zigue-zague, sempre na região da monocamada. O Procedimento de confecção da extensão sanguínea consiste em colocar uma gotícula de sangue em uma lâmina limpa e seca. Com o auxílio de outra lâmina, colocar a gota de sangue em contato com sua borda, formando um ângulo de 45°, esfregar uma lâmina sobre a outra rapidamente, antes que o sangue seque ou coagule. Esperar o esfregaço secar. Identificar a lâmina pela cabeça do esfregaço com o auxilio de outra lâmina ou lápis e fazer a coloração. O corante utilizado para fixar a lâmina foi o panótico, que consiste e tipos de reagentes: metanol, eosina e azul de metileno na respectiva ordem. Depois de fazer a coloração, examinar com objetiva de imersão, fazendo a contagem diferencial de 100 leucócitos. As objetivas de imersão são as de 50x, 60x ou a de 100x, e elas devem ser utilizadas para a diferenciação das células, uma vez que permitem melhor visualização das estruturas celulares. 18 Figura 4 - Representação de diferentes células sanguíneas Fonte: Biomedicina padrão Os leucócitos não são distribuídos uniformemente pela distensão sanguínea. Os linfócitos ficam mais ao centro do que os neutrófilos. As células imaturas, como os blastos, promielócitos, mielócitos, se concentram mais nas bordas. Ao realizar a leitura de lâmina em zigue-zague, evitamos contar a mesma célula mais de uma vez e diminuímos os erros que podem ocorrer devido a má distribuição dos leucócitos. 6.7 Velocidade de Hemossedimentação (VHS) A velocidade de hemossedimentação é baseada no princípio da sedimentação, o processo no qual as partículas sólidas tendem a depositar no fundo de um líquido. Em uma amostra de sangue anticoagulado e deixado em repouso as hemácias vão gradualmente separar-se do plasma e depositam-se no fundo do recipiente. A velocidade com que as hemácias se depositam ou caem sob condições controladas de laboratórios é conhecida como velocidade de hemossedimentação. Em amostras de sangue da maioria das pessoas sadias, a sedimentação ocorre lentamente. Em muitas doenças, particularmente as inflamatórias, o VHS é rápida. Em alguns casos, a velocidade é proporcional à gravidade da doença. Para fazer uma VHS, uma amostra de sangue anticoagulado é colocado em um tubo graduado de dimensões padrão, e incubado em uma posição vertical por exatamente uma hora. Ao final dessa hora, a distância que os eritrócitos caíram do menisco do plasma (na marca zero) é medida em milímetros (mm) e reportado. 19 6.8 Tipagem sanguínea Os tipos de sangue estão divididos em quatro grupos: A, B, AB e O. É o famoso sistema ABO, descoberto no início do século XX pelo médico e cientista austríaco Karl Landsteiner – prêmio Nobel de Medicina em 1930 -, pois suas pesquisas permitiram salvar vidas e garantiram transfusões de sangue corretas, o que possibilitou maior segurança nos procedimentos cirúrgicos. Cada tipo sanguíneo é caracterizado pela presença ou pela ausência de determinados antígenos nos glóbulos vermelhos. A presença de aglutinogênio A, de aglutinogênio B, de aglutinogênio A e B e a ausência desses aglutinogênios vão especificar o tipo de sangue de cada indivíduo. Nas análises laboratoriais, os anticorpos anti-a e anti-b são empregados aos sangues coletados para identificar o tipo do grupo sanguíneo tanto do doador como do receptor. Esse teste é chamado tipagem sanguínea e é realizado por profissionais de saúde – em geral, por biomédicos – que estabelece o tipo de sangue (se A,B, AB ou O) e o fator RH (positivo e negativo) que cada indivíduo possui. O procedimento para tipagem sanguínea e determinação de fator RH consiste em primeiramente: identificar três tubos com iniciais do paciente e as letras A, B, e D, respectivamente;Realizar diluição com 100 μl de amostra de sangue, em 2ml de solução salina, homogeneizando bem;Em seguida, essa diluição distribuir nos tubos A, B e D, com 100 μl em cada;Colocar uma gota do Reagente Anti-A no tubo A, uma gota do Anti-B no tubo B, e uma gota do Anti-D no tubo D, fazendo homogeneização;Levar as amostras à centrifuga por 1 minuto a aproximadamente 2000 rpm; Por fim, observar os resultados. ➢ Interpretação dos Resultados: a. Se houver aglutinação somente no tubo A, o grupo sanguíneo é A. b. Se houver aglutinação somente no tubo B, o grupo sanguíneo é B. c. Se houver aglutinação nos dois tubos A e B, o grupo sanguíneo é AB. d. Se não houver aglutinação em nenhum dos tubos A, B, o grupo sanguíneo é O. Para Fator RH, caso haja Aglutinação no Tubo D, é fator RH positivo, caso não haja é Fator RH negativo. 20 6.9 Equipamento para determinação de Hemoglobina Glicada (A1C) O Premier Hb9210™ é um equipamento para determinação de Hemoglobina Glicada (A1C), que emprega os princípios de afinidade com o boronato e cromatografica líquida de alta performance (HPLC), oferece resultados de HbA1C precisos, livre de interferências, em um pacote rápido e altamente confiável. Com um tempo de análise de amostra de 1 minuto, o Premier Hb9210 ™ fornece o menor tempo de análise de HbA1c atualmente disponível no mercado com um CV inferior a 2%. Neste avançado sistema, o usuário determina com precisão os resultados de HbA1c para qualquer carga de trabalho. Racks com tubo primário, permitem que o operador adicione amostras rapidamente, antes do instrumento pipetar diretamente a partir de tubos fechados de amostra de sangue total usando um mecanismo de seringa de auto-limpeza. Este pouco contato com o sangue minimiza e elimina qualquer preparação pré- analítica manual para o usuário. O uso de reagentes de cor e com códigos de barras com a estabilidade excelente on board , possibilita a detecção eletrônica de nível DO REAGENTE um visor contínuo , assegurando que reagentes suficientes estão a bordo em todos os momentos. Menos intervenção com o usuário também permite um melhor desempenho do instrumento. Exclusivo para os testes de HbA1c, os controles podem ser carregados no instrumento a cada dia, onde eles estão sempre disponíveis para análise. Basta escolher a freqüência de controle para o seu trabalho e o Premier Hb9210 ™ irá analisar e registrar os resultados de CQ nos respectivos intervalos. 21 Figura 5 - Equipamento Premier Hb9210 ™ Fonte: https://trinitybiotech.com.br/premier-hb9210/ 7 FASE PÓS-ANALÍTICA Conforme a RDC 302/2005, a fase pós-analítica é a fase que se inicia após a obtenção de resultados válidos das análises e finda com a emissão do laudo, para a interpretação pelo solicitante. Assim que o resultado final é extraído do sistema analítico, de forma manual ou informatizada, o laudo é confeccionado e interpretado pelo médico. As principais não conformidades desse processo englobam: ▪ Laudos incompletos; ▪ Resultados ilegíveis; ▪ Transcrição inadequada dos resultados; ▪ Falhas na impressão e/ou transmissão do laudo; ▪ Unidades erradas; ▪ Erros nos valores de referência; ▪ Interpretação equivocada dos resultados. Os laboratórios clínicos devem ser capazes de ter o controle dos processos, com a implementação de indicadores da qualidade e rastreabilidade de todo o ciclo, reduzindo assim as chances de erros. Nas situações em que os resultados forem incompatíveis com a clínica, levando a uma suspeita de não conformidade em alguma etapa do processo, o médico deverá sempre entrar em contato com o laboratório clínico, para que juntos possam esclarecer eventuais dúvidas, iniciar uma investigação, chegando a uma resposta e conclusão adequada. 22 CONCLUSÃO O estágio em Hematologia laboratorial no Laboratório CPDE foi uma experiência muito gratificante uma vez que me permitiuestar em contato com profissionais competentes e sempre disponíveis, que muito contribuíram para a minha integração no ambiente de trabalho do laboratório, apoiando-me na execução das tarefas que me foram confiadas, e esclarecendo sempre pedagógica e atenciosamente todas as dúvidas colocadas. Os objetivos inicialmente propostos foram atingidos. Os conhecimentos adquiridos nas aulas puderam ser aplicados e aprofundados, outros conhecimentos técnicos foram adquiridos . De um modo geral, considero o estágio que realizei muito positivo, uma vez que tive a oportunidade de continuar a aprender, adquirir competências e aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do percurso acadêmico. 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOUREVITCH, Philip. MORRIS, Errol. Procedimento operacional padrão: uma história de guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. ADVIA 120 Sistema Hematológico – Syslab. Disponível em: <http://www.syslab- sp.com.br/produto/advia-120-hematology-system/>. Acesso em: 25 nov. 2022. Boas Práticas para coleta de Sangue. Disponível em: <https://kasvi.com.br/coleta-de-sangue-boas-praticas/>. SANTOS, Vanessa. Leucócitos. Disponível em: https://www.biologianet.com/histologia- animal/leucocitos.htm#:~:text=Os%20leuc%C3%B3citos%2C%20tamb%C3%A9m %20chamados%20de,onde%20a%20maioria%20tamb%C3%A9m%20amadurece. Premier Hb9210 – sitenovovale.com.br. Disponível em: <http://valediag.com.br/our- services/premier-hb9210/>. Acesso em: 27 nov. 2022. 1 INTRODUÇÃO 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral 2.2 Objetivos Específicos 3 CARACTERIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE ESTÁGIO 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 5 FASE PRÉ-ANALÍTICA 5.1 Coleta Sanguínea 5.1.1 Tubos de Coleta 5.2 Transporte e armazenamento 6 FASE ANALÍTICA 6.1 Controle de Qualidade 6.2 Procedimento Operacional Padrão 6.3 Sangue Periférico 6.4 Hemograma 6.6 Contagem Diferencial de Leucócitos 6.7 Velocidade de Hemossedimentação (VHS) 6.8 Tipagem sanguínea 6.9 Equipamento para determinação de Hemoglobina Glicada (A1C) 7 FASE PÓS-ANALÍTICA CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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