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Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 58 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. ADEQUAÇÃO DOS CARDÁPIOS DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR PARA ALUNOS COM NECESSIDADES NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS NA CIDADE DE BOTUCATU/SP. Isabella M Calahani Felicio¹ Flávia Queiroga Aranha² Meire Cristina Gêa³ Resumo Objetivo: Adequar os cardápios da alimentação escolar da cidade de Botucatu/SP, para atender crianças portadoras de doença celíaca, intolerância à lactose e diabetes. Métodos: Os cardápios foram adaptados e adequados de acordo com as especificações de cada patologia com base no cardápio prévio da merenda escolar de Botucatu/SP. Resultados: Para o cardápio dos celíacos foram excluídas fontes de glúten, substituídos por outros alimentos que pertençam ao mesmo grupo nutricional. No cardápio para os intolerantes à lactose os alimentos que continham o nutriente foram excluídos e substituídos. Para os diabéticos, foram inseridas frutas diariamente como sobremesa e maior quantidade de legumes, arroz, macarrão e massas integrais. Conclusão: Os portadores de doença celíaca, intolerância à lactose e diabetes necessitam de cuidados especiais quanto à alimentação. A elaboração dos cardápios deste estudo serve como sugestão e guia para os responsáveis por planejar, produzir e distribuir as refeições às instituições de ensino. Palavras-chave: merenda escolar; doença celíaca; intolerância à lactose; diabetes. Introdução A alimentação escolar é direito de alunos matriculados em escolas e instituições de ensino públicas, e deve garantir a oferta de uma alimentação saudável e adequada às necessidades nutricionais dos estudantes durante o período letivo. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foi criado na década de 50 e atende hoje a 43 milhões de estudantes, oferecendo um aporte energético que objetiva garantir de 20% a 70% das necessidades nutricionais diárias. Inclui alunos de toda a educação pública, incluindo ensino infantil, fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos (OCHSENHOFER et al., 2006). Compete ao profissional nutricionista realizar as atribuições envolvidas na elaboração dos cardápios, baseando-se no estado nutricional e perfil dos alunos ao planejar a ____________________________________________ ¹Aprimoranda da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”-UNESP, Instituto de Biociências, Botucatu/SP. ²Professora Doutora do curso de Nutrição da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP, Instituto de Biociências, Botucatu/SP. ³Nutricionista responsável pela merenda escolar da cidade de Botucatu/SP. Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 59 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. alimentação. Além disso, o nutricionista deve acompanhar e avaliar a produção das refeições e a aceitação dos consumidores, fazendo adaptações e mudanças que possibilitem a total adequação dos cardápios (FNDE, 2009). Segundo a lei nº 12.982/2014 os alunos que necessitam de atenção nutricional individualizada, deverão contar com um cardápio especial. Cabe, portanto, ao nutricionista durante a elaboração e planejamento da alimentação escolar, levar em consideração, dentre outras especificações, os portadores de doença celíaca (DC), intolerâncias alimentares, como à lactose (IL), e diabetes mellitus (DM) (BRASIL, 2014; FNDE, 2009). A DC é uma doença auto-imune, caracterizada por uma intolerância permanente ao glúten, uma proteína presente naturalmente em cereais como a aveia, malte, cevada e trigo. Sua manifestação se inicia normalmente ainda na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, podendo, no entanto, surgir em qualquer idade, inclusive na fase adulta (ACELBRA, 2014). A lactose é um dissacarídeo composto por glicose e galactose, presente em leites e seus derivados e é a principal fonte de energia durante o primeiro ano de vida, fornecendo cerca de metade do requerimento energético nesta fase (QUILICCI & MISSIO, 2004; TÉO, 2002). Assim como para todos os alimentos e seus nutrientes, o leite e a lactose necessitam da ação de enzimas para que possam ser digeridos e absorvidos corretamente pelo trato gastrointestinal (TGI). As enzimas responsáveis por essa função digestiva, quanto à lactose, são a amilase salivar, presente na boca, e a lactase, sintetizada e secretada pelo intestino delgado com atividade maior no jejuno proximal. Os indivíduos considerados intolerantes à lactose apresentam deficiência primária ou secundária da lactase, não havendo a hidrólise da lactose após ingestão (QUILICCI & MISSIO, 2004; TÉO, 2002). A IL do tipo primária trata-se de uma condição permanente, originada por deficiência congênita da lactase, manifestando-se ainda na infância. A do tipo secundária ocorre devido a algum dano na mucosa intestinal que leva a um prejuízo na produção e secreção da lactase. Nesse tipo, normalmente os níveis de lactase são normais na infância dos indivíduos, porém quando adultos, passam a apresentar níveis baixos dessa enzima (TÉO, 2002). O DM pode ser considerado um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum uma elevação de glicose na corrente sanguínea acima dos níveis considerados normais, a hiperglicemia. A glicose é fonte primordial de energia pelos tecidos e sua utilização depende da presença de insulina, uma substância produzida nas células do Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 60 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. pâncreas. A classificação da doença pode ser dividida basicamente em tipo 1 e 2, definidos de acordo com a etiologia (SBD, 2014). O tipo 1 (DM1) tem como causa a destruição das células betapancreáticas, originando deficiência da insulina, sendo essa destruição mediada por uma autoimunidade, na maioria dos casos. A doença ocorre em dois picos de incidência: um por volta de 3 a 4 anos de idade e outro no momento da puberdade, entre os 13 e 15 anos de idade (SBD, 2014; DAMIANI & DAMIANI, 2007). No tipo 2 (DM2) ocorre deficiências na secreção e ação da insulina, levando-se à uma resistência ao hormônio, sendo este tipo o mais comum. Com o aumento da obesidade em crianças e adolescentes, cada vez mais tem se diagnosticado DM2 neste grupo de pacientes, contrastando com o que se via a alguns anos, em que apenas indivíduos de mais idade eram candidatos ao diagnóstico deste tipo. Seu aparecimento pode ser prevenido ou retardado através de mudanças no estilo de vida, incluindo na alimentação (SBD, 2014; DAMIANI & DAMIANI, 2007). Diante da importância da adequação da alimentação para tratamento e prevenção de complicações para estas condições nutricionais, e considerando o que exige a legislação do PNAE no âmbito do planejamento de cardápios, o objetivo deste trabalho foi adequar o cardápio da alimentação escolar da cidade de Botucatu/SP para atender crianças portadoras de DC, IL e DM. Métodos Os cardápios foram adaptados e adequados de acordo com as especificações de cada patologia, incluindo suas restrições, com base no cardápio prévio criado pela nutricionista da merenda escolar de Botucatu/SP, que já estava em vigor na cidade, planejado para quatro semanas, incluindo Entrada (lanche distribuído no momento de ingresso dos alunos nas escolas no período matutino) e Merenda. Procurou-se elaborar cardápios equilibrados e adequados também do ponto de vista sensorial, variando-se cores, consistências, texturas e tipos de alimentos. Buscou-se ainda, colocar novos alimentos e preparações nos cardápios das diferentes especificações, quando foi possível, para garantir maior viabilidade de execução na prática pelos funcionários da merenda escolar. Para todos os cardápios as saladas foram modificadas, trazendo mais variedade de verduras e legumes, e foram adicionados mais opções de legumes como acompanhamento. As frutas foram mantidas como sobremesa de 3 a 5dias da semana. Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 61 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. As adaptações no cardápio dos portadores de DC e de IL trataram-se da substituição de alimentos e receitas que continham glúten ou lactose em sua composição, por preparações equivalentes do ponto de vista nutricional sem a presença da proteína ou do carboidrato. Para o cardápio dos diabéticos, as preparações e alimentos que incluíam açúcar foram excluídos, sendo substituídos por alimentos adequados à condição nutricional, isentos em açúcares simples. Além disso, o cardápio foi restrito em alimentos refinados, com maior aporte de fibras com alimentos integrais, e maior oferta de frutas e hortaliças. Resultados e Discussão Cardápios O cardápio original da merenda escolar de Botucatu, utilizado para fazer as adaptações às necessidades especiais dos alunos com DC, IL e DM, conta, na Entrada, com bolacha ou pão, e com bebida láctea achocolatado. As bolachas são enviadas às instituições de ensino às segundas-feiras, variando-se os tipos, assim como os pães que são produzidos diariamente e enviados de terça-feira à sexta-feira. A bebida láctea achocolatado trata-se de um pó que deve ser misturado à água para que a bebida seja produzida, sendo enviado às escolas para preparo local. A refeição principal da merenda oferece, na maior parte dos dias, arroz e feijão acompanhados de salada de folhas e uma proteína, variando entre suína, bovina, peixe ou frango, além de legumes cozidos ou refogados. O peixe oferecido na merenda é tilápia, e as carnes bovinas são em cubo, em tiras, moída, kibe e almôndegas, embaladas a vácuo e prontas para preparo. De uma a duas vezes por semana também são inclusos no cardápio preparações diferentes como prato principal, como strogonoff e nhoque. A elaboração dos cardápios é de responsabilidade da nutricionista e responsável técnica. Ela elabora os cardápios no início do ano, com base nas verbas oferecidas pelas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), e na aceitação dos alunos. Ao longo do ano podem ser feitas mudanças e adequações nos cardápios de acordo com o que resta da verba e nos estoques. A nutricionista também leva em consideração as recomendações do PNAE e FNDE, o atendimento de 30% do cardápio com produtos provenientes de agricultura familiar e a viabilidade de produção das preparações pela cozinha (FNDE, 2014). Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 62 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Segundo o FNDE, as merendas escolares municipais devem programar seus cardápios de forma a ofertar no mínimo, 20% das necessidades nutricionais diárias dos alunos matriculados na educação básica, quando oferecida apenas uma refeição, 30% quando oferecidas duas refeições, e aos alunos do período integral, no mínimo, 70% das necessidades nutricionais diárias. Sendo tomados os cuidados de adequar os cardápios a cada faixa etária, com pelo menos, três porções de frutas e hortaliças por semana (200g/aluno/semana) e, tendo no máximo 10% da energia total proveniente de açúcar simples adicionado; 15 a 30% da energia total oriunda de gorduras totais, com no máximo 10% da energia total advinda de gordura saturada e 1% de gordura trans; e com até 1g de sal (BRASIL, 2013). Três vezes por semana são oferecidas frutas como sobremesa. Abaixo, os cardápios originais de um mês da merenda escolar de Botucatu/SP. Tabela 1. Cardápio da primeira semana da merenda escolar. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida Láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bolacha de Leite Pão de Minuto Pão de Leite Pão de Batata Doce Pão de Leite Merenda Strogonoff de Frango Arroz c/ Ervilha Batata Palha Carne Moída c/ Batata e Cenoura Arroz e Feijão Salada de Alface Melancia Filé de Frango assado Arroz Creme de Milho Salada de Alface c/ Rúcula Banana Macarrão à bolonhesa Salada de Alface e Agrião Maçã Calabresa Assada Arroz Tutu de Feijão Salada de Tomate Tabela 2. Cardápio da segunda semana da merenda escolar. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 63 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bolacha Salgada Pão de Cenoura Pão de Leite Pão de Milho Pão de Leite Merenda Kibe Assado Arroz à Grega Salada de Tomate Carne Suína Arroz Tutu de Feijão Couve Refogada Salada de Beterraba Melancia Tilápia Assada Arroz e Feijão Batata em Pedaços Salada de Tomate Banana Nhoque à bolonhesa Salada de Alface e Rúcula Maçã Almôndega c/ Molho de Tomate Arroz e Feijão Salada de Pepino Tabela 3. Cardápio da terceira semana da merenda escolar. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida Láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bolacha de Maisena Pão de Mandioca Pão de leite Pão de cenoura Pão de leite Merenda Strogonoff de Carne em Tiras Arroz com Ervilha Batata Palha Filé de Frango assado Arroz Creme de Milho Salada de Alface Melancia Carne em cubo Arroz e Feijão Salada de Batata e Cenoura Banana Coxa de Frango assada Macarrão c/ Molho Rosé Salada de Alface Maçã Farofa de Calabresa c/ Couve Arroz e Feijão Salada de Chicória com Tomate Tabela 4. Cardápio da quarta semana da merenda escolar. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 64 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bebida láctea achocolatado Bolacha Salgada Pão Batata doce Pão de leite Pão de cenoura Pão de leite Merenda Kibe assado Arroz à Grega Salada de Pepino Carne em Tiras c/ Tomate e Ervilha Arroz e Feijão Salada de Beterraba Tilápia assada Arroz e Feijão Batata em Pedaços Salada de Tomate Nhoque à bolonhesa Salada de Alface e Agrião Carne Suína Arroz Tutu de Feijão Farofa de Couve Salada de Tomate • Celíacos A terapêutica da DC consiste na adequação e planejamento da dieta, sendo ela isenta em glúten de forma permanente, devendo-se excluir, portanto, suas fontes e possíveis preparações que utilizem os alimentos fonte como ingredientes, como pães, bebidas, massas, bolos, tortas, alimentos empanados e molhos (SDEPANIAN et al., 2001a; FENALCELBRA, 2014). Para garantir o equilíbrio da alimentação, os cereais que contêm glúten devem ser substituídos por outros alimentos que pertençam a sua mesma classe nutricional, e que desempenhem funções parecidas, como farinha de arroz, amido de milho, farinha de milho, fubá, farinha de mandioca, polvilho e fécula de batata (ACELBRA, 2014). Sendo assim, para o cardápio dos celíacos, os pães que levam farinha foram retirados e a Entrada passou a contar com biscoito sequilhos, pão de queijo, pão de inhame, pão de mel e bolo de milho. O biscoito sequilhos e o pão de queijo são alimentos industrializados que levam polvilho como ingrediente alternativo à farinha, sendo, portanto, permitidos para os portadores de DC. O pão de mel também é industrializado e conta com cobertura de chocolate de soja, e sua receita também é isenta de glúten. O pão de queijo sugerido é o de massa, pronto para ser modelado e levado ao forno. O bolo de milho trata-se de uma receitaque pode ser executada pelos funcionários da merenda escolar, assim como o Pão de Inhame, que também leva polvilho. Quanto à bebida láctea achocolatado foi substituída por uma bebida de chocolate de soja, uma vez que a bebida anterior continha glúten. Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 65 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Para a Merenda, na primeira semana, as preparações que foram retiradas foram: Strogonoff de frango (que leva farinha) e macarrão, substituídos respectivamente por polenta com molho e carne moída e macarrão de arroz, com molho e salsicha. Tabela 5. Cardápio da primeira semana dos celíacos. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Pão de Queijo Biscoito Sequilhos Bolo de Milho Pão de Inhame Pão de Mel Merenda Polenta c/ Molho e Carne Moída Berinjela refogada Salada de Rúcula e Alface Carne em Tiras c/ Batata e Cenoura Arroz e Feijão Salada de Alface Melancia Filé de Frango assado Arroz à Grega Creme de Milho Salada de Cenoura e Tomate Maçã Macarrão de Arroz Molho de Tomate c/ Salsicha Salada de Alface e Agrião Banana Calabresa Assada Arroz Tutu de Feijão Salada de Couve No cardápio da segunda semana, algumas preparações como o arroz à grega (que leva cenoura, brócolis, ervilha, vagem, pimentão amarelo e vermelho) e a tilápia assada e foram redistribuídas em outros dias no cardápio. O nhoque à bolonhesa, contendo farinha integral em sua composição, foi substituído por omelete com legumes. A almôndega e o kibe foram também retirados do cardápio por conterem glúten em sua mistura, sendo substituídos por bolinho de carne (feito apenas com carne moída e temperos) na segunda-feira e coxa de frango assada, na sexta-feira. O tutu de feijão foi mantido, pois na sua receita é utilizado apenas amido de milho, para se engrossar o caldo, sendo permitido aos celíacos. Tabela 6. Cardápio da segunda semana dos celíacos. Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 66 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Biscoito Sequilhos Pão de Mel Bolo de Milho Pão de Queijo Pão de Inhame Merenda Bolinho de carne Arroz e Feijão Chuchu refogado Salada de Tomate e Rúcula Maçã Carne Suína Arroz Tutu de Feijão Couve Refogada Salada de Beterraba e Alface Carne em cubos c/ Cenoura e Tomate Arroz e Feijão Salada de Agrião Banana Omelete c/ legumes Arroz e Feijão Salada de Alface e Rúcula Melancia Coxa de Frango assada Arroz e Feijão Abobrinha refogada Salada de Alface e Cenoura Para a terceira semana, o strogonoff de frango deu lugar à uma receita especial de panqueca livre de glúten, recheada com carne moída. O arroz à grega foi incorporado ao cardápio de terça-feira, juntamente com o filé de frango já existente, a carne em cubos foi alterada para carne em tiras, e a coxa de frango da segunda semana foi invertida com a tilápia assada, incorporada à quinta-feira da terceira semana, mudanças que visaram maior equilíbrio dos cardápios. Tabela 7. Cardápio da terceira semana dos celíacos. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Pão de Queijo Pão de Inhame Bolo de Milho Biscoito Sequilhos Pão de Mel Merenda Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 67 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Panqueca de Carne c/ Molho de Tomate Arroz e Feijão Salada de Rúcula e Chicória Filé de Frango Assado Arroz à Grega Suflê de Chuchu Salada de Beterraba e Cenoura Melancia Carne em Tiras Arroz Creme de Milho Salada de Alface e Tomate Maçã Tilápia assada Arroz e Feijão Brócolis refogado Salada de Cenoura e Tomate Banana Farofa de Calabresa c/ Couve Arroz e Feijão Salada de Chicória e Tomate O nhoque que aparecia no cardápio da quarta semana foi substituído por torta de legumes sem glúten com frango desfiado. Para compor o cardápio da última semana dos celíacos foi ainda acrescentada uma lasanha de abobrinha com carne moída em substituição ao kibe. Para não repetir a tilápia, utilizada na terceira semana, na sexta-feira da quarta semana foi incorporado o bolinho de carne com molho de tomate. Tabela 8. Cardápio da quarta semana dos celíacos. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Pão de Inhame Pão de Mel Bolo de Milho Pão de Queijo Biscoito Sequilhos Merenda Lasanha de Abobrinha e Carne Moída Arroz Salada de Tomate e Rúcula Maçã Carne Suína Arroz Branco Tutu de Feijão Couve Refogada Salada de Beterraba Carne em Tiras c/ Tomate e Ervilha Arroz e Feijão Salada de Alface e Tomate Banana Torta de Legumes c/ Frango Desfiado Salada de Agrião e Cenoura Melancia Bolinho de Carne com Molho de Tomate Arroz e Feijão Salada de Agrião e Pepino Além destas adequações ao cardápio dos celíacos, é de extrema importância a constante vigilância da dieta, uma vez que a ingestão de glúten pode ocorrer sob outras Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 68 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. formas que não exclusivamente através dos cereais fontes, como no uso do óleo de fritura utilizado no preparo de alimentos com glúten e que sejam reaproveitados para a fritura de alguma preparação sem glúten ou a utilização do mesmo utensílio para manipular alimentos com e sem glúten. Deve-se ainda atentar aos produtos industrializados, que devem obrigatoriamente informar sua lista de ingredientes e constar no rótulo a informação se o produto contém ou não glúten (ACELBRA, 2014). Esses cuidados são tão importantes porque, no portador da DC, ocorre uma resposta imunológica ao glúten, especificamente a determinadas partes dele, no momento em que a proteína entra em contato com as células do intestino delgado. Ao longo do tempo, o consumo de cereais e alimentos que contenham glúten, pode gerar atrofia e achatamento das vilosidades intestinais, impedindo seu funcionamento ideal e dificultando a absorção de nutrientes. Além disso, é de fundamental importância o cumprimento efetivo da dieta sem glúten a fim de assegurar desenvolvimento pôndero-estatural e puberal adequados, densidade mineral óssea, fertilidade, redução de risco de deficiência de macro e micronutrientes, assim como diminuir o risco do surgimento de doenças malignas, especialmente no TGI (ARAÚJO et al., 2010; SDEPANIAN et al., 2001b). Além das possíveis consequências sobre o intestino delgado, quando não bem cuidada, a DC também pode gerar diversas outras complicações na vida de seu portador. Normalmente, os sintomas da DC iniciam-se logo nos primeiros anos de vida e são comuns vômitos, diarreia ou constipação crônica, anorexia, emagrecimento, inapetência, déficit de crescimento, anemia ferropriva, dor e distensão abdominal, dentre outros (ARAÚJO et al., 2010). • Intolerantes à Lactose Para os indivíduos que conseguem tolerar pequenas quantidades de lactose, a oferta de leite e derivados pode ser feita em pequenas quantidades, diversas vezes ao longo do dia, pois assim a tolerância é melhor quandocomparada à ingestão em uma única refeição. Nesses casos, a IL ocorre apenas quando o indivíduo aumenta a ingestão de leite e derivados ou quando se associa a outra causa potencial, como diarreia infecciosa. Assim, a manifestação da deficiência de lactase se mantém latente, e a lactose pode ser metabolizada pela lactase produzida, ainda que em pequenas quantidades, pelas vilosidades da mucosa intestinal (QUILICCI & MISSIO, 2004; TÉO, 2002). Porém, uma vez não digerida, a lactose fica intacta no intestino grosso, onde é fermentada anaerobicamente pela flora bacteriana ali presente, produzindo gases e ácidos Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 69 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. orgânicos de cadeia curta. A maior parte destes compostos acaba por ser absorvida no cólon, no entanto, o excedente não absorvido conduz ao aparecimento dos sintomas de intolerância (TÉO, 2002). A criança que não metaboliza a lactose apresenta diarreia e pode não ganhar peso como o esperado. O adulto apresenta borborigmo, distensão abdominal, flatulência, náuseas, diarreia e cólicas abdominais (QUILICCI & MISSIO, 2004). Portanto, o tratamento da IL consiste, basicamente, em excluir os alimentos que contêm o carboidrato da alimentação. Além disso, é indicado associar alimentos que contenham lactose a outros alimentos, pois assim sua tolerância também é aumentada, bem como quando se consome alimentos fontes de lactose, aquecidos (TÉO, 2002). No cardápio para os intolerantes à lactose, a bebida láctea achocolatado deu lugar à mesma bebida inserida no cardápio de celíacos por também não conter lactose, a bebida de chocolate de soja. Os pães foram mantidos, uma vez que para prepará-los os padeiros não utilizam leite. Apenas o pão de leite foi excluído por ter como ingrediente leite em pó. Foi inserido, ainda, um pão de queijo com receita especial sem queijo e lactose. Para a primeira semana, o strogonoff de frango, que leva creme de leite, foi substituído por escondidinho de carne seca. A carne moída com batata e cenoura foi redistribuída para os cardápios, sendo que no cardápio da primeira semana foi optada a carne em tiras com tomate e ervilha, além da inversão de datas com o filé de frango, antes presente na quarta-feira da primeira semana. As demais preparações foram mantidas. Tabela 9. Cardápio da primeira semana dos intolerantes à lactose. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Pão de Cenoura Pão de Minuto Pão de Mandioca Pão de queijo (s/queijo) Pão de Batata Doce Merenda Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 70 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Escondidinho de Carne Seca Arroz c/ Ervilha Salada de Cenoura e Tomate Filé de Frango assado Arroz e Feijão Salada Beterraba e Agrião Maçã Carne em Tiras c/ Tomate e Ervilha Arroz e Feijão Salada de Alface Melancia Macarrão à bolonhesa Salada de Chicória c/ Cenoura Banana Calabresa assada Arroz Tutu de Feijão Salada de Couve As preparações do cardápio da segunda semana foram mantidas, sendo apenas incorporadas mais opções de legumes e havendo redistribuição dos dias de algumas preparações. Por exemplo, o brócolis refogado foi incorporado na quarta-feira no lugar da batata em pedaços, e a almôndega com molho de tomate e a carne suína foram invertidas de dias. Tabela 10. Cardápio da segunda semana dos intolerantes à lactose. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Pão de Batata Doce Pão de Mandioca Pão de queijo (s/queijo) Pão de Cenoura Pão de Minuto Merenda Kibe assado Arroz à Grega Suflê de Chuchu Salada de Tomate e Pepino Almôndega c/ molho de tomate Arroz e Feijão Abobrinha refogada Salada de Agrião Banana Tilápia assada Arroz e Feijão Brócolis refogado Salada de Alface e Tomate Maçã Nhoque à bolonhesa Salada de Alface e Rúcula Melancia Carne Suína Arroz Tutu de Feijão Couve Refogada Salada de Beterraba e Cenoura O strogonoff de carne também constava no cardápio da terceira semana, sendo alterado para a mesma receita de panqueca usada para os celíacos, que também é livre de lactose. Foi adicionado, ainda, omelete com legumes na mesma semana, no lugar do filé de Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 71 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. frango assado que foi manejado para o cardápio da ultima semana. A carne moída com batata e cenoura foi inserida no cardápio de sexta-feira. Tabela 11. Cardápio da terceira semana dos intolerantes à lactose. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Pão de Mandioca Pão de queijo (s/queijo) Pão de Minuto Pão de Cenoura Pão de Batata Doce Merenda Panqueca de Carne c/ Molho de Tomate Arroz e Feijão Salada de Rúcula e Chicória Omelete c/ legumes Arroz e Feijão Salada de Beterraba Banana Coxa de Frango assada Arroz e Feijão Salada de Alface e Cenoura Maçã Farofa de Calabresa c/ Couve Arroz Tutu de Feijão Salada de Chicória c/ Tomate Melancia Carne Moída c/ Batata e Cenoura Arroz e Feijão Salada de Alface e Rúcula Na quarta e última semanas foram acrescidos ao cardápio a polenta e o cuscuz de frango que também leva legumes. As preparações que foram retiradas trataram-se do nhoque, que apresenta lactose, e a carne suína que já constava na segunda semana. O filé de frango foi inserido na segunda-feira, e para não haver repetição da carne em tiras com tomate e ervilhas da primeira semana, foi mantida apenas a carne em cubos acompanhada de arroz à grega, rico em legumes. Tabela 12. Cardápio da quarta semana dos intolerantes à lactose. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Bebida de chocolate de soja Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 72 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Pão de queijo (s/queijo) Pão de Minuto Pão de Mandioca Pão de Batata Doce Pão de queijo (s/queijo) Merenda Filé de Frango assado Arroz Suflê de Chuchu Salada de Beterraba e Cenoura Polenta c/ Molho e Carne Moída Salada de Agrião com Cenoura Banana Carne em cubos Arroz à Grega Salada de Agrião c/ Cenoura Melancia Tilápia Assada Arroz e Feijão Brócolis refogado Salada de Alface e Tomate Maçã Cuscuz de Frango Arroz e Feijão Salada de Alface e Tomate • Diabéticos Dentre os tratamentos realizados para controle do DM a terapia nutricional é considerada fundamental com alvo em garantir um bom estado nutricional, prevenindo e tratando complicações a curto e a longo prazo, e as comorbidades associadas. No caso do DM1 deve estar associada ao uso de insulinoterapia e no DM2 pode estar associada ao uso de drogas hipoglicemiantes (SBD, 2014). Os portadores de DM1 e DM2 podem apresentar, antes do tratamento, poliúria, polidipsia leve e emagrecimento discreto. As crianças com DM2 são geralmente assintomáticas ou oligossintomáticas por longos períodos, sendo referidas ao serviço especializado devido à glicosúria ou à hiperglicemia em exame de rotina (GABBAY, CESARINI, DIB, 2002). Recomenda-se que o plano alimentar seja fracionadoem seis refeições, sendo três principais e três lanches, o que auxilia a evitar períodos de jejum prolongado e a ocorrência de picos de hipoglicemia seguida de hiperglicemia pós-prandial. Quanto à forma de preparo dos alimentos, deve-se dar preferência aos grelhados, assados, cozidos no vapor ou até mesmo crus (SBD, 2014; CALLIARI & MONTE, 2008). No cardápio, o achocolatado comum foi mantido, optando-se apenas por uma versão diet, isenta de açúcar. Os pães foram reduzidos do cardápio, sendo que os que foram mantidos passaram a contar com farinha integral para preparo, e os pães de mandioca e de batata foram excluídos por apresentarem maior índice glicêmico comparados à cenoura e à batata doce. Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 73 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Além disso, foi incorporada uma versão industrializada de bolinho tipo muffin diet e uma opção de bolacha de nata, também com baixo teor de açúcar. A quantidade e a qualidade do carboidrato consumido, bem como seu índice e carga glicêmica afetam a resposta glicêmica. A sacarose não aumenta mais a glicemia do que outros carboidratos, quando ingerida em quantidades equivalentes. Dessa forma, seu consumo pode ser inserido no contexto de uma dieta saudável. No entanto, para os indivíduos que necessitam reduzir o excesso de peso, o consumo de preparações que contenham sacarose deve ser cuidadoso, sobretudo porque tais preparações trazem na sua composição altas concentrações de gorduras. Os alimentos diet, light ou zero podem ser indicados no contexto do plano alimentar se não utilizados de forma exclusiva (SBD, 2014). Foram também inseridas frutas diariamente como sobremesa e maior quantidade de legumes, visando maior aporte de fibras e micronutrientes. Além disso, para todas as semanas, o arroz branco deu lugar ao arroz integral, assim como o macarrão presente na primeira semana foi substituído pelo integral. A dieta dos diabéticos deve ser rica em fibras, que podem interferir na absorção da glicose alimentar, proporcionando menores picos glicêmicos pós-prandiais, além de contribuírem para a saciedade e o controle de peso. Além disso, a dieta deve ser equilibrada, estabelecida a partir de concentrações adequadas de macronutrientes e micronutrientes (SBD, 2014). A deficiência de vitaminas e minerais é frequente em indivíduos diabéticos. As principais causas são perdas na urina, diminuição na capacidade intestinal de absorção, além da baixa ingestão dietética. Portanto, a dieta deve ser variada quanto às frutas e hortaliças, com diferentes tipos e cores, pois cada cor corresponde a um perfil nutricional específico (SBD, 2014). Por ser mais gordurosa, a calabresa foi retirada da primeira semana, e a carne assada foi acrescentada no lugar da carne moída com batata, por ser uma preparação menos calórica. A dieta com restrição calórica adequada à idade melhora a tolerância à glicose e a sensibilidade insulínica, por diminuir a produção hepática de glicose e especialmente no DM2 deve estar associada à prática de exercícios físicos (SBD, 2014). Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 74 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Tabela 13. Cardápio da primeira semana dos diabéticos. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Bolinho diet Pão de Minuto Biscoito de Nata Pão de Batata Doce Bolinho diet Merenda Strogonoff de Frango Arroz c/ Ervilha Batata Palha Salada de Rúcula e Tomate Pêra Carne assada c/ Cenoura Arroz Integral e Feijão Salada de Alface e Agrião Melancia Filé de Frango assado Arroz Creme de Milho Salada de Cenoura e Beterraba Maçã Macarrão Integral à Bolonhesa Salada de Cenoura e Rúcula Banana Carne Suína Arroz Integral Tutu de Feijão Salada de Couve Goiaba Para a segunda semana, a carne suína foi remanejada para a primeira semana, em substituição à calabresa, e em seu lugar foi inserida a lasanha de abobrinha com carne moída. O nhoque à bolonhesa foi retirado e para substituí-lo foi acrescido omelete de legumes. A almôndega com molho de tomate foi remanejada para o cardápio da terceira semana e na sexta-feira da segunda semana foi incorporada a carne em cubos com tomate e cenoura. Tabela 14. Cardápio da segunda semana dos diabéticos. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Bolinho diet Pão de Leite Biscoito de Nata Bolinho diet Pão de Cenoura Merenda Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 75 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Kibe assado Arroz à Grega Creme de Milho Salada de Rúcula e Agrião Banana Lasanha de abobrinha e carne moída Arroz integral Salada de Cenoura e Pepino Pêra Tilápia assada Abobrinha refogada Arroz Integral e Feijão Salada de Alface e Tomate Melancia Omelete c/ legumes Arroz Integral e Feijão Salada de Chicória e Cenoura Goiaba Carne em Cubos c/ Tomate e Cenoura Arroz Integral e Feijão Salada de Alface Maçã O strogonoff foi retirado da terceira semana, para ser mais restrito em calorias e deu lugar ao cuscuz de frango. Com o mesmo objetivo, a farofa de calabresa com couve foi substituída por panqueca integral de carne moída. A carne em cubos deu lugar à carne em tiras com tomate e ervilha, advinda da quarta semana, e a coxa assada foi inserida no cardápio da quarta semana, assim como o macarrão ao molho rosé. Em seu lugar, na terceira semana foi colocada uma opção de peixe com legumes, na tentativa de aumentar a oferta de peixes. Para os diabéticos, as proteínas devem ser de boa qualidade biológica e de fácil digestibilidade, como nas carnes magras. Quanto às gorduras, deve-se limitar a ingestão de ácido graxo saturado, ácido graxo trans e colesterol, com a finalidade de reduzir o risco cardiovascular. Por outro lado o consumo de peixes e alimentos ricos em ômega 3 estão relacionados com a proteção (SBD, 2014). Tabela 15. Cardápio da terceira semana dos diabéticos. Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Bolinho diet Pão de Minuto Biscoito de Nata Pão de Batata Doce Bolinho diet Merenda Cuscuz de Frango e legumes Arroz Integral e Feijão Carne em Tiras c/ Tomate e Ervilha Arroz Integral e Filé de Frango assado Arroz Integral e Feijão Panqueca Integral de Carne c/ Molho de Tomate Peixe c/ legumes Arroz Integral e Feijão Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 76 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Salada de Alface e Tomate Goiaba Feijão Salada de Alface e Rúcula Melancia Berinjela refogada Salada de Cenoura e Rúcula Maçã Arroz Integral Salada de Rúcula e Chicória Pêra Salada de Chicória e Alface Banana Para a última semana, no lugar do nhoque a bolonhesa foi inserido o macarrão integral com molho rosé. O kibe assado foi invertido de segunda-feira para terça-feira e o arroz à grega passou a acompanhar a coxa de frango, incorporada à quarta-feira. A carne em tiras com tomate e ervilha que foi utilizada na terceira semana foi substituída na quarta semana por almôndega com molho vermelho e berinjela, que ainda não constava nos cardápios. E para não se usar novamente a carne suína, que procurou ser limitada por ser um tipo de carne menos magra, foi colocada no cardápio a torta integral de legumes com frango desfiado, porém com uso de farinha integral. Tabela 16. Cardápio da quarta semana dos diabéticos.Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Entrada Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Achocolatado diet Pão de Leite Bolinho diet Biscoito de Nata Pão de Cenoura Bolinho diet Merenda Torta Integral de Legumes c/ Frango Desfiado Salada de Agrião e Beterraba Goiaba Kibe assado Arroz Integral e Feijão Abobrinha refogada Salada de Tomate e Rúcula Melancia Coxa de Frango assada Arroz à Grega Suflê de Chuchu Salada de Alface e Cenoura Banana Macarrão Integral ao Molho Rosé Filé de Frango assado Salada de Rúcula e Pepino Pêra Almôndega c/ Molho Vermelho e Berinjela Arroz Integral e Feijão Salada Agrião e Alface Banana Conclusão Felício, et al. Adequação dos Cardápios.... 77 Rev. Simbio-Logias, V. 8, n. 11, Dez/2015. Os portadores de DC, IL e DM necessitam de cuidados especiais quanto à alimentação, e apresentam necessidades exclusivas, caracterizadas por suas doenças. As crianças que recebem a merenda têm o direito de terem estas necessidades atendidas pela alimentação escolar, garantindo a elas a segurança quanto aos alimentos presentes nos cardápios, além de equilíbrio nutricional visando sempre uma dieta saudável. A elaboração dos cardápios deste estudo serve como sugestão e guia para os funcionários responsáveis por planejar, produzir e distribuir as refeições às instituições de ensino e com base nas adequações sugeridas poderá ser capaz de pôr em prática as mudanças quando houver a necessidade. Referências ACELBRA - Associação de Celíacos do Brasil. Disponível em: <http://www.acelbra.org.br>. Acesso em 25 set. de 2014. Araújo HMC, Araújo WMC, Botelho RBA, Zandonadi RP. Doença celíaca, hábitos e práticas alimentares e qualidade de vida. Rev. Nutr. 2010; 23(3):467-74. BRASIL. Lei nº 12.982, de 28 de maio de 2014. Altera a Lei nº 11.947, de 16 de Junho de 2009, para determinar o provimento de alimentação escolar adequada aos alunos portadores de estado ou de condição de saúde específica. 2014. BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Conselho Deliberativo. Resolução nº 26, de 17 de junho de 2013. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE. 2013. Calliari LEP, Monte O. Abordagem do Diabetes Melito na Primeira Infância. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. 2008; 52(2):243-9. Damiani D, Damiani D. Diabetes mellitus na infância: diagnóstico e tratamento. Pediatria Moderna. 2007; 43(5):205-24. FENACELBRA – Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil. Disponível em: <http://www.fenacelbra.com.br/fenacelbra/>. Acesso em 25 set. de 2014. FNDE - Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar>. 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Methods: The menus were adapted and suitable according to the specifications of each disease, based on the previous menu of school feeding in Botucatu/SP. The informatives have been created in the form of folders in three parts, with information about the diseases. Results: For the menu of celiacs, gluten sources were excluded and replaced by other foods that belong to the their same nutritional class. On the menu for the lactose intolerants, foods containing the nutrient were deleted and replaced. For diabetics, fruits were inserted daily as a dessert and also a larger amount of vegetables, brown rice and pastas. Conclusion: Holders of celiac disease, lactose intolerance and diabetes require special care foods, and have unique needs. The preparation of menus in this study serves as a suggestion and guide for people responsible for planning, producing and distributing meals to educational institutions. Furthermore, the information contained in the folders also serve as a guide for those responsible for the production of meals. Indexing terms: school meals; school feeding; celiac disease; lactose intolerance; diabetes.
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