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Prévia do material em texto

CINESIOLOGIA APLICADA 
À TERAPIA OCUPACIONAL 
AULA 2
ABERTURA 
Olá!
O exercício físico é considerado viável tanto para manter quanto para recuperar a saúde. Muitos 
conceitos foram aprimorados com o passar dos tempos, e outros foram reformulados. A força, 
por exemplo, é um tema amplamente estudado e discutido, tendo em vista o envolvimento de 
vários fundamentos fisiológicos, e, sobretudo, porque pode ser desenvolvida ou preservada em 
qualquer idade (LIMA, 2007).
Nesta aula, você conhecerá as atividades e as forças musculares, relacionando-as às 
suas subdivisões e às formas aplicadas no treinamento, direcionadas a diferentes populações.
Bons estudos.
Atividades 
e forças 
musculares
REFERENCIAL TEÓRICO
Os músculos do corpo humano que têm, em sua maioria, função voluntária, constituem 
o sistema muscular. Nesse sistema são identificados componentes de tecido 
conjuntivo associados, como as fáscias e os tendões, que exercem influência nos padrões de 
movimento e produção de força (TORTORA, 2019).
No capítulo "Atividades e forças musculares", da obra Estudo do Movimento: Cinesiologia, 
você estudará acerca das ações musculares, identificando os subtipos de força e suas 
demandas em treinamentos para praticantes variados.
Ao finalizar este estudo, você terá reunido os seguintes aprendizados:
• Explicar o que são atividades e forças musculares;
• Identificar as subdivisões das atividades e as forças musculares;
• Descrever o treinamento das atividades e as forças musculares em diferentes populações.
Boa leitura.
Atividades e forças 
musculares
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar o que são atividades e forças musculares.
  Identificar as subdivisões das atividades e forças musculares.
  Descrever o treinamento das atividades e forças musculares em di-
ferentes populações.
Introdução
A atividade muscular é identificada quando várias unidades motoras, ou 
seja, vários neurônios motores, com todas as fibras musculares que eles 
inervam, realizam disparos intermitentes e em fluxo estável. A magnitude 
desses disparos vai depender da frequência e da quantidade de unida-
des motoras envolvidas nas ações. Para determinar a força muscular, é 
necessário conhecer os mecanismos de ativação das fibras musculares, 
entre outros fatores que interferem na geração de força. É importante 
considerar que além dos músculos, outros tecidos moles, como fáscias, 
tendões, ligamentos, cápsulas articulares, cartilagens e tendões, por 
meio de suas fixações, atuam como transmissores de forças e, portanto, 
influenciam na geração de força e no movimento.
Neste capítulo, você vai examinar as atividades e forças musculares, 
bem como identificar suas respectivas subdivisões. Além disso, vai co-
nhecer possibilidades e diretrizes de treinamento das atividades e forças 
musculares em diferentes populações.
1 Conceitos básicos
Atividade muscular
Em geral, os músculos são indicados como os principais agentes motores, mas 
para compreendermos os mecanismos de atividades e forças musculares, é 
necessário conhecermos as possibilidades de ações musculares, que podem 
ser agonistas ou motores, antagonistas ou opositores, sinergistas e fi xadoras, 
conforme a Figura 1 (HOUGLUM; BERTOTI, 2014; TORTORA; DERRI-
CKSON, 2019).
Figura 1. Anatomia óssea e muscular do braço: (a) cotovelo em extensão; (b) cotovelo em 
flexão — bioalavanca.
Fonte: Adaptada de Tortora e Derrickson (2019).
Ações agonistas
O principal agente motor durante o movimento, ou o músculo que tem a ca-
pacidade de sustentar uma postura, é chamado de agonista. Um agente motor 
principal realiza a contração ativa, com objetivo de produzir uma contração 
concê ntrica, excê ntrica ou isomé trica. Os músculos agonistas também são 
conhecidos como mú sculos motores primá rios.
Atividades e forças musculares2
Ações antagonistas
Um músculo ou grupo muscular antagonista realiza uma ação oposta ao 
músculo agonista ou agente motor. Funcionalmente, a ação antagonista, em 
geral, é inativa, ou seja, não oferece resistência; entretanto, favorece a ação 
agonista. Por exemplo, quando o cotovelo é fl exionado, o músculo bíceps bra-
quial se encurta, na condição de agente motor ou agonista, enquanto o tríceps 
braquial se alonga de forma passiva, na condição de opositor ou antagonista, 
favorecendo a realização do movimento desejado. 
Ações sinergistas
Um músculo que realiza trabalho junto com o agente motor é chamado de 
músculo sinergista ou estabilizador. As ações sinérgicas podem ocorrer como 
uma ação similar ou idêntica à ação agonista, como a ação do músculo bra-
quiorradial na fl exão do cotovelo. Outra forma de ação sinergista se dá quando 
o músculo pode impedir uma atividade indesejada do músculo agonista, como 
os músculos extensores do punho, que impedem a fl exão dessa articulação 
quando os músculos fl exores longos dos dedos se contraem, para a preensão 
de algum objeto. A importância dos músculos estabilizadores está em tornar 
a ação agonista efi ciente. Na supinação, por exemplo, o músculo bíceps bra-
quial, no braço, é o agonista, com ação antagonista imediata do grupo tríceps 
braquial. Entretanto, as funções de agonista, antagonista e sinergista mudam 
conforme o movimento acontece. No caso da supinação, o tríceps braquial 
atua como sinergista, evitando a fl exão do cotovelo. Portanto, um músculo com 
várias funções, como o bíceps braquial, costuma recrutar o seu antagonista 
como sinergista. 
Ações fixadoras
Os músculos com ação fi xadora são aqueles que mantêm, em geral, a origem, 
ou a parte proximal dos músculos agonistas, “sob controle” e/ou imóveis, 
durante o movimento. Isso pode ser observado na fl exão do ombro, em que o 
grupo manguito rotador (músculos supraespinal, infraespinal, redondo menor 
e subescapular) age na “fi xação” da articulação glenoumeral (ombro). 
3Atividades e forças musculares
Os músculos atuam com mais frequência como sinergistas do que como agonistas ou 
antagonistas. Quando um agonista se contrai, sua forç a faz com que suas inserç õ es 
proximal e distal sejam movidas. Para evitar o movimento do mú sculo em suas inserç õ es 
e permitir a realizaç ã o do movimento desejado, um dos locais de inserç ã o do mú sculo 
deve ser estabilizado. A extremidade — local de inserç ã o proximal ou distal — esta-
bilizada depende da atividade pretendida. Alguns autores consideram os músculos 
fixadores como sinergistas (HOUGLUM; BERTOTI, 2014, TORTORA; DERRICKSON, 2019).
Força muscular
A força muscular indica um estado de “ser forte”, ou seja, trata-se da ca-
pacidade que um mú sculo tem de produzir forç a, e gerar tensã o de forma 
ativa. Considerando o aparelho locomotor, os ossos formam as bioalavancas 
(Figura 1b), associados às articulações, e as estruturas musculares, que geram 
as forç as. As forças resultam nos movimentos corporais que acontecem 
quando os músculos atravessam as articulações e geram força, movendo as 
bioalavancas (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
Os fatores que interferem na produção de força e que serão discutidos a 
seguir são: o tamanho do mú sculo, a arquitetura das fibras musculares, os 
componentes passivos do mú sculo, o comprimento fisioló gico do mú sculo 
ou sua relaç ã o comprimento–tensã o, o comprimento do braç o de momento 
do mú sculo, a velocidade da contraç ã o muscular, a tensã o ativa e a idade e 
sexo do indivíduo. Cada um desses tópicos será aprofundado nesta seção 
(HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
Tamanho muscular 
O tamanho muscular considera tanto a largura quanto o comprimento do 
músculo. Músculos com uma largura maior são capazes de gerar mais força, 
assim como músculos mais longos permitem maior mobilidade ao segmento. 
Nessa relação, se o músculo tiver uma largura maior, será capaz de gerar 
mais força, enquanto o músculo que é mais longo vai contribuir mais com a 
mobilidade e a fl exibilidade. Quando músculos de vários tamanhos cruzam 
uma articulação, os mais longos fornecem mobilidadee os mais curtos 
fornecem estabilidade.
Atividades e forças musculares4
Arquitetura das fibras 
O tipo de disposição das fi bras musculares em relação ao tendão também interfere 
nos aspectos funcionais musculares, ou seja, fi bras musculares organizadas em 
paralelo ao tendão (fusiformes), como no bíceps braquial, geram menos força. 
Em contrapartida, as fi bras musculares organizadas obliquamente em relação ao 
tendão (peniformes), como no músculo reto femoral, geram naturalmente mais 
força. A força muscular é diretamente proporcional à área de secção transversa do 
músculo. Essa área é mensurada microscopicamente, de acordo com a quantidade 
de sarcômeros (compartimentos microscópicos dentro dos músculos) e elementos 
contráteis, como as proteínas ou miofi bras contráteis, actina e miosina, por exemplo.
Componentes passivos 
Os músculos possuem fáscias (tecido conjuntivo) agregadas. Cada fi bra muscular 
é envolvida pelo endomísio (microscópico), enquanto um grupo de fi bras mus-
culares é envolvido pelo perimísio e o músculo todo é envolvido pelo epimísio.
O tendão muscular é uma “fi ta” de tecido conjuntivo que prende o músculo ao osso, 
garantindo a transmissão de forças do músculo para o osso, resultando na produção 
do movimento. Quando as fáscias e tendões fi cam tensos, o músculo enrijece em 
uma tensão passiva. Este evento é conhecido como a relação comprimento–tensã o.
Relações comprimento–tensã o e comprimento
fisioló gico do mú sculo 
Macroscopicamente, ou seja, a olho nu, as relaç õ es comprimento–tensã o e compri-
mento fi sioló gico do mú sculo podem ser compreendidas considerando o compri-
mento de repouso do músculo e a observação da tensão passiva em um exercício. 
Por exemplo: no alongamento passivo dos músculos toracoapendiculares e do 
membro superior (peitoral maior e bíceps), em sua maior amplitude de movimento 
é possível perceber o aumento da tensão à medida que o estiramento aumenta. 
No corpo humano, há mecanismos que regulam tanto o encurtamento quanto 
o alongamento extremo de um músculo, bem como suas estruturas associadas.
Braç o de momento 
O braç o de momento de um mú sculo é o braç o de alavanca que roda em torno 
de um eixo, articulaç ã o ou fulcro (Figura 1b). Trata-se do comprimento de 
uma linha perpendicular do eixo ou fulcro de movimento da articulaç ã o até o 
5Atividades e forças musculares
vetor que indica a forç a ou a linha de traç ã o do próprio mú sculo. É importante 
compreender, neste contexto, que a força do músculo que gira a articulação é 
chamada de torque e que a alavanca pode ter vantagem mecânica, ou seja, a 
carga pode estar mais próxima do eixo ou fulcro, ou desvantagem mecânica, 
quando a carga está mais afastada do eixo ou fulcro (Figura 1b).
Velocidade de contraç ã o 
A velocidade de contração nada mais é que a taxa de movimento em uma 
determinada direção. As taxas que indicam que o músculo se encurta ou se 
alonga interferem representativamente na força que pode ser ativada. A velo-
cidade de contração pode ser compreendida, por exemplo, pela sustentação do 
peso durante o movimento. Se esta sustentação do peso no movimento angular 
(aumento ou diminuição do ângulo articular) for mais lenta, o desenvolvimento 
da forç a muscular aumentará (WESTRING et al., 1988; LORD; CLARK; 
WEBSTER, 1991). Na ausência de movimento, mas com tensão muscular, a 
velocidade é zero. 
Tensã o ativa 
A tensã o ativa representa a forç a que o músculo é capaz de produzir. A quantidade 
de força pode ser mensurada a partir do número de unidades motoras recrutadas 
(cada neurônio motor, com todas as fi bras que ele inerva), bem como o nível 
de disparos e tamanho das estruturas nervosas e fi bras musculares envolvidas 
(ADAM; DELUCA, 2003).
Idade e sexo
O sexo masculino geralmente apresenta maior capacidade de gerar força do 
que o sexo feminino. Desde o nascimento, tanto os homens quanto as mulheres 
aumentam gradativamente a sua força, chegando estimativamente ao máximo 
entre os 20 e 30 anos de idade. A expectativa é uma diminuição da força de forma 
gradativa depois dos 30 anos.
2 Subdivisões das atividades e forças musculares
Os músculos podem gerar diferentes tipos de tensã o, com ou sem movimento. 
Além disso, existem vários tipos de movimentos ativados pelos músculos.
Atividades e forças musculares6
A seguir, vamos conhecer mais a fundo as forças concêntrica, excêntrica, isométrica 
e isocinética e a atividade muscular anatômica (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
Concê ntrica 
Uma força concêntrica indica um encurtamento muscular. O grupo muscular 
do quadríceps, por exemplo, gera uma força concêntrica quando uma pessoa 
levanta de uma cadeira; já os músculos que fl etem o cotovelo apresentam 
tal força no momento em que a pessoa direciona um copo d’á gua até a boca.
O movimento gerado de forma concêntrica sinaliza que o músculo se en-
curta e que as fi xações tanto proximais quanto distais se aproximam. A força 
concê ntrica acelera o movimento das partes corporais (Figura 2a). 
Figura 2. Contrações musculares e aparelho isocinético: (a) contração concêntrica;
(b) contração excêntrica; (c) contração isométrica; (d) contração isocinética.
Fonte: Tortora e Derrickson (2019, p. 319) e McArdle, Katch e Katch (2018, p. 510).
7Atividades e forças musculares
Excê ntrica 
Uma força excêntrica indica um alongamento muscular. O grupo muscular qua-
dríceps, por exemplo, gera uma força excêntrica quando o corpo se movimenta 
da posição ortostática ou verticalizada para a posição sentada, ou quando os 
músculos que fazem a fl exão do cotovelo direcionam um copo d’á gua da boca 
até a mesa. O movimento gerado de forma excê ntrica sinaliza que o mú sculo 
se alonga, e que suas fi xações fi cam mais distantes. A força excê ntrica, em 
geral, é antigravitacional, porque desacelera as partes do corpo, amortecendo 
sua descida como em uma aterrissagem (Figura 2b). 
Isomé trica 
Uma força isométrica acontece quando um músculo gera uma força com 
ausência de alteração aparente no ângulo da articulação. A isometria também 
faz referência às formas de contrações estáticas ou de sustentação. Funcio-
nalmente, a força isométrica é capaz de estabilizar as articulações, como ao 
estendermos e mantermos a mão à frente para pegar um objeto; nesse caso, a 
escápula precisa estar estável em relação ao tórax (Figura 2c). 
O movimento concê ntrico às vezes é chamado de trabalho positivo, enquanto o 
movimento excêntrico é o trabalho negativo. Trabalho positivo é a forç a exercida 
pelo mú sculo para produzir movimento de uma articulaç ã o; em outras palavras, o 
movimento é produzido pelo mú sculo. Por outro lado, o trabalho negativo ocorre 
quando uma forç a externa produz movimento articular, enquanto o mú sculo controla 
o ní vel em que esse movimento ocorre; uma forç a externa, em geral, a gravidade, é 
responsá vel pelo movimento realizado pelo mú sculo durante o trabalho negativo 
(HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
Isociné tica 
Uma força isociné tica acontece quando o movimento é mantido em amplitude 
constante. Na década de 1960, um equipamento eletromecâ nico específi co foi 
desenvolvido, chamado de dinamô metro isociné tico. Trata-se de um equipa-
Atividades e forças musculares8
mento que consegue limitar a amplitude de movimento, considerando um braç o 
de manivela, ou uma polia, com velocidade angular determinada previamente, 
sem depender da forç a de contração muscular. O movimento é realizado pelo 
indivíduo, mas a velocidade da contração muscular é controlada pelo equipa-
mento, sem permitir nenhuma forma de aceleração. Na atividade isociné tica, 
a resistê ncia é responsável por acomodar a forç a externa nas bioalavancas de 
maneira que os mú sculos permaneçam em máxima atividade até o extremo 
da sua amplitude (HISLOP; PERRINE, 1967) (Figura 2d). 
Como forma de fazer as vezes de dinamô metro isociné tico, um fisioterapeuta pode 
aplicar uma resistê ncia adaptá vel contra o movimento de um paciente. Assim, por 
toda a amplitudede movimento, o profissional pode conter seu movimento ma-
nualmente. Essa resistê ncia adaptá vel aplicada de forma manual é uma excelente 
té cnica terapê utica. Com prá tica e experiê ncia, o profissional pode aprender a ajustar 
a quantidade de resistê ncia oferecida de forma que a velocidade do movimento 
mantenha-se essencialmente constante durante a amplitude, aproximando-se de 
uma condiç ã o isociné tica (HOUGLUM; BERTOTI, 2014). 
Atividade muscular anatô mica 
Os padrões anatômicos das fi bras musculares e suas inserções interferem nas 
reaç ões musculares, no que refere à estimulação, refl etindo no desempenho 
funcional. 
Inserç õ es musculares 
Anatomicamente, uma inserção muscular representa o ponto móvel do músculo 
durante o movimento, enquanto a origem muscular representa o ponto do 
músculo que deve permanecer imóvel durante o movimento desejado. Além da 
análise de movimento propriamente dita, as origens e as inserções musculares 
são utilizadas para indicar a direção de contrações concêntricas ou excêntricas 
em direção gravitacional ou não ou em casos de ações isoladas. Em geral, 
as origens e as inserções musculares servem para iniciar a compreensão das 
análises dos movimentos corporais. O músculo bíceps braquial, por exemplo, 
9Atividades e forças musculares
precisa ter as suas origens estabilizadas ou “fi xadas” para que o cotovelo faça 
uma fl exão. Entretanto, como qualquer musculatura que se contrai, ela se 
encurta em ambos os lados se a origem não estiver estabilizada ou “fi xada”, 
e neste momento em que a intenção é somente fl exionar o cotovelo, o ombro 
também fl exiona.
Tipos de fibras musculares 
São identifi cados trê s tipos de fi bras musculares: as fi bras do tipo I (contração 
lenta), IIa (intermediárias), e IIb (contração rápida) (Quadro 1). Os tipos I e 
IIb sã o opostos um em relação ao outro, e a IIa é considerada uma mistura do 
tipo I e IIb. Todo mundo possui uma forma combinada desses tipos de fi bras 
musculares. Os tipos de fi bras musculares podem mudar durante a vida, e no 
envelhecimento predominam as fi bras do tipo II. Os músculos antigravitacionais 
ou posturais, como os eretores da espinha, são mantidos por fi bras do tipo I, 
ou de resistência; já atividades explosivas, como em fl exões potentes e rápidas 
de membros superiores, são realizadas por fi bras do tipo II. Neste último caso, 
a atividade não pode ser sustentada por tempo prolongado.
Tipo de fibra 
muscular/
Propriedade
Tipo I
Contração lenta
Tipo IIa
Intermediária
Tipo IIb
Contração 
rápida
Diâmetro da 
fibra muscular
Pequeno Intermediário Grande
Cor Vermelha (escura) Vermelha Vermelha (pálida)
Conteúdo da 
mioglobina
Alto Alto Baixo
Mitocô ndrias Muitas Muitas Poucas
 Quadro 1. Características das fibras musculares esqueléticas baseadas nas propriedades 
físicas e metabólicas 
(Continua)
Atividades e forças musculares10
Após conhecermos as subdivisões dos tipos de força, é importante con-
cluirmos esta etapa compreendendo que a força máxima ou pura é a maior 
força que um indivíduo consegue desenvolver, enquanto a força explosiva 
ou potente é a força que se movimenta em uma velocidade máxima e a força 
de resistência é o tipo de força com maior capacidade de resistir à fadiga 
(WEINECK, 1999). A seguir, vamos estudar algumas formas de treinamento 
dessas forças.
 Fonte: Adaptado de Houglum e Bertodi (2014). 
Tipo de fibra 
muscular/
Propriedade
Tipo I
Contração lenta
Tipo IIa
Intermediária
Tipo IIb
Contração 
rápida
Conteú do 
de enzimas 
oxidativas
Alto Intermediário Baixo
Conteú do 
de enzimas 
glicolí ticas
Baixo Intermediário Alto
Conteú do de 
glicogê nio
Baixo Intermediário Alto
Atividade 
ATPase da 
miosina
Alta Alta Alta
Principal 
fonte de ATP
Fosforilaç ã o 
oxidativa
Fosforilaç ã o 
oxidativa
Glicólise
Velocidade de 
contraç ã o
Lenta Intermediária Rápida
Nível de fadiga Lento Intermediário Rápido
 Quadro 1. Características das fibras musculares esqueléticas baseadas nas propriedades 
físicas e metabólicas 
(Continuação)
11Atividades e forças musculares
3 Treinamento das atividades e forças 
musculares
Repetição máxima
Uma repetição máxima (1 RM) indica uma forma dinâmica de mensuração 
da força muscular. O valor de 1 RM faz referência ao nível máximo de carga 
suportada de uma só vez mediante a execução correta do movimento padroni-
zado de levantamento de cargas ou pesos. Utilizando qualquer grupo muscular 
para testar 1 RM, é preciso fazer uma previsão aproximada do peso inicial, 
preferencialmente abaixo da capacidade máxima do indivíduo. 
O peso vai sendo aumentado de forma progressiva nas tentativas subsequen-
tes, até o limite suportado de carga. Em geral, os acréscimos de peso variam em 
torno de 1 kg a 1,5 kg, de acordo com a força potente dos músculos testados. 
São indicados intervalos de 1 a 5 minutos, porque permitem a recuperação 
adequada, antes de progredir com a carga (WEINECK, 1999; MCARDLE; 
KATCH; KATCH, 2018).
Os altos riscos previstos na realização de teste de 1 RM com pré-adolescentes, idosos, 
hipertensos, cardiopatas, entre outros indivíduos que se enquadram nas populações 
especiais, pressupõem a necessidade estimar previamente o valor de 1 RM com 
base nos níveis de esforço submáximo. Equações diferentes são utilizadas, porque o 
treinamento de resistência modifica a correlação entre um desempenho submáximo 
(7 a 10 RM) e a capacidade máxima de levantamento (1 RM). Geralmente, o peso que 
é possível sustentar para 7 a 10 RM é de aproximadamente 68% do escore de 1RM, 
considerando uma pessoa não treinada, e de 79% da nova 1 RM depois o treinamento. 
As equações a seguir são aplicadas para jovens adultos não treinados e treinados em 
resistência (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
Não treinados
1 RM (kg) = 1,554 × 7 a 10 RM de peso (kg) – 5,181 
Treinados 
1 RM (kg) = 1,172 × 7 a 10 RM de peso (kg) + 7,704 
Sendo assim, para uma pessoa treinada e cujo supino para 10 RM é igual a 70 kg, 
podemos estimar 1 RM da seguinte maneira: 
1 RM (kg) = 1,172 × 70 kg + 7,704 = 89,7 kg
Atividades e forças musculares12
Observe na Figura 3 a orientação de volume e intensidade para o desen-
volvimento da força e suas manifestações.
Figura 3. Orientação de volume e intensidade para o desenvolvi-
mento da força e suas manifestações.
Fonte: Adaptado de Fundação Vale (2013).
Treinamento da força isométrica
Há registros de que a força isométrica aumenta em torno de 5% por semana 
com a realização de uma única repetição máxima diária isométrica de 1 
segundo, ou então de 6 segundos utilizando em média 66% da carga máxima 
suportada. A frequência dessa contração, de 5 a 10 vezes por dia, é capaz de 
produzir grande aumentos na força isométrica. O treinamento isométrico, 
apesar de proporcionar sobrecarga muscular e o aprimoramento da força, por 
não gerar o movimento não é um preditor efi ciente para avaliar as sobrecargas 
ou a progressão funcional do treino. Quando treinados isometricamente, os 
músculos ganham força e ângulo articular. É importante destacar que se trata 
de um treinamento mais longo, tendo em vista os diversos ângulos articulares 
que devem ser treinados (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
13Atividades e forças musculares
A isometria demonstra benefícios tanto para os testes musculares quanto 
para a reabilitação. Porém, costuma haver dúvidas sobre utilizar o método 
estático ou dinâmico, visto que as duas formas são capazes de aumentar a 
força muscular. A individualidade das pessoas, então, é que direciona para o 
método “ideal”, estático ou dinâmico, de treinamento (MCARDLE; KATCH; 
KATCH, 2018).
Os músculos demonstram maior aprimoramento de força mediante a men-
suração isométrica. Por outro lado, um músculo treinado de forma dinâmica 
responde melhor aos testes de resistência que exigem algum tipo movimento. 
A contração isométrica em uma articulação, ou aproximada a um determinado 
ângulo articular, não é distribuída imediatamente a outras articulações ou 
partes do corpo que vãodepender da mesma estrutura muscular. Nos exercí-
cios dinâmicos, a musculatura já treinada devido a formas de movimento em 
determinada amplitude demonstram um aprimoramento maior de força em 
casos de mensuração na mesma amplitude.
Um estudo com duração de 3 meses realizado junto a adultos jovens de ambos os 
sexos enfatizou a natureza altamente específica das adaptações ao treinamento de 
resistência. Um grupo treinou isometricamente o músculo adutor do polegar, em 
10 ações diárias com duração de 5 segundos, sob frequência de uma contração por 
minuto. Outro grupo treinou dinamicamente o mesmo músculo com 10 séries diárias 
de 10 contrações, movimentando um peso que representava 33% da força máxima. 
O músculo não treinado funcionava como controle. Para eliminar qualquer influência 
do treinamento que pudesse resultar de fatores psicológicos e de adaptações no 
sistema nervoso central, uma estimulação elétrica supermáxima aplicada ao nervo 
motor avaliava a capacidade geradora de força do músculo treinado. Os resultados 
foram claros: ambos grupos de treinamento melhoraram sua capacidade de força 
máxima e seu ritmo máximo de desenvolvimento da força. O aprimoramento na força 
máxima para o grupo treinado isometricamente foi quase duas vezes maior que o 
aprimoramento do grupo treinado dinamicamente. Por outro lado, os aprimoramentos 
na velocidade do desenvolvimento da força foram, em média, cerca de 70% maiores no 
grupo treinado com contrações musculares dinâmicas. Esses achados proporcionam 
uma poderosa evidência de que o treinamento de resistência, por si só, não induz 
Atividades e forças musculares14
Treinamento com resistência isocinética 
O treinamento de resistência isocinética reúne os benefícios da isometria e da forma 
ativa de levantamento de pesos. Ocasiona sobrecarga muscular para uma veloci-
dade constante, determinada com antecedência, enquanto a atividade muscular 
gera força durante uma amplitude de movimento “ideal”. No momento em que o 
movimento acontece, há uma força que se opõe à força que se aplica ao dispositivo 
mecânico. Isso quer dizer que a atividade é resistente de forma variável ou por 
acomodação. Manter a velocidade constante durante o movimento é considerado 
negativo do ponto de vista funcional, porque o exercício difi cilmente fi ca próximo 
da velocidade do movimento (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
No treinamento isocinético versus levantamento padronizado de pesos, há 
uma diferença considerável entre o músculo trabalhado de forma isocinética e 
o músculo trabalhado com solicitação de levantamento de peso. O fato é que a 
capacidade de produção de força um músculo isolado varia com as angulações 
articulares no momento em que a articulação se move em sua amplitude de 
movimento em torno de 40 a 160° na flexão e 160 a 40° na extensão (Figura 
4). Nos treinamentos com pesos, o peso externo suportado no levantamento 
geralmente fica fixado na maior carga, o que favorece o término da quan-
tidade de repetições pretendidas. É importante cuidar para que os níveis de 
resistência não ultrapassem a maior força (máxima) produzida no local mais 
fragilizado da amplitude de movimento. Em casos reversos, os movimentos 
não são finalizados. Durante o levantamento com pesos, os músculos não 
conseguem gerar a mesma quantidade de força absoluta em todas as fases, o 
que indica uma limitação do método. 
adaptações abrangentes (generalizadas) na estrutura e função dos músculos. Na 
verdade, as propriedades contráteis de um músculo (força máxima, velocidade de 
encurtamento, ritmo de desenvolvimento da tensão) melhoram de maneira altamente 
específica para a contração muscular no treinamento. Ambos métodos de treinamento, 
tanto estático quanto dinâmico, produzem aumentos da força; porém, nenhum sistema 
isolado qualifica-se consistentemente como superior aos outros em sua capacidade 
de testar melhor a função muscular. O mais importante é determinar de antemão a 
finalidade almejada para a força recém-adquirida (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
15Atividades e forças musculares
Figura 4. A capacidade geradora de força de um músculo varia com o ângulo articular 
em flexão e extensão.
Fonte: McArdle, Katch e Katch (2018, p. 526).
Por essa razão, os fisiculturistas em suas atividades profissionais, bem 
como os atletas de alto nível ou de elite, executam o mesmo exercício de 
várias formas, enfatizando padrões de movimento diferentes, com variações 
de cargas, velocidade e posições. Além disso, um exercício para trabalhar 
Atividades e forças musculares16
o bíceps braquial, por exemplo, pode ser feito em supinação ou pronação 
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
No treinamento isocinético com velocidade alta versus baixa, os ganhos de 
força e de potência parecem estar relacionados à velocidade angular específica 
da ação realizada. Porém, as velocidades mais altas favorecem o aprimora-
mento global; a potência gerada fica mais alta em velocidades altas e baixas, 
considerando o mesmo movimento, mas os níveis com a velocidade angular 
elevada nos treinos são capazes de promover nível extremo de aprimoramento 
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
Mudanças no tipo de fibras musculares com
o treinamento de resistência 
A literatura demonstra, por meio de estudos com biópsia do músculo vasto 
lateral antes e depois do treinamento de resistência, que não costuma haver 
alteração no percentual de fi bras musculares de contração rápida e lenta. 
Em um estudo, 14 homens realizaram três séries de agachamentos de 6 RM, 
com frequência de 3 vezes por semana. O resultado corroborou conclusões 
de outras pesquisas, com o treinamento de resistência a curto prazo e de 
endurance também não demonstrando alterações signifi cativas nos tipos de 
fi bras musculares. Entretanto, como se trata de um assunto ainda inconclusivo, 
considera-se que as mudanças nos tipos de fi bras musculares têm maiores 
probabilidades de acontecer em treinamentos a longo prazo e por indução de 
fatores genéticos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018).
Diferenças sexuais na força muscular 
Alguns fatores determinam diferenças nos padrões de força entre os sexos, 
analisados caso a caso a seguir (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018):
Área transversal do músculo 
Os músculos, independentemente de serem identifi cados no sexo masculino 
ou feminino, são capazes de produzir força. A capacidade de geração de força 
varia no corpo humano de acordo com a forma de organização das bioalavancas 
e com a microarquitetura muscular. Indivíduos com maiores áreas de seção 
transversa nos músculos, em geral, conseguem gerar maiores níveis de força. 
17Atividades e forças musculares
A proporção quase linear entre o tamanho do músculo e a sua força sinaliza 
uma diferença mínima na força dos músculos do braço, por exemplo, em 
relação a um músculo de tamanhos iguais em homens e mulheres. Nos dois 
sexos, a fadiga também é semelhante para a força absoluta (total) dos músculos 
responsáveis, por exemplo, pela fl exão do cotovelo, em nível baixo, porém 
contínuo, em atividade isométrica.
Força muscular absoluta como força total exercida 
As comparações feitas com base no escore absoluto ou de força total sinalizam 
que os homens apresentam muito mais força que as mulheres, considerando 
todos os grupos musculares de muitos indivíduos testados. O escore feminino 
é cerca de 50% menor que o do sexo masculino considerando a força gerada 
nas partes corporais superiores, e em média 30% menor nas pernas. Essa 
discrepância entre os sexos parece não depender da forma de medição, ou 
seja, geralmente coincide com a organização diferente de distribuição da 
massa muscular nas mulheres e nos homens. Nesses casos, as exceções são 
mulheres atletas treinadas em força tanto para os eventos de pista quanto de 
campo, com destaque também para as fi siculturistas que fazem treinamento 
de força há vários anos. Outras comparações também consideram o uso de 
esteroides anabólicos, que destacam ainda mais as diferenças sexuais ou abrem 
precedentes paramenores diferenças no que ser refere ao sexo feminino. 
Diretrizes do treinamento de resistência para adultos 
sedentários idosos 
Os benefícios do treinamento de resistência para adultos sedentários, idosos 
e cardiopatas, tanto na promoção da saúde e qualidade de vida quanto na pre-
venção de doenças, são reconhecidos de forma positiva pelos mais destacados 
órgãos e institutos do mundo. Os objetivos almejados nos treinamentos de 
resistência para atletas em competição concentram-se no aprimoramento de 
força muscular, potência e hipertrofi a com pesos elevados, e intensidade em 
torno de 1RM a 6RM. Já para os adultos não atletas e os indivíduos de idade 
mais avançada, a ideia é manter ou aumentar, se possível, a massa muscular 
e óssea. Dessa forma, tanto a força muscular quanto a endurance muscular 
contribuem para o aprimoramento da saúde geral, melhorando os níveis de 
aptidão física. Já um programa de treinamento de resistência indicado para 
homens e mulheres em idade média ou mais idosos deve ser com intensidade 
Atividades e forças musculares18
moderada. Em vez da aplicação de séries múltiplas para atletas jovens, o pro-
grama para idade média e mais avançada indica séries únicas diversifi cadas 
e feitas entre 8 e 15 RM, com frequência mínima de 2 vezes por semana. 
Treinamento de resistência para crianças
e adolescentes
Tanto para crianças quanto adolescentes, o treinamento de resistência sob 
supervisão deve ser baseado somente em ações musculares concêntricas e 
repetições relativamente elevadas, com resistência baixa, capazes de aprimorar 
a força muscular sem nenhum efeito prejudicial ao aparelho locomotor. Hoje 
sabe-se bem que a aprendizagem e uma boa ativação neuromuscular são 
capazes aprimorar a força sem necessariamente hipertrofi ar a musculatura. 
Entretanto, apesar de respostas rápidas no aprimoramento da força, é preciso 
muita cautela nas instruções e execuções dos movimentos em crianças e 
adolescentes. Para esse público, é preciso prevenir para que sobrecargas não 
venham a gerar maiores lesões ou interferir negativamente no crescimento 
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2018). 
Veja no Quadro 2 algumas importantes diretrizes para o treinamento com 
exercícios de resistência e progressão para crianças e adolescentes.
Idade (anos) Considerações
7 ou menos Iniciar com exercícios básicos, utilizando pouco ou nenhum peso
Elaborar o significado de uma sessão de treinamento
Ensinar as técnicas do exercício
Progredir a partir de calistenia com a aplicação do peso corpo-
ral, exercícios com parceiros e exercícios com leve resistência, 
sempre mantendo o volume baixo
8 a 10 Aumentar de forma gradual a quantidade de exercícios
Exercitar a técnica do exercício em todos os levantamentos 
Começar com uma carga progressiva e gradual dos exercícios
Propor exercícios simples
Aumentar de forma gradual o volume do treinamento
Acompanhar cuidadosamente o nível de tolerância ao estresse 
do exercício
 Quadro 2. Diretrizes para o treinamento de crianças e adolescentes com exercícios de 
resistência e progressão 
(Continua)
19Atividades e forças musculares
Neste capítulo, examinamos o sistema muscular do ponto de vista funcional, 
conhecendo as possibilidades de produção de forças musculares e algumas 
formas de treinamentos para diferentes populações. O aparelho locomotor 
possui várias possibilidades de movimentos e estruturas que interferem nos 
dinamismos de todos os complexos. Por isso, vale destacar a importância de 
estudar as estruturas musculares, examinando suas atividades e possibilidades 
de forças, para conseguir tanto identificar as ações globais e específicas quanto 
manipular corretamente as variáveis de treinamento.
(Continuação)
 Fonte: Adaptado de McArdle (2018). 
Idade (anos) Considerações
11 a 13 Ensinar na íntegra a técnica dos exercícios
Aplicar um peso progressivo, considerando cada exercício
Enfatizar as técnicas dos exercícios
Introduzir exercícios mais avançados, com ou sem resistência
14 a 15 Progredir para programas mais avançados 
Acrescentar componentes específicos de cada esporte
Enfatizar as técnicas do exercício
Aumentar o volume
16 ou mais Depois de todo o conhecimento básico ter sido dominado e 
após ter conseguido um nível elementar de experiência com o 
treinamento, conduzir o adolescente para programas adultos de 
nível inicial
 Quadro 2. Diretrizes para o treinamento de crianças e adolescentes com exercícios de 
resistência e progressão 
ADAM, A.; DELUCA, C. J. Recruitment order of motor units in human vastus lateralis 
muscle is maintained during fatiguing contractions. Journal of Neurophysiology, v. 90, 
n. 5, p. 2.919-2.927, 2003.
FUNDAÇÃO VALE. Treinamento esportivo. Brasília: Fundação Vale: UNESCO, 2013. (Ca-
dernos de referência de esporte, n. 4).
Atividades e forças musculares20
HISLOP, H. J.; PERRINE, J. J. The isokinetic concept of exercise. Physical Therapy, v. 47, n. 
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2014.
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MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e 
desempenho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2019.
WEINECK, J. Treinamento ideal: instruções técnicas sobre o desempenho fisiológico, 
incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. 9. ed. Barueri: 
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quadriceps femoris in man. European Journal of Applied Physiology and Occupational 
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Leituras recomendadas
ACKLAND, T. R.; ELLIOTT, B. C.; BLOOMFIELD, J. (ed.). Anatomia e biomecâ nica aplicadas 
no esporte. 2. ed. Barueri: Manole, 2011.
MOORE, K. L.; DALLEY, F.; AGUR, M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
21Atividades e forças musculares
PORTFÓLIO
Na maioria das vezes, os movimentos resultam de ações conjuntas de alguns músculos 
esqueléticos. Isso quer dizer que há várias possibilidades de ações, inclusive, no mesmo 
movimento em suas fases. Por isso, é necessário conhecer o padrão do movimento 
pretendido, bem como as ações ou as forças que predominam em cada fase. 
Pesquise e explique o que são bio-alavancas, dando alguns exemplos que ilustrem 
sua explicação.
PESQUISA
Tipos de força muscular
https://www.youtube.com/watch?v=tY8BsvQR6LY
Este vídeo descreve os três tipos de força muscular: resistência de força (também conhecida 
como resistência muscular localizada, ou RML); força pura, que pode ser máxima 
isométrica, máxima dinâmica ou não máxima e a força explosiva (também conhecida como 
potência), explica a diferença entre os três tipos de força muscular, relaciona as vias 
energéticas predominantes em cada um deles e demonstra exemplos práticos, dentro e fora 
do esporte, para facilitar a compreensão do assunto.
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