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Reino: Bactéria Filo: Firmicutes Classe: Bacilli Ordem: Bacillales Família: Staphylococcaceae Introdução Cocos Gram positivos arranjados em grupos irregulares que lembram cachos de uva Crescem rapidamente com metabolismo anaeróbio facultativo podendo produzir pigmentos Podem fazer parte da microbiota normal (pele, fossas nasais) e/ou causar infecções supurativas e intoxicações alimentares Mais de 40 espécies, sendo as mais importantes: – S. aureus* – S. epidermidis ** – S. saprophyticus ** OBS (significado dos *): * Estafilococos coagulase positivos; ** Estafilococos coagulase negativos; Morfologia e fisiologia Cocos 0,5 – 1,5 μm - imóveis Mesófilos e anaeróbiosfacultativos(1 Micrococaceae ) Staphylococcus S. aureus = pigmento amarelo Produzem catalase (1 Streptococacceae) Resistentes ao ressecamento, calor (50oC/ 30min) e à altas concentrações salinas (7-10% ... até 20%) Frequentemente apresentam resistência simultânea a diversos antimicrobianos - Penicilina G, ampicilina,etc... ß- lactamase (plasmidial) – Meticilina, oxacilina – HA-MRSA / CA- MRSA ... SCCmec (staphylococcal cassete chromosome mec) PBP2a mecA – Vancomicina ... VISA , VRSA – Tetraciclinas, eritromicinas, aminoglicosídeos ... As bactérias do gênero Staphulococcus apresentam coloração Gram-positiva e são consideradas agentes patogênicos para os humanos. Organizam-se em grupos que se assemelham à cachos de uvas, com formas esféricas de cocos. Os representantes deste grupo são anaeróbios facultativos, vivem muito bem com ou sem oxigênio. Porém, se o meio em que estiverem não fornecer oxigênio e tiver uma temperatura por volta de 37°C, o seu desenvolvimento será potencializado. E é exatamente isso que preocupa muitos pesquisadores: esse desenvolvimento otimizado por uma temperatura equivalente à do corpo humano. Os estafilococos que são patogênicos trazem muitos prejuízos, entre eles está a coagulação sanguínea. Mas podem formar abscessos, supurações e outras infecções que podem evoluir para uma septicemia. São organismos fáceis de cultivar, pois não precisam de um alimento específico para isso, apenas que este alimento seja rico em nutrientes. Outro ponto preocupante é que desde que foram descritas oficialmente, essas bactérias eram sensíveis aos antibióticos. Mas com o uso desmensurado pelas pessoas, seja pela cultura ou pela falta de conhecimento, o potencial real do medicamento foi “banalizado” pela maioria das bactérias que adquiriram resistência. Um exemplo clássico é o da penicilina: quando surgiu, a penicilina se tornou o principal (e para muitas pessoas o único) medicamento no combate das mais diversas mazelas. Foi então que esta substância logo se tornou coloquial e graças à este uso desmedido, as bactérias se tornaram resistentes. E como numa sequência lógica, outros medicamentos foram criados e com o tempo foram também ficando obsoletos. Cepas bacterianas https://www.infoescola.com/reino-monera/cocos-e-diplococos/ https://www.infoescola.com/farmacologia/penicilina/ https://www.infoescola.com/medicina/antibioticos/ https://www.infoescola.com/doencas/septicemia/ https://www.infoescola.com/sistema-circulatorio/coagulacao-do-sangue/ resistentes são mais comuns e mais frequentes em hospitais, cerca de 99%. Já fora desse ambiente o índice é mais baixo, mas ainda preocupante: cerca de 60%. É quase impossível se defender dos estafilococos, eles estão por toda parte e pela extensão do nosso corpo principalmente. Com isso, a transmissão pessoa-pessoa é inevitável, mas a higiene é necessária para tentar conter uma eventual proliferação agressiva e anormal dos estafilococos. A intoxicação alimentar é um problema sério, especialmente a causada pela endotoxina estafilocócica termoestável. Ocorre através do consumo de alimentos lácteos (matriz e derivados do leite) contaminados. Mas outros alimentos que são ricos em nutrientes também são o habitat ideal para essas bactérias. A manipulação sem a higiene adequada das mãos é substancialmente um fator determinante para a dissipação dos estafilococos. Patogencidade Componentes da superfície - Cápsula - Peptidoglicano e ácido teicóico Outras proteínas de ligação - MSCRAMM (microbial surface components recognizing adhesive matrix molecules) Adesinas que se ligam a substratos da matriz extracelular do hospedeiro: fibronectina, colágeno, fibrinogênio, elastina - Proteína A – Fator de agregação ou clumping factor (coagulase ligada) As doenças causadas por S. aureus podem resultar da ação das suas toxinas, ou podem ser devidas à https://www.infoescola.com/doencas/intoxicacao-alimentar/ invasão e lesão dos tecidos pelo microrganismo. As infeções mais frequentes são ligeiras e localizadas na pele e tecido celular subcutâneo, como por exemplo, impetigo, furúnculo, abcessos, ou infeções de queimaduras e de feridas traumáticas ou cirúrgicas. Pode também ocorrer bacteriémias, surgindo por vezes infeções graves, como endocardites, osteomielites, artrites, pneumonias, pielonefrites, meningites ou septicémias. O S. aureus ainda é responsável ainda por infeções relacionadas com cateteres e com próteses. Enzimas - Coagulase (Livre) - Hialuronidade - Estafiloquinase ou fibrinolisina - Proteaes, lipases, nuclease, etc... Toxinas - Hemolisinas: alfa, beta, delta, gama - Leucotoxinas: gama-hemolisina (HlgACB)*; leucotoxina AB/ GH (LukAB/GH); a leucotoxina ED (LukED); leucocidina de Panton-Valentine (PVL). - TSST-1 - Enterotoxinas (20) - Toxinas esfoliativas A e B – desmogleína Biofilme - Expressão Gênica: agr (regulador gênico acessório) * Quorun sensing * > Adesão quando a densidade bacteriana é baixa * > Enzimas e toxinas quando a densidade é alta Staphylococcus aureus compõe a microbiota normal humana, sendo um patógeno oportunista de grande relevância clínica. Este patógeno destaca-se como um dos principais agentes causais de infecções nosocomiais, provocando infecções invasivas com consideráveis taxa de morbi-mortalidade. S. aureus pode expressar múltiplos fatores de virulência, como capacidade de formação de biofilme, a qual pode apresentar implicações na prática clínica, pois permite o estabelecimento microbiano em diversos ambientes, tais como fístulas, cateteres, válvulas cardíacas dentre outras superfícies bióticas ou abióticas. O presente trabalho buscou avaliar a patogenicidade de isolados de S. aureus coletados de efluentes de unidades de saúde, com diferentes potenciais de formação de biofilme (fortemente e moderadamente formadores) utilizando-se Galleria mellonella como modelo experimental. Os isolados estão em estoque a -20°C no Laboratório de Microbiologia da UENP-CCP e tiveram seu potencial de formação de biofilme previamente avaliado. Foram separados dois grupos, representados por quatro isolados, sendo US1, US2, US3, US4 classificados como fortemente formadores de biofilme e US5, US6, US7, US8 moderadamente formadores de biofilme. Para avaliação da patogenicidade, foi utilizada seringa de Halmilton de 10 microlitros, sendo inoculado 10-5células/mL, na última proleg esquerda de cada larva. Cada isolado foi inoculado em um grupo experimental de 10 lagartas. O grupo controle recebeu doses de PBS alternativamente ao inóculo microbiano, visando analisar os possíveis traumas da injeção. O experimento foi avaliado a cada 24 horas por um período de 288 horas, sendo computadas as mortes das larvas de cada grupo. Foram realizadas trêsrepetições do experimento. Todos os isolados avaliados ocasionaram a morte de indivíduos de G. mellonella, contudo houve variação na média de sobrevivência das lagartas. Os isolados US1 e US5 ocasionaram as maiores taxas de mortalidade (p<0,05), enquanto US2 e US8 apresentaram os menores índices de mortalidade (p<0,05). Já os isolados US3, US4, US6 e US7 não diferiram entre si com relação ao índice de mortalidade. Nossos resultados não demonstraram correlação entre o potencial de formação de biofilme e a patogenicidade dos isolados de S. aureus em G. melonella, sugerindo que outros fatores de virulência possam estar envolvidos na patogenicidade. Patogênese Infecções superficiais Infecções sistêmicas (invasivas) Quadros tóxicos Bacteremia por S. aureus, que frequentemente provoca focos metastáticos de infecção, pode ocorrer com qualquer infecção por S. aureus localizada, mas é particularmente comum com infecção relacionada a cateteres intravasculares ou outros corpos estranhos. Pode ocorrer também sem qualquer outro local primário óbvio. S. epidermidis e outros estafilococos coagulase- negativos provocam cada vez mais bacteremias de aquisição hospitalar associadas a cateteres e a outros corpos estranhos porque podem formar biofilmes nestes materiais. Bacteremia estafilocócica é uma causa importante de morbidade (especialmente prolongamento da hospitalização) e mortalidade em pacientes debilitados. Infecções superficiais Infecções cutâneas são as formas mais comuns da doença estafilocócica. Infecções superficiais podem ser difusas, com pústulas vesiculares e formação de crostas (impetigo) ou, às vezes, celulite focal ou com abscessos nodulares (furúnculos e carbúnculos). Abscessos cutâneos profundos são comuns. Podem ocorrer graves infecções cutâneas necrosantes. Os estafilococos estão habitualmente implicados em infecções de feridas e queimaduras, infecções em incisões cirúrgicas e mastite ou abscesso de mama em mulheres que amamentam. Exemplo de infecções superficiais: Impetigo; https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/cuidados-p%C3%B3s-parto-e-dist%C3%BArbios-associados/mastite https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-da-pele/infec%C3%A7%C3%A3o-necrosante-de-tecidos-moles https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-da-pele/infec%C3%A7%C3%A3o-necrosante-de-tecidos-moles https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-da-pele/fur%C3%BAnculos-e-antraz https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-da-pele/celulite https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-da-pele/impetigo-e-ectima https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/biologia-das-doen%C3%A7as-infecciosas/bacteremia Foliculite; Abscesso; Forúnculo = é uma forma de foliculite profunda, acometendo não só o folículo piloso em sua profundidade, mas também glândulas sebácea anexa. Carbúnculo; Infecções invasivas Exemplos: Erisipela; Celulite; Fascite necrosante; Pneumonia; Osteomielite; Artrite; Bacteremia/Sepse Quadros tóxicos Exemplos: Síndrome da pele escaldada (doença de Ritter; Esfoliatina); Impetigo bolhoso; Síndrome do choque tóxico (TSST); Intoxicação alimentar estafilocócica Contaminação do alimento; Multiplicação do microrganismo; Produção e liberação de enterotoxina; Ingestão do alimento contendo enterotoxina pré-formada; A intoxicação alimentar por estafilococos é causada pela ingestão de uma enterotoxina pré-formada resistente ao calor. Os alimentos podem ser contaminados por portadores de estafilococos ou pessoas com infecções cutâneas. Em alimentos malcozidos ou deixados à temperatura ambiente, os estafilococos se multiplicam e produzem enterotoxina. Muitos alimentos podem servir como meio de crescimento e, apesar da contaminação, apresentam gosto e odor normais. Náuseas e vômitos intensos começam de 2 a 8 horas após a ingestão, seguidos de cólicas abdominais e diarreia. O episódio é breve, com duração < 12 horas. Enterotoxinas Enterotoxinas - Mais de 20 tipos conhecidos - Mais comuns = A, B, C1, C2, C3, D e E Até 50% das estirpes coagulase positivas produzem enterotoxinas. Dose infectante: < 1 micrograma/ toxina não existe imunidade. Patogênese Enterotoxina = emética e pirogênica Resistentes a enzimas proteolíticas Termoestáveis: 100oC por até 30 minutos Sítios de ligação no intestino ??? via da serotonina (5 HT) ??? ativação neural ... Estimulam os nervos simpáticos Condições necessárias para que a doença ocorra Alimento disponível Presença de estafilococos enterotoxigênico Multiplicação (105-106/g) Temperatura de demais condições adequadas para a multiplicação e produção de enterotoxinas Tempo (4 horas ou mais) Diagnostico laboratorial O diagnóstico é feito a partir do isolamento da bactéria, que é feito em laboratório de microbiologia a partir de uma amostra biológica, que é solicitada pelo médico de acordo com os sintomas da pessoa, podendo ser urina, sangue, saliva ou secreção de ferida. Após o isolamento da bactéria é feito o antibiograma para verificar qual o perfil de sensibilidade do microrganismo e qual o melhor antibiótico para tratar a infecção. Saiba o que é o antibiograma e como entender o resultado. https://www.tuasaude.com/antibiograma/ https://www.tuasaude.com/antibiograma/ O tratamento para S. aureus normalmente é definido pelo médico de acordo com o tipo de infecção e sintomas do paciente. Além disso, deve ser considerado se há outras infecções associadas, sendo avaliado pelo médico qual infecção representa maior risco para o paciente e que deve ser tratada mais rapidamente. A partir do resultado do antibiograma, o médico pode indicar qual o antibiótico que terá mais efeito contra a bactéria, sendo o tratamento normalmente feito com meticilina ou oxacilina por 7 a 10 dias. Diagnóstico intoxicação alimentar Estafilocócica Resistência e Tratamento - Teste de sensibilidade (TSA) – Penicilinas ... penicilinase beta lactamases (A, B, C e D) – Associação com inibidor de beta lactamase (ac. clavulânico, sulbactam – Oxacilina/meticilina ... PBP2a – MRSA * Gene mec A * Cassete Cromossômico Estafilocócico mec (SCCmec – Staphylococcal Cassette Chromosome mec). I a XI - Vancomicina ... VISA / VRSA * VISA = espessamento de parede / uso prévio / acúmulo de diversas mutações *VRSA = D-Ala – D-Ala / D Alanil – D- Lactato – Van A - Enterococcus - Alternativas: sulfa-trimetopirm, doxiciclina, clindamicina, linezolida Os sintomas geralmente começam de forma súbita com náuseas intensas, e vômitos, durando de 2 a 8 horas após a ingestão dos alimentos contaminados. Outros sintomas frequentes incluem cólicas abdominais, diarreia e por vezes dor de cabeça e febre. A perda importante de líquidos pode provocar fraqueza e baixa da pressão arterial. A sintomatologia geralmente dura menos de 12 horas e a recuperação costuma ser completa. Por este motivo diz-se que a intoxicação estafilocócica produz diarreia autolimitada, nem sempre sendo possível a coleta de amostras para o diagnóstico laboratorial. Ocasionalmente, a contaminação alimentar é mortal, sobretudo em crianças pequenas, em pessoas de idade avançada e nos debilitados por doenças imunossupressoras.Habitualmente a descrição dos sintomas basta para que o médico faça o diagnóstico. Em geral, outras pessoas que consomem os mesmos alimentos são afetadas de modo semelhante (configurando prováveis surtos) e o problema pode ser atribuído a uma só fonte de contaminação. O cuidado e as boas práticas na preparação dos alimentos podem prevenir a contaminação alimentar por estafilococos. Qualquer pessoa que tenha uma infecção estafilocócica na pele, como furúnculos ou impetigo, não deve manipular alimentos para os outros antes de se encontrar completamente livre da infecção. O tratamento consiste normalmente em beber líquidos. Quando os sintomas são graves, o médico pode administrar medicamentos para ajudar a controlar as náuseas. Por vezes, a perda de líquidos é tamanha que é necessária internação para reposição endovenosa. A administração rápida de líquidos e de eletrólitos por via endovenosa proporciona muitas vezes a melhora completa. Epidemiologia e controle – Ubiquidade – Reservatórios / portadores / nasofaringe – Multirresistência: MRSA/ CA-MRSA / VISA / VRSA – Surtos: tipificação • SCCmecIII / SCCmec IV Alimentos incriminados na investigação epidemiológica devem ser coletados e examinados para Staphylococcus. A presença de um grande número de enterotoxina estafilocócica é uma boa evidência de que o alimento contém toxina. Resultados positivos em doentes e no alimento confirmam o diagnóstico. Um número de métodos sorológicos para determinar a enterotoxigenicidade do S. aureus isolado de alimentos, bem como, métodos para separação e detecção de toxinas em alimentos têm sido desenvolvidos e utilizados para melhorar o diagnóstico da doença. Fagotipagem pode ser útil quando um staphylococcus viável pode ser isolado de um alimento incriminado, de vítimas e de portadores suspeitos tais como manipuladores de alimentos. O isolamento de organismos de um mesmo fagotipo de fezes ou vômito de duas ou mais pessoas confirmam o diagnóstico. A recuperação de um largo número de Staphilococcus produtor de enterotoxina, de fezes ou vômitos de uma pessoa, também confirma o diagnóstico.