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Giardíase: Protozoário Parasita

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GIARDÍASE 
❖ É também uma zoonose (tem grande importância na saúde pública) 
❖ É um protozoário 
❖ Tem como hospedeiros os humanos, bovinos, ovinos, caprinos, suínos, cães e gatos 
❖ É mais frequente em animais jovens 
❖ São protistas parasitas anaeróbios que colonizam o ID de vertebrados 
 
TAXONOMIA 
➢ Reino Protista, sub-reino Protozoa, filo Sarcomastigophoraa, subfilo Mastigophora, classe 
Zoomastigophorasida, ordem Diplomonadida, família Hexamitidae, gênero Giardia 
➢ O gênero Giardia engloba as espécies Giardia lamblia (acomete mamíferos, inclusive humanos – elevado 
potencial zoonótico), além de G. muris e G. microti (acomete roedores e mamíferos), G. ardea e G. psittaci 
(acomete aves) e G. agilis (acomete anfíbios) 
➢ O gênero Giardia possui mais de 40 espécies descritas 
➢ O subfilo Mastigophora pode ser extra/intracelulares (para o gênero Giardia é exclusivamente extracelular), 
de forma variável, fazem locomoção por flagelos e têm reprodução assexuada (sexuada em apenas alguns 
grupos) 
 
CARACTERÍSTICAS 
→ Família Hexamitidae: são piriformes, possuem 2 núcleos, axóstilos (fazem a divisão do protozoário ao meio), 
com simetria bilateral e fazem reprodução assexuada 
→ Gênero Giardia: corpo piriforme, extremidade anterior arredondada e posterior afilada, possuem 4 pares de 
flagelos (anterior, mediano, ventral e posterior), tem uma superfície dorsal convexa e uma ventral com 
ventosa (como não é intracelular utiliza essa ventosa para se fixar as células) 
 
 
MORFOLOGIA 
➢ Possui 2 formas morfológicas 
Trofozoíto (forma ativa) Cisto (forma infectante) 
→ Trofozoítos: são flagelados, forma vegetativa, colonizam ID, possuem disco adesivo ventral para fixação 
no intestino, fazem reprodução por fissão binaria (reprodução assexuada) e alguns deles no intestino, 
quando expostos aos líquidos biliares, transformam-se em cistos para ficarem mais resistentes e, dessa 
forma, são eliminados 
→ Cistos: são as formas de resistência no ambiente, têm proteção contra dessecamento, calor e frio 
excessivos e, quando ingeridos (água, alimentos e mãos sujas), passam pelo pH acido do estomago e 
excistam como trofozoítos 
 Apresentam 4 núcleos e citoplasma retraído, além de uma parede protetora 
 São resistentes ao ambiente, podendo sobreviver por mais de 8 meses na água a 8ºC e 1 mês a 21ºC, 
além de também serem resistentes à solução clorada 
 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ Tem prevalência variável, sendo mais comum em animais de rua, abrigados em canis, que têm maior contato 
com água, alimentos e fezes de animais ou pessoas contaminados 
➢ Animais com menos de 1 ano de idade possuem maior sensibilidade 
➢ A resistência aumenta com o aumento da idade 
➢ Ocorrência de sintomas: mais comum em animais jovens e mantidos em ambientes que desencadeiam 
situações de stress (o stress abaixa a imunidade) 
➢ Animais assintomáticos são importantes fontes de infecção 
➢ A transmissão pode ocorrer diretamente através da via oral ou indiretamente por água e alimentos 
➢ É um problema nos países em desenvolvimento, pois é considerada endêmica nesses locais, apresentando 
transmissão continua 
➢ A prevalência é maior em crianças e jovens 
➢ As epidemias estão associadas à veiculação hídrica (contaminação da água) 
➢ Incubação: 1-3 semanas após a ingestão, podendo ocorrer como infecções subclínicas ou diarreia, 
meteorismo, dor abdominal, náuseas e vômitos (menos frequentes, apresentando um curso de 3-4 dias 
➢ Eliminação: 900 milhões de cistos por dia (tanto por animais como por humanos), sendo a dose infectante de 
25-100 cistos 
 
CICLO BIOLÓGICO 
➢ Ciclo monoxênico, pois necessita de apenas 1 hospedeiro, já que realiza somente a reprodução assexuada no 
intestino do hospedeiro (animal sendo transmitido para um humano 
1) Ocorre contaminação com cistos viáveis do parasito 
2) O desencistamento é iniciado no estomago e termina no duodeno e jejuno 
3) Ocorre colonização do ID pelo trofozoíto (ocorre divisão binaria interferindo na patologia e podendo causar 
diarreias) 
4) O encistamento do parasito é iniciado na região do ceco 
5) Há eliminação do parasito através das fezes 
 
➢ O ciclo ocorre de maneira igual tanto nos hospedeiros animais como nos humanos 
➢ A fixação leva de 1-3 semanas para causar sinais clínicos e dias após a infecção ocorre um pico de 
colonização no intestino e após 1 semana o mais começa a desenvolver sinais clínicos, porque essa 
colonização já levou a problemas nas células intestinas causando diarreia 
 
PATOGENIA 
➢ Adere-se a microvilosidades do ID (no disco ventral) e isso impede a absorção de nutrientes (não invade a 
mucosa intestinal) 
➢ Ocorre tapetamento das vilosidades, má absorção intestinal e lesão de microvilosidades 
➢ Alterações no epitélio intestinal levam aos sinais clínicos como prejuízo na digestão e absorção de nutrientes 
e água, aumento da motilidade intestinal, decréscimo do tempo de trânsito, síndrome da má absorção e 
eliminação de gordura pelas fezes (pois não consegue absorver os lipídeos da dieta 
 
 
SINAIS CLÍNICOS 
➢ O período de incubação é de 5-20 dias (media de 9 dias para apresentar os sinais) 
➢ Fezes pastosas, fétidas ou diarreia (mais comum) 
➢ Vômitos, aumento da motilidade intestinal e flatulências 
➢ Vômitos intermitentes com bile 
➢ Diarreia intermitente 
➢ Diarreia com esteatorreia 
➢ Desidratação 
➢ Crônica 
 
DIAGNÓSTICO 
➢ Feito através do exame parasitológico (trofozoítos e cistos) 
→ Fezes consistentes: pesquisa de cistos com salina ou lugol 
→ Fezes diarreicas: pesquisa de trofozoítos ou cistos, sendo o exame feito imediatamente após a coleta, 
pois os trofozoítos tem viabilidade curta 
 O mais comum é encontrar o oocisto e não o trofozoíto 
 
➢ Exame de flutuação feito com sulfato de zinco a 33% 
➢ Repetição de exame 3x com intervalo de 1 semana para cada um deles, pois os cistos são excretados de 
forma intermitente 
 
 
TRATAMENTO E CONTROLE 
➢ Metronidazol 50mg/kg via oral por 5 dias 
➢ Fembendazol 50mg/kg via oral por 3 dias 
➢ Limpeza e desinfecção do ambiente com remoção das fezes e ateria orgânica, desinfecção das superfícies 
com água fervente ou desinfetantes (amônia quaternária) e favorecimento da insolação da área 
➢ Isolamento, exame e tratamento de animais novos antes de serem introduzidos na criação 
➢ Exames coproparasitológicos sistemáticos 
➢ Utilização da vacina e tratamento dos portadores antes de vaciná-los 
→ Importante utilizá-las em populações de alto risco como canis, abrigos de cães, animais de trabalho e 
biotérios

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