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ACNE Estudar anatomia e fisiologia da pele, principalmente a formação do sebo A pele é um dos maiores órgãos, que atinge 16% do peso corporal e desempenha múltiplas funções. Ela recobre a superfície do corpo e é constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. A pele é dividida entre epiderme, derme e hipoderme, sendo que na derme fica a localização dos folículos pilossebáceos que dão uma invaginação profunda da epiderme na derme. Além disso, são encontradas ainda na derme, além de folículo pilossebáceo, as seguintes estruturas derivadas da epiderme: unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas. As glândulas sebáceas são glândulas microscópicas na pele que secretam uma matéria oleosa, chamada sebo, para lubrificar e impermeabilizar a pele e os pelos dos mamíferos.[1] Nos seres humanos, eles são encontrados em maior abundância na face e couro cabeludo, embora eles estejam distribuídos em todas as zonas da pele, exceto nas palmas das mãos e plantas dos pés Nos seres humanos, eles são encontrados em maior abundância na face e couro cabeludo, embora eles estejam distribuídos em todas as zonas da pele, exceto nas palmas das mãos e plantas dos pés. Nas pálpebras, glândulas sebáceas secretam um tipo especial de sebo em lágrimas. Essas glândulas sofrem modificações de acordo com as mudanças de níveis hormonais que ocorrem durante o desenvolvimento. Com a idade, o tamanho dessa glândula tende a aumentar, mas não o número de células. A ação secretora dessas glândulas é relativamente pequena até a puberdade. Em mulheres, a secreção diminui após a menopausa e, em homens, não se verifica nenhuma alteração significativa na produção até os 80 anos de idade. As glândulas sebáceas produzem o sebo, o qual é lançado diretamente no folículo piloso ou diretamente na superfície epidérmica, em locais com ausência de pelo. O sebo é uma secreção oleosa constituída por substâncias como ácidos graxos e ésteres de colesterol, além de porções da célula secretora. O sebo possui como função primordial a lubrificação da pele e dos pelos, além de diminuir a perda de água pela pele. Apesar de sua importante função, distúrbios na secreção da glândula sebácea podem causar o surgimento de problemas como a acne, um problema caracterizado pelo acúmulo de queratinócitos, hiperprodução de sebo, colonização de bactérias e inflamação. Compreender fatores descendentes e a fisiopatologia da acne A acne vulgar é dermatose crônica, comum em adolescentes. É doença do folículo pilossebáceo, que possui, como fatores fundamentais, hiperprodução sebácea, hiperqueratinização folicular, aumento da colonização por Propionibacterium acnes e inflamação dérmica periglandular. Dependendo da intensidade, o processo inflamatório leva a abscessos e cistos intercomunicantes, com frequente êxito cicatricial. EPIDEMIOLOGIA Apesar de a acne ser uma doença dermatológica bastante frequente, ao ponto de ser considerada um problema de saúde pública, pouco se sabe da sua epidemiologia 1. O maior pico de incidência da acne sucede-se no período da adolescência, afetando aproximadamente 85% dos jovens com idade compreendida entre 12 e 24 anos. 2. Ocorre em todas as raças, embora seja menos intensa em orientais e negros, e manifesta-se mais gravemente no sexo masculino. 3. É uma patologia típica dos adolescentes, com elevada frequência (em alguns estudos acometendo 60% das mulheres e 70% dos homens na puberdade). 4. 25 anos, a acne começa a ser mais prevalente no sexo feminino, apresenta sobre a forma de acne persistente ou de início tardio, sendo a persistente a mais prevalente https://pt.wikipedia.org/wiki/Gl%C3%A2ndula https://pt.wikipedia.org/wiki/Pele https://pt.wikipedia.org/wiki/Sebo_(medicina) https://pt.wikipedia.org/wiki/Pelo https://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%ADferos https://pt.wikipedia.org/wiki/Gl%C3%A2ndula_seb%C3%A1cea#cite_note-JACE-1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_sapiens https://pt.wikipedia.org/wiki/Face https://pt.wikipedia.org/wiki/Couro_cabeludo https://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_sapiens https://pt.wikipedia.org/wiki/Face https://pt.wikipedia.org/wiki/Couro_cabeludo 5. Mais precoce e mais persistente nas meninas, (o que pode ser explicado pela alta frequência de distúrbios endócrinos, como a Síndrome dos Ovários Policísticos) 6. Mais intensas nos meninos. Em geral é autolimitada, resolvendo espontaneamente após os 20 anos. 7. Parece não poupar raças, 692 porém é ncomp i aravelmente mais usual nos caucasianos do que nos amarelos ou negros. 8. Estudos em gêmeos mostram a concomitância de acne nos univitelinos, o que não ocorre nos gêmeos bivitelinos. 9. Quanto a genética, a acne acontecem mais precocemente e apresenta de forma mais severa em indivíduos com história familiar (primeiro grau de parentesco). Alguns estudos revelam que cerca de 78% de casos de acne tem caracter hereditário FATORES DESENCADEANTES Existem alguns fatores que influenciam o desenvolvimento da acne e também pioram o grau de acne ou causam exacerbação da acne existente. São eles: – DIETA: De uma maneira geral, a alimentação não influencia a acne. Mesmo a restrição calórica grave propicia apenas 40% de diminuição da secreção sebácea. A quantidade de lípides (gordura) que ingerimos, não passa para a glândula sebácea. Por isso, não se recomenda restrição alimentar e sim uma dieta equilibrada. Porém, a ingestão de certos alimentos como, chocolate, amendoim e leite desnatado, pode sim ter relação com o quadro clínico da acne vulgar. Apesar de estudos com conclusões diversas no passado, estudos recentes confirmam a teoria da relação de acne com alimentos como o chocolate. – LIMPEZA DA PELE: Não influencia a acne. Não há evidências de que a falta de lavagem do rosto piore a acne. O sebo presente nas glândulas sebáceas não são eliminados. A lavagem remove apenas os lípides da superfície da pele. Sabonetes bactericidas não agem no P.acne, eles reduzem a flora normal da pele. Recomenda-se a lavagem da pele 2-3 vezes ao dia. O excesso pode piorar a oleosidade (efeito rebote) ANSIEDADE/STRESS: Influência, e muito, a acne. Há evidências de exacerbação da acne quando o paciente passa por períodos de stress e ansiedade. Nessas situações, ocorre aumento de ACTH (hormônio) que faz aumentar a produção de andrógenos adrenais (hormônios sexuais que aumentam a secreção de sebo). – REDUÇÃO DE FATORES AGRAVANTES: O uso de produtos que não sejam próprios para a pele com acne ou oleosa vão causar piora do quadro. Por isso, é preciso ter cuidados especiais com a sua pele e diminuir ou evitar o uso de produtos que não sejam indicados para ela. Alguns tipos de hidratantes e cosméticos precisam ser evitados, muito cuidado na escolha do protetor solar, alguns medicamentos também pioram a acne. Atenção especial também deve ser dada a cremes e óleos capilares. – TEMPERATURA: Alterações na temperatura da pele podem influenciar a secreção sebácea. Geralmente no verão, ocorre um aumento dessa secreção. Além disso, quando nossa pele está molhada pelo suor a visualização da oleosidade na pele aumenta o que dá a impressão de aumento na secreção. A radiação ultravioleta a qual estamos constantemente expostos, piora no verão quando nos expomos mais ainda (praia, piscina, etc) e essa radiação aumenta o tamanho das glândulas sebáceas. Fatores de risco – Puberdade (por causa do aumento dos níveis de hormônios sexuais) – Período menstrual (também devido à variação hormonal) – Pele oleosa – Síndrome dos ovários policísticos – Distúrbios de tireoide – Estresse crônico – Medicamentos como os corticoides – Exposição exagerada ao sol – Transpiração em excesso – Uso de cremes faciais inadequados – Predisposição genética FISIOPATOLOGIA A fisiopatologia da doença está relacionada a quatro pilares fundamentais,a saber: 1. Hiperprodução de sebo glandular: Aumento da secreção sebácea, secundária à hiperplasia das glândulas sebáceas. Geralmente é a primeira etapa e ocorre por efeito de hormônios, como os andrógenos e os estrógenos; O processo inicia-se com a hipersecreção do sebo, por efeito hormonal A produção do sebo pela glândula sebácea é regulada por vários fatores que estimulam a proliferação e diferenciação celular, bem como a libertação de citocinas e quimiocinas, formação de ácidos gordos e metabolismo androgênico. Na maioria das vezes não há excesso de andrógenos circulantes, apesar de os níveis plasmáticos de testosterona serem mais elevados em rapazes com acne mais intensa. Muitos pacientes com acne possuem folículos sebáceos maiores e mais lobulados do que os normais. Acredita- se que o aumento na produção do sebo seja devido ao aumento de andrógenos circulantes, maior responsividade da glândula aos andrógenos ou ambos O processo de hiperandrogenismo ocorre mais no nível das glândulas sebáceas, graças à ação de algumas enzimas como a 5cx-redutase tipo 1 ea3cx e a 17cx-hidroxiesteroide desidrogenase que convertem a testosterona em di-hidrotestosterona, que é de 5 a 10 vezes mais potente. Os androgênios estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais sebo. 2. Hiperqueratinização infundibular: Ceratose do canal folicular com consequente obstrução e retenção do sebo (processo conhecido como comedogênese) A comedogênese tem início com a retenção do sebo produzido pela glândula, em virtude da obstrução acroinfundibular por ceratose focal, formando-se, assim o comedão. Nos folículos sebáceos normais, os queratinócitos foliculares são descamados como células isoladas e carregados do lúmen para fora através do sebo secretado pelas glândulas sebáceas. Nos pacientes com acne, porém, os queratinócitos descamam-se de forma densamente agrupada, formando um tampão que obstrui o infundíbulo folicular ocasionando retenção do sebo. 3. Colonização bacteriana infundibular: Colonização bacteriana pelo Propionibacterium acnes, propiciada pela obstrução e retenção do sebo; Propionibacterium acnes é bactéria gram-positiva, anaeróbia, do gênero Corynebacterium, que faz parte da biota normal residente da pele, sendo o principal microrganismo envolvido na etiopatogenia da acne vulgar. Com a retenção de sebo, há multiplicação de microrganismos, cocos aeróbios ( estafilococos ), há proliferação dessa bactéria, favorecendo o aparecimento da acne. Esta bactéria pode ser encontrada em toda a parte do corpo, sendo predominante no rosto, está envolvido no processo de inflamação da acne vulgar O P. acnes produz lipases e estas atuam, por sua vez, sobre triglicerídios, liberando ácidos graxos livres, os quais têm capacidade irritativa. Embora não exista correlação consistente direta entre o número do P. acnes na superfície da pele e a severidade da acne,20 a melhora do quadro com a antibioticoterapia e as falhas terapêuticas nos casos de P. acnes antibiótico-resistentes21 tornam clara sua importância fisiopatológica. 4. Inflamação folicular: Inflamação, secundária ao processo infeccioso e a produção de moléculas pro- infamatórias como a Interleucina 1 (IL-1). A P.acnes se encontra instalada preferencialmente em locais da unidade pilossebácea ricos em lípidos, dando o seu contributo na indução da inflamação, através da libertação de quimiotáticos que atraem neutrófilos e macrófagos para o local, por induzir os queratinócitos foliculares a secretar interleucina 6 (IL-6) e interleucina (IL-8), ou através da ativação direta dos receptores Toll-like 2 dos monócitos que rodeiam a unidade pilossebácea, que estimulam a produção de citocinas pró-inflamatórias como, interleucina 1 (IL-1β), fator de necrose tumoral (TNF-α), interleucina 8 (IL-8) e interleucina-12 (IL-12). As interleucinas da família IL-1 são reconhecidas como sendo o responsável pela iniciação da patogénese da acne. P.acnes ativa ainda o inflamossoma NLRP3 em monócitos, macrófagos e sebócitos, através de proteínas e espécies reativas de oxigénio, levando subsequentemente a uma maior secreção de IL-1β . Não podem ser desprezados também os fatores emocionais que, muitas vezes, desencadeiam ou agravam a acne, o que poderia ser explicado também pela participação do neuropeptídio substância P. Classificar tipos de acnes A acne, em toda a sua plenitude, é uma erupção polimorfa caracterizada por comedões (cravos), pápulas, pústulas e lesões nodulocísticas, com grau variável de inflamação e cicatrizes. A classificação da doença serve pelo aspecto prático, inclusive para pesquisa clínica. Podemos classificá-la em: acne não inflamatória: 1. acne comedoniana (grau I): presença apenas de comedões (cravos), sem lesões inflamatórias (espinhas). Acne inflamatória: 1. acne papulopustulosa (grau II): comedões, pápulas e pústulas. 2. acne nodulocística (grau III): comedões, pústulas e cistos. 3. acne conglobata (grau IV): comedões, pústulas e lesões císticas maiores que podem se interconectar pela pele, formando “túneis”. 4. acne fulminans (grau V) Elencar as manifestações clinixas da acne e suas complicações • Duração das lesões. Semanas a meses. • Estação. Frequentemente agravada no outono ou no inverno. • Sintomas. Dor nas lesões (especialmente no tipo nódulocístico). Os sintomas da acne variam de acordo com cada pessoa e, na maioria das vezes, são de pequena a média intensidade. As manifestações são variadas e incluem: • Comedões (cravos): causados pelo entupimento da saída dos folículos pilosos com sebo. • Pápulas: pequenas lesões sólidas elevadas, arredondadas, endurecidas e avermelhadas. • Pústulas: são as pápulas que contém pus, as famosas “espinhas”. • Nódulos e cistos: lesões maiores que as pápulas e pústulas, se tornam inflamados e expandem-se por camadas mais profundas da pele, podendo ser dolorosos e deixar cicatrizes Grau I (Acne Comedoniana) Presença apenas da lesão comedônica (constituída essencialmente de sebo e queratina), não inflamatória. Há 4 tipos de comedões: microcomedões, comedões pretos ou brancos ( 1 a 3 mm de diâmetro) e macrocomedões. Os primeiros não são percebidos clinicamente (só na patologia), os comedões pretos são abertos, com os poros dilatados e no seu ápice, apresentam a coloração escura devido à oxidação da melanina e lipídios na superfície. Já os comedões brancos, por sua vez, os poros são pequenos, quase invisíveis e fechados. Grau II (Acne Papulopustulosa) Presença de numerosos comedõe (cravos) que sofrem inflamação e originam as pápulas com ou sem eritema (avermelhadas) e algumas pústulas também. A maior parte dos adolescentes experimenta esse quadro em alguma fase da evolução da acne. A face é a localização preferencial. É graduada em leve, moderada ou grave conforme o número das lesões. Grau III (Acne Nodulocística) Também ocorre pela inflamação dos comedões, só que de forma mais profunda. Presença de comedões, pápulas com ou sem eritema, pústulas, seborréia. Atinge a profundidade do pêlo podendo formar nódulos. Há também formação de pseudocistos. As lesões aparecem na face e tronco e divide-se em moderada e grave. As lesões dessa fase são as grandes responsáveis pelo aparecimento das cicatrizes quando sofrem involução. Se o paciente tiver tendência pode formar queloide. Grau IV (Acne Conglobata) Forma grave, acometendo principalmente o sexo masculino, com formação de lesões císticas grandes, exuberante processo inflamatório, formando verdadeiros abcessos e fleimões que se intercomunicam por fístulas. As lesões predominam no tronco e na face, mas também podem acometer outros locais. Grau V (Acne Fulminans) É a variação súbita e catastrófica da doença, marcada pela presença de manifestações sistêmicas como fadiga, febre, mal-estar, mialgia, artralgia, leucocitose, elevação da VHS com lesões bastante dolorosas que podem ulcerar.Atualmente, o uso de isotretinoína oral é o principal fator desencadeante, principalmente quando utilizada em altas doses Manifestações clínicas especiais de acne #1 – Acne neonatal: 1 em cada 5 recém-nascidos possuem esse tipo de acne que é formada basicamente por comedões. Resolve espontaneamente entre o 1º e o 3º mês de vida, sem cicatriz. Não tem relação com a acne grave tardia. Ocorre por estimulação dos queratinócitos pelos andrógenos maternos. #2 – Acne infantil: as lesões surgem entre 3 e 6 meses de vida e não estão relacionadas com a estimulação de andrógenos maternos. Provavelmente trata-se de alterações hormonais próprias dessa idade. Em alguns casos, o aparecimento é tardio (1 a 2 anos de idade). Aparecem numerosas pápulas inflamatórias e pústulas e as crianças apresentam maior risco de acne grave na adolescência. #3 – Acne vulgar: é a acne típica do adolescente. Ocorre por elevações hormonais próprias dessa idade (andrógenos) que levam a aumento da glândula sebácea. É mais comum no sexo masculino, onde todos serão afetados com algum tipo de lesão da acne em maior ou menor grau. #4 – Acne pré-menstrual: é uma variação clínica com as características da acne vulgar, porém com agravamento na fase pré-menstrual. Esses casos, quando intensos, devem ser submetidos à investigação hormonal, pois, às vezes podem revelar ovários policísticos ou outra doença hormonal. #5 – Acne da mulher adulta: é a que surge na mulher acima de 25 anos e que certamente está associada a alguma disfunção hormonal. No passado a paciente pode ter tido ou não acne vulgar. As principais características clínicas são a ausência de comedões e presença de lesões inflamatórias (pápulas e pústulas), sobretudo no terço inferior da face (perioral e queixo). Aqui o tratamento é mais difícil e as recidivas são frequentes. #6 – Acne persistente: é aquela que persiste além da adolescência. No sexo masculino há melhora completa da acne até os 25 anos, mas no sexo feminino pode continuar a ter acne até os 40 anos. #7 – Acne androgênica: devido a produção excessiva de andrógenos por ovários policísticos ou outro distúrbio hormonal. Pode apresentar seborréia, queda de cabelo e aumento dos pelos do corpo associados à acne. #8 – Acne escoriada: caracteriza-se por lesões relativamente discretas de acne em pacientes, sobretudo mulheres, com distúrbios emocionais, o que os leva compulsivamente a traumatizar, com as unhas, a pele do rosto, causando lesões erosivas com crostas. #9 – Acne cosmética: mais frequente em mulheres de 20 a 40 anos, por uso de cosméticos com substâncias comedogênicas. A lesão base aqui é o comedão. 50% dos creme são comedogênicos. É comum afetar a testa e as regiões pré- auriculares em decorrência de xampu e condicionador em excesso. Não é incomum a concomitância com a acne vulgar. Também pode ocorrer nas costas de pacientes que se submetem a massagens corporais com óleos. #10 – Acne praiana: muito comum entre nós e que ocorre geralmente na época do verão devido a frequente utilização de piscinas e férias em regiões de praias. O que acontece aqui é um maior uso de óleos corporais e hidratantes na pele após o ressecamento da mesma devido a maior exposição ao sol e também por uso de protetores solares oleosos aplicados com maior frequência. Essa acne é a responsável por grande número de consultas dermatológicas nessa época do ano. #11 – Acne pomada: mais comum na raça negra por uso de substâncias graxas e óleos no couro cabeludo e face. Isso obstrui os poros e ocorre acne principalmente na testa e couro cabeludo. Atualmente também presente em adolescentes ou pessoas que usam produtos a base de óleo para forçar um determinado tipo de penteado. #12 – Acne por fricção: ocorre por ação irritativa local, com oclusão folicular, seguida de infecção bacteriana, geralmente em áreas de contato com vestuários, como roupas de ginástica, calça apertada, capacetes, uso de faixas, bonés e chapéus. #13 – Acne estival ou solar: é a variedade de acne que se localiza preferencialmente nas regiões dos ombros e tronco. É causada pelo edema do folículo pela própria queimadura solar, agravado pela oleosidade de protetores solares ou de outros produtos. #14 – Acne medicamentosa: aparece devido ao uso de vários medicamentos como, andrógenos, anabolizantes, corticóides tópicos ou sistêmicos, alguns tipos de anticoncepcionais, vitamina B12, fluconazol, etc. #15 – Acne tropical: é um quadro de acne que ocorre em climas quentes e úmidos, que afeta principalmente tronco e glúteos. Em geral a face é poupada. Ocorrem também em pessoas que operam fornos. #16 – Acne ocupacional: varia de acordo com as substâncias com as quais o trabalhador tem contato. Assim, há diferentes quadros clínicos, segundo o produto em questão, como, por exemplo, óleos minerais de corte, hidrocarburetos clorinados, coaltar, alguns clorofenóis presentes em inseticidas, herbicidas e fungicidas. Há presença de comedões abertos e fechados inicialmente não inflamatórios que evoluem para pápulas e pústulas. Essa acne é muito comum em trabalhadores de indústrias químicas, metalúrgica, petrolífera e mecânica. #17 – Acne na gravidez: acontece em 25% das pacientes. No início da gravidez ocorre elevados níveis de progesterona o que é o maior problema no primeiro trimestre em termos de acne. Geralmente a acne na gravidez é moderada e a idade não influencia sobre sua presença ou não. Citar conduta e diagnostico diferencial Diagnóstico, Evolução e Prognóstico: O diagnóstico é eminentemente clínico, pois a apresentação clínica apresenta características marcantes. Sendo uma doença crônica, apresenta períodos de acalmia e exarcebações. A cura espontânea em geral ocorre poucos anos depois. O problema torna-se importante em virtude do aspecto psicológico, relevante em algumas pessoas, bem como pelo desenvolvimento de cicatrizes. Tratamento O tratamento é variado, levando-se em consideração diferentes aspectos como gênero, extensão e gravidade da doença. Porém, deve-se pautar no princípio de que deve ser múltipla, isto é, devem ser usados, ao mesmo tempo, técnicas e medicamentos que ajam nas várias etapas da patogenia da acne. Acne grau I Manejado com medicações tópicas, como sabonetes a base de enxofre ou ácido salicílico ou, preferencialmente, retinoides tópicos como gel de tretinoína ou isotretinoína 0,05% (lembrando de evitar a exposição solar, pois os retinoides deixam a pele altamente fotossensível). Para os pacientes que não querem ou não podem evitar a exposição solar, pode-se utilizar o ácido azeláico 15% (também utilizado em gestantes, pela teratogenicidade dos retinoides). Em geral a melhora ocorre em 4 semanas. Acne grau II Em geral as medicações tópicas também são suficientes, como os retinoides ou também o peróxido de benzoíla 2,5-10% associados a um antibiótico tópico como eritromicina 2-4% ou clindamicina 1%, que podem ser encontrados combinados. Em casos refratários, pode-se utilizar antibióticos sistêmicos como as tetraciclinas 500 mg 2 à 4 vezes ao dia. As lesões em geral melhoram com alguns meses de tratamento, mas pode ser necessário manter por período indeterminado. Acne grau III, IV e V Podem ser manejadas com antibióticos sistêmicos (tetraciclina, doxiciclina, eritromicina) associado a anticoncepcionais hormonais (nas mulheres) com ação antiandrogênica, como o citrato de ciproterona. Porém, são as formas candidatas clássicas ao uso dos retinoides orais, a famosa Isotretinoína oral. Nos quadros mais graves (como o grau IV e V), é recomendado associar um corticoide, como a prednisona 20mg/dia, para prevenir o efeito flare-up (exacerbação da doença pelo uso da isotretinoína). Isotretinoína É a medicação que revolucionou o tratamento da acne. É o ácido 13-cis-retinoico, um derivado do ácido retinóico. Ela atua seletivamente na glândula sebácea, reduzindo a produçãodo sebo e estabilizando a queratinização folicular.Pela via oral, deve ser usada na dose de 0,5-1,5 mg/kg/dia, por um período variado de 6-12 meses (ou pelo tempo que o médico dermatologista julgar necessário). Efeitos colaterais Apresenta como efeitos colaterais: o secura labial, o queilite, o eritema facial, o prurido, o mialgias, o hepatite, o hipercolesterolemia, o hipertrigliceridemia, o pioderma gangrenoso, o granuloma piogênico, o pitiríase rósea de Gilbert, o dentre outros. Além disso, é uma medicação sabidamente teratogênica. Motivo pela qual é formalmente contra indicada na gestação ou em mulheres que desejam engravidar no momento. É recomendado, pois, nas mulheres em idade fértil a utilização de alguma medica contraceptiva. Em geral, também é contraindicado em pacientes nefropatas e hepatopata Dieta A ingestão de certos alimentos, como chocolate, amendoim e leite desnatado, pode sim ter relação com o quadro clínico de acne vulgar. PROCEDIMENTOS – Peelings: Podem ser químicos (retinóico, ácido salicílico, entre outros) como também de diamante ou cristal. São usados para promover uma descamação na pele, diminuição dos poros e comedões. – Limpeza de pele: Para extração de comedões. Recomenda-se fazer de 2 em 2 semanas. – Laser: Dependendo do grau da acne, pode ser feito para diminuição da oleosidade, fechar os poros e diminuir lesões. Prevenção Saber dosar o tempo de exposição ao sol é uma delas. Os raios ultravioleta até têm um efeito antibacteriano, então ficar um tempinho a céu aberto ajuda a secar as espinhas. Mas o exagero, por sua vez, estimula a oleosidade, atraindo micróbios. Por isso, indica-se cautela nos banhos de sol, e nada de usar protetores solares oleosos. Manter a pele limpa, mandando embora o acúmulo de poluição e resíduos de cremes, evita a obstrução dos poros. O ideal é fazer a higienização com um sabonete facial pelo menos de manhã e à noite. Mas atenção: lavar demais pode provocar o chamado efeito rebote. O organismo entende que algum fator externo está acabando com a gordura protetora e por isso estimula uma superprodução de sebo, piorando cravos e espinhas. As mulheres devem ficar atentas à maquiagem. Alguns cosméticos sobrecarregam a pele e contribuem para o aparecimento da acne. Vale optar pelos produtos oil free, livres de gordura. E remover tudo antes de dormir. Alimentação equilibrada também entra nessa história. Embora não haja estudos comprovando que certos alimentos sejam responsáveis pelo aparecimento desses pontos indesejados na pele, observa-se que, em algumas pessoas, comidas muito calóricas e gordurosas se refletem em um aumento de oleosidade na pele. DIAGNOSTICO DIFERECIAL
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